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Transcrição:

123 INFESTAÇÃO DE Conotrachelus psidii MARSHALL (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM FRUTOS DE GOIABA, Psidium guajava L. (MYRTACEAE), EM MATO GROSSO DO SUL, BRASIL Vera Alves de Sá 1 ; Luciana Barboza Silva 2 RESUMO - O objetivo deste trabalho foi verificar os índices de infestação pelo Conotrachelus psidii em Psidium guajava. Oito coletas foram realizadas no período de dezembro 2009 a fevereiro 2010 em pomares domésticos sem aplicações de inseticidas, no município de Dourados, Mato Grosso Sul, Brasil. Os frutos foram levados ao laboratório de insetos frugívoros da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), onde foram contados, pesados, mantidos em camada única, na sustentação coberta com o engranzamento de 5 mm, em bandejas plásticas (55x45x35 cm), com uma faixa de água de aproximadamente 20 mm de profundidade para a retenção das larvas de último ínstar que abandonam os frutos para empupar. As larvas foram coletadas das bandejas duas vezes ao dia. O material foi mantido em laboratório sob temperatura ambiente e com fotofase de 12:12 (luz: Darck), luz da 6:00 am a 18 pm. Os frutos foram mantidos sob observação durante 40 dias. Foram calculados índice da infestação larva/kg de frutos e larvas/fruto. De, aproximadamente 1.743 frutas, que corresponde a 107,01 Kg, foram obtidos 185 larvas. Os índices de infestação foram de 1,73 larva/kg de fruto e de 0,11 larvas/fruto. Os índices da infestação de C. psidii nas goiabas foram relativamente baixos. Unitermos: Frugívoros; gorgulho-da-goiaba; horticultura. INFESTATION OF Conotrachelus psidii MARSHALL (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) IN GUAVA FRUITS, Psidium guajava L. (MYRTACEAE), IN MATO GROSSO DO SUL, BRAZIL ABSTRACT - The aim of the work is verify the indexes of infestation by Conotrachelus psidii in Psidium guajava. Eight collections were made in the period from December 2009 to February 2010 in domestic orchards without pesticides applications, in the municipality of Dourados-MS, Brazil. The fruits were taken to the Laboratório de Insetos Frugívoros, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), where they were counted, weighed, kept in only layer, on support covered with mesh of 5mm, in plastic trays (55x45x35cm), with a fillet of water approximately 20mm depth for the retention of the larvae of last instar that abandoned the fruits to pupation. Larvae were collected from the trays two times a day. The material was kept in the laboratory under ambient temperature and photophase of 12:12 hours (Light: Darck), light from 6:00am to 18pm. The fruits were kept under observation during 40 days. Were calculated the index of infestation larvae/kg of fruits and larvae/fruit. From 1.743 fruits and 107.01kg of weight were obtained 185 larvae. The indexes of infestation were 1.73 larvae/kg of fruit and 0.11 larvae/fruit. It was verified that the indices of infestation of C. psidii in the guava fruits were relatively low. Uniterms: Frugivory; guava weevil; horticulture. 1 Bióloga, Mestre em Entomologia e Conservação da Biodiversidade. veraalves_bio@yahoo.com.br 2 Bióloga, Professora Doutora em Entomologia. Universidade Federal do Piauí. lubarbosabio@hotmail.com

124 INTRODUÇÃO O gorgulho-da-goiaba (Conotrachelus psidii Marshall, 1922) é um dos insetos que exercem maior impacto negativo na produção e comercialização da goiaba nos países da Região Neotropical (Uchôa et al., 2002; Dolinski, Del Valle & Stuart, 2006). Devido ao fato de ocasionar podridão e amadurecimento precoce dos frutos, conferindo-lhe aspecto desagradável, fazendo com que o fruto não esteja apto para ser industrializado e/ou consumido in natura (Monroy & Insuasty, 2006). Possui aproximadamente 6 mm de largura, sua coloração é marrom escuro, seus élitros apresentam estrias longitudinais cobertas por setas finas e curtas de cor amarela e branca (Instituto Colombiano Agropecuario, 2002). A larva de C. psidii caracteriza-se por ser ápoda e de cor amarela; seu tamanho varia de 1,2 a 1,5 milímetros, na primeira semana de idade e entre 1,0 a 1,2 cm, na sexta semana. Desenvolve quatro ínstares lavais no interior das frutas e se alimentam da semente e da polpa (Martinez & Cásares, 1980). O período de desenvolvimento da larva no interior do fruto dura entre 6 a 8 semanas, dependendo das condições climáticas e do estado de maturação da fruta no momento da oviposição (Burbano et al., 2006). Uma vez que a larva completa seu desenvolvimento, abandona o fruto por meio de uma perfuração e cai no solo, como mecanismo de defesa natural, permanece completamente imóvel confundindo-se com a estrutura das folhas e das flores das árvores. Ficam enterradas a uma profundidade de 5 a 15 cm da superfície, permanecem em estado latente durante dois a três meses, até a emergência do adulto, que ocorre no verão (novembro março), em algumas áreas os adultos podem ser encontrados durante todo o ano (Burbano et al., 2006; Barbosa et al., 2001; Dolinski, Del Valle & Stuart, 2006). Devido a estas características bióticas do inseto, o controle do gorgulho da goiaba (C. psidii), com inseticidas é muitas vezes ineficiente. A goiabeira (Psidium guajava L. 1753) é uma frutífera nativa das Américas, seus frutos são muito apreciados tanto in natura quanto industrializados (sucos, geléias, doces, molhos para massas, sorvetes). Apresenta ótimas condições para exploração em escala comercial, devido aos seus frutos atingirem excelentes preços no mercado (Cañizares et al., 2003). Ocupando lugar expressivo no contexto da fruticultura brasileira, com produção anual de aproximadamente 329 mil toneladas (IBRAF, 2007). É cultivada em vários países tropicais e subtropicais (Pio et al., 2002). Apresenta de 4 a 10 vezes mais vitamina C do que a laranja perdendo apenas para a acerola, o mais alto teor de fibras e elevados teores de licopeno, vitamina A, B2, B6, E e fósforo (Agrianual, 2004). A cultura da goiaba exerce um importante papel social, principalmente nas regiões carentes de fontes alimentares (Gonzaga Neto & Soares, 1994). Apresenta, além disso, a função de geradora de empregos, tanto no meio rural como industrial, e por manter a mão-de-obra empregada por períodos prolongados (Gonzaga Neto, 2001). Porém, na comercialização da fruta, exigem-se bom aspecto, tamanho proporcionalmente grande e sem defeitos na aparência, característica que exerce uma grande atração no consumidor (Pio et al., 2002). Considerando a fase larval como sendo de grande prejuízo na produção de frutas destinadas a comercialização, este trabalho objetivou verificar qual o índice de infestação de larvas de C. psidii em Psidium guajava L. em pomares localizados no município de Dourados-MS. MATERIAL E MÉTODOS Foram realizadas oito coletas no período de dezembro de 2009 a fevereiro 2010, período do ano que as larvas de C. psidii podem ser observadas nos frutos de P. guajava (Martinez & Cásares, 1982), em pomares da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da Empresa de Saneamento do Estado de Mato Grosso do Sul (SANESUL) e da estação de tratamento de água do Complexo Rio Dourado, também pertencente à SANESUL, no município de Dourados-MS, estes pomares não receberam nenhuma aplicação de agrotóxicos. Os frutos foram levados ao laboratório de insetos frugívoros da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), foram contados, pesados (Figura 1), mantidos em camada única, sobre

125 suporte telado com malha de 5 mm, em bandejas de plástico (55x45x35 cm de profundidade), com uma lâmina de água de cerca de 20 mm (Figura 2) para a retenção das larvas de último ínstar (Figura 3) que abandonavam os frutos, sendo retiradas duas vezes ao dia. O material foi mantido em laboratório sob temperatura ambiente e com fotofase de 12 horas (6:00 às 18h), controladas por um timer e acompanhados por 40 dias (Uchôa-Fernandes & Zucchi, 1999). Figura 1 Frutos de Psidium guajava sendo pesados em laboratório. Figura 2 - Frutos de Psidium guajava mantidos em telhado com malha, em bandejas de plástico, com uma lâmina de água para a retenção das larvas de último ínstar de Conotrachelus psidii. Figura 3 Larva de último ínstar de Conotrachelus psidii.

126 Calcularam-se os índices de infestação de larvas/kg de fruto e de larvas/número de frutos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 1743 frutos coletados, correspondente a 107,01 Kg obteve-se uma infestação de 185 larvas de C. psidii, significando um índice de infestação de 1,73 larvas/kg de fruto e de 0,11 larvas/número de frutos. Em estudos realizados em pomares de monocultivo de goiaba de mesa Psidium guajava na Venezuela a infestação de C. psidii variou entre 60% a 100% (Martinez & Casares, 1980). Já na região do Planalto Serrano Catarinense e Capões (Brasil) a incidência de frutos danificados pelo gorgulho em pomar de goiabeira Serrana (Acca sellowiana) de monocultivo foi de 98% e nos capões apresentou uma média de 50%, de frutos danificados pelo Conotrachelus sp. (Luckmann et al., 2009). Observa-se que nos pomares estudados o valor encontrado de 17,3% de larvas/kg de frutos e 11% de larvas/número de frutos foi relativamente ínfimo quando comparados com outras áreas estudadas, demonstrando que as plantas de P. guajava, onde foram coletados os frutos de goiaba não apresentam infestação por C. psidii, que possa ser considerada de dano econômico. Talvez, o número reduzido de larvas de C. psidii possa ter ocorrido pelo fato das goiabeiras se encontrarem em menor quantidade de plantas do que em pomares comerciais, fazendo com que a quantidade de recurso seja menor, levando a uma menor quantidade de indivíduos de C. psidii. O procedimento de coleta utilizado mostrou-se eficiente para verificar qual o nível de infestação dos pomares de goiabeiras estudados, visto que esta metodologia pode ser empregada em programas de manejo integrado para C. psidii, onde é necessário determinar os índices de tomada de decisão de controle, sendo que o índice básico para a tomada de decisão é o de nível econômico, que corresponde à densidade populacional da praga, na qual o custo de controle se iguala ao prejuízo causado pelo inseto (Higley & Pedigo, 1997), sendo que este nível ainda não foi estabelecido para os indivíduos de C. psidii. CONCLUSÕES A partir dos estudos realizados, verifica-se que: A metodologia pode ser empregada em programas de manejo integrado para o controle de C. psidii; Os frutos de goiaba coletados não apresentam infestação por C. psidii, que possa ser considerada de dano econômico. AGRADECIMENTOS. Ao CNPq (Edital MCT/CNPq nº 70/2008, processo 132946/2009-2) pela concessão da bolsa de mestrado a 1ª autora; ao Sr. Odilon Dutra da Silva, pelo auxílio nas coletas dos frutos. REFERÊNCIAS Agrianual. (2004). Anuário Agrícola Brasileiro. FNP Consultoria & Comércio. São Paulo. 496p. Barbosa, F. R.; Nascimento, A. S.; Oliveira, J. V.; Alencar, J. A.; Haji, F. N. P. (2001). Pragas, pp.29-52. In: Barbosa, F. R. (Ed.). Goiaba: fitossanidade. Série frutas do Brasil, 18. EMBRAPA, Petrolina. 63p. Burbano, O. I.; Fonseca, A. D.; Monroy, R.; Diaz, J. B. (2006). Manejo integrado del Picudo de la guayaba (Conotrachelus psidii (Marshall)). pp. 21-28. In: Manejo Fitosanitario del cultivo de la Guayaba (Psidium guajava L.) en Santander. Instituto Colombiano Agropecuario: Colombia, 40p.

127 Cañizares, A.; Laverde, D.; Puesme, R. (2003). Crecimiento y desarrolo del fruto de guayaba (Psidium guajava L.) en Santa Bárbara, Estado Monagas, Venezuela. Revista Cientifica UDO Agrícola. Matunín, 3: 34-38. Dolinski, C.; Del Valle, E., Stuart, R. J. (2006). Virulence of entomopathogenic nematodes to larvae of the guava weevil, Conotrachelus psidii (Coleoptera: Curculionidae), in laboratory and greenhouse experiments. Biological Control, 38: 422 427. Gonzaga Neto. L. (Ed.). (2001). Goiaba: Produção aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica: Petrolina: Embrapa Semi-Árido. 72p. Gonzaga Neto L., Soares J. M. (1994) Goiaba para exportação: aspectos técnicos de produção. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e Reforma Agrária. Secretaria de Desenvolvimento Rural, Programa de Apoio a Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Ornamentais. Brasília: EMBRAPA-SPI. 49p. Higley, L. G., Pedigo, L. P. (1997). The eil concept. In: Higley, L. G. & Pedigo, L. P. Economic thresholds for integrated pest management. Lincoln & London, University of NebrasKa Press. 328p. IBRAF. (2007). Produção Brasileira de Frutas - http://www.ibraf.org.br/estatisticas/producaobrasileiradefrutas2007.pdf. Acessado em: 14/03/2011. Instituto Colombiano Agropecuario. (2002). El picudo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera: curculionidae). Hoja divulgativa. n.2, Bucaramanga Santander, 1 p. Luckmann, A. B.; Rosa, J. M., Boff, P. (2009). Danos e Dispersão do Gorgulho Conotrachelus sp. em Goiabeira Serrana (Acca sellowiana) sob monocultivo e ecossistemas capões. Rev. Bras. de Agroecologia, 4: 2. Martinez, N. B.; Cásares, R. M. (1980). El gorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera: Curculionidae). evaluacion de daños. Agronomía Tropical, 30(1-6): 77-83. Martinez, N. B.; M, R. Cásares. (1982). Distribucion en el tiempo de las fases del gorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera: Curculionidae) en el campo. Agronomía Tropical, 31(1-6): 123-130. Monroy, R. A.; Insuasty, O. I. (2006). Biología del Picudo de la guayaba Conotrachelus psidii (Marshall) (Coleoptera: Curculionidae). Revista Corpoica: Ciencia y Tecnología Agropecuaria, 7(2): 73-79. Pio, R.; Vale, M. R.; Junqueira, K. P., Ramos, J. D. (2002). A cultura da goiabeira. 95. ed. Lavras: Editora UFLA, 32 p. Uchôa-Fernandes, M. A.; Oliveira, I.; Molina, R. M. S.; Zucchi, R. A. (2002). Species diversity of frugivorous flies (Diptera: Tephritoidea) from hosts in the cerrado of the state of Mato Grosso do Sul, Brazil. Neotropical Entomology, 31: 515-524.

128 Uchôa-Fernandes, M. A., Zucchi, R. A. (1999). Metodología de colecta de Tephritidae y Lonchaeidae frugívoros (Diptera: Tephritoidea) y sus parasitoides (Hymenoptera). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, 28: 601-610.