História Fascículo 07 Cinília Tadeu Gisondi Omaki Maria Odette Simão Brancatelli



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História Fascículo 07 Cinília Tadeu Gisondi Omaki Maria Odette Simão Brancatelli

Índice História do Brasil A crise do Sistema Colonial, a independência e a formação do Estado brasileiro...1 Exercícios...2 Gabarito...5

História do Brasil A crise do Sistema Colonial, a independência e a formação do Estado brasileiro No final do século XVIII, fatores internos e externos conduziram o Sistema Colonial à crise. A exploração metropolitana tornou-se inaceitável; ideais iluministas e influências da independência dos EUA e da Revolução Francesa forneceram o exemplo externo, aliados aos interesses liberais da Inglaterra em acabar com o monopólio. As Conjurações Mineira e Baiana planejaram a independência de suas regiões, propondo a república e a liberdade econômica. Contudo, a primeira, organizada pela elite, foi conservadora, enquanto a baiana, conduzida pelas camadas populares e escravos, teve um caráter social, defendendo a abolição da escravatura e a igualdade. A vinda da Corte portuguesa em 1808, sob pressões francesas e inglesas, promoveu diversas transformações que prepararam a emancipação política do Brasil, como o fim do monopólio (Abertura dos Portos, 1808), o alvará de liberdade industrial, melhoramentos culturais, financeiros e político-administrativos e a elevação a Reino Unido a Portugal e Algarve (1815). Houve condições para um maior desenvolvimento do Brasil, mas não para todos nem para todas as regiões, desencadeando a Revolução Pernambucana (1817). A nova situação prejudicou a burguesia lusitana que perdeu o papel de intermediário e Portugal, sem a condição de sede do reino. Essa modernização conferiu à nossa independência um caráter peculiar no contexto latino-americano. A proposta de recolonização das Cortes portuguesas, após a Revolução Liberal do Porto (1820), foi rechaçada pela aristocracia rural brasileira, que liderou o processo usando o regente português D. Pedro, a quem interessava ser monarca de um império na América. Para a elite brasileira, a adoção da monarquia garantiria a estrutura interna, impedindo a desagregação territorial e conflitos que envolvessem a participação popular, e preservaria seus privilégios políticos, a escravidão e o latifúndio. Ademais, havia os interesses dos ingleses em manter os privilégios comerciais adquiridos com os Tratados de 1810, reforçando nossa dependência econômica em relação ao capitalismo britânico. O Primeiro Reinado (1822-1831) foi marcado pelo conflito entre D. Pedro Iea aristocracia brasileira, que divergiram quanto ao exercício do poder. O imperador foi-se afastando da elite agrária e aproximando-se dos portugueses para sustentar seu autoritarismo, consolidado na Constituição outorgada em 1824. Se, de um lado, o poder Moderador (exclusivo do imperador) colocou-o acima dos demais, de outro, o voto censitário e indireto beneficiou a elite agrária. Reações não tardaram, como a Confederação do Equador em Pernambuco (1824), movimento liberal, republicano e antilusitano reprimido pelo imperador. Pressões da aristocracia, gastos com a Guerra da Cisplatina, problemas econômico-financeiros e a sucessão do trono desgastaram D. Pedro I. A abdicação do imperador, em 1831, pôs fim à ameaça de recolonização. Vitoriosa, a aristocracia dividiu-se em várias facções (restauradores, liberais moderados e exaltados) e, em disputas por um Estado centralizado ou federativo, viu eclodir uma série de rebeliões no Período Regencial (1831-1840), durante a menoridade do herdeiro. A idéia de república ganhou força durante a regência, quando a crise social e política acentuou-se. O excessivo centralismo e a permanência das estruturas causaram diferentes rebeliões. Para as camadas populares, tratava-se de alterar a ordem estabelecida; para a aristocracia de províncias distantes do Rio de Janeiro, conseguir autonomia e, no limite, a separação, apesar das medidas descentralizadoras do Ato Adicional (1834). A elite exaltada gaúcha os farroupilhas proclamou a república no Sul e movimentos 1

populares (Cabanagem no Pará e Balaiada no Maranhão) e de camadas médias (Sabinada na Bahia) ameaçaram a hegemonia da aristocracia centralista (liberais moderados), que se cindiu em progressistas e regressistas, núcleos dos futuros partidos Liberal e Conservador. Os moderados quiseram manter o império unitário. Desejosos de um árbitro que impusesse a paz e eliminasse as revoltas populares e a secessão, tramaram o golpe da maioridade em 1840. A ascensão de D. Pedro II consolidou um Estado de latifundiários, monarquista, centralizado e censitário, que privilegiava essa elite e mantinha a estrutura latifundiária e escravista. Prof.a Maria Odette Simão Brancatelli Exercícios 01. (Cesgranrio-92) Durante as últimas décadas do século XVIII, a colônia portuguesa na América foi palco de movimentos como a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração do Rio de Janeiro (1794) e a Conjuração Baiana (1798). A respeito desses movimentos pode-se afirmar que a. demonstravam a intenção das classes proprietárias, adeptas das idéias liberais, de seguirem o exemplo da Revolução Americana (1776) e proclamarem a independência, construindo uma sociedade democrática em que todos os homens seriam livres e iguais. b. expressavam a crise do Antigo Sistema Colonial através da tomada de consciência, por parte de diferentes setores da sociedade colonial, de que a exploração exercida pela metrópole era contrária aos seus interesses e responsável pelo empobrecimento da colônia. c. denunciavam a total adesão dos colonos às pressões da burguesia industrial britânica a favor da independência e da abolição do tráfico negreiro para se constituir, no Brasil, um mercado de consumo para os manufaturados. d. representavam uma forma de resistência dos colonos às tentativas de recolonização empreendidas, depois da Revolução do Porto, pelas Cortes de Lisboa, liberais em Portugal, que queriam reaver o monopólio do comércio com o Brasil. e. tinham cunho separatista e uma ideologia marcadamente nacionalista, visando à libertação da colônia da metrópole e à formação de um Império no Brasil através da união das várias regiões até então desunidas. 02. (Mack-96) A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil resultou em inúmeras mudanças para a vida da colônia, exceto a. a extinção do monopólio, através do decreto da Abertura de Portos, em 1808. b. o Alvará de Liberdade Industrial anulado em grande parte pela concorrência inglesa. c. as iniciativas que favoreceram a vida cultural da colônia, como o ensino superior, a imprensa régia e a Missão Francesa. d. a tentativa do governo de conciliar os interesses dos grandes proprietários rurais brasileiros e comerciantes reinóis. e. os Tratados de 1810, assinados com a Inglaterra, que aboliram vantagens e privilégios, bem como a preponderância comercial deste país entre nós. 03. (Puccamp-94) A transferência da corte portuguesa para o Brasil conferiu à nossa independência política uma característica singular, pois favoreceu a a. ruptura do pacto colonial, sem graves convulsões sociais e, também, sem a fragmentação territorial. b. manutenção do exclusivo colonial e a continuidade dos investimentos portugueses. c. coesão partidária sem contestação e a unidade provincial em torno do novo regime. d. alteração da estrutura social anterior e, também, da organização econômica. e. permanência dos funcionários ligados à corte e, também, dos burocratas lusos. 2

04. (UFPE-96) A Independência do Brasil despertou interesses conflitantes tanto na área econômica quanto na área política. Qual das alternativas apresenta esses conflitos? a. Os interesses econômicos dos comerciantes portugueses se chocaram com o liberalismo econômico praticado pelos brasileiros e subordinado à hegemonia da Inglaterra. b. A possibilidade de uma sociedade baseada na igualdade e na liberdade levou a jovem nação a abolir a escravidão. c. As colônias espanholas tornaram-se independentes dentro do mesmo modelo brasileiro: monarquia absolutista. d. A Guerra da Independência dividiu as províncias brasileiras entre o partido português e o partido brasileiro, levando as províncias do Grão-Pará, Maranhão, Bahia e Cisplatina a apoiarem, por unanimidade, a independência. e. Os republicanos, os monarquistas constitucionalistas e os absolutistas lutaram lado a lado pela Independência, não deixando que as suas diferenças dificultassem o processo revolucionário. 05. (Fuvest-95) A organização do Estado brasileiro que se seguiu à Independência resultou do projeto do grupo a. liberal-conservador, que defendia a monarquia constitucional, a integridade territorial e o regime centralizado. b. maçônico, que pregava a autonomia provincial, o fortalecimento do executivo e a extinção da escravidão. c. liberal-radical, que defendia a convocação de uma Assembléia Constituinte, a igualdade de direitos políticos e a manutenção da estrutura social. d. cortesão, que defendia os interesses recolonizadores, as tradições monárquicas e o liberalismo econômico. e. liberal-democrático, que defendia a soberania popular, o federalismo e a legitimidade monárquica. 06. (Mack-96) Relativamente ao Primeiro Reinado, considere as afirmações a seguir. I. A dissolução da Constituinte, o estilo de governo autoritário e a repressão à Confederação do Equador aceleraram o desgaste político de Pedro I. II. O temor de uma provável recolonização, caso fosse restabelecida a união com Portugal, aprofundou os atritos entre brasileiros e portugueses. III. O aumento das exportações agrícolas, a estabilidade da moeda e a redução do endividamento externo foram os pontos favoráveis do governo de Pedro I. IV. A cúpula do exército, descontente com a derrota militar na Guerra Cisplatina, aderiu à revolta, que culminou na abdicação do Imperador. Então a. todas estão corretas. b. todas são falsas. c. apenas I e II estão corretas. d. apenas I, II e IV estão corretas. e. apenas III está correta. 07. (Cesgranrio-93) Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei de muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu mui amado e prezado filho o Sr. D. Pedro de Alcântara. Boa Vista, 7 de abril de 1831, décimo da Independência e do Império - D. Pedro I. Nesses termos, D. Pedro I abdicou ao trono brasileiro no culminar de uma profunda crise, que não se caracterizou por a. antagonismo entre o Imperador e parte da aristocracia rural brasileira. b. empréstimos externos para cobrir o déficit público gerado, em grande parte, pelo aparelhamento 3

das forças militares. c. aumento do custo de vida, diminuição das exportações e aumento das importações. d. pressão das elites coloniais que queriam o fim do Império e a implantação de uma República nos moldes dos Estados Unidos. e. conflitos entre o Partido Brasileiro e o Partido Português e medo da recolonização. 08. (Mack-julho-96) Do ponto de vista político podemos considerar o período regencial como a. uma época conturbada politicamente, embora sem lutas separatistas que comprometessem a unidade do país. b. um período em que as reivindicações populares, como direito de voto, abolição da escravidão e descentralização política foram amplamente atendidas. c. uma transição para o regime republicano que se instalou no país a partir de 1840. d. uma fase extremamente agitada com crises e revoltas em várias províncias, geradas pelas contradições das elites, classe média e camadas populares. e. uma etapa marcada pela estabilidade política, já que a oposição ao imperador Pedro I aproximou os vários segmentos sociais, facilitando as alianças na regência. 09. (Fuvest-94) Sabinada na Bahia, Balaiada no Maranhão e Farroupilha no Rio Grande do Sul foram algumas das lutas que ocorreram no Brasil em um período caracterizado a. por um regime centralizado na figura do imperador, impedindo a constituição de partidos políticos e transformações sociais na estrutura agrária. b. pelo estabelecimento de um sistema monárquico descentralizado, o qual delegou às províncias o encaminhamento da questão servil. c. por mudanças na organização partidária, o que facilitava o federalismo, e por transformações na estrutura fundiária de base escravista. d. por uma fase de transição política, decorrente da abdicação de Dom Pedro I, fortemente marcada por um surto de industrialização, estimulado pelo Estado. e. pela redefinição do poder monárquico e pela formação dos partidos políticos, sem que se alterassem as estruturas sociais e econômicas estabelecidas. 10. (FEI-99) O equilíbrio federativo brasileiro vem sendo discutido no Congresso Nacional e entre os estudiosos do sistema político brasileiro. A construção da federação brasileira foi obra da República em nosso país, já que, no Império, vivíamos um período de centralismo bastante acentuado. No entanto, mesmo naquele momento a discussão e os embates acerca da maior ou da menor centralização do poder estavam em pauta. Acerca da questão centralização x descentralização no período imperial é correto afirmar que a. a defesa do ideal descentralista era feita pelo Partido Conservador. b. o grande número de rebeliões ocorridas no Período Regencial tiveram como causa fundamental a defesa da maior liberdade para as províncias. c. a maior liberdade das províncias no período do Segundo Reinado foi obra do Conselho de Estado. d. poucas foram as manifestações a favor da descentralização política no final do Império. e. a defesa do descentralismo encontrava adeptos principalmente entre os membros da elite do Rio de Janeiro e da Bahia. 4

Gabarito 01. Alternativa b. As conjurações ocorridas no final do século XVIII revelaram a insatisfação dos colonos em relação à exploração metropolitana, sob influência do Iluminismo, sendo manifestações regionais da crise do Sistema Colonial. Os conspiradores mineiros (a elite econômica e intelectual) inspiraram-se na conservadora independência dos EUA, já os baianos (povo e escravos) no Terror francês, desejando a abolição da escravatura, a igualdade e o fim dos privilégios. Relembra-se que a Revolução Liberal do Porto ocorreu em 1820. 02. Alternativa e. Os Tratados de 1810 consagraram o predomínio dos interesses britânicos no Brasil. Além de privilégios judiciários (escolha de juízes) e religiosos (liberdade de culto), os ingleses obtiveram vantagens comerciais: seus produtos pagariam tarifas alfandegárias preferenciais de 15%, enquanto as mercadorias portuguesas 16% e as demais 24%. Essas tarifas aos produtos britânicos foram renovadas após a independência do Brasil. 03. Alternativa a. A independência do Brasil distinguiu-se do contexto latino-americano, caracterizado pela fragmentação territorial, participação popular nas prolongadas lutas e formação de repúblicas. A solução monárquica assegurou aos aristocratas brasileiros a preservação da estrutura socioeconômica, a marginalização das camadas populares e o triunfo do liberalismo econômico, apesar de suas divergências quanto à organização do Estado (centralizado ou descentralizado). 04. Alternativa a. O movimento de independência derivou da oposição da aristocracia brasileira à recolonização pretendida pelas Cortes portuguesas. A volta do monopólio, solução para a crise lusitana, chocava-se ao liberalismo econômico defendido pelos ingleses e pela elite agrária brasileira, que manteve a escravidão e afastou a proposta de república. A guerra de independência ocorreu nas províncias que se opuseram à emancipação do Brasil, pois tinham maioria portuguesa no governo. 05. Alternativa a. De fato, a independência do Brasil, liderada pela elite agrária, resultou de um projeto liberal-conservador. Defendia-se o liberalismo econômico (contra o restabelecimento do monopólio), mas não a igualdade e a democracia. A monarquia centralizada, a unidade territorial, o voto censitário e indireto, a exclusão das camadas populares e a manutenção da escravidão e do latifúndio provam esse caráter conservador. 06. Alternativa d. Durante o Primeiro Reinado, o imperador que não admitia limites a seu poder ea aristocracia chocaram-se. Se a outorga da Constituição e a repressão à Confederação do Equador permitiram ao primeiro impor seu autoritarismo, a oposição da segunda foi decisiva para a abdicação. Deve-se levar em conta também que a conjuntura forçou o monarca a renunciar: déficit comercial, crescente endividamento, problemas na sucessão do trono português (ameaça de recolonização), derrota na Guerra da Cisplatina e revolta das tropas do Rio de Janeiro, cujos soldos estavam atrasados. 5

07. Alternativa d. A aristocracia brasileira manteve-se praticamente unida contra o imperador no Primeiro Reinado, embora no partido brasileiro houvesse duas facções: a federalista e a centralista. Os ideais republicanos e federalistas afloraram em Pernambuco em 1824 (Confederação do Equador), como em 1817, mas foram reprimidos por D. Pedro I. A proposta de república, defendida pelos radicais (camadas urbanas) e excluída quando do movimento de independência, somente seria retomada na regência, por parte dos liberais exaltados (aristocratas). 08. Alternativa d. O Período Regencial caracterizou-se pela instabilidade política, gerada pela divisão da aristocracia em facções e pelo não-exercício do poder Moderador, e social, devido às rebeliões das camadas dominadas. Entre a elite, os restauradores defendiam a volta de D. Pedro I; os liberais moderados, a manutenção da monarquia centralizada; os liberais exaltados, a autonomia das províncias e, no limite, a separação e a república. Já as camadas médias e populares questionavam os privilégios da aristocracia e a preservação das estruturas. No Segundo Reinado, consolidou-se o Estado monárquico, unitário, elitista e conservador; a república só foi implantada em 1889. 09. Alternativa e. As rebeliões populares (Cabanagem e Balaiada) e elitista (Farroupilha) ocorreram durante o Período Regencial, fase posterior à abdicação de D. Pedro I, quando o herdeiro ainda era menor de idade. A cisão da aristocracia em restauradores, liberais moderados e liberais exaltados, em disputa pelo poder, abriu espaço para as reivindicações de outros grupos sociais. Apesar das medidas descentralizadoras do Ato Adicional, os exaltados gaúchos buscaram maior autonomia proclamando a república; os moderados dividiram-se em progressistas e regressistas, origem dos partidos Liberal e Conservador do Segundo Reinado. Latifúndio, escravidão, monarquia centralizada e governo elitista foram preservados, apesar das rebeliões de camadas médias e baixas, continuando o país a ter base econômica agrária. 10. Alternativa b. No Primeiro Reinado, a aristocracia permaneceu unida para combater o inimigo comum: o autoritário imperador. As várias facções passaram a discutir a organização do Estado durante a regência: liberais moderados (monarquistas centralistas, notadamente do Sudeste) e liberais exaltados (federalistas e até republicanos, das províncias mais afastadas). Moderados dividiram-se com o Ato Adicional: progressistas a favor dessas medidas descentralizadoras; regressistas contra. Com D. Pedro II, consolidou-se o Estado centralizado e os partidos Liberal e Conservador, oriundos dos moderados, alternaram-se no poder. A estabilidade, graças à atuação do Moderador junto aos partidos e ao funcionamento do parlamentarismo, só foi rompida no final do século, com a defesa da república federalista pelos cafeicultores paulistas. 6