DIREITO PENAL MILITAR PARTE ESPECIAL BOMBEIRO MILITAR (62)

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DIREITO PENAL MILITAR PARTE ESPECIAL BOMBEIRO MILITAR (62) 98510-0458

EDITAL CBM GO - 2016 DIREITO PENAL MILITAR a) Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar ( art. 149 ao 182); b) Dos crimes contra o serviço e o dever militar( art. 183 ao 204);

Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar ( art. 149 ao 182); CAPÍTULO I - DO MOTIM E DA REVOLTA Motim Revolta Organização de grupo para a prática de violência Omissão de lealdade militar Conspiração CAPÍTULO II DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO Aliciação para motim ou revolta Incitamento Apologia de fato criminoso ou do seu autor CAPÍTULO III -DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU MILITAR DE SERVIÇO Violência contra superior Violência contra militar de serviço CAPÍTULO IV DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA Desrespeito a superior Desrespeito a símbolo nacional Despojamento desprezível DA INSUBORDINAÇÃO Recusa de obediência Oposição a ordem de sentinela Reunião ilícita Publicação ou crítica indevida Parte especial - crimes

CAPÍTULO VI DA USURPAÇÃO E DO EXCESSO OU ABUSO DE AUTORIDADE Assunção de comando sem ordem ou autorização Conservação ilegal de comando Operação militar sem ordem superior Ordem arbitrária de invasão Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qualquer pessoa Abuso de requisição militar Rigor excessivo Violência contra inferior Ofensa aviltante a inferior CAPÍTULO VII -DA RESISTÊNCIA Resistência mediante ameaça ou violência CAPÍTULO VIII - DA FUGA, EVASÃO, ARREBATAMENTO E AMOTINAMENTO DE PRESOS Fuga de preso ou internado Modalidade culposa Evasão de preso ou internado Arrebatamento de preso ou internado Amotinamento

Dos crimes contra o serviço e o dever militar( art. 183 ao 204); CAPÍTULO I - DA INSUBMISSÃO Insubmissão Criação ou simulação de incapacidade física Substituição de convocado Favorecimento a convocado CAPÍTULO II - DA DESERÇÃO Deserção Deserção especial Concerto para deserção Deserção por evasão ou fuga Favorecimento a desertor Omissão de oficial CAPÍTULO III -DO ABANDONO DE PÔSTO E DE OUTROS CRIMES EM SERVIÇO Abandono de posto Descumprimento de missão Retenção indevida Omissão de eficiência da força Omissão de providências para evitar danos Omissão de providências para salvar comandados Omissão de socorro Embriaguez em serviço Dormir em serviço CAPÍTULO IV -DO EXERCÍCIO DE COMÉRCIO Exercício de comércio por oficial

Crimes contra a Autoridade ou Disciplina Militar Motim & Revolta Motim Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência; III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior; Pena reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, com aumento de 1/3 (um terço) para os cabeças. IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar: Pena reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, com aumento de 1/3 (um terço) para os cabeças. REVOLTA Parágrafo único. Se os agentes estavam armados: Obs.única diferença entre motim e revolta. Não é necessário utilizá-las. Pena reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, com aumento de 1/3 (um terço) para os cabeças. Obs. São crimes próprios (militares); Concurso de agentes necessário; dolosos.

Alguns doutrinadores entendem que o civil e o militar inativo podem cometer o delito na condição de coautores ou partícipes, mas somente se houver pelos menos dois militares da ativa envolvidos. Como a circunstância pessoal de ser militar da ativa é elementar do crime, ela se comunica aos partícipes e coautores, nos termos do art. 53, 1º do CPM. Importante destacar que parte da doutrina, entre eles Célio Lobão, entendem que o crime de motim somente pode ser cometido por militares da ativa (crime propriamente militar). Entendimento adotado pelo CESPE obs. Lembrando que as considerações acima acerca do civil somente se aplicam na esfera federal, pois a Justiça Militar Estadual não julga civis sob nenhuma circunstância (art. 125, 4º da Constituição Federal). III- Há ainda alguma discussão da relação do motim com a violência contra superior (art. 157). A posição doutrinária mais aceita é a de que a violência contra superior, por ser mais grave, absorve o motim. IV- perceba que o texto dá abertura para que o crime seja cometido mesmo sem desobediência direta a ordem de superior. Esta é a hipótese de ocupação destes bens ou locais em detrimento da ordem ou da disciplina militar.

Organização de grupo para a prática de violência Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à administração militar: Pena reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. Obs. Crime de concurso de agentes necessário, próprio (militar), doloso. Obs. De propriedade militar, já caiu no concurso dizendo de propriedade particular. Violência contra pessoa ou coisa, esta pública ou particular. Obs. Concurso gosta muito de perguntar: tal crime só pode ser praticado em local sujeito a administração militar. Obs. armamento também inclui as armas impróprias: paus, facas, revólver de uso pessoal do militar, etc. Obs. O crime apenas se consuma com a prática da violência (crime material).

Omissão de lealdade militar Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para impedi-lo: Pena reclusão, de 3 (três) a 5 (cinco) anos. Obs. Concurso gosta muito de perguntar, tal crime só pode ser praticado por comandantes, oficiais ou qualquer militar. Obs. crime de concurso eventual, ele não faz parte do motim ou revolta, ele apenas toma conhecimento e fica calado, aqui tem que delatar. Crime omissivo puro, não admite tentativa, é de mera conduta.

Conspiração Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no artigo 149: Obs. Conspirou e realizou motim, a conspiração fica absorvida, mas aqui pune quando apenas conspira e não realiza. Pena reclusão, de 3 (três) a 5 (cinco) anos. Isenção de pena Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime e quando era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que participou. Obs. Causa especial de extinção de punibilidade. Era um dos conspiradores. Obs. Mais uma vez estamos diante de um crime de coautoria necessária (também chamado de plurissubjetivo), em que é necessária a ação de pelo menos duas pessoas. Cumulação de penas Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. Ex. Motim, mais dois homicídios e lesão - soma tudo...

Aliciação para motim ou revolta Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes previstos no capítulo anterior: Pena reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. obs. militar sai procurando, convidando, aliciando, mesmo não tendo realizado o motim já basta para configurar. Obs.Aqui o sujeito ativo não precisa ser militar. Estamos diante de um crime impropriamente militar, pois nada impede que o civil alicie um militar para o cometimento de crimes contra a disciplina ou a autoridade militar. O termo aliciar significa atrair, seduzir, envolver. Obs.O crime apenas se consuma quando o militar efetivamente se deixa seduzir pelo aliciador e com ele concorda. Se a vítima não concordar, poderá haver a aliciação para motim ou revolta em sua forma tentada.

Incitamento obs. O Art. 286 do código comum refere-se a qualquer crime, aqui apenas a desobediência, à indisciplina ou crime militar, cuidado não precisa estar em local sujeito a administração militar. Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar: Pena reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no artigo. Obs. Só pode ser praticado em local sujeito a administração militar. Obs.Mais uma vez o sujeito ativo pode ser tanto civil quanto militar, vez que se trata de crime impropriamente militar. Obs.O verbo incitar significa impelir, mover, instigar, estimular. Se a incitação for à prática de crime comum, o incitador incorrerá na prática de crime comum (art. 286 do Código Penal). Obs.Se o militar não concordar com o incitador, estaremos diante da tentativa de incitamento.

APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DO SEU AUTOR Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Obs. O sujeito ativo deste crime pode ser qualquer pessoa, civil ou militar. Trata-se de crime impropriamente militar. Obs. O enaltecimento do crime militar ou seu autor também só será crime militar quando feito em local sob administração militar. ATENÇÃO: FUNRIO vai querer perguntar sobre crimes que podem ser consumados apenas em lugar sujeito à administração militar: a) Apologia; b) Incitamento ( apenas na segunda parte) c) DESRESPEITO A SÍMBOLO NACIONAL ( em lugar sujeito a administração militar ou diante a tropa)

Violência contra Superior ou Militar de Serviço Violência contra superior obs. Figura carimbada nos concursos públicos. Nunca será de competência do juizado no crime militar, não aplica a lei 9.099/95. Art. 157. Praticar violência contra superior: obs. Hierarquia vertical. Pena detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. Formas qualificadas 1º. Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general: Pena reclusão, de 3 (três) a 9 (nove) anos. Obs. Tem que ser comandante da unidade a que pertence o agente. 2º. Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de 1/3 (um terço). Obs. Qualquer arma, inclusive faca. Ë necessário que a arma seja empregada. 3º. Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. Obs. Concurso gosta de colocar que para existir o crime de violência exige provocação de lesão, errado, é possível o crime consumado sem nenhuma lesão. Ex. Capitão vai falar com sargento, este não gosta e empurra o capitão. Se apenas ameaçou, não é violência, haverá o crime de ameaça 223 CPM. 4º. Se da violência resulta morte: Pena reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 5º. A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço. Obs. Crime costuma dizer que para configurar o crime é necessário estar de serviço, errado, não é preciso, ocorre apenas aumento de pena. Obs. Haverá o crime mesmo que o capitão esteja na reserva e o sgt na ativa.

Obs.Para que o crime ocorra, é necessário que o agressor tenha conhecimento da posição superior do agredido. Obs.A violência consiste no emprego de força física. O delito não se configura se a violência for praticada contra coisa, a exemplo do veículo ou dos pertences do superior. Não é necessário que haja lesão corporal, mas é indispensável o contato físico. VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE SERVIÇO Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: Pena - reclusão, de três a oito anos. FORMAS QUALIFICADAS 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço. 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. ( concurso formal) 3º Se da violência resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Obs. O sujeito ativo deste crime poderá ser militar ou civil. Trata-se de crime impropriamente militar. AUSÊNCIA DE DOLO NO RESULTADO Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade. ( preterdolo)

DESRESPEITO A SUPERIOR Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. DESRESPEITO A COMANDANTE, OFICIAL GENERAL OU OFICIAL DE SERVIÇO Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade Obs.O cometimento deste crime é restrito aos militares. Obs.O tipo também exige que o ato de desrespeito ocorra na presença de outro militar. Se o fato se der diante de civis, não se configurará o crime. Obs.Este crime é subsidiário, como podemos aduzir da expressão se o fato não constitui crime mais grave. Essa subsidiariedade se dá em relação ao crime de desacato a superior (art. 298).

DESRESPEITO A SÍMBOLO NACIONAL Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional: Pena detenção de um a dois anos. Obs. O sujeito ativo é o militar em situação de atividade. Não é possível o cometimento do crime por militar inativo ou civil, exceto em concurso de agentes. Obs. É imprescindível que o ato ocorra em local sujeito à administração militar, ou diante da tropa. Tropa é a reunião de pelo menos dois militares sob o comando de um terceiro, e para que haja o delito é necessário que os demais militares percebam o desrespeito.

DESPOJAMENTO DESPREZÍVEL Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou vilipêndio: Pena detenção, de seis meses a um ano. Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado diante da tropa, ou em público. Obs. Despojar-se significa retirar de si, despir-se, e o tipo exige que o ato seja praticado em razão de menosprezo ou vilipêndio.

Insubordinação RECUSA DE OBEDIÊNCIA Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: Pena de tenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. Obs. Trata-se de crime de mão própria, não sendo admitida a coautoria. Na realidade, se imaginarmos uma situação de coautoria, esta se traduziria na recusa coletiva de cumprir ordens superiores, e este é outro tipo penal: motim ou revolta. Obs. A insubordinação, é gênero, que comporta quatro diferentes espécies, entre elas a recusa de obediência. Obs. Perceba que o tipo penal também prevê o conteúdo da ordem: assunto ou matéria de serviço. Se a ordem for legal, mas tiver conteúdo diferente, estaremos diante do delito de desobediência (art. 301 do CPM). OPOSIÇÃO A ORDEM DE SENTINELA Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela: Pena detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Obs. O sujeito ativo poderá ser militar ou civil, uma vez que não há exigência específica no tipo. O crime é impropriamente militar.

Reunião ilícita Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou assunto atinente à disciplina militar: Pena detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano a quem promove a reunião; de 2 (dois) a 6 (seis) meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave. Obs. O sujeito ativo é o militar ou civil. Trata-se de crime impropriamente militar. Obs. A maior parte dos doutrinadores diz que somente haverá o crime se a discussão significar afronta à disciplina ou à hierarquia militares. Obs. Concurso gosta de induzir o aluno a erro dizendo que inclui ato ou resolução do Governo. Publicação ou crítica indevida Art. 166. Publicar o militar, sem licença, ato ou documento oficial, ou criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Governo: Pena detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Este tipo somente pode ser praticado por militar em situação de atividade. Trata-se de crime propriamente militar.

USO INDEVIDO POR MILITAR DE UNIFORME, DISTINTIVO OU INSÍGNIA Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou graduação superior: Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Crimes contra o Serviço Militar e o Dever Militar -- FIGURAS CARIMBADAS NOS CONCURSOS PÚBLICOS!!! Insubmissão OBS.CRIME PRÓRIO, PORÉM SÓ PODE SER PRATICADO POR CIVIL. Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação: Pena impedimento, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Caso assimilado 1º. Na mesma pena incorre quem, dispensado temporariamente da incorporação, deixa de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento. Diminuição da pena 2º. A pena é diminuída de um terço: a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando escusáveis ( INVENITÁVEL); b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do último dia marcado para a apresentação.

CRIAÇÃO OU SIMULAÇÃO DE INCAPACIDADE FÍSICA Art. 184. Criar ou simular incapacidade física, que inabilite o convocado para o serviço militar: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. OBS. Se a conduta for praticada por militar já incorporado na intenção de passar à inatividade, estaremos diante de crime específico, previsto no art. 188, IV,DESERÇÃO. SUBSTITUIÇÃO DE CONVOCADO Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na inspeção de saúde. Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado. FAVORECIMENTO A CONVOCADO OBS. Sujeito ativo qualquer pessoa! Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a incorporação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo: Pena - detenção, de três meses a um ano. ISENÇÃO DE PENA Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.

Deserção Todo concurso cai questão de deserção.chama deserção propriamente dita Mais clássica deserção do dia a dia. Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias: obs.se ausentar por 6 dias há deserção? Não, apenas transgressão. Exatos 08 dias? não configura. Configura a partir do primeiro minuto após o oitavo dia. Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se oficial, a pena é agravada. OBS.sempre que no militar mencionar que a pensa será agravada e não dizer quanto, será de 1/5 a 1/3. Obs. Para configurar exige que tenha passado mais de 8 dias. Prevalece que é crime permanente, mão própria e não admite coautoria. Obs. Período ou prazo de graça é o período ausente que ainda não configurou deserção apenas transgressão, durante o período de guerra o prazo cai para metade ( mais de 4 adias). Obs. O afastamento tem que ser injustificado. Este é um elemento normativo do tipo penal. Parece óbvio, e é mesmo, mas essa ilicitude é contemplada pelo tipo quando adota a expressão sem licença. Obs.O STM também já decidiu que o período de graça não se interrompe por telefonema do desertor, mas somente com sua presença física nas dependências da Organização Militar em que serve, e não em qualquer outra.

Casos assimilados Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que: I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias; II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra; III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias; IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapacidade. Obs. não exige prazo nenhum, se cair na sua prova como eu já vi: No caso de deserção todas as hipóteses exige o prazo de mais de 8 dias... falso. Aqui cria ou simula qualquer incapacidade, ou seja, pode ser física ou mental. Obs. Célio Lobão chama os casos assimilados de hipóteses de deserção após ausência autorizada.

Deserção Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III: Atenuante especial I - se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a consumação do crime, a pena é diminuída de metade; e de um terço, se de mais de oito dias e até sessenta; Agravante especial II - se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a pena é agravada de um terço.

Deserção especial obs. Configura com a própria partida do navio, não exige o prazo de 08 dias. Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força em que serve: Pena detenção, até 3 (três) meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao comando militar competente. 1º. Se a apresentação se der dentro de prazo superior a 24 (vinte e quatro) horas e não excedente a 5 (cinco) dias: Pena detenção, de 2 (dois) a 8 (oito) meses. 2º. Se superior a 5 (cinco) dias e não excedente a 8 (oito) dias: Pena detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 2º-A. Se superior a oito dias: Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Aumento de pena 3º. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e de metade, se oficial. ( são exemplos para a tropa)

CONCERTO PARA DESERÇÃO Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção: I - se a deserção não chega a consumar-se: Pena - detenção, de três meses a um ano. MODALIDADE COMPLEXA II - se consumada a deserção: Pena reclusão, de dois a quatro anos. Obs. Mais uma vez estamos diante de um crime plurissubjetivo, ou de concurso de pessoas necessário. Obs. Caso a deserção se consume, haverá dois crimes: o concerto para deserção e a deserção propriamente dita, devendo os criminosos responderem em concurso material pelos dois crimes.

DESERÇÃO POR EVASÃO OU FUGA Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de detenção ou de prisão, ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo ausente por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. FAVORECIMENTO A DESERTOR Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo: Pena - detenção, de quatro meses a um ano. Obs. Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. ISENÇÃO DE PENA Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.

OMISSÃO DE OFICIAL Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber encontrar-se entre os seus comandados: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Obs. O sujeito ativo deste crime, além de ser militar, também ocupa a posição de oficial. Abandono de Posto e Outros Crimes em Serviço Abandono de posto obs. Sempre previsto nos concursos.. Crime próprio. Cai Muito. Abandono de posto, deserção, insubordinação, motim, revolta e insubmissão. Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: Obs. configura apenas por dolo, é crime de mera conduta e de perigo abstrato. CAI NA PROVA, quer dizer que, nos 30 min que ele saiu do posto nada aconteceu, não houve nenhum prejuízo a OM, nenhum dano, mesmo assim o crime se consuma pois é de mera conduta e de perigo abstrato, ou seja, não precisa que ocorra dano. O lapso temporal terá influência na dosimetria da pena. Pena detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Obs. E quem não chegou para assumir o serviço? configura? Não, abandona é apenas para quem assumiu, nesse caso ele irá responder pela transgressão disciplinar.

DESCUMPRIMENTO DE MISSÃO Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um terço. 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade. MODALIDADE CULPOSA 3º Se a abstenção é culposa: Pena detenção, de três meses a um ano. EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Obs. Inclui qualquer tipo de entorpecente. DORMIR EM SERVIÇO Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante: Pena - detenção, de três meses a um ano.

EXERCÍCIO DE COMÉRCIO POR OFICIAL Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada: Pena suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma. Obs. Atenção para a exceção! O oficial pode ser acionista ou cotista de Sociedade Anônima ou por cotas de responsabilidade limitada. Isso significa que o oficial pode adquirir ações ou cotas, desde que não tome parte na administração da empresa.