Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Tiago Elaborado por: Gilson B. Vieira - Enfermeiro CCIH Enf a. Taise Costa Ribeiro Klein Enfermeira SCIH Patrícia Vanny - Médica SCIH Fernanda Lunardi bolsista SCIH Revisado por: Aprovado por: Dr a. Ivete I Masukawa Coordenadora da CCIH Procedimento Operacional Padrão (POP) Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Título CUIDADOS PARA CONTROLE DE INFECÇÕES EM CORRENTE SANGUÍNEA RELACIONADA A CATETERES VENOSOS PERIFÉRICOS Data da criação: 31/10/2016 Data da revisão: Data da aprovação: POP nº 23- SCIH/HU Versão: 01 Pág 01 a 05 Próxima revisão: Local de guardo do documento: Rede/obelix/SCIH Responsável pelo POP e pela atualização: Setor: CCIH 1. CONCEITOS Punção Venosa Periférica - A punção venosa periférica representa um procedimento invasivo de alta ocorrência no cotidiano dos profissionais de enfermagem. É um conjunto de ações que visa à administração de fluídos de forma contínua, coleta de sangue, administração de medicamento ou manutenção de uma via de acesso venoso, através da introdução de um cateter num vaso sanguíneo venoso periférico. Flebite: é a inflamação da íntima do vaso. São classificadas em mecânica, química e bacteriana. Mecânica: que é causada por irregularidades com seringas durante injeções; Química: que ocorre por medicações irritantes ou diluídas de maneira errada, infusão muito rápida e partículas na solução injetada; Bacteriana: originada por falta de higiene.
Infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS): são aquelas infecções de consequências sistêmicas graves, bacteremia ou sepse, sem foco primário identificável. Com finalidade prática, as IPCS serão associadas ao cateter, se este estiver presente ao diagnóstico como descrito adiante. Infecções relacionadas ao acesso vascular (IAV): são infecções que ocorrem no sítio de inserção do cateter, sem repercussões sistêmicas. A maioria das infecções dessa natureza são infecções relacionadas ao acesso vascular central (IAVC), entretanto, em algumas instituições pode ser importante o acompanhamento de infecções relacionadas ao acesso vascular periférico, por esta razão também será descrita a definição de infecção relacionada a acesso vascular periférico (IAVP). 2 Objetivo Orientar ações em inserções de Cateteres Venosos Periféricos (CVP) para reduzir o risco de infecções locais e em Corrente Sanguínea, possibilitando melhor qualidade assistencial. 3. Abrangência Todos as unidade de assistência ao paciente, salas de medicação, laboratório de análise clínicas, serviço de métodos diagnósticos e terapêuticos. 4. Executores Equipe multidisciplinar: médicos, equipe de enfermagem, técnicos de laboratório e bioquímicos. 5. Higienização das Mãos Todos os adornos devem ser retirados antes da higienização das mãos. Deve ser realizada conforme POP 12 Higienização das mãos no ambiente hospitalar. 6. Preparo da Pele Para o preparo da pele usar luvas de procedimentos; a degermação da pele é recomendada quando houver necessidade de reduzir sujidades; realizar tricotomia com tricotomizador elétrico ou aparar os pêlos com tesoura, quando necessário; realizar a antissepsia do sítio de inserção do cateter com clorexidina solução alcoólica a 0,5% (em situações especiais utilizar o clorexidine aquoso a 2%). 7. Cuidados na punção Escolha adequada do local, avaliando as condições da pele, calibre da veia e necessidade da infusão;
adequar o calibre (gauge) do cateter, conforme as condições da veia e necessidade de infusão utilizar o menor calibre e comprimento possível de cânula; evitar agulhas de aço para a administração de fluidos ou medicamentos que possam causar necrose tecidual se ocorrer extravasamento. Restringir o uso de agulhas de aço para coleta de amostra de sangue, administração de dose única ou bolus de medicamentos; em adultos, preferir as veias das superfícies dorsal e ventral dos membros superiores. As veias de membros inferiores não devem ser utilizadas risco de embolias e tromboflebites; em crianças e neonatos além dos vasos acima citados, também podem ser incluídas as veias da cabeça, do pescoço e de membros inferiores; a utilização de luvas limpas é aceitável para inserção dos cateteres IV periféricos, se o sítio de inserção não for tocado após a aplicação do anti séptico; não tocar na área da punção após a antissepsia; estabilizar o cateter com fita adesiva estéril com o objetivo de preservar a integridade do acesso, prevenir o deslocamento do dispositivo e sua perda devendo ser realizada antes da cobertura; dar preferência a curativos transparentes que permitem visualizar o local de inserção; o propósito da cobertura é proteger o sítio de punção e minimizar a possibilidade de infecção por meio da interface entre a superfície do cateter e a pele além de fixar o dispositivo no local e prevenir a movimentação do dispositivo com dano ao vaso, deve ser estéril, utilizando membrana transparente semipermeável. A cobertura não deve ser trocada em intervalos pré estabelecidos, porém deve ser trocada imediatamente, se houver suspeita de contaminação, e sempre quando úmida, solta, suja ou com a integridade comprometida. 8. Manutenção Inspecionar diariamente o local da punção, observando possíveis sinais de infecção; o manuseio frequente deve ser evitado; realizar desinfecção com clorexidina alcoólica a 0,5% nas extremidades externas das conexões, antes e após o manuseio; considerar que a contaminação da superfície externa do cateter é uma das mais importantes fontes de infecção; substituir o curativo se se tornar úmido, visivelmente sujo ou se soltar; remover qualquer cateter quando não seja mais necessário; proteger o sítio de inserção com plástico durante o banho, quando utilizada cobertura não impermeável;
Pode-se manter permeabilidade com cloreto de sódio 0,9% (cateter salinizado) com uso de hub com membrana (sistema fechado) nas seguintes situações: administração de sangue e seus componentes quando o processo será ser repetido em menos de 24 horas, coleta de sangue seriada. 9. Frequência da troca da punção venosa periférica Cateter periférico instalado em situação de emergência com comprometimento da técnica asséptica deve ser trocado tão logo quanto possível; cateteres com suspeita de contaminação, complicações, mau funcionamento ou descontinuidade da terapia devem ser retirados; trocar a punção a cada 5 dias, exceto se houver sinais de infecção; Obs: Se houver queixa de dor local importante, avaliar o processo de infusão medicamentosa; caso persista a dor, trocar a punção. 10. Frequência da troca dos equipos, torneirinhas e conexões Para uma nova punção (ex: perda da punção) trocar todos os dispositivos; as trocas dos dispositivos de punção deve ser realizado rotineiramente a cada 5 dias ou junto com as punções; os equipos devem ser descartados, após acoplar sua ponta na roldana para prevenir o risco de acidentes perfuro cortantes. 11. Considerações Manter sistema venoso fechado com uso de solução glicosada ou fisiológica; NUNCA desconectar o equipo de soro para, por exemplo, troca de roupas, banho, transporte do paciente, entre outros; notificar as ocorrências de flebite ao NUVISAH. 12. Referências Bibliográficas O'Grady NP, Alexander M, Burns LA, et al. Guidelines for the prevention of intravascular catheterrelated infections. Clin Infect Dis. 2011 may;[cited 2012 may 1];52(9):e162-e193. 2011.
Abdul-Hak, C. K., & Barros, A. F. (2014). Incidência de flebite em uma unidade de clínica médica. Texto contexto enferm, 23(3), 633-38. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente e Qualidade em serviços de Saúde. Medidas de Prevenção de Infecção relacionada à Assistência à Saúde. Num 4. ed 1. 87p. 2013. http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/correntesanguinea.pdf. Acesso em 31/10/2016 às 12 h.