Humidade em edifícios

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Transcrição:

Projeto FEUP MIEC 2012/2013 Humidade em edifícios Tipos de intervenções necessárias Relatório realizado por: Monitor: Hugo Vieira Orientadora: Ana Sofia Guimarães Fábio Silva Filipe Batista Luís Silva José Martins Paulo Rocha Rui Pina Sílvia Santos

ÍNDICE 1. Introdução... 3 2. Objetivos... 4 3. Humidade nos edifícios... 5 3.1. Humidade de construção...6 3.2. Humidade devida a fenómenos de higroscopicidade...7 3.3. Humidade de condensação...9 3.4. Humidade de precipitação... 10 3.5. Humidade devido a causas fortuitas... 11 3.6. Humidade ascensional ou de solo... 12 4. Patologias... 14 5. Relação Humidade-Patologias... 15 6. Prevenção e intervenção a nível dos diferentes tipos de humidade... 15 6.1. Humidade devida a causas fortuitas... 16 6.2. Humidade de construção... 17 6.3. Humidade ascensional ou de solo... 18 6.4. Humidade de precipitação... 19 6.5. Humidade de condensação... 20 6.6. Humidade devida a fenómenos de higroscopicidade... 22 7. Casos de estudo... 23 7.1. Faculdade de Economia da Universidade do Porto... 23 7.2. Garagem do edifício D. João II... 25 8. Conclusão... 27 9. Bibliografia... 28 2

1. INTRODUÇÃO No âmbito da Unidade Curricular Projecto FEUP, do 1º ano do curso de Mestrado de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, realizou-se um relatório sobre o tema "A humidade nos edifícios", mais concretamente "Que tipos de intervenções são necessárias?" para reabilitar um edifício degradado. A humidade é um agente patológico muito influente no que toca à degradação dos edifícios. Pode aparecer sob diferentes formas e agir sob diferentes mecanismos, podendo ter consequências negativas quer na imagem quer na própria estrutura de um edifício. Assim, a humidade torna-se um ponto de interesse da comunidade científica, mais concretamente, da engenharia civil, na vertente de materiais e processos de construção. É então importante estudar as origens e formas da manifestação da humidade, numa primeira fase, para então se poderem viabilizar formas de prevenção e possíveis intervenções a edifícios degradados, numa fase posterior. É na segunda fase que vai incidir este relatório, onde vai ser mais detalhadamente explorado o tema da intervenção nos edifícios. Consoante o caso, vai ser aplicado um diferente nível de intervenção, bem como os cuidados a ter durante essa mesma intervenção, de modo a preservar a saúde do edifício em conta. Para além disto, foi ainda proposta a realização de um caso de estudo, ou seja, vai ser analisado um caso de um edifício em concreto, no qual serão estudadas as causas da humidade, assim como as intervenções que deveriam ser executadas para a reabilitação do edifício. 3

2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho é o estudo dos diferentes tipos de humidade e das patologias que lhe estão associadas. Com este relatório pretende-se apresentar os diferentes tipos de humidade, assim como as causas que levaram ao seu aparecimento, as patologias que lhes estão associadas e ainda possíveis medidas de prevenção e de intervenção. Os estragos causados pela humidade nos edifícios são vários e alguns podem ser de grandes dimensões, tornando necessário estabelecer medidas de intervenção, sendo este o grande objetivo e aquele em que nos iremos focar ao longo do nosso relatório. Como é mais motivador ter uma situação concreta na qual nos podemos debruçar, iremos apresentar casos específicos de patologias causadas pela humidade nos edifícios, vistos ao vivo por nós mesmos, e iremos fazer um estudo sobre as suas possíveis causas e apresentar possíveis medidas de intervenção nesses edifícios. 4

3. HUMIDADE NOS EDIFÍCIOS A humidade nos edifícios é um problema já muito antigo e que atualmente se manifesta como uma das principais causas, diretas ou indiretas, das anomalias construtivas nos edifícios e que em certos casos, como em edifícios antigos, pode colocar em risco a segurança das estruturas e colocar condições precárias de habitabilidade. A presença de humidade leva à deterioração dos materiais de construção e como tal torna-se necessário tomar medidas para contrariar o seu aparecimento ou, em casos já avançados, para a eliminar. A humidade nos edifícios pode estar associada a diversos fenómenos como fenómenos de condensação, capilaridade, infiltrações, entre outros, sendo caracterizada, normalmente, através de manchas, bolores, gotejamento de água, corrosão, eflorescência e pelo aparecimento de fissuras ou trincas. CURIOSIDADES Higrómetro: É um instrumento que serve para medir a humidade presente nos gases. É utilizado, principalmente, em estudos do clima, mas também em locais fechados onde a presença de humidade excessiva ou abaixo do normal poderia causar danos. Ex: peças de museus, arquivos de biblioteca. 5

3.1. HUMIDADE DE CONSTRUÇÃO Durante o processo de construção de edifícios, a grande maioria dos materiais de construção necessitam de água quer para a sua confeção, como é o caso da argamassa e do betão, quer para a sua deposição na própria construção, como acontece, por exemplo, com os tijolos. Mais a mais, obras em fase de construção estão também sujeitas às ações climatéricas que contribuem para aumentar essa quantidade de água, em função da porosidade dos materiais e do vento que é um dos principais impulsionadores da penetração da água da chuva nos materiais.[8[ ILUSTRAÇÃO 1 - HUMIDADE DE CONSTRUÇÃO NUMA PAREDE Estas quantidades acabam, muitas vezes, por ser desconsideradas aquando do planeamento e realização das construções. Um edifício pode, dessa forma, e ainda antes de ser utilizado, ter água em excesso. Embora parte dessa água evapore rapidamente, o mesmo não acontece com a maioria, cuja secagem está dividida em três fases para materiais porosos como o betão e os tijolos. [8] Numa primeira fase de secagem que é relativamente rápida, dá-se a evaporação dos materiais superficiais. A segunda fase de secagem consiste na evaporação da água que existe nos poros de maiores dimensões dos materiais de construção. Esta fase é mais demorada devido ao facto de que a água existente no interior dos materiais necessitar de atravessar os poros dos materiais até à superfície, quer sobre a forma líquida ou gasosa. Finalmente dá-se a terceira fase de evaporação, fase esta que é extremamente lenta, podendo mesmo demorar dezenas de anos, e que consiste na evap oração da água contida nos poros de menores dimensões. [1] 6

3.2. HUMIDADE DEVIDA A FENÓMENOS DE HIGROSCOPICIDADE A grande maioria dos materiais de construção que são utilizados nos dias de hoje contém na sua constituição sais solúveis em água, o que também se verifica nos terrenos onde as casas são construídas, especialmente em locais ricos em matéria orgânica. Esta presença de sais, embora possa não ser preocupante na maioria das situações, pode ter consequências mais gravosas caso as paredes sejam sujeitas a humidade. [1] Alguns dos sais presentes podem propriedades higroscópicas, ou seja têm a capacidade de absorver a humidade presente no ar caso os níveis de humidade relativa atinjam valores na ordem dos 70%, voltando novamente a cristalizar quando os níveis decrescem. Convém alertar para o facto de que as patologias resultantes destes fenómenos não são devidas ao alto índice de humidade num instante mas sim à variação normal que ocorre, com graus de intensidade diferentes, consoante os climas, ocorrendo ciclos de dissolução e de cristalização sucessivos. Os sais mais propícios à ocorrência destes fenómenos são os sulfatos os carbonatos os cloretos os nitrito e os nitratos. 7

Sais mais frequentes Nitratos Sulfatos Cloretos Carbonatos Sais de origem orgânica, por isso mais frequentes em zonas rurais. O mais corrente é o nitrato de cálcio, que cristaliza a 25 C e a uma humidade relativa de 50%. Sais bastante solúveis. Cristalizam com grande aumento de volume por exemplo o Sulfato de Cálcio, aumenta em 40% o seu volume. Provenientes essencialmente dos materiais de construção, da água e de ambientes marinhos. Absorvem grandes quantidades de água quando combinados com outros sais, particularmente com os sulfatos. Estão também presentes nos materiais de construção, transformando-se em bicarbonatos sob a acção da água e do dióxido de carbono. QUADRO 2: PRINCIPAIS SAIS PRESENTES NA HUMIDADE POR HIGROSCOPICIDADE Estas manifestações são susceptíveis de ocorrerem a qualquer altura do ano, e implicam, na maioria das vezes anomalias pré-existentes que apesar de já terem parado, criaram as condições ideais para a realização das mesmas. 8

3.3. HUMIDADE DE CONDENSAÇÃO O ar tem na sua constituição vapor de água e uma grande variedade de outros gases, estando entre os mais conhecidos o azoto e o oxigénio. A quantidade máxima de vapor de água que o ar pode conter é designado por limite de saturação, e varia em razão direta com a temperatura do ar nessa zona, ou seja, quanto mais alta for a temperatura do meio maior será a quantidade de vapor de água que este pode conter. Na maioria dos edifícios a temperatura ambiente é inferior à temperatura interior, algo que é mais visível no Inverno. Assim a produção intensa de vapor em sítios como a casa de banho ou a cozinha leva a que seja rapidamente atingido o limite de saturação, originando a condensação superficial nos constituintes das estruturas. É assim necessário efetuar uma correta ventilação dos espaços problemáticos de modo a retirar o excesso de vapor de água existente, que deve ser prioritária em edifícios onde não existam dispositivos de ventilação automáticos. [1] Esta ventilação é muitas vezes mal compreendida, como por exemplo no Inverno, que é uma altura em que esta é mais necessária, pois o limite de saturação de vapor de água é geralmente inferior às outras estações do ano. É motivo de preocupação para estas pessoas o facto de se permitir que o ar frio e húmido do exterior entre nos edifícios, ocorrendo uma troca com o ar que está no interior. Este receio é infundado, visto que o ar frio do exterior é aquecido quando entra em contacto com o ar interior, levando a uma diminuição da humidade relativa. Assim, a ocorrência de condensações superficiais está dependente dos seguintes fatores: ventilação dos locais, isolamento térmico das paredes, temperatura ambiente interior e as condições de ocupação, nomeadamente a quantidade de produção de vapor de água. ILUSTRAÇÃO 3 - HUMIDADE DE CONDENSAÇÃO NUMA JANELA 9

3.4. HUMIDADE DE PRECIPITAÇÃO A chuva, sem a ação de fatores externos não é uma ameaça séria para as paredes dos edifícios. No entanto, caso exista vento a precipitação pode ser uma das principais fontes de humidade, sendo que as anomalias derivadas deste tipo de humidade manifestam-se a seguir a período de precipitação e vento intensos. A penetração da água da chuva nas paredes é um fenómeno normal que não apresenta problemas caso as estruturas dos edifícios e os próprios materiais tenham sido concebidos de forma a conseguirem resistir a estes fenómenos. [1] ILUSTRAÇÃO 4 - HUMIDADE DE PRECIPITAÇÃO 10

3.5. HUMIDADE DEVIDO A CAUSAS FORTUITAS A ocorrência de humidade devido a causas fortuitas toma diversas formas, mas podem ser definidas como sendo pontuais, a nível espacial e sendo o resultado de defeitos na construção, falhas de equipamentos ou erros humanos, tanto ativas como em caso de acidentes ou passivos como é o caso da falta de manutenção das estruturas. [1] De entre as causas mais frequentes desta anomalia, destacam-se as que são o resultado de ruturas de canalizações, nomeadamente nas redes de distribuição de água, nos esgotos ou devido a infiltrações nas paredes de água proveniente da cobertura, como o entupimento das caleiras ou dos tubos de queda. Os sintomas que estão mais associados a estes fenómenos de humidade são geralmente muito variáveis. Contudo, numa quantidade razoável destes casos algumas características podem ser destacadas: - Natureza localizada das patologias - Maior gravidade das ocorrências aquando de períodos de precipitação mais elevada relativamente o que seria expectável com infiltrações resultantes da água da chuva - Natureza permanente e com gravidade acentuada em situações onde se verifica a rutura das canalizações - Migração da humidade para locais distantes do local de origem da anomalia quando a quantidade de água presente propicia a atuação de mecanismos de capilaridade. ILUSTRAÇÃO 5 - CALHAS ENTUPIDAS QUE LEVAM À ACUMULAÇÃO DE ÁGUA, QUE POSTERIOREMENTE É ABSORVIDA PELAS PAREDES 11

3.6. HUMIDADE ASCENSIONAL OU DE SOLO A água proveniente do solo pode provocar degradação do desempenho das paredes e pavimentos. Essa degradação é originada pelo facto de as paredes dos pisos térreos e de caves não protegidas, por serem constituídas por materiais de construção tradicionais possuir uma estrutura que favoreça a migração por capilaridade, quer horizontal, quer verticalmente, aliada ao facto de não existirem barreiras que impeçam esse deslocamento. [9] A humidade ascensional está dependente de alguns fatores, de entre os quais se destacam: - As condições climatéricas da região: em locais onde a humidade relativa é elevada, a evaporação será efetuada com maior dificuldade, e haverá uma maior progressão da humidade. - A porosidade: a porosidade de um certo material é a razão entre o volume do espaço vazio, como os poros e canais, e o volume total aparente. A grande maioria dos materiais apresenta porosidade aberta, pelo que é relativamente fácil a sua embebição por água, sendo o nível de capilaridade tanto maior quanto maior for o diâmetro dos poros. No caso de possuírem porosidade fechada, uma situação em que os poros não comunicam entre si, algo que é menos comum, os materiais são impermeáveis, e não permitem a transferência de água no seu interior. Materiais que possuam porosidade fechada servem como uma barreira hídrica natural, não sendo necessária a realização de mais intervenções. - Espessura da parede e características dos materiais de revestimento: a altura da progressão da frente húmida irá estabilizar quando a quantidade de água evaporada for equivalente á quantidade de água que é absorvida. A espessura das paredes tem uma influência direta sobre a altura que a frente húmida irá atingir, podendo-se verificar experimentalmente que quanto maior for a altura da mesma, maior será a altura que a frente húmida irá atingir. Também pode ser verificado experimentalmente que a impermeabilização de uma parede, que faz com que a área de evaporação seja menor, aumente o nível da humidade na parede. [9] A água que existe no solo e que origina humidade ascensional está dividida em dois tipos: as águas superficiais e as águas freáticas. As primeiras são geralmente 12

devidas a uma recolha defeituosa da água das chuvas ou das ruturas das canalizações de água ou esgotos. Nas situações resultantes das águas freáticas verifica-se um nível constante ao longo do ano, sendo que o nível da mesma não costuma ultrapassar 2 metros acima do nível do solo. A altura das manchas é maior nas paredes interiores, quando comparadas com as paredes exteriores, pois as condições de evaporação são mais reduzidas. FIGURA 1: EFEITO DA ESPESSURA DAS PAREDES NA HUMIDADE ASCENSIONAL [8] FIGURA 2:EFEITO DA IMPERMEABILIZAÇÃO DAS PAREDES NA HUMIDADE ASCENSIONAL [8] 13

4. PATOLOGIAS Apesar do avanço científico e tecnológico das áreas das técnicas e dos materiais de construção, tem-se verificado um elevado número de edifícios recém-construídos exibindo diversas patologias. O uso inadequado de materiais, juntamente com a falta de cuidados na execução e a falta de manutenção tem criado desperdícios, visto que muitos edifícios têm que sofrer grandes investimentos em reparações que poderiam ser inteiramente evitadas. As patologias, na construção civil, podem ser entendias como falhas graves no desempenho da estrutura em si, no que toca à estabilidade, estética e à sua durabilidade em relação às condições a que se encontra submetida. ILUSTRAÇÃO 7 - ESTRUTURA DE METAL, MAIS CONHECIDA COMO "ARMADURA, COM PATOLOGIAS CAUSADAS PELA SUA EXPOSIÇÃO ILUSTRAÇÃO 6 - PATOLOGIA CAUSADA PELA INFILTRAÇÃO DA ÁGUA 14

5. RELAÇÃO HUMIDADE-PATOLOGIAS O fenómeno patológico humidade mostra-se com o aparecimento de um teor de água que excede o que é desejado num revestimento, quer seja na superfície ou na sua própria massa. As suas manifestações ocorrem, principalmente, sob a forma de manchas, que são provocadas pela água contida no revestimento ou no seu acabamento, assim como pela água em forma de gotas sobre as superfícies dos revestimentos. A humidade pode ser responsável, por si só ou juntamente com outros fatores, por diversas degradações dos materiais constituintes das paredes. 6. PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO A NÍVEL DOS DIFERENTES TIPOS DE HUMIDADE Sendo a humidade uma das maiores causas de anomalias em fachadas, é necessário saber como se formou, ou seja, ter conhecimento das possíveis causas que levaram ao seu aparecimento, assim como identificar qual o tipo de humidade presente e encontrar soluções para prevenir ou, em casos avançados, para intervir, eliminando-a. ILUSTRAÇÃO 8 - PATOLOGIAS ASSOCIADAS À HUMIDADE, DEVIDO À FRACA IMPERMEABILIDADE DAS PAREDES 15

6.1. HUMIDADE DEVIDA A CAUSAS FORTUITAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO As medidas de prevenção da humidade acidental passam pela limpeza das caldeiras no início do outono, pela verificação do bom estado das redes de água, das águas pluviais e de saneamentos. Para prevenir que este tipo de humidade surja é ainda necessário realizar trabalhos de manutenção periodicamente, assim como verificar pontos singulares suscetíveis de ocorrência de humidade. ILUSTRAÇÃO 9 - LIMPEZA DAS CALHAS, COMO FORMA DE PREVENIR O APARECIMENTO DE HUMIDADE MEDIDAS DE INTERVENÇÃO Para intervir em edifícios com humidade devida a causas fortuitas é necessário detetar previamente a causa que levou ao seu aparecimento e só posteriormente atuar. 16

6.2. HUMIDADE DE CONSTRUÇÃO MEDIDAS DE PREVENÇÃO Para prevenir o aparecimento da humidade de obra basta tomar as precauções necessárias à construção de qualquer edifício. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO Com vista à eliminação da humidade proveniente de erros durante a execução da obra, devem-se criar condições de ambiente favoráveis à secagem das paredes. Para que tal aconteça é necessário reforçar a ventilação dos ambientes, sendo este um método bastante económico e eficaz, podendo ser realizado pelo simples gesto de abrir as janelas, pois desta forma criam-se correntes de ar, que permitem que o ar relativamente seco seja permanente em contacto com as paredes húmidas. No entanto para que este processo seja executado com sucesso são necessárias condições climatéricas favoráveis. Uma outra forma de combater este tipo de humidade é aumentando a temperatura do ar, uma vez que uma maior temperatura do ar leva a uma menor humidade relativa. A temperatura do ar pode ser aumentada através do uso de aquecedores destinados a aumentar a temperatura ambiente. É de referir que devem existir ventilação eficiente para que este procedimento tenha sucesso. Pode-se ainda intervir na eliminação da humidade de construção diminuindo a humidade relativa do ar, através da utilização de desumidificadores que retiram a água do ar. ILUSTRAÇÃO 10 - REABILITAÇÃODE UMA PAREDE COM HUMIDADE DE CONTRUÇÃO 17

6.3. HUMIDADE ASCENSIONAL OU DE SOLO MEDIDAS DE PREVENÇÃO São diversas as medidas a serem tomadas de forma a prevenir o aparecimento de humidade de absorção e capilaridade. Para que não ocorram problemas relacionados com este tipo de humidade é necessário evitar construir edifícios em terrenos alagados e deve-se recorrer à drenagem das águas, afastando-as assim das fundações. A utilização de materiais densos e pouco permeáveis nos elementos de construção em contacto com o solo é também uma forma de evitar que a água seja absorvida de forma a causas humidade. Para além disso, deve haver interposição de revestimentos estanques horizontais e verticais e também deve-se recorrer à execução de valas em caves situadas abaixo do nível de água freático. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO Quando a água já foi absorvida e se verifique sinais de humidade ascensional, torna-se necessário intervir de forma à eliminação das anomalias. Para isso é necessário realizar uma drenagem do terreno e executar furos de arejamento dispostos em quincôncio, estando estes inclinados de 20º a 30º com a horizontal, para que desta forma o ar seco que entra no edifício carregar-se de humidade, tornar-se mais denso e escoar-se para o exterior através da parte inferior do furo. Uma outra forma de eliminar a humidade ascensional é através da realização de uma electro-osmose. Este processo gera uma diferença de potencial entre os eletródios inseridos na parede húmida e os eléctrodos que estão enterrados no solo, o que leva a uma descida de água da parede. Pode-se ainda contrariar o acesso de humidade no solo através da inserção de membranas impermeabilizantes em fendas horizontais abertas na parte inferior das paredes ou através da injeção de produtos impermeabilizantes numa fiada de orifícios abertos na parede. 18

6.4. HUMIDADE DE PRECIPITAÇÃO MEDIDAS DE PREVENÇÃO É possível evitar que a água se infiltre nos elementos envolventes das paredes e evitar, deste modo a humidade, protegendo de forma eficiente o parâmetro exterior das paredes. Algumas medidas de prevenção utilizadas na prevenção da humidade de infiltração, ou precipitação, passam pela utilização de paredes duplas e da aplicação de materiais com componentes betuminosas que levam à impermeabilização. Uma pormenorização cuidada dos pontos especiais remates superiores, assim como ligações às coberturas, ligações das alvenarias às caixilharias, portas, juntas de dilatação são várias medidas que podem ajudar a prevenir esta patologia. Para além disso, a escolha de materiais adequados, bem como a boa execução do trabalho no projeto são favores preventivos da penetração da água das chuvas no interior das construções. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO Com vista a solucionar as anomalias causadas pela humidade de infiltração devem-se aplicar novos revestimentos de paredes, impermeáveis à água da chuva e permeáveis ao vapor de água. A aplicação de um hidrófugo de superfície, produto incolor que é impermeável à água e permeável ao vapor de água e que contém propriedades de hidro repelência, nos parâmetros exteriores, assim como a aplicação de um revestimento exterior curativo com bases em ligantes sintéticos são medidas que ajudam a eliminar a água que se infiltrou na parede. Pode-se, ainda, recorrer à aplicação de revestimentos exteriores de elementos descontínuos. 19

6.5. HUMIDADE DE CONDENSAÇÃO MEDIDAS DE PREVENÇÃO Para prevenir que ocorra condensação de água nos edifícios e que surjam manchas associadas à humidade causada por essa condensação devem ser tomadas certas precauções, como a melhoria do isolamento térmico das paredes, aumentando desta forma a temperatura superficial do interior das paredes. Pode-se recorrer, também, ao acréscimo da temperatura ambiente, o que visa diminuir a humidade relativa do ar ambiente. Uma melhor ventilação do local é também algo benéfico para prevenir a humidade de condensação, pois leva a uma diminuição ou até mesmo à remoção do vapor de água gerado no ambiente e seca as superfícies molhadas devido à condensação do vapor de água não removido para o exterior. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO Os processos utilizados na correção e extinção das anomalias causadas pela humidade de condensação são vários. A execução de orifícios de ventilação nas fachadas, devidamente protegidas no interior de modo a evitarem-se as correntes de ar, assim como a montagem de janelas especiais providas de aberturas de ventilação e a montagem de sistemas de ventilação mecânica são exemplos de medidas que, através do reforço da ventilação, reduzem a humidade de condensação. O aumento do isolamento térmico das paredes, por aplicação no interior de um revestimento de agregados leves e de placas isolantes, bem como a aplicação de revestimentos porosos que absorvem a humidade quando o ambiente está saturado, perdendo-a posteriormente quando o ambiente se encontra mais seco e a aplicação de revestimentos impermeáveis, são intervenções que, tal como a aplicação de revestimentos impermeáveis, conduzem á diminuição das anomalias devidas à condensação da água nas paredes dos edifícios. 20

Para além disso, é também benéfico o uso de desumidificadores, pois estes fazem com que o ar contacte com materiais que absorvem parte da sua humidade. ILUSTRAÇÃO 11 - ORIFICIO PARA AUMENTAR A VENTILAÇÃO 21

6.6. HUMIDADE DEVIDA A FENÓMENOS DE HIGROSCOPICIDADE MEDIDAS DE PREVENÇÃO A prevenção da humidade associada a fenómenos de higroscopicidade passa por manter a humidade relativa em valores elevados ou baixos, isto é, valores inferiores a 65% ou superiores a 75%. Para que tal aconteça deve-se recorrer a humidificadores ou a desumidificadores, consoante a anomalia verificada. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO ILUSTRAÇÃO 12 - DESUMIDIFICADOR Para eliminar as patologias associadas à humidade higroscópica é necessário remover os sais higroscópicos, utilizando compressas de algodão ou papel absorvente, embebido em água destilada colocada sobre as zonas afetadas. A substituição dos elementos afetados por outros materiais impermeáveis ou de permeabilidade muito reduzida é também uma medida de intervenção a ser tomada quando se verifique fenómenos causados por este tipo de humidade. Pode-se ainda recorrer à ocultação das anomalias, executando uma nova parede pelo interior, estando esta afastada alguns centímetros da parede existente ou através da aplicação de revestimentos especiais. O controlo da humidade relativa do ar, mantendo-a entre valores interiores ou superiores a 65 e 75%, respetivamente, é uma outra forma de reduzir ou eliminar a humidade de higroscopicidade, pois desta forma os sais estão sempre cristalizados ou dissolvidos. 22

7. CASOS DE ESTUDO Após a análise de alguns edifícios da cidade do porto, foi possível identificar humidade em alguns deles. Perto da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, analisamos dois edifícios que continham humidade: a Faculdade de Economia da Universidade do Porto e a garagem do edifício D. João II. 7.1. FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO A Faculdade de Economia da Universidade do Porto, situada na Rua Dr. Roberto Frias, é um edifício já antigo, criado em 1953. Este edifício foi alvo de um estudo com vista a identificar a presença de patologias associadas à humidade ILUSTRAÇÃO 13 - VISTA FRONTAL DA FEP 23

DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA As paredes do edifício em questão apresentavam manchas de humidade. ILUSTRAÇÃO 14 - MANCHAS DE HUMIDADE PRESENTES NA FEP CAUSAS As manchas de humidade observadas poderão estar associadas à humidade de precipitação. As causas que poderão ter originado estas patologias foram a infiltração da água proveniente da chuva nas paredes. SOLUÇÕES Com vista a solucionar este problema devem ser aplicados revestimentos de parede novos, impermeáveis à água. A aplicação de um revestimento exterior curativo com bases em ligantes sintéticos é, também, um procedimento que ajuda a eliminar a água que se infiltrou nas paredes. Após a reparação do problema poder-se-ão utilizar produtos que combatem a infiltração da água nas paredes, através da impermeabilização destas. 24

7.2. GARAGEM DO EDIFÍCIO D. JOÃO II Esta estrutura está localizada na rua Dr. Alberto Valente, Vila Nova de Gaia, e foi construído em 2003. Esta garagem, anexa ao referido edifício tem no seu andar imediatamente superior uma lavandaria que encerrou há alguns meses. Este edifício apresenta algumas patologias associadas à humidade, e por essa razão foi um dos casos de estudo que nos propusemos a analisar. ILUSTRAÇÃO 15 - VISTA FRONTAL DA LAVANDARIA DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA O tecto do edifício em questão apresentava manchas de humidade, onde a tinta se apresentava a descascar devido à falta de aderência e onde era também possível visualizar cristalizações de sais sobre a forma de pequenas estalactites. ILUSTRAÇÃO 16 - MANCHAS DE HUMIDADE E FORMAÇÕES CRISTALINAS NO TETO DA GARAGEM 25

CAUSAS As manchas apresentadas podem ter tido origem em infiltrações de água provenientes da deficiente canalização da lavandaria e também da presença de sais nessa mesma água, o que levou à formação das estalactites. SOLUÇÕES Quanto aos sais presentes no edifício será necessário removê-los podendo-se usar para isso compressas de algodão embebidas em água destilada. A fonte dessa humidade deve ser descoberta e deve ser tratada para que os níveis de humidade relativa não atinjam valores demasiado altos. Por fim, para finalizar a pintura dever-seá remover a tinta antiga, aplicar um produto anti-fungos seguida de um primário de aderência e aplicar-se a nova camada de tinta. ILUSTRAÇÃO 17 - PORMENOR DE TINTA DESCOLADA NO TETO DA GARAGEM 26

8. CONCLUSÃO Com este trabalho conclui-se que existem diversos tipos de humidade, sendo cada um causado por diferentes motivos. Na maioria dos casos, a humidade está associada a fenómenos de condensação, causados pela falta de ventilação e pelas condições de habitação. Para além disso o uso de materiais que absorvem grandes quantidades de água nas construções é também outro grande motivo para o aparecimento da humidade. Para não serem necessárias grandes intervenções a nível da humidade nos edifícios é aconselhável que se tomem medidas de prevenção e que se utilizem os materiais adequados à construção, evitando-se assim o aparecimento de patologias associadas à humidade. Após a realização de alguns estudos de casos de edifícios que apresentam humidade, conclui-se que existem na cidade do Porto alguns que necessitam de reparações urgentes com vista a resolver determinadas patologias. Essas possíveis intervenções irão contribuir para melhores condições de habitabilidade dos edifícios e resolver parte dos problemas de humidade surgidos. No entanto, as medidas de intervenção a adotar para eliminar a existência de humidade, apenas deverão ser estabelecidas após uma análise das condições do edifício em causa. 27

9. BIBLIOGRAFIA [1]http://www2.ufp.pt/~jguerra/PDF/Reabilitacao/Identificacao%20e%20tratamento% 20de%20patologias%20em%20edificios.pdf (Outubro, 2012) [2]http://www.estt.ipt.pt/download/disciplina/1136 Humidade_Constru%C3%A7%C 3%A3o.pdf (Outubro, 2012) [3]https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/1369/1/II2.pdf (Outubro, 2012) [4]http://paginas.fe.up.pt/~vpfreita/6_PC2005.pdf (Outubro, 2012) [5]http://www.patorreb.com/pt/ (Outubro, 2012) [6]http://www2.ufp.pt/~jguerra/PDF/Reabilitacao/Identificacao%20e%20tratamento% 20de%20patologias%20em%20edificios.pdf (Outubro,2012) [7]http://www.engenhariacivil.com/problema-humidade-construcao (Outubro,2012) [8] GUIMARÃES, Ana Sofia; TORRES, Maria Isabel; FREITAS, Vasco Peixoto. Humidade Ascensional, FEUP edições, Porto, 2008 28