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ANEXO COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

Transcrição:

28-10-2015 Módulo IV Maria João Palma 0. Dos 6 fundadores até aos atuais 28 Estados-membros As fases de integração da 1957 Criação 1972 CEE a 9 1981 CEE a 10 1986 CEE a 12 1990 Reunificação alemã 1995 CE a 15 2003 CE a 25 2007 UE a 27 2013 UE a 28 1

Critérios de Copenhaga Critérios que os países candidatos devem preencher para puder aderir: Critérios políticos Critérios económicos Capacidade para adoção do acervo comunitário Estabilidade das instituições que garantem a democracia, o Estado de Direito, direitos humanos, o respeito e a proteção das minorias. A existência de uma economia de mercado viável e a capacidade de lidar com a pressão competitiva e as forças de mercado dentro da. Capacidade do candidato para assumir as obrigações de um Estado-membro, incluindo a adesão aos objetivos da união política, união económica e monetária. Os alargamentos Os seis fundadores: República Federal da Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda e Luxemburgo; 1º alargamento (1972): Reino Unido, Dinamarca e Irlanda; 2º alargamento (1981): Grécia; 3º alargamento (1986): Portugal e Espanha; 4º alargamento (1995): Áustria, Suécia e Finlândia; 5º alargamento (2003): Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Chipre e Malta; 6º alargamento (2007): Bulgária e Roménia; 7º alargamento (2013): Croácia. 2

1. A visão institucional Com o Tratado de Lisboa desapareceu o termo Comunidade - a UE substitui-se e sucede à CE art. 1º do TUE. A UE como sujeito internacional de direito Organização Internacional com capacidade para contrair direitos e obrigações na esfera internacional (ex. celebrar Tratados e estar em litígio). A personalidade jurídica da UE Art. 47º do TUE. O princípio da especialidade ou competência por atribuição art. 5º, 1 do TUE a UE não tem uma competência genérica mas apenas os poderes que lhe tiverem sido delegados pelos EM - nos Tratados institutivos ou a cada revisão dos Tratados. Os EM como Les Maîtres des Traítes - a delegação de poderes de sentido ascendente ausência do fenómeno de renacionalização de competências. 1.1. Função e importância das bases jurídicas atribuição de competência à UE para atuar (ex. art. 207º do TFUE como base jurídica da política comercial comum); identificação do tipo de competência: exclusiva ou partilhada; eleição do tipo de procedimento a seguir (processo especial, legislativo ordinário ou outro); determinação da regra de votação por parte do Conselho (maioria simples, qualificada ou unanimidade); necessidade de obtenção de um parecer, vinculativo ou não (PE, Comité das Regiões ou Comité Económico e Social. Atos sem base jurídica vício de incompetência absoluta (ultra vires) impugnação junto do TJUE art. 263º do TFUE. 3

Distinção das bases jurídicas das normas que apenas preveem objetivos, ex. artº 3º do TUE normas meramente programáticas. O Primado ausência de artigo específico que o consagre (o que sucedia com o Tratado Constitucional). Porém - Força vinculativa decorrente da jurisprudência do TJUE (Acórdão Costa c. Enel de 1964) consequência: a inaplicabilidade do direito nacional contrário ao direito da UE. Atualmente não existe um artigo que o preveja especificamente porém vide Declaração nº 17 anexa ao Tratado que o consagra remetendo para a jurisprudência do TJUE. A vaexata questio do primado supraconstitucional a delegação de poderes dos EM como medida do primado. 1.1.1. A emergência das Comunidades Europeias O contexto histórico a necessidade de colocar sob a égide de uma entidade supranacional os dois maiores rivais das duas guerras mundiais (França e Alemanha) por forma a impedi-los de gerir de modo autónomo os materiais bélicos da altura (carvão e aço). Visão Federal versus visão neo-funcional na impossibilidade de se avançar para uma entidade federal (fracasso da CED, 1954), opção por uma política de pequenos passos assente na integração de um sector económico, carvão e aço, na expectativa que se verificasse o seu alastramento para outros sectores económicos/políticos - método de spill over. 4

O surgimento das três Comunidades: CECA (Tratado de Paris, 1951); CEE (Tratado de Roma, 1957) e Euratom (Tratado de Roma, 1957). Vigência limitada de 50 anos do TCECA já caducado. Euratom (energia nuclear) ainda subsiste. 1951 1952 Paris 1957 1958 Roma Cronologia dos Tratados 1986 1987 AUE EURATOM (Energia Atómica) 1992 1993 Maastricht Comunidade Económica do Carvão e do Aço (1952-2002) Legenda: Comunidade Económica Europeia (CEE) Data de assinatura Data de entrada em vigor Nome do Tratado 1997 1999 Amesterdão 2001 2003 Nice Os 3 pilares da : - Comunidade Europeia (CE) - Política Externa e de Segurança Comum - Cooperação policial e judiciária em matéria penal 2007 2009 Lisboa União Europeia (UE) A Natureza jurídica da UE traços federais versus traços intergovernamentais A UE como uma OI de integração contraposta a uma clássica OI de mera cooperação (onde primam as deliberações de acordo com a regra da unanimidade). Onde são visíveis traços federais A moeda única; As políticas exclusivas; Os poderes sancionatórios do TJUE face aos EM; O predomínio das decisões adoptadas por maioria qualificada. Mas onde subsistem traços intergovernamentais A revisão dos Tratados depende de aprovação unânime dos Estados- Membros; O PE não tem pleno poder legislativo. 5

1.1.2. A diferenciação progressiva da Comunidade Económica Europeia: de Roma (1957) a Lisboa (2009) As 5 grandes revisões e suas implicações Ato Único Europeu (1987) Lançamento do projeto do Mercado Interno (finalização até 1992); Introdução do processo decisório de cooperação (início do combate ao défice democrático até então, fracos poderes legislativos do PE, pese embora se trate da única instituição eleita por sufrágio direto e universal desde 1979). Maastricht (1993) Estruturação da UE em 3 pilares (pilar comunitário, assente nas 3 comunidades (CE, CECA e Euratom); PESC e CJAI); Introdução do projeto UEM (Euro) com definição dos critérios para aí aceder (critérios de convergência nominal); Consagração do princípio de subsidiariedade; Introdução do processo decisório de codecisão (PE coautor do ato); Consagração da cidadania europeia. Amesterdão (1999) Introdução da cooperação reforçada; Início do fenómeno de comunitarização (esvaziamento do pilar CJAI, com a saída das matérias da droga, asilo e imigração para o primeiro pilar); Extinção do procedimento de cooperação (com exceção para a UEM). Nice (2003) Primeiro referendo negativo da Irlanda, seguido de novo referendo positivo; Introdução do critério demográfico nas regras de votação do Conselho (art. 205º, nº 4 do TCE) faculdade dada a qualquer EM de exigir a verificação de 62% da população para a aprovação final do ato. 6

Lisboa (2007) Reprodução do Tratado Constitucional que não entrou em vigor em virtude dos referendos negativos da França e da Holanda, em 2005. O Tratado de Lisboa seria assinado em Dezembro de 2007, seguindo-se 2 anos de ratificações pela via parlamentar (só a Irlanda procederia a referendo popular em virtude de imposição constitucional). Este Tratado constitui um caso único de aproveitamento de um projeto anteriormente rejeitado com meras diferenças de pormenor: o termo Constituição é retirado; são removidas as referências aos símbolos da UE: hino (ode da alegria, nona sinfonia de Beethoven), bandeira (12 estrelas douradas em fundo azul), lema ( Unida na Diversidade ), euro, Dia da Europa (9 de Maio) - muito embora tenham sido retirados do texto do Tratado, um conjunto de 16 EM, onde se inclui Portugal, anexou uma Declaração (nº 52) considerando-se vinculados pelos mesmos. 1.1.3. As instituições contemporâneas As instituições enumeradas pelo Tratado passam de 5 a 7, com o Tratado de Lisboa (art. 13º, nº 1 do TUE), sendo que cada Instituição atua dentro dos limites das atribuições que lhe são conferidas pelos Tratados - princípio do equilíbrio interinstitucional (art. 13º, nº 2 do TUE). Antes do Tratado de Lisboa Parlamento Europeu; Conselho Europeu; Conselho (da ); Comissão Europeia; Tribunal de Justiça da União Europeia. Depois do Tratado de Lisboa Parlamento Europeu; Conselho Europeu; Conselho (da ); Comissão Europeia Tribunal de Justiça da União Europeia; Banco Central Europeu; Tribunal de Contas. 7

CONSELHO EUROPEU Artigo 15.º do TUE Composição ao mais alto nível, chefes de Estado (FR) e de governo; Função: dá os impulsos políticos à UE não tem poder legislativo, representa os interesses dos EM. Antes do T. de Lisboa a Presidência era semestral, por país, rotativa pelos sucessivos EM. Com o T. de Lisboa, o Presidente do Conselho Europeu é eleito por maioria qualificada do Conselho por um mandato de 2,5 anos, renovável uma vez. Sede: Bruxelas, Bélgica Presidente Donald Tusk Polónia CONSELHO (DA UNIÃO EUROPEIA) Artigo 16.º do TUE Para assuntos gerais ou por assuntos específicos, como por exemplo o ECOFIN todos os MF); PRESIDÊNCIA ANTERIOR Letónia Continuam as presidências semestrais por país; Novas regras de votação 3 fases Protocolo anexo ao Tratado sobre as Disposições Transitórias: Até 31 de Outubro de 2014 (Nice) votos ponderados; PRESIDÊNCIA ATUAL Luxemburgo A partir de 1 de Novembro de 2014 e até 31 de Março de 2017 (Nice ou Lisboa em regra Lisboa, mas um EM pode pedir que se delibere de acordo com Nice); A partir de 1 de Abril de 2017 Lisboa desaparecem os votos ponderados. PRESIDÊNCIA SEGUINTE Países Baixos 8

CONSELHO (DA UNIÃO EUROPEIA) Artigo 16.º do TUE A REGRA: PRESIDÊNCIA ANTERIOR Letónia A partir de 1 de Novembro de 2014, a maioria qualificada corresponde a, pelo menos, 55% dos membros do Conselho, num mínimo de quinze, devendo estes representar Estados-membros que reúnam, no mínimo, 65% da população da União. PRESIDÊNCIA ATUAL Luxemburgo A minoria de bloqueio deve ser composta por, pelo menos, quatro membros do Conselho. PRESIDÊNCIA SEGUINTE Países Baixos CONSELHO (DA UNIÃO EUROPEIA) Artigo 238.º do TFUE A EXCEÇÃO: Nos casos em que nos termos dos Tratados, nem todos os membros do Conselho participem na votação, a maioria qualificada é definida do seguinte modo: A maioria qualificada corresponde a, pelo menos, 55% dos membros do Conselho, devendo estes representar Estadosmembros participantes que reúnam, no mínimo, 65% da população desses Estados. A minoria de bloqueio deve ser composta por, pelo menos, o número mínimo de membros do Conselho que represente mais de 35% da população dos Estados-membros participantes, mais um membro. PRESIDÊNCIA ANTERIOR Letónia PRESIDÊNCIA ATUAL Luxemburgo PRESIDÊNCIA SEGUINTE Países Baixos 9

28-10-2015 CONSELHO (DA UNIÃO EUROPEIA) Artigo 238.º do TFUE Casos em que nem todos os membros participam nas PRESIDÊNCIA ANTERIOR Letónia decisões a tomar, ex: Cooperação reforçada e do Euro. Note-se que, quer no caso regra, quer na exceção: Se Conselho deliberar sem proposta da Comissão ou do PRESIDÊNCIA ATUAL Luxemburgo Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros exige-se: 72% dos membros e 65% da população. PRESIDÊNCIA SEGUINTE Países Baixos COMISSÃO EUROEPIA Artigo 17.º do TUE Representa os interesses da UE; 1 comissário por EM; Sede: Bruxelas, Bélgica 28 Comissários até 2014, após esta data redução para 2/3 do número de EM, a menos que o Conselho decida por unanimidade de outra forma. Em Maio de 2014 os dirigentes decidiram manter o modelo atual. Presidente eleito pelo PE. Presidente Jean-Claude Juncker Luxemburgo 10

28-10-2015 COMISSÃO EUROPEIA Artigo 17.º do TUE Novas regras sobre Comitologia (comités da Comissão onde estão representantes dos EM) é revogada a Decisão 1999/486 que previa 4 tipos de comités: consultivo, regulamentação com gestão, controle regulamentação (inserido Sede: Bruxelas, Bélgica e com a alteração de 2006) através do Regulamento do PE e do Conselho nº 182/2011 que prevê apenas dois tipos de comités: consultivo e de exame (este indicado, à partida, para pescas, agricultura e política comercial comum) parecer não vinculativo dos comités consultivos e parecer vinculativo no caso dos comités de exame (concedem maior peso à posição dos EM). Presidente Jean-Claude Juncker Luxemburgo PARLAMENTO EUROPEU Artigo 14.º do TUE Representa os interesses dos povos; Sede: Estrasburgo, França Eleito por sufrágio direto e universal desde 1979; Elege, de entre os seus membros, o seu Presidente; Participa como co-autor do ato legislativo (também Bruxelas, Bélgica) no processo legislativo ordinário (anterior co-decisão) Tendência recente para aumento das bases jurídicas que elegem este procedimento como o procedimento a seguir para adoção de atos legislativos; Significativos poderes orçamentais; Próximas eleições em 2019; Presidente Martin Schulz Alemanha 11

Processo decisório Versão originária dos Tratados Ato Único Europeu Tratado de Maastricht Tratado de Amesterdão Processo comum diálogo entre Comissão e Conselho última palavra pertence ao Conselho que pode alterar a proposta da Comissão por unanimidade - eventual consulta ao PE, no caso de a base jurídica assim o estipular. Introduz o processo de cooperação triângulo interinstitucional - necessária intervenção do PE mas a última palavra continua a pertencer ao Conselho. Introduz o processo de codecisão (combate ao défice democrático ) Conselho e PE coautores do ato. Suprime o procedimento de cooperação (com exceção da UME capítulo que não sofreu alterações). Processo decisório Tratado de Lisboa O processo comum passa a designar-se processo especial (art. 289º, nº 2 do TFUE) e o processo de codecisão passa a designar-se processo legislativo ordinário (art. 294º do TFUE) 3 leituras, o ato pode ser aprovado logo em 1º leitura, intervenção do Comité de Conciliação em caso de desacordo antes da terceira leitura (comité misto, igual número de representantes do PE e do Conselho - a Comissão participa para promover a aprovação de uma posição comum). O ato final é sempre da autoria do PE e do Conselho, muito embora aos dois assista poder de bloquear, nenhum dos dois pode superar o outro assim, em caso de aprovação, o ato é conjunto. 12

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA UNIÃO EUROPEIA Artigo 19.º do TUE Procedimentos Ação por incumprimento (objeto conformidade do comportamento dos EM face ao direito da UE) art. 258º do TFUE a 260º do TFUE. 1º Acórdão do TJ declara o incumprimento - 2º Acórdão situação de incumprimento reiterado sanções pecuniárias sugeridas pela Comissão ao TJ, aplicadas ao EM infractor. Desde o T. de Lisboa que é possível logo no 1º acórdão aplicar sanções pecuniárias aos EM no caso de não comunicação das medidas de transposição de diretivas. Sede: Luxemburgo Presidente Vassilios Skouris Grécia TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA UNIÃO EUROPEIA Artigo 19.º do TUE Procedimentos Recurso de anulação (objeto conformidade do direito da UE face ao Tratado) art. 263º do TFUE. Questões prejudiciais art. 267º do TFUE - mecanismo de colaboração entre as instâncias nacionais (o juiz nacional como juiz comum de direito da EU) e o TJ no caso de dúvidas de interpretação das normas dos Tratados ou dúvidas sobre a interpretação ou a validade das normas de direito derivado. Sede: Luxemburgo Presidente Vassilios Skouris Grécia 13

2. A conclusão do Mercado Interno e as principais políticas da As várias fases da integração económica Zona de Comércio Livre Para apenas mercadorias. Consiste na supressão dos obstáculos pautais e não pautais no interior da zona. Manutenção da soberania pautal face ao exterior o problema dos desvios de tráfego - Ex. EFTA, NAFTA, EEE. Modernos FTA Plus. União Aduaneira Acresce à livre circulação interna de mercadorias uma pauta aduaneira comum. A UE é uma União Aduaneira desde 1968. Mercado Comum Soma as 4 liberdades (mercadorias, pessoas, serviços e capitais) e as políticas exclusivas/mercado Interno relançamento da figura do Mercado Comum através do AUE (1987). União Económica Harmonização das políticas fiscais, legislação social e do trabalho ainda não concretizada na plenitude na UE. União Económica e Monetária Versão maximalista (moeda única) e minimalista (várias moedas livremente convertíveis entre si a uma taxa fixa). 14

2.1.1. Programa de conclusão do Mercado Interno O artigo 8º A do AUE (1987) prevê data para a finalização do mercado interno (equivalente ao mercado comum): 1992. Pressupõe a dinamização da livre circulação de Pessoas Capitais Serviços Reg. 1968 (trabalhadores), reforçado com as diretivas de 90 (estudantes, turistas e reformados). 1º Diretiva de 1960 reforçada com Diretiva 88/361 (1988) livre circulação de capitais progressivamente alargada. A tardia Diretiva Serviços 2006/123 (2006) - prazo de transposição 3 anos destina-se aos prestadores de serviços (carácter temporário da prestação) e à liberdade de estabelecimento. Objetivo Simplificação administrativa, criação de balcões únicos. Aplica-se a, entre outros, construção civil, serviços imobiliários. Deixa de fora sectores sensíveis como: serviços financeiros e telecomunicações. Acordos de Schengen Convenção entre 30 países europeus assinada em 1985, incorporada no quadro da UE pela via do Tratado de Amesterdão. Objectivo: agilizar a livre circulação interna de pessoas entre os países signatários através da promoção da uniformização dos controles nas fronteiras externas. De fora Reino Unido e Irlanda. Países que compõem o Espaço Schengen. Estados-membros da UE Estados-membros da EFTA 15

2.1.2. Competências exclusivas e competências partilhadas A definição de listas classificativas de competências é uma novidade do Tratado de Lisboa. Assim, existem: Competências exclusivas Competências partilhadas Competências exclusivas Definição Art. 2.º, n.º 1 do TFUE...quando os Tratados atribuam à UE competência exclusiva em determinado domínio, só a UE pode legislar e adoptar atos juridicamente vinculativos No plano interno Dispensa o p. da subsidiariedade para atuação da UE. No plano externo Celebração de acordos internacionais apenas pela UE. Domínios Enumeração taxativa do art. 3º do TFUE lista fechada União aduaneira; regras de concorrência necessárias ao mercado interno; política monetária (zona euro); conservação dos recursos do mar (PC pescas); política comercial comum. A habilitação dos EM art. 2º n. 1, in fine, do TFUE quando os Tratados atribuam competência exclusiva à UE, os EM só podem fazê-lo se habilitados pelo UE ou a fim de dar execução aos atos da UE. 16

Competências partilhadas Domínios Enumeração exemplificativa do art. 4º do TFUE lista aberta Mercado interno; Política social; Coesão económica, social e territorial; Agricultura e pescas (exceção preservação dos recursos biológicos do mar p. exclusiva); Ambiente; Defesa dos consumidores; Transportes; Redes transeuropeias; Energia; Espaço de liberdade, segurança e justiça; Aspetos de saúde pública definidos no Tratado. NOTA: Agricultura e pescas (políticas exclusivas efeito de preempção i.e., regulação exaustiva pela UE). Consequências No plano interno No plano externo Necessária verificação do p.da subsidiariedade (art. 5º, nº 3 do TUE). A celebração de acordos mistos: negociação pela Comissão com duplo mandato, EM e UE e celebração conjunta pela UE e EM). Princípio da Subsidariedade Art. 5.º, n.º 3 do TUE nos domínios que não sejam da sua competência exclusiva, a EU intervêm apenas se e na medida em que os objectivos da ação considerada não possam ser suficientemente alcançados pelos EM Tratado de Lisboa Protocolo sobre o papel dos parlamentos nacionais no controle do p. da subsidiariedade reforço significativo do papel dos p. nacionais (Comissão envia aos PN para em 8 semanas se pronunciarem sobre a verificação do p. da subsidiariedade). 17

2.1.3. Ações de política Os Acordos do Luxemburgo (1966) Celebrados sob a égide da Presidência luxemburguesa de modo a por fim à política da cadeira vazia adotada pela França (De Gaulle), a qual abandonou a presidência durante os seis meses da sua duração, provocando um bloqueio do processo decisório. Estes acordos, solução encontrada pela sair deste impasse, permitiam a um EM alterar a regra da maioria qualificada e deliberar de acordo com a regra da unanimidade sempre que estivessem em causa interesses seus muito importantes. Em desuso desde os anos 80. A PESC uma política de cooperação versus integração Art. 2.º do TFUE Definição gradual de uma política comum de defesa. Prevalência, deliberações por unanimidade. ainda, das A cooperação reforçada Art. 20º do TUE e art. 326º a 334º do TFUE Permite a um número mínimo de 9 EM adotarem atos vinculativos entre si desde que fora do âmbito das políticas exclusivas. Utilizada recentemente em matéria de divórcio e de patentes. A cláusula de flexibilidade Art. 352º do TFUE Permite atuações da UE sem base jurídica específica, desde que a ação seja para atingir um dos objetivos estabelecidos no Tratado. Proposta da Comissão, parecer favorável do PE (desde o T. de Lisboa) e decisão unânime do Conselho. 18

3. A União Económica e Monetária Antecedentes o Relatório Werner de 1970: trilogia de objectivos: a promoção do pleno emprego, expansão económica e estabilidade de preços. Versão minimalista (várias moedas convertíveis entre si a uma taxa fixa) ou maximalista (moeda única 1999). *** 3.1. O contexto do Tratado de Maastricht a mudança do paradigma económico a estabilidade de preços e a primazia de mercado A exportação do modelo alemão para a CE grande inspirador da política a seguir na construção da UEM. Promoção da estabilidade e defesa do poder de compra da moeda que prevalecem sobre os outros objetivos de política económica. 3.2. A estrutura e condicionantes da UEM/Europa Critérios de convergência da fase pré-euro Eleição de critérios de convergência nominal em detrimento de critérios de convergência real. Exemplo de critérios reais: PIB per capita; níveis de crescimento, produtividade, competitividade e de emprego. 19

Os 5 critérios eleitos por Maastricht para aceder à zona euro (Protocolo sobre os critérios de convergência) critério relativo às finanças, subdividido em dois critérios: situação orçamental sem défice excessivo (défice público não superior a 3% do PIB); dívida pública não superior a 60% do PIB; elevado grau de estabilidade de preços taxa média de inflação não pode exceder 1,5% à verificada nos 3 EM com melhores resultados; taxas de câmbio - permanência durante dois anos nas margens normais de flutuação previstas no MTC; taxas de juro: taxa nominal média a longo prazo que não exceda em mais de 2% a verificada nos 3 EM com melhores resultados. Outras ressalvas Os opting-out do Reino Unido e da Dinamarca anexos ao Tratado de Maastricht. O incumprimento voluntário da Suécia abandono do SME. A Zona Euro conta, atualmente, com 18 Estados-membros. Estados-membros da UE cuja moeda é o euro, com a respetiva data de adesão. 20

3.3. As tendências contemporâneas da governação económica O Pacto de Estabilidade e Crescimento (dupla vertente, o Regulamento preventivo: Reg. 1466/97 e o Regulamento Repressivo Reg. 1467 sanções no caso de défice excessivo i.e., superior a 3%, exceção às sanções em caso de recessão económica grave) a revisão do PEC pelos Reg. do Conselho 1055/05 e 1056/05 este define recessão económica grave: redução anual do PIB em pelo menos 2%. Os PEC nacionais. O conceito de défice excessivo (manutenção do critério dos 3% apesar da revisão do PEC mas incremento das situações de exceção). Políticas orçamentais expansivas versus políticas orçamentais restritivas exemplos de medidas macroeconómicas e tendências atuais. A situação dos países intervencionados pela Troika 5 países: PT, ES, IR, G, Chipre. O Memorandum de Entendimento. EM da União intervencionados pela Troika Irlanda (2011-13) Espanha (2012-14) Portugal (2011-14) Chipre (2013) Grécia (2010) 21

O Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária ou Tratado Orçamental O Tratado é um acordo internacional juridicamente vinculativo e está aberto à assinatura dos países da EU que não o tenham assinado na fase inicial. Foi concebido depois de os dirigentes da zona terem determinado, em dezembro de 2011, que eram necessárias medidas mais firmes para reforçar a estabilidade nessa área. Para entrar em vigor, o Tratado tinha de ser ratificado por 12 Estados-Membros da zona euro. Esta condição ficou preenchida quando a Finlândia, décimo segundo Estado-Membro da zona euro depositou o respetivo instrumento de ratificação em 21 de dezembro de 2012. O Tratado entrava assim em vigor, conforme previsto, em 1 de janeiro de 2013 (artigo 14º). O objetivo é incorporá-lo nos atuais Tratados, num prazo estimado de cinco anos. O Tratado foi assinado por todos os Estados-membros exceto pela República Checa, Reino Unido e Croácia: 25 EM assinaram o Tratado. Os Estados-Membros terão de incorporar o requisito de disciplina orçamental de preferência a nível constitucional. Portugal aprovou o Tratado Orçamental através da Resolução da Assembleia da República nº 84/2012. O Tratado define um orçamento equilibrado como tendo um défice geral inferior a 3% do PIB e um défice estrutural inferior aos seguintes valores: Em regra: o défice público estrutural anual não deve exceder os 0,5% do PIB nominal; O Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária ou Tratado Orçamental Em situações excecionais, são permitidos desvios temporários até 1% do PIB (a médio prazo), desde que a dívida pública seja significativamente inferior a 60% do PIB; Défice excessivo: os Estados-membros sujeitos a procedimento por défice excessivo terão de estabelecer "programas de parceria orçamental e económica ; Emissão de dívida: os Estados-membros comunicam previamente ao Conselho da União Europeia e à Comissão Europeia os respetivos planos de emissão de dívida pública. 22