ABIOVE e cadeia produtiva promovem boas práticas socioambientais na sojicultura brasileira, revela estudo da TNC Publicação da TNC, uma das maiores organizações de conservação ambiental do mundo, destaca programas de boas práticas agrícolas e socioambientais envolvendo a ABIOVE e suas associadas. São Paulo, maio de 2012 - A organização não governamental The Nature Conservancy (TNC - http://portugues.tnc.org/), uma das maiores do mundo em conservação da biodiversidade, presente em mais de 30 países, desenvolve programas de boas práticas agrícolas na cadeia produtiva da soja brasileira. Publicação recente da TNC, intitulada Boas Práticas Agrícolas e Certificação Socioambiental a Caminho da Sustentabilidade, reportou mais de uma dezena de ações estratégicas de melhoria da sustentabilidade que estão em curso, demonstrando a postura proativa da cadeia produtiva e de outros agentes. Entre os destaques da publicação, constam programas dos quais participam a ABIOVE e as suas empresas associadas e entidades parceiras. São eles: Programa Soja Plus; Soja Mais Verde; Boas Práticas Agrícolas e Programas de Sustentabilidade da Amaggi, Bunge, Cargill e do Instituto para o Agronegócio Responsável (ARES); Moratória da Soja e Cadastro Ambiental Rural (CAR). A TNC deixou de incluir no seu estudo o programa de sustentabilidade da ADM em parceria com a ONG Aliança da Terra, que presta orientação prática e específica nas fazendas para centenas de sojicultores. A publicação da TNC chega ao mercado faltando poucas semanas para a Rio+20, evento que deverá ser uma vitrine para o mundo das ações que o agronegócio responsável brasileiro vem empreendendo. A ABIOVE considera a iniciativa da TNC, de colocar em relevo os programas sustentáveis da sojicultura brasileira, bastante positiva. O peso da prestação de contas da principal ONG conservacionista do mundo é um fato inegável e contribui para divulgar e reforçar a credibilidade dos programas sustentáveis da cadeia produtiva da soja junto à opinião pública. Segundo a TNC, o Brasil demonstra uma forte preocupação para que a expansão do mercado de commodities agrícolas, em especial o da soja, aconteça de forma responsável e conforme as leis nacionais. Os programas de sustentabilidade colocam a sojicultura brasileira na liderança da sustentabilidade mundial, como prestadora de serviços ambientais.
O Brasil no mercado mundial de soja Os maiores produtores e exportadores mundiais de soja são os Estados Unidos, o Brasil e a Argentina. O Brasil, segundo exportador, vende para a China e a União Europeia, os maiores importadores. A soja é a principal cultura agrícola do Brasil, em volume e geração de renda. São 75 milhões de toneladas em 24 milhões de hectares. O complexo soja é uma das principais fontes de divisas do País, com participação em 10% das exportações totais. Ao todo, são 250 mil produtores que geram 1,5 milhão de empregos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o território brasileiro possui 851 milhões de ha, dos quais 520 milhões de ha estão ocupados com vegetação nativa. Desses, 107 milhões de ha são terras indígenas e 130 milhões de ha são unidades de conservação, como florestas nacionais e parques estaduais. Atualmente, a área plantada com todas as culturas agrícolas brasileiras corresponde a 65 milhões de ha, menos de 10% do território brasileiro. Práticas e compromissos A publicação da TNC destaca práticas agrícolas sustentáveis que podem ser auditadas por meio de programas de certificação e gestão da propriedade rural. Esses programas contam com a participação de produtores, compradores, processadores, exportadores, sociedade civil, governos e agentes financeiros. Função dos programas de boas práticas agrícolas Tais programas demonstram para os produtores rurais como fazer uma gestão responsável dos seus empreendimentos e, para isso, oferecem um conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas à produção, ao processamento e ao transporte da soja. Como resultado, espera-se a proteção do meio ambiente e a melhora da qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias.
Soja Plus Programa de Gestão Econômica, Social e Ambiental da Soja Brasileira O Soja Plus é um programa de gestão da propriedade rural, em âmbito nacional, para atender às demandas de mercado por produtos sustentáveis. Os produtores rurais participantes têm como objetivo atingir a melhoria contínua da qualidade de vida no trabalho, melhores práticas de produção e responsabilidade social. O Soja Plus é organizado pelas seguintes instituições: ABIOVE, APROSOJA (Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) e ARES (Instituto para o Agronegócio Responsável). O Soja Plus (www.sojaplus.com.br) promove e implementa ações em parceria com produtores rurais, governos estaduais e municipais, sociedade civil, indústria, comércio, instituições de pesquisa, ensino e extensão. O programa tem cinco linhas de ação: qualidade de vida no trabalho, melhores práticas de produção e serviço, viabilidade financeira e econômica, qualidade do produto e responsabilidade social. Resultados do Soja Plus Em 2011, 1.520 produtores rurais do estado do Mato Grosso participaram de cursos, treinamentos, dias de campo e assistência técnica sobre saúde e segurança no trabalho. Em 2012, já foram realizados dias de campo para 3.100 produtores rurais. Ainda neste ano, será oferecida assistência técnica para todos os produtores sobre a nova legislação ambiental brasileira e a adequação de construções rurais (alojamentos, refeitórios, oficinas mecânicas, depósitos de agroquímicos, dentre outros). O Programa Soja Plus começou no Mato Grosso e está sendo ampliado para Bahia, Paraná e Minas Gerais.
Soja Mais Verde O Projeto Soja Mais Verde é uma iniciativa desenvolvida no estado do Mato Grosso pela APROSOJA e TNC em parceria com prefeituras municipais e outras entidades. Tem como objetivo assegurar a produção sustentável da soja com o mapeamento e a regularização ambiental das propriedades rurais. Paralelamente, busca recuperar áreas degradadas e eliminar o cultivo de soja nas áreas de preservação exigidas por lei (nascentes, chapadões, morros com áreas declivosas, margens de rios, dunas, restingas e manguezais). Para mais informações, acesse: www.aprosoja.com.br/novosite/com_projeto.php?id=14&comissoes=sustentabilidade%20soci oambiental AMAGGI A AMAGGI é um grupo brasileiro que atua na produção, processamento e comercialização de produtos agrícolas. Outras atividades da empresa incluem a produção de fertilizantes e energia. O grupo endossa o Soja Plus, assina o Pacto da Moratória da Soja e faz parte da Mesa Redonda da Soja Responsável (RTRS). A AMAGGI criou um Guia de Práticas Sustentáveis para auxiliar as visitas técnicas que orientam os produtores a desenvolver uma produção sustentável, abordando temas como gestão socioambiental, gerenciamento de resíduos, conservação da vegetação nativa e recuperação de áreas degradadas. O Guia pode ser encontrado no seguinte link: www.grupoandremaggi.com.br/wpcontent/uploads/2010/12/guia_praticas_sustentaveis.pdf A Amaggi também investe em atividades de pesquisa e desenvolvimento, estreitando relações com a comunidade científica. O projeto Savanização, por exemplo, estuda os efeitos das queimadas nas áreas de transição entre a floresta e o cerrado. É desenvolvido por ONGs, universidades e institutos de pesquisa do Brasil, dos EUA e do Reino Unido.
As diretrizes estratégicas do grupo são: veto à utilização de trabalho degradante e infantil; compromisso de não interferência em áreas indígenas e em unidades de conservação; compromisso de não produzir em áreas embargadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e de não produzir em áreas recentemente desmatadas no bioma Amazônia. Bunge A Bunge está presente no Brasil desde 1905. Criou e mantém a Plataforma de Sustentabilidade. Esta dissemina melhores práticas agrícolas e a cultura da sustentabilidade entre seus stakeholders, desenvolvendo ações concentradas em quatro pilares estratégicos: agricultura sustentável, mudanças climáticas, dietas saudáveis e redução de resíduos. A empresa apoia o Programa Soja Plus e participa da RTRS. Utiliza o padrão do Global Report Initiative (GRI) no nível de aplicabilidade A+. A Bunge sensibiliza e capacita produtores rurais, maximizando o desempenho dos recursos naturais. De acordo com o Relatório de Sustentabilidade 2011, cerca de 35 mil produtores se relacionam com a empresa. (www.bunge.com.br/downloads/sustentabilidade/cartilha_ra.pdf) A proposta de minimizar o impacto negativo das atividades rurais e incentivar a produção responsável está estruturada em quatro etapas: conscientização e sensibilização, capacitação, reconhecimento e sanções. Para cada uma das etapas a Bunge dispõe de um conjunto de ações, que são acompanhadas de forma criteriosa, com o objetivo de promover a sustentabilidade no campo e, em consequência, em toda a cadeia produtiva. Só em 2010, o sistema de controle da Bunge bloqueou centenas de produtores por condições de trabalho degradantes, por conversão da floresta amazônica em soja depois de 2006 (data de início da Moratória) e quase 2 mil produtores identificados na lista de áreas embargadas do IBAMA. A Bunge também combate severamente o trabalho infantil. A companhia assegura, ainda, o adequado encaminhamento dos resíduos industriais decorrentes de seus produtos. Em parceria com ONGs mantém diversos programas de educação e de conscientização para o correto descarte das embalagens e demais resíduos. Só no estado de São Paulo foram criados 950 postos de coleta de óleo usado. A empresa também investe para desenvolver embalagens biodegradáveis.
Cargill A Cargill está no Brasil desde 1965 e sua origem é rural. Sediada em São Paulo (SP), a operação brasileira possui unidades industriais, armazéns, escritórios e terminais portuários em cerca de 120 municípios, onde trabalham aproximadamente 6 mil funcionários. A Cargill é signatária de dois importantes compromissos: Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e Pacto contra a Exploração Sexual Infantil. Para tanto, conta com a parceria da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do Instituto Ethos e da Polícia Rodoviária Federal. Em 1973, a empresa criou a Fundação Cargill, que distribuiu nos últimos anos 1 milhão de livros didáticos para alunos de escolas públicas. Também implantou centenas de hortas escolares com o objetivo de disseminar conhecimentos para uma alimentação saudável, sustentável e acessível. A Fundação também promove boas práticas no campo, redução de perdas de alimentos e qualificação de mão de obra. A Cargill promove o Programa 3S Soluções para Suprimentos Sustentáveis (www.cargill.com.br/pt/responsabilida-corporativa) que provê soluções para os principais aspectos relacionados à produção de soja: desmatamento, direito dos trabalhadores e emissões de gases de efeito estufa. A partir de 2011, a Cargill posicionou-se como fornecedora de soja estabelecida sob os critérios do Programa 3S, que também tem um forte engajamento socioambiental com as comunidades tradicionais locais. A cadeia de suprimentos da Cargill é auditada por organismos internacionais independentes, sob os critérios estabelecidos pela norma ISO 19011 ou outros padrões aceitáveis pela Diretiva Europeia. A empresa incentiva a produção responsável da soja no Brasil. Todos os seus fornecedores possuem Cadastro Ambiental Rural para garantir a conformidade legal das fazendas.
ADM A ADM iniciou suas operações no Brasil em 1997, após comprar várias usinas de esmagamento e silos de grãos. Hoje tem mais de 4 mil funcionários no País. A ADM iniciou suas operações no Brasil em 1997, após comprar várias usinas de esmagamento e silos de grãos. Hoje, tem mais de 4 mil funcionários no País, onde processa e vende soja, cacau e trigo, e produz fertilizantes, ingredientes para nutrição animal, biocombustíveis e produtos químicos. O Programa Produzindo Certo é a iniciativa mais importante da ADM do Brasil voltada para o desenvolvimento de uma cadeia de suprimento sustentável da soja. Desenvolvido em parceria com a ONG Aliança da Terra, o programa tem como objetivo incentivar os produtores de soja brasileiros a adotarem práticas sustentáveis de cultivo, que levem à redução do impacto ambiental de suas atividades e assegurem boas condições de trabalho para os funcionários das fazendas. Como funciona? Em um primeiro momento, os técnicos da Aliança da Terra visitam a fazenda para mapeá-la, analisar operações agrícolas e identificar pontos positivos e áreas que necessitam de melhoria. Todas essas informações são usadas para produzir um Diagnóstico Socioambiental da propriedade, que é então entregue ao produtor. Baseado no Diagnóstico Socioambiental da propriedade, é elaborado um Plano de Ação de melhorias e são dadas orientações técnicas de como melhorar os aspectos negativos e promover práticas sustentáveis de cultivo. Após um ano, a Aliança da Terra volta à fazenda para avaliar o progresso e o cumprimento do plano. O programa é totalmente custeado pela ADM para seus fornecedores. Instituto para o Agronegócio Responsável - ARES O Instituto para o Agronegócio Responsável (ARES) é uma entidade sem fins lucrativos que trabalha em prol da sustentabilidade da atividade agropecuária e agroindustrial brasileira. O ARES realiza programas, projetos e estudos que melhoram a eficiência da produção agropecuária do País. O Instituto trabalha com as seguintes linhas temáticas: programas de gestão ambiental, social e econômica das propriedades rurais; formulação de estratégias para o aumento da competitividade; e transferência de novas tecnologias com baixo impacto ambiental para os produtores rurais. O ARES coordena o programa Do Campo ao Mercado em parceria com a Embrapa, voltado para o desenvolvimento de indicadores de uso e perda de solo, uso de energia, balanço de gases de efeito estufa e eficiência na utilização de recursos hídricos. Esses indicadores servem como base de dados para alimentar a Calculadora de Sustentabilidade, poderosa ferramenta para a boa gestão de melhores práticas agrícolas nas fazendas. O ARES também oferece dias de campo no âmbito do Programa Soja Plus. Para mais informações, acesse http://www.institutoares.org.br/ares_projetos.html.
Moratória da Soja A Moratória da Soja é um programa de governança do setor produtivo e da sociedade civil que tem por objetivo não comercializar soja produzida em áreas desmatadas no bioma Amazônia. O acordo foi estabelecido em 2006 pela ABIOVE e permanece vigente até 2013. Participam da Moratória da Soja empresas que atuam no mercado de soja e operam no bioma Amazônia, Ministério do Meio Ambiente, Banco do Brasil e organizações da sociedade civil (Conservação Internacional, IPAM, Greenpeace, TNC e WWF-Brasil). (www.abiove.com.br/ss_moratoria_br.html) Como parte da operacionalização da Moratória da Soja, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) identifica as áreas desmatadas por imagens de satélites. Os polígonos captados nessas imagens, com indícios da presença de cultura agrícola anual, são sobrevoados com o uso de aeronaves equipadas com GPS, computadores e câmeras fotográficas. Os sobrevoos se destinam à identificação do uso e da ocupação do solo. A utilização de imagens de satélites para monitoramento das áreas desflorestadas, visando à identificação de culturas agrícolas, permite avaliar praticamente toda a área de influência de cultivo da soja no bioma Amazônia. O monitoramento da Moratória, com o uso combinado de imagens de satélites e de fotografias aéreas panorâmicas, proporcionou uma alta confiabilidade na identificação e no mapeamento do plantio de soja em áreas desflorestadas no período. Nas fotos panorâmicas é identificada a ocorrência total ou parcial de soja e também de outros usos conforme definidos no box em azul. 1. Soja, arroz ou milho: área com plantio; 2. Desmate: área que sofreu exploração da vegetação nativa; 3. Floresta: área com vegetação nativa em diferentes estágios de sucessão; 4. Pastagem: área com pastagem para a atividade pecuária; 5. Queimada: área com ocorrência de incêndio recente; 6. Reflorestamento: área com plantio florestal de eucalipto ou pinus; 7. Regeneração Natural: área que após desmate ou queimada esteve em pousio e atualmente tem ocorrência de espécies nativas se desenvolvendo naturalmente A safra de soja de 2010/11 foi a maior da história do Brasil, com uma produção de 75,3 milhões de toneladas. Esse recorde foi atingido em função do aumento da área cultivada e, principalmente, pelo ganho de produtividade. Apesar da seca no início do plantio, os estados de Mato Grosso e Rondônia também tiveram recordes de produtividade nesta última safra. Destaca-se o estado do Pará, que obteve um ganho de 12% na produtividade em relação à safra passada (CONAB, 2011). Os resultados obtidos em 2011, quarto ano de monitoramento, mostraram que o plantio de soja ocorreu em apenas 0,39% da área total desflorestada, desde o período de vigência da Moratória. Isto representa apenas 0,05% da área total plantada com soja no Brasil, na safra 2010/11.
Na safra 2010/11, a área de soja nos polígonos desflorestados, dentro do período da Moratória, representa 0,6% da área total cultivada com soja no bioma Amazônia. Deve-se destacar que no estado do Mato Grosso, responsável por 88% da área de soja no bioma Amazônia, esse cultivo, em desflorestamentos ocorridos no período da Moratória, representa 0,49% da área total de soja no bioma Amazônia. Em síntese, o cuidadoso processo de análise das imagens de satélites, seguido de sobrevoo com registros fotográficos e coleta de documentos em cartórios locais, permite que as indústrias e empresas exportadoras, participantes da Moratória da Soja, possam cumprir com o compromisso de não adquirir soja de áreas desflorestadas a partir de 2006, no bioma Amazônia. Clientes europeus da soja brasileira, como Ahold, ASDA, Carrefour, Cooperative, Kraft, Marks&Spencer, McDonald s, Nutreco, Ritter-Sport, Sainsbury s, Waitrose e Walmart, além da própria sociedade civil, reconheceram a Moratória, apoiando a evolução positiva do trabalho desenvolvido. "Nós vemos a moratória como uma ferramenta poderosa e essencial para alcançar a meta de comprar produtos de origem sustentável. Nós encorajamos outras empresas e outros setores para participar de esforços semelhantes para garantir que a Amazônia seja preservada. Em particular, gostaríamos de agradecer o aperfeiçoamento do sistema de mapeamento e monitoramento que conta agora com a séria e idônea participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)" "The Soy Moratorium and negotiations with the meat sector are programmes that could serve as models for other countries" Kumi Naidoo, Greenpeace Global Executive Director, quoted in Valor Economico, 9 th March 2010.
Cadastro Ambiental Rural (CAR) O Cadastro Ambiental Rural (CAR), instituído em 2009 pelo Decreto 7.029, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, é parte integrante do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA). Trata-se de um importante instrumento para controle ambiental, para avaliação de políticas, para a efetividade das operações de fiscalização e para o monitoramento de propriedades rurais. (http://portugues.tnc.org/tnc-nomundo/americas/brasil/projetos/cadastro-ambiental-rural.xml) O CAR é um sistema eletrônico de identificação georreferenciada da propriedade rural que contém a delimitação das Áreas de Preservação Permanente (APP), da Reserva Legal (RL) e remanescentes de vegetação nativa localizadas no interior do imóvel. O CAR já é uma realidade nos estados do Mato Grosso e Pará, onde são feitos mapeamentos dos imóveis rurais com o apoio de imagens produzidas via satélite para o seu georreferenciamento. Os resultados desse mapeamento subsidiam o levantamento de possíveis passivos ambientais e auxiliam o produtor, quando necessário, no planejamento de atividades de recomposição dessas áreas. O CAR se estabelece como um requisito obrigatório para que o produtor rural obtenha licenciamentos e autorizações ambientais para quaisquer atividades econômicas, agropecuárias ou florestais. Reflete um compromisso do produtor com as suas obrigações ambientais, respondendo às pressões da sociedade e do mercado consumidor em relação à proteção ambiental no ambiente produtivo rural. Os dados gerados através deste cadastro servirão para a elaboração dos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), explica a TNC. O objetivo do programa da ABIOVE de incentivo ao CAR no bioma Amazônia é encorajar e sensibilizar o produtor rural a regularizar suas propriedades rurais e a inseri-las no Sistema de Licenciamento Ambiental de Propriedades Rurais SLAPR. Ações propostas: produzir e distribuir material técnico, como apostilas, cartazes e folhetos, para sensibilizar e esclarecer o produtor rural; organizar cursos, treinamentos e dias de campo para ensinar o produtor como estruturar o processo do CAR (mapeamento, documentos necessários e custos envolvidos); disponibilizar lista de empresas especializadas em geoprocessamento e regularização de imóveis rurais; prospectar incentivos financeiros para os produtores que precisarem recompor as áreas de RL e pagamentos por serviços ambientais; divulgar anualmente os avanços obtidos. Todas as ações aqui mencionadas mostram que é possível conciliar produção agrícola com conservação ambiental. O Brasil, celeiro da humanidade, está desenvolvendo o seu principal cultivo, a soja, com responsabilidade socioambiental.