OFERECIMENTO BOLETIM NÚMERO DO DIA 51% Do faturamento dos 20 maiores times do Brasil teve como origem a televisão em 2016; valor chega a R$ 2,7 bilhões com os novos contratos. EDIÇÃO 747 QUARTA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2017 Botafogo se junta a rivais e fica sem dinheiro de parceiro POR DUDA LOPES O Botafogo não é mais patrocinado pelo Ordenext. A empresa havia anunciado a parceria com o clube carioca no início deste ano, para ter a marca na barra da camisa da equipe. No entanto, o time ficou sem receber e não expõe mais o logotipo da companhia no uniforme. Os dirigentes do Rio de Janeiro já buscam um novo parceiro. Oficialmente, o Botafogo não se pronunciou sobre o caso. Segundo informações do site Globoesporte.com, o clube não chegou a receber nenhum valor pelo tempo que a marca esteve no uniforme. Os botafoguenses, agora, estudam ir à Justiça para conseguir um reparo ao dano financeiro da parceria. A empresa, por outro lado, resolveu se manifestar por meio de uma nota oficial. No texto, a Ordenext, especiali- Ordenext não patrocina mais o Botafogo; time ficou sem receber pela exposição dada à marca no início deste ano. Companhia se junta a casos recentes do futebol brasileiro, como Klar e Apollo, no Corinthians, e Rock & Ribs, no São Paulo. 1
zada na conexão entre empresas e profissionais autônomos por meio de uma ferramenta online, alega que a marca saiu do uniforme do Botafogo a pedido da própria companhia. Ainda que não negue a falta de pagamento, ela se defendeu com a alegação de crise econômica vivida pelo Brasil. CAP FAZ AÇÃO POR NOVOS SÓCIOS O Atlético-PR lançou o Desafio Radical do Furacão, ação com a qual pretende aumentar sua base de sóciostorcedores. Na campanha, associados desafiam os amigos a entrarem no programa do clube e participarem de uma tirolesa na Arena da Baixada. A campanha também irá levar dois atleticanos para voar com o elenco rumo ao Chile para assistir ao jogo contra a Universidad Católica no dia 17 de maio. B O T A F O G O LANÇA CAMISA Queremos deixar claro que não estamos enganando ninguém, pelo contrário, estamos sendo sinceros. Hoje mais de 40% dos Brasileiros tem problemas com pagamento, isso significa que são caloteiros?, argumentou a comunicação da Ordenext. E a empresa foi além: o respeito é importante, pois ofensas podem ser tratadas como difamação, pois o não pagamento de algo não se caracteriza calote ou picaretagem. Ao menos em uma questão, a empresa tem razão: ela não é a única com problemas de pagamento. Nos últimos anos, não foram incomuns os casos de empresas que não arcaram com os valores de patrocínio. Em comum, eles envolvem marcas pouco conhecidas do público geral. O Corinthians, por exemplo, viveu essa situação duas vezes recentemente. Primeiro com a Klar, uma suposta marca de produtos de limpeza que nunca saiu do papel, e com um patrocínio que jamais foi pago. Depois, um fundo de investimento chamado Apollo Sports que assinou um acordo de três anos, mas pagou apenas dois meses. No São Paulo, o problema aconteceu com a rede de alimentação Rock & Ribs. A empresa havia fechado um patrocínio para o calção do clube, além de abrir uma unidade no Morumbi. Mas a loja jamais foi aberta no estádio do clube, e os valores acordados também não foram pagos. O Botafogo e a Topper irão lançar a nova camisa do clube, que será utilizada durante a disputa do Brasileirão, neste sábado (dia 6), com ação das 15h às 21h. O evento será no estádio Nilton Santos, com diversas atrações: música ao vivo, food trucks, diversão para crianças, apresentação do time de cheerleaders e desfile dos principais atletas do elenco com a nova vestimenta. Serão montadas passarelas no estádio. TWITTER EXIBE JOGOS DE WNBA Após perder os jogos de quintafeira da NFL para a Amazon, o Twitter segue somando atrações esportivas em seu serviço de streaming. A rede social irá transmitir semanalmente um jogo da WNBA até 2019 através de sua plataforma Amplify. Além da liga feminina de basquete, o Twitter também irá ampliar o acordo com a MLB: a rede social também terá um programa sobre beisebol. 2
OPINIÃO Não pagar patrocínio ao clube é calote? Duas características aparecem no rol de patrocinadores que entraram nos gramados nos últimos anos. A predominância de empresas pouco conhecidas. E relações pouco profissionais. O primeiro item não desabona os clubes. Multinacionais têm deixado o futebol, que busca parceiros menores para manter o caixa em dia. Alguns deles aproveitaram bem a parceria. Foi o caso da Special Dog com o Corinthians. De marca de ração quase desconhecida, a empresa aproveitou o futebol para projetar sua marca e aumentar o faturamento. Caso mais recorrente tem sido o dos caloteiros. Esses pululam nas camisas. O próprio Corinthians colecionou parceiros assim, como a Klar, marca de limpeza nunca lançada, e a Apollo Sports, que saiu em tempo recorde. O caso mais folclórico veio com a Ordenext.com, patrocinadora do Botafogo. A empresa se beneficiou até internacionalmente com a boa campanha do clube na Libertadores. Mas, desde que foi anunciada, em fevereiro, não pagou nenhum mês. A nota, divulgada pela empresa, rasga qualquer manual de gestão de crise. Afora um erro de português logo na primeira frase ( feita a mais de 15 POR ADALBERTO LEISTER FILHO diretor de conteúdo da Máquina do Esporte dias ), a marca volta cometer crimes à última flor do Lácio ao justificar a falta de pagamento: Hoje mais de 40% dos Brasileiros tem problemas com pagamento, isso significa que são caloteiros? De pronto, Ronnie Von responderia: Significa. Empresas e clubes devem ter muito claros os objetivos do patrocínio ao assinar um contrato. O time garante visibilidade à marca, cujo investimento não terá sentido se não gerar novos negócios. Falta profissionalismo quando isso não ocorre. La Liga planeja escritório em São Paulo para crescer no Brasil POR REDAÇÃO A Liga Espanhola de Futebol tem um plano de extensão global para ser iniciado neste ano. E a estratégia de crescimento passa diretamente pela América Latina com a abertura de diversos escritórios na região, inclusive no Brasil, precisamente em São Paulo. Vamos abrir escritório em diversos lugares da América Latina, como Colômbia, Buenos Aires, Santiago, São Paulo ou Lima, com representantes fixos da La Liga para estarmos mais próximos das emissoras de televisão, dos meios de comunicação, dos influenciadores e das ligas locais. Porque queremos estar mais próximos dos nossos torcedores, afirmou o presidente da liga espanhola, Javier Tebas, em entrevista ao Sports LaTam. O plano da La Liga é abranger, nesse começo de projeto, 40 países em diferentes regiões do mundo. Além da América Latina, o presidente da entidade citou países como Irã, Etiópia, Alemanha e Suécia. O objetivo principal é manter um canal direto com as emissoras que têm direito de transmissão do Campeonato Espanhol, para que o produto seja tratado da melhor maneira possível pelos parceiros da entidade. Outro plano da La Liga é usar a parceria com a Microsoft para mapear torcedores. Basicamente, a ideia é analisar o comportamento de torcedores nos meios digitais. Segundo Javier Tebas, a estratégia digital será chave nos próximos anos para a liga espanhola. 4
Especial MLS: futebol cresce nos EUA, mais ainda é coadjuvante O futebol ainda está longe de ser grande nos Estados Unidos. Apesar de o soccer estar mais conhecido e apreciado, com mais audiência e mais praticantes, ele ainda é um esporte de nicho no país. E por mais que os números estejam melhores, o americano ainda demonstra, em geral, preferência por outras modalidades. Futebol americano, baseball, basquete e hóquei são considerados os quatro principais esportes do país. Hoje, a Major League Soccer (MLS) se esforça para consolidar o futebol como a quinta força dos Estados Unidos. No entanto, o caminho ainda é longo, e algumas histórias recentes reforçam isso. No dia 24 de março de 2017, por exemplo, o time masculino de futebol dos Estados Unidos jogava contra Honduras, um jogo crítico para a seleção americana, para classificação à Copa do Mundo na Rússia. Enquanto cerca de 18 mil pessoas estiveram no estádio para ver a goleada da equipe local, a partida foi transmitida apenas por canal pago. Na mesma hora, as oitavas de final do basquete universitário aconteciam. Dois dos jogos foram transmitidos pela televisão aberta e todos os demais em canais pagos. Em muitos bares, o convite era para assistir o basquete universitário e nenhuma tela exibia o futebol. Uma realidade difícil de imaginar em países onde o futebol é realmente popular. Há algumas semanas, uma situação interessante ficou por conta do apresentador de um dos telejornais da região da Bay Area, onde ficam as cidades de San Francisco, Oakland e San Jose, que possuem sete times profissionais - San Francisco 49ers e Oakland Raiders na NFL, San Francisco Giants e Oakland A s no baseball, Golden State POR FABRÍCIO MIGUES Warriors na NBA, San Jose Sharks no hóquei e San Jose Earthquakes na Major League Soccer. Ele anunciou que naquele dia histórico todos os times da Bay Area, menos 49ers e Raiders, entraram em campo. Todas as equipes receberam reportagens do mesmo tamanho. Exceto o futebol, que foi completamente ignorado. Outras histórias curiosas ocorreram durante a Copa América Centenário, organizada nos Estados Unidos no ano passado. Apesar de ser transmitida apenas por um canal pago, o evento até atraiu grande público para os estádios. O interesse, no entanto, ficou mais com os latinos. A organização buscava voluntários que falassem espanhol sem a necessidade de falar inglês, principalmente para a sala de imprensa. A maioria dos jornalistas que cobriram as partidas nas quais os Estados Unidos jogavam eram da América Latina. Já a semifinal entre Estados Unidos e Argentina foi o 49º evento esportivo mais assistido na televisão em 2016 em solo norteamericano. Porém, nos bares onde o jogo estava sendo transmitido, havia muito mais camisas da Argentina. Onde o futebol não estava sendo exibido, a preferência foi para o baseball, mesmo com a temporada regular ainda no meio. E muitos torcedores americanos deram preferência ao baseball. 5