CONCESSÃO SCUT DO GRANDE PORTO
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- Lucca Farias Silva
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1 CONCESSÃO SCUT DO GRANDE PORTO A 42/IC 25: PAÇOS DE FERREIRA / NÓ DA EN 106 (NORTE) PROJECTO DE EXECUÇÃO DO ALARGAMENTO VOLUME ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL TOMO RESUMO NÃO TÉCNICO NOTA DE APRESENTAÇÃO A ECOSSISTEMA Consultores em Engenharia do Ambiente, Lda., tem a honra de apresentar o Estudo de Impacte Ambiental (EIA), na fase de Projecto de Execução do Alargamento, da Auto-estrada nº 42, correspondente ao Itinerário Complementar nº 25 (IC25) entre Paços de Ferreira e o Nó da EN 106 (Norte). Do presente EIA fazem parte as seguintes peças: PEÇAS ESCRITAS Resumo Não Técnico (TOMO ) Relatório Base do Estudo de Impacte Ambiental (TOMO ) Anexos Técnicos (TOMO ) PEÇAS DESENHADAS (TOMO ) Peças Desenhadas do Projecto (extracto) Peças Desenhadas do EIA Linda-a-Velha, Fevereiro de 2004 Sérgio Brites, Coordenador do EIA 1
2 ÍNDICE 1 - INTRODUÇÃO LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO DESCRIÇÃO DO PROJECTO CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO IMPACTES DO PROJECTO Impactes da fase de construção Impactes da fase de exploração Impactes positivos Impactes negativos MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTES NEGATIVOS E DE VALORIZAÇÃO DOS IMPACTES POSITIVOS PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO E DE ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL
3 1 - INTRODUÇÃO O projecto em análise, em fase de Projecto de Execução, constitui um troço fundamental da Auto-Estrada Nº 42 (A 42), correspondente ao Itinerário Complementar Nº25 (IC 25), que, de acordo com o Plano Rodoviário Nacional (Decreto-lei nº 222/98 com alterações introduzidas pela Lei nº 98/99 e pelo Decreto-Lei nº 182/2003), estabelecerá a ligação entre a A 41/IC24 (Nó de Ermida) e a A 11/IP 9 (Lousada), permitindo acesso aos concelhos de Paços de Ferreira, Paredes e Lousada. A entidade proponente do projecto é o Estado Português, representado pelo Instituto das Estradas de Portugal (IEP), sendo o projecto licenciado por despacho do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação. A entidade responsável pelos Estudos e Projectos é a Concessionária LUSOSCUT AUTO-ESTRADAS DO GRANDE PORTO, SA, que tem como objecto a concepção, projecto, construção e exploração de um grupo de lanços de auto-estrada, entre os quais se inclui o lanço em análise: A 42/ IC 25 Paços de Ferreira/Nó da EN 106 (Norte). Dando cumprimento à legislação sobre Avaliação do Impacte Ambiental, foi elaborado o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto - seguindo as orientações contidas no decreto-lei nº 69/2000 de 3 de Maio e de acordo com as normas técnicas estabelecidas pela Portaria nº 330/ de que este documento constitui o Resumo Não Técnico. O EIA foi elaborado por uma empresa de consultoria especializada (ECOSSISTEMA) entre Dezembro de 2003 e Fevereiro de Para além do Resumo Não Técnico, que constitui o presente documento, o EIA é constituído por um Relatório Base e por Peças Desenhadas. O EIA é acompanhado do Projecto de Integração Paisagística e do Projecto de Medidas de Minimização do Ruído. O Resumo Não Técnico pretende apresentar de forma simples e sintética os principais aspectos abordados no EIA, destacando as informações e recomendações de maior importância. 3
4 A consulta do Resumo Não Técnico não dispensa a consulta dos restantes elementos do EIA que estão disponíveis, durante o período de consulta pública, no Instituto do Ambiente (Lisboa), na Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (Porto) e nas Câmaras Municipais dos concelhos atravessados pelo projecto: Paços de Ferreira, Paredes e Lousada. 2 - LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO O projecto rodoviário localiza-se no Distrito do Porto, na sub-região do Vale do Sousa, atravessando território do concelho de Paredes (freguesia de Sobrosa), concelho de Paços de Ferreira (freguesia de Ferreira) e concelho de Lousada (freguesias de Nevogilde e de Figueiras). 3 - JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO Na região onde se insere o projecto, os principais fluxos de transito dirigem-se ou têm origem na cidade do Porto e arredores. Assim, o Itinerário Complementar nº 25 (IC 25), ao ligar a circular regional externa do Porto (Nó da Ermida. Concelho de Valongo) com o IP 9 (Lousada), permitirá desempenhar o papel de via regional estruturante, servindo sobretudo os concelhos de Paços de Ferreira, Lousada e Paredes. Na área, existe já uma via recente a Variante à EN 207, Lanço EN 319/Variante à EN 106 (concluída em Outubro de 1997), com uma via por sentido de trânsito (perfil 2x1), mas sem possibilidade de acessos directos e com Nós desnivelados. Esta via, tem permitido descongestionar em parte a EN 207 no atravessamento de Paços de Ferreira e de Freamunde. Contudo, dado que, actualmente, a parte construída desta Variante à EN 207 apenas assegura a ligação entre a EN 319, a Oeste e a Variante à EN 106, a Este, o interesse que apresenta para as deslocações de maior distância é reduzido. Assim, no âmbito da construção da A 42/ IC 25 no seu conjunto, surge a oportunidade de, no Lanço Paços de Ferreira/Nó da EN 106 (Norte) aproveitar a plataforma da actual Variante à EN 207, duplicando-a, de modo a passar a integrar a A 42/IIC 25, com um perfil tipo de 2x2 vias. 4
5 A duplicação da via existente é efectuada desde o seu extremo poente até um local próximo do Vértice geodésico de Cadeiras, onde o IC 25 deriva para norte em traçado inteiramente novo, passando o trecho restante da actual Variante à EN 207 a constituir uma derivação para nascente (com Nó desnivelado), com a função de ligar o IC 25 à EN 106 e à rede viária local. As previsões de tráfego apontam para a necessidade de um futuro alargamento, em 2016, da plataforma de 2x2 vias para 2x3 vias até ao Nó da EN 106 (Norte). A Figura 1 (Planta de Localização), a Figura 2 (enquadramento administrativo) e a Figura 3 (Esboço corográfico 1:25 000) permitem compreender o enquadramento regional e administrativo do projecto e a sua articulação com a rede viária regional envolvente, existente e prevista, bem como a articulação com a rede viária local e aglomerados envolventes. 4 - DESCRIÇÃO DO PROJECTO O projecto apresenta uma extensão de m, correspondendo, até cerca do km 3+400, à duplicação da Variante à EN 207. A duplicação verifica-se para o lado sul excepto nos primeiros 200 m onde se desenvolve para o lado norte. Esta opção permite que, durante a construção, seja possível manter em funcionamento a actual variante à EN 207. O facto da duplicação se efectuar principalmente para o lado direito (sul) foi determinado pela opção de minimizar interferências com o povoado de Gilde e com as unidades fabris existentes a norte, nomeadamente a Ambitat, as Confecções Madalena e a União de Móveis Rebelo. Contudo, dada a intensa ocupação da área e ao facto da auto-estrada projectada não poder alternar em curtas distância entre alargamento à esquerda e à direita, não se conseguem evitar interferências com edifícios habitacionais, uma serração e com uma unidade fabril, presentes do lado direito da actual Variante à EN
6 O projecto, no início, cruza o caminho municipal , junto ao lugar de Casas Novas, através de uma passagem inferior ao km que substituirá a actual passagem inferior, que será demolida. Ao km o alargamento da plataforma e respectivo talude de escavação para o lado direito implica a demolição de parte de um pequeno conjunto habitacional, enquanto cerca do km 0+850, o alargamento para o lado direito implica a demolição de edifícios anexos de uma quinta. Ao km é reposta a estrada municipal que liga Sobrosa a Ferreira, através de uma passagem inferior que resulta do prolongamento para sul da actual passagem inferior. Entre a estrada municipal referida e o caminho municipal que liga Casal da Goda ao Alto de Gilde, o projecto implica, do lado direito da actual Variante, a demolição de uma serração, uma unidade fabril (em parte) e uma habitação. O caminho municipal atravessado ao km é reposto por uma passagem inferior que prolonga para sul a passagem inferior existente. A duplicação do lado direito sobrepõe-se à continuação do caminho municipal do lado sul, sendo esta situação resolvida pelo desvio do caminho. Entre o km e a duplicação para o lado direito afecta cinco edifícios, quatro de uso habitacional. Neste trecho prevê-se a reposição parcial de um caminho paralelo à actual Variante à EN 207 (do lado sul), para permitir o acesso a uma habitação actualmente em construção. Ao km verifica-se o atravessamento da rua de Gilde através de uma passagem inferior que prolonga a que existe actualmente. Entre este local e o Nó da EN 106 (Sul) actual Nó de Gilde - a interferência do projecto com a estrada que liga Gilde a Boavista obriga à sua reposição lateral. O projecta contempla a manutenção do actual Nó de Gilde, bem como todas as ligações que este permite. Do lado norte não haverá qualquer alteração na configuração actual do Nó. Do lado sul, o alargamento da via actual obriga a prolongar a passagem inferior existente e a desviar lateralmente os acessos actualmente existentes, prevendo-se a introdução de uma rotunda que irá permitir uma melhor circulação nesta área. 6
7 Entre este nó, designado pelo projecto como Nó da EN 106 (sul) e o km verifica-se, do lado direito, a reposição lateral de um caminho paralelo à actual variante, que é afectado pela duplicação. Ao km verifica-se o restabelecimento por uma nova passagem superior, de um caminho que actualmente atravessa a Variante, por meio de uma estreita passagem inferior. Contudo esta passagem inferior também irá ser mantida e prolongada. Entre o km e o km 3+800, numa área dominada por matos, desenvolve-se o Nó da EN 106 (Norte), que assinala o local onde a futura auto-estrada se afasta da actual variante. A auto-estrada prolonga-se para norte, enquanto a actual variante, que se desenvolve para nascente, ao encontro da EN 106, passará a ser uma derivação da autoestrada, por meio de um Nó desnivelado. O projecto em estudo termina num aterro com cerca de 10 m de altura, junto do lugar de Lavandeira, implicando a afectação de habitações existentes na área. Neste local é reposto, através de uma passagem inferior, o caminho municipal existente. A auto-estrada apresenta duas vias em cada sentido, estando também previsto, nas zonas correspondentes a subidas de maior inclinação, uma via adicional para veículos lentos. Prevê-se que em 2016 seja necessário proceder a um alargamento da variante para um perfil de 3 vias em cada sentido. As expropriações previstas contemplam, desde já, o espaço necessário para este futuro alargamento. 5 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO O projecto desenvolve-se numa área que, no aspecto climático, se caracteriza por apresentar características atlânticas. Na região abrangida pelo empreendimento o aspecto microclimático mais relevante relaciona-se com a existência de locais favoráveis à ocorrência de geada nas áreas mais baixas. Em termos geológicos a área é essencialmente de natureza granítica. No vale onde termina o projecto, junto a Lavandeira encontram-se depósitos aluvionares com espessura entre 2 a 4 m. 7
8 O projecto em estudo não interfere com concessões mineiras, áreas de prospecção e pesquisa de depósitos minerais ou áreas de reserva e cativas para massas minerais. Também não é interferida qualquer pedreira. A maior parte dos solos resultam da alteração da rocha granítica, apresentando espessuras geralmente inferiores a 1 m. Apenas junto do km e entre o km e o final do traçado, estão presentes solos de maior qualidade (sendo solos aluvionares no segundo caso), que estão incluídos na Reserva Agrícola Nacional. O projecto desenvolve-se na bacia hidrografia do rio Douro, sub-bacia do rio Sousa. No contexto desta sub-bacia, a via insere-se sempre próximo das linha divisória de águas que afluem ao rio Ferreira, ribeira de Sentiais e rio Mézio. Estas linhas de água, não atravessadas pelo projecto, são afluentes da margem direita do rio Sousa. As formações geológicas presentes não originam lençóis de água muito produtivos, existindo porém nascentes nas proximidades que debitam água ao longo de todo o ano. Em termos ecológicos a área apresenta-se bastante pobre, não estando presentes espécies vegetais ou animais de elevado valor de conservação. De referir apenas, por ser um pouco raro na zona, a existência de um pequeno carvalhal em torno do km De acordo com os dados analisados, as águas superficiais apresentam, no geral, fraca qualidade, inclusivamente para o uso em rega, enquanto, relativamente às águas subterrâneas, é natural que muitas captações sejam afectadas por contaminação microbiológica, atendendo à falta de infraestruturas de drenagem e tratamento de esgotos domésticos na área. As populações locais obtêm a água de abastecimento, sobretudo através de poços particulares. Na envolvente existem três regadios tradicionais alimentados com águas provenientes de nascentes: regadio de Casas Novas, regadio do Rego da Gandra e regadio da Presa da Lama. Este último regadio é alimentado por uma presa (Presa da Lama), com nascente associada, que se localiza junto a um futuro ramo do Nó da EN 106 (Norte). 8
9 A qualidade do ar na área de estudo é considerada boa, uma vez que não existem emissões atmosféricas passíveis de a afectarem. Assim o tráfego rodoviário constitui, actualmente, a principal fonte de poluição atmosférica. No que se refere à caracterização do ambiente sonoro actual, verifica-se que a circulação rodoviária na actual Variante à EN 207 constitui a principal fonte de ruído ambiente nos locais próximos desta via. Em locais mais afastados da Variante, o ambiente é mais sossegado, prevalecendo o ruído da circulação em outras vias. De noite verifica-se uma quebra muito acentuada do tráfego rodoviário, sendo a principal fonte de ruído, a circulação rodoviária na Variante à EN 207. Nos concelhos de Paços de Ferreira, Lousada e Paredes a gestão dos lixos é da responsabilidade da Associação de Municípios do Vale do Sousa, estando a gestão a cargo da Valsousa. Esta empresa assegura a exploração e gestão do sistema de triagem, recolha selectiva, valorização e tratamento dos resíduos sólidos urbanos. Existem, nas proximidades, os aterros sanitários de Lustosa e da Serra da Louzeira. Numa perspectiva de Ordenamento do Território e conformidade com os instrumentos de gestão territorial, refira-se que o IC 25 encontra-se previsto nos Planos Directores Municipais de Paços de Ferreira e Lousada, com um traçado ligeiramente diferente do proposto. No entanto, à data de elaboração destes planos ainda não existia a Variante à EN 207, que agora será alvo de duplicação. Na revisão dos Planos directores municipais as diferenças existentes serão ajustadas. Estão presentes áreas de Reserva Ecológica Nacional (REN) entre o km a (áreas com risco de erosão), km a (áreas com risco de erosão) e km até ao final do projecto (áreas de máxima infiltração). O tipos de ocupação do solo mais frequentes na área são os povoamentos mistos de pinheiro e eucalipto, os matos e as áreas urbanas e industriais. As áreas agrícolas e o carvalhal, ocupam áreas reduzidas. Entre as áreas agrícolas é de referir a presença de uma vinha ao km 1+850, e de pequenas parcelas com sebes de vinhas e culturas regadas, junto do final do traçado, na área de Lavandeira. 9
10 As freguesias atravessadas pelo projecto, apresentam elevadas densidades populacionais (superiores a 400 habitantes por quilómetro quadrado). Os concelhos atravessados pelo projecto, Lousada, Paços de Ferreira e Paredes apresentaram elevado crescimento populacional entre 1991 e Os dois últimos concelhos encontram-se mesmo entre os que apresentam maior crescimento populacional a nível nacional. Nestes concelhos as taxas de actividade apresentam valores elevados, da ordem de 50%. Relativamente à distribuição do emprego por sectores de actividade económica, verifica-se que, nestes concelhos, o emprego na agricultura é residual (inferior a 3%). Ao emprego no comércio e serviços corresponde uma proporção da ordem de 30 a 38%, sendo claramente dominante o emprego em indústrias, com um peso superior a 60%. No que se refere ao Património cultural, identificam-se na envolvência do traçado nove elementos com valor patrimonial, destacando-se o Mosteiro de São Pedro de Ferreira, localizado a cerca de 540 m a norte do km Nos terrenos que serão directamente afectados pelo projecto não foi encontrado qualquer elemento de valor patrimonial. Quanto à Paisagem pode definir-se, na área, a diferenciação entre zonas agrícolas, zonas urbanas e zonas florestais. As primeiras zonas apresentam uma qualidade visual média a elevada, enquanto a qualidade visual das outras duas zonas é média /baixa. 6 - IMPACTES DO PROJECTO O principal objectivo de um Estudo de Impacte Ambiental é o de, a partir da análise dos previsíveis efeitos (impactes) no ambiente natural e social, causados pela concretização do empreendimento em estudo, fornecer informação pertinente aos decisores e às entidades, públicas e privadas, e cidadãos interessados ou potencialmente afectados. No presente caso há que atender à particularidade de que o projecto consiste, no essencial, na duplicação de uma via já existente, pelo que não se trata de uma intervenção de raiz no território. Apresenta-se, seguidamente, um resumo dos principais impactes identificados, tanto para a fase de construção da via como para a fase da sua plena exploração. 10
11 6.1 - IMPACTES DA FASE DE CONSTRUÇÃO Na fase de obra, os impactes mais imediatos relacionam-se com os inevitáveis trabalhos de desmatação e movimentação de terras. Estes trabalhos provocarão a destruição da cobertura vegetal, o que leva a um maior risco de erosão do solo e de arrastamento de sedimentos para as linhas de água e formação de poeiras e lamas. As actividades de construção implicarão um considerável movimento de veículos e máquinas pesadas, com potenciais consequências negativas para a segurança rodoviária e em termos de aumento de emissões poluentes e do ruído ambiente nas proximidades da obra. A qualidade do ar será temporariamente afectada, igualmente, pela operação de centrais de betão, de asfalto e de britagem, ainda que seja a um nível local. Serão efectuados aterros e escavações que alteram definitivamente o aspecto do relevo e modificam negativamente a paisagem. Nas escavações existe a possibilidade de encontrar águas subterrâneas, havendo necessidade de baixar o seu nível. Apesar de se aproveitarem nos aterros as terras provenientes das escavações, o projecto é deficitário em terras, havendo que obter materiais de empréstimo. O projecto implica a afectação de cerca de 5 ha de solos da Reserva Agrícola Nacional. Da mesma forma, o projecto implica a exclusão de cerca de 6 ha de áreas da Reserva Ecológica Nacional. Serão ocupadas, sobretudo áreas de pinheiro e eucalipto, seguindo-se áreas de matos e, com menor expressão, áreas agrícolas. A implantação da nova via implicará ainda situações de demolição de habitações, e de unidades industriais. No início do projecto, onde a duplicação da Variante à EN 207 se desenvolve do lado norte, verifica-se, entre o km e 0+100, uma aproximação a um grupo de edifícios de habitação com frente para a rua de Casas Novas. O impacte da fase de construção será principalmente ao nível do incómodo causado, já que as construções referidas e respectivos logradouros não serão afectadas. 11
12 Entre o km a 0+700, no lugar de Campas o projecto implica a afectação de um grupo de edifícios com três habitações associadas a telheiros com armazém de madeiras, oficina de móveis, arrecadação e parcelas exteriores. Cerca do km a 1+000, o projecto interfere com terrenos da Quinta das Campas, implicando a afectação de edifícios anexos (estábulo e palheiro). Entre o km e será afectada a serração de madeiras NéFrama que emprega 5 trabalhadores. Imediatamente a seguir, entre o km a será afectada parte da fábrica de móveis L.Moreira Dias, Lda. Contudo, cerca de metade do edifício principal da fábrica, bem como os edifícios de habitação anexos, serão preservados. Ao km será afectada uma habitação com terreno agrícola anexo. Ao km são afectados dois edifícios de habitação pertencentes à mesma família. Ao km a 2+030, no lugar de Alto de Gilde, são afectadas duas habitações e uma oficina de móveis. O edifício habitacional localizado entre as ruas do Alto de Gilde e de S. Roque, apesar de não ser afectado, será privado de parte do quintal. Ao km 3+530, na área de desenvolvimento do Nó da EN 106 Norte, será afectada uma oficina de mobiliário. Este Nó apresenta uma via que se desenvolve junto da Presa da Lama (que alimenta o regadio do mesmo nome) e nascente associada, prevendo-se a execução e um muro de suporte para evitar a afectação da referida Presa e uma passagem hidráulica que permita a conservação do canal de rega e o acesso de pessoas à represa. Trata-se de uma situação delicada em fase de obra, que terá que ser alvo de um cuidado acompanhamento ambiental. Entre o início do Nó da EN 106 Norte e o final do projecto é interferida uma ribeira afluente do rio Mézio, que é restabelecida por meio de passagens hidráulicas e canais de rectificação. Prevê-se também que continue a ser possível o desvio de águas desta ribeira para o regadio da Presa da lama, tal como sucede actualmente. 12
13 No lugar de Lavandeira, junto do caminho municipal existente, o projecto implica a afectação de dois edifícios de habitação, localizados do lado direito da via projectada e de ambos os lados do caminho municipal IMPACTES DA FASE DE EXPLORAÇÃO Impactes positivos Os principais impactes positivos esperados do projecto de duplicação relacionam-se com o facto de que a implementação deste projecto irá permitir a plena execução da auto estrada nº42, correspondente ao itinerário principal nº 25 (aproveitando em grande parte o corredor já intervencionado pela actual Variante à EN 207), contribuindo para o fecho da rede de auto-estradas prevista para esta região do país, de acordo com o previsto no Plano Rodoviário Nacional. Da conclusão deste Lanço de auto-estrada em estudo, bem como de toda a rede viária prevista na região, esperam-se grandes melhorias nos transportes de pessoas e mercadorias e, consequentemente, grandes benefícios para as actividades económicas, nomeadamente ao nível industrial e comercial. O projecto contribuirá para permitir deslocações mais rápidas e seguras, quer no interior da sub-região do Vale do Sousa, quer nas ligações desta sub-região à cidade do Porto e arredores e ainda para o centro e sul do país. A existência desta nova via permitirá separar o transito regional do transito local, com vantagens para ambos. É de esperar que se verifiquem melhorias na circulação rodoviárias nas estradas nacionais actualmente mais sobrecarregadas, destacando-se o caso da EN 207, principalmente no atravessamento de Paços de Ferreira e Freamunde. Como consequência é de supor maior segurança na circulação de veículos e peões, bem como uma melhoria de qualidade de vida nestas cidades (menos ruído, melhor qualidade do ar). O mesmo se verificará em outros aglomerados desenvolvidos ao longo de estradas nacionais. 13
14 O projecto permitirá também para a concretização de politicas de desenvolvimento local definidas pelos municípios interessados, como seja a melhoria das acessibilidades inter e intra-concelhias, o ordenamento do sector industrial (concentrando-o junto aos nós da futura auto-estrada) e a promoção do turismo estimulada pela melhoria das acessibilidades Impactes negativos No lugar de Lavandeira, na área localizada do lado esquerdo do aterro onde termina o projecto, ocorrerá tendência para o aumento de incidência de acumulação de ar frio e geadas, com efeitos negativos para as culturas agrícolas presentes e para a qualidade de vida da população residente. Em termos ecológicos destaca-se o efeito barreira provocado pela via, dado esta ser vedada. Este aspecto é minimizado pelas passagens hidráulicas previstas que funcionam como passagens para os pequenos animais. Não se verificam impactes em espécies de conservação prioritária. Em resultado da circulação do transito previsto da nova via, é de esperar acréscimos de poluição nas linhas de água, com expressão nas ribeiras mais pequenas, principalmente aquando das primeiras chuvas após o Verão. A emissão de gases dos automóveis não provocará poluição atmosférica sensível, dado que as concentrações de monóxido de carbono e de dióxido de azoto, em função do transito previsto, não atingem valores elevados. A circulação rodoviária irá provocar um aumento progressivo dos níveis de ruído na envolvente, verificando-se em alguns locais incomodidade durante o dia e noite, o que obriga ao recurso de medidas de protecção ao ruído, de modo a evitar estas situações. Em relação à paisagem, o efeito mais sensível verifica-se na área de desenvolvimento do Nó da EN 106 (Norte) e, no final do projecto, no aterro que se desenvolve junto ao lugar de Lavandeira. A ocorrência de grandes taludes de escavação e aterro representa uma importante e permanente alteração visual, cujo efeito negativo negativo será francamente atenuado pela implementação de um Projecto de Integração Paisagística. 14
15 7 - MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTES NEGATIVOS E DE VALORIZAÇÃO DOS IMPACTES POSITIVOS Grande parte dos potenciais impactes negativos identificados, ou pelo menos das suas dimensões mais gravosas, pode ser minimizada, através da adopção de adequadas medidas de minimização de impactes. No EIA são apresentadas essas medidas, umas de carácter geral para a obra e a exploração da via, outras específicas dos impactes em determinadas componentes ambientais. Entre as medidas apresentadas destacam-se as seguintes: - A instalação de estaleiros, oficinas, depósitos ou quaisquer outras estruturas de apoio à obra não poderá efectuar-se em solos afectos à Reserva Agrícola Nacional ou Reserva Ecológica Nacional, bem como em áreas habitadas, devendo ser salvaguardada uma distância mínima de 10 m das linhas de água e de nascentes. - A utilização de explosivos (que terá carácter pontual), para além do correcto cumprimento das normas de segurança, terá que ser feita apenas em período diurno, devendo ser antecedida de informação à população sobre horários e locais de explosão. - Terão que ser tomadas medidas contra a emissão de poeiras, por humedecimento do solo seco, durante a fase de construção. O transporte de materiais particulados ou susceptíveis de serem projectados para as vias de circulação deverá ser realizado com cobertura da carga com lona. - Deverá ser efectuado o revestimento vegetal dos taludes, com espécies vegetais adequadas; esse revestimento destina-se a reforçar a estabilidade dos taludes, evitar a sua erosão e promover um adequado enquadramento paisagístico da via. - Quanto ao ruído do transito na futura via, propõe-se a inclusão de barreiras sonoras em diversos locais. - O proprietários de habitações, fábricas e de terrenos afectados, terão que ser adequadamente indemnizadas. - Como medida geral de prevenção de eventuais impactes sobre o património cultural é proposto acompanhamento da obra por um arqueólogo. 15
16 8 - PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO E DE ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL Conforme se declara no regime de Avaliação de Impacte Ambiental (Decreto Lei n.º 69/2000), a monitorização ambiental é uma das actividades fundamentais para a pós-avaliação dos impactes de um empreendimento. Por monitorização entende-se, a realização de avaliações ambientais sobre determinados aspectos, tendo em vista a verificação, à posteriori, da eficácia das medidas de minimização previstas. O EIA propõe monitorização dos níveis de ruído durante as fases de construção e de exploração do empreendimento. A monitorização do ruído resultante de construção e exploração do projecto destina-se, por um lado, ao acompanhamento da evolução do ambiente sonoro nos locais com ocupação humana situados nas proximidades da via, e por outro lado, à confirmação das conclusões apresentadas na Avaliação de Impacte no ambiente sonoro e no projecto das medidas de minimização do ruído (barreiras sonoras), designadamente da adequação destas medidas e das datas previstas para a sua implementação. 16
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Capítulo II Definição do Projecto
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