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Transcrição:

Exma. Senhora Bastonária da Ordem dos Advogados ASSUNTO: Novo Mapa Judiciário Tendo chegado ao conhecimento das Delegações de Barcelos e Esposende da Ordem dos Advogados, o diploma sobre o mapa judiciário, aprovado em Conselho de Ministros, vêm estas Delegações pronunciarem-se sobre o mesmo, o que fazem nos seguintes termos: O concelho de Barcelos é o maior concelho do país em número de freguesias (89), tendo mais de 120.000 habitantes. É também o maior concelho, em termos de área, do distrito de Braga, com quase 400 km2, confrontando a norte com o distrito de Viana do Castelo (Viana do Castelo e Ponte de Lima) e a sul com o distrito do Porto (Póvoa de Varzim). Significa isto que, sendo o concelho de Barcelos um concelho de média dimensão nacional, é um dos mais antigos do país e um dos mais importantes no distrito de Braga. Desde há muitos anos a esta parte, o concelho de Barcelos é um concelho com atividade económica muito significativa, principalmente nos sectores primário e secundário, estando aí sediadas cerca de 11.000 empresas, nos mais diversos ramos de atividade (dados do INE). Acresce que, o concelho de Barcelos, desde há uns anos a esta parte, tem nele sediada uma instituição de ensino superior, o IPCA (Instituto Politécnico do Cávado e do Ave), que conta com cerca de 4.000 alunos, e que se tem distinguido, não só pela excelência do ensino e fixação de competências no concelho, mas também pela capacidade de interação com o tecido empresarial, tornando-o cada vez mais capaz e

empreendedor, por forma a melhor poder combater a crise que tem assolado o país nos últimos anos. O concelho de Esposende tem cerca de 35.000 habitantes distribuídos por nove freguesias, ocupando uma área territorial de quase 100 Km2. É um concelho com relevante actividade económica, estando aí sediadas cerca de 4.000 empresas, destacando-se, devido à sua localização geográfica, o sector do turismo. Os concelhos de Barcelos e Esposende estão historicamente associados, pertencendo actualmente ao mesmo círculo judicial. Posto isto, e reportando-nos ao assunto em questão, o novo mapa judiciário, verifica-se que o tratamento dado a estes concelhos é manifestamente prejudicial, não só dos interesses dos cidadãos e empresas aí sediadas, mas também do interesse da própria justiça, que se quer célere, eficaz e justa. Com efeito, as Comarcas do Círculo de Barcelos (Barcelos e Esposende) são completamente relegadas para segundo plano, no contexto distrital, sendo claramente desfavorecidas relativamente a concelhos e comarcas de similar dimensão. A aprovação do mapa judiciário, com a deslocação de competências dos Tribunais de Barcelos e Esposende, para Braga e Vila Nova de Famalicão, levará a que uma percentagem muito considerável de cidadãos destes concelhos terá de se deslocar cerca de 50 km para aceder a um Tribunal e outro tanto para retornar às suas residências. A isto acresce uma rede viária sem grandes condições, bem como uma rede de transportes públicos absolutamente deficientes, e que não assegura o transporte para os Tribunais daqueles concelhos. Acresce que, na área de influência geográfica da grande instância cível de Braga, não foram contemplados quaisquer secções de execução e comércio. Na verdade, a área territorial de competência das secções de execução e do comércio previstas para Vila Nova de Famalicão, abarca três dos quatro maiores concelhos do distrito (Braga, Barcelos e Vila Nova de Famalicão), abarcando ainda outros

concelhos como Esposende que fica localizado no extremo noroeste do distrito de Braga, sendo certo que Vila Nova de Famalicão se localiza no extremo sul do distrito, e que a distância entre estes dois concelhos demora quase 01h00m a ser percorrida. Ora, quer em termos de localização geográfica, quer em termos da quantidade de processos, faz muito mais sentido a criação de secções de execução e comércio em Barcelos e Esposende, que abarcasse os concelhos de Barcelos, Braga, Esposende, Vila Verde, Amares e Terras de Bouro, ou seja, toda a zona norte e oeste do Distrito de Braga. Mas, se estes motivos não fossem suficientes, verificamos que a pendência dos Tribunais Judiciais de Barcelos e Esposende, relativa à justiça cível, penal, tutelar, instrução criminal, serviço externo e Ministério Público era, em 20/12/2013, de cerca de 21.500 processos, sendo que, no ano de 2013, entraram nestes Tribunais cerca de 14.000 processos. Com a reforma do mapa judiciário aprovada, o Tribunal Judicial de Barcelos perderá cerca de 7.000 processos que se encontram pendentes, diminuindo a pendência anual, por referência aos números de 2013, em cerca de 2.200 processos, que serão transferidos, quer para o Tribunal de Braga (grandes instâncias cível e criminal e instrução criminal), quer para o Tribunal de Vila Nova de Famalicão (comércio e execuções). Ora, da pendência actualmente existente no Tribunal Judicial de Barcelos, o grosso corresponde exactamente a execuções, com 5.722 processos, comércio, com 561 processos e acções ordinárias, com 586 processos, sendo certo que, no que a estas diz respeito, com a elevação da alçada para 50.000,00, o número será menor. Quanto aos números de 2013, com a entrada em vigor do mapa judiciário ora aprovado, serão retirados anualmente da competência do Tribunal Judicial de Barcelos cerca de 1.800 processos de execução e 200 processos de insolvência ou recuperação de empresas.

Já o tribunal de Esposende perderá cerca de 2.700 processos que se encontram pendentes, diminuindo a pendência anual, por referência aos números de 2013, em cerca de 850 processos. Da pendência actualmente existente no Tribunal Judicial de Esposende, o grosso corresponde também a execuções, com 2.188 processos, comércio, com 146 processos e acções ordinárias, com 228 processos. Quanto aos números de 2013, com a entrada em vigor do mapa judiciário ora aprovado, serão retirados anualmente da competência do Tribunal Judicial de Esposende cerca de 700 processos de execução e 60 processos de insolvência ou recuperação de empresas. Significa isto que, as pendências actualmente existentes nos Tribunais de Barcelos e de Esposende, bem como o número de processos que entram anualmente nestes Tribunais, justificam, por si só e sem margem para dúvidas, a existência, pelo menos, de um juízo de execução e outro de comércio. No que respeita ao Tribunal de Trabalho de Barcelos, o mesmo, como é público, funciona em condições absolutamente deploráveis. Teve a conhecimento que o Ministério da Justiça pretende instalar a Secção de Trabalho nas instalações do Tribunal Judicial de Barcelos, argumentando com o facto de se criar novos espaços neste edifício, com a retirada de competências. Porém, sabe também esta Delegação que, em meados do ano de 2013, a Câmara Municipal de Barcelos, apresentou uma proposta ao Ministério da Justiça, em que disponibilizava novas instalações para o Tribunal de Trabalho de Barcelos, com grande dignidade, assegurando a realização das obras que fossem necessárias à instalação daquele Tribunal, sendo certo que, atá à presente data, não obteve qualquer resposta. Ora, a aceitação, por parte do Ministério da Justiça, da proposta da Câmara Municipal de Barcelos, possibilitaria que, sem qualquer encargo adicional para o

Ministério, pudesse ser instalado no espaço do Tribunal Judicial de Barcelos, um Juízo de Execução com competência, não só para os concelhos de Barcelos e Esposende, como para toda a área de competência territorial da grande instância de Braga. Tal solução, beneficiaria os cidadãos destes concelhos, que teriam um acesso muito mais facilitado ao Tribunal, não sobrecarregando os Juízos de Execução e Comércio previstos para Vila Nova de Famalicão. Sempre se diga que, o único juízo de execução existente no distrito, foi criado no Tribunal de Guimarães, em 2006, com cerca de 7.000 processos. Em 2012 este juízo de execução do Tribunal de Guimarães tinha cerca de 18.000 processos, sendo certo que, com o aumento da pendência, uma vez que irá receber as execuções de outros concelhos, a situação só se irá agravar. Por outro lado, a criação de uma secção de execução no Tribunal de Vila Nova de Famalicão, com competência para os municípios de Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Terras de Bouro, Vila Nova de Famalicão e Vila Verde, significa que, essa secção de execução terá, logo à partida, mais de 40.000 processos, sendo certo que o número expectável de novos processos será superior a 10.000 processos por ano. Ora, a criação de apenas duas secções de execução nestas condições, sendo certo que estão previstos a existência de dois juízes para cada uma, levará, pura e simplesmente, a um rápido congestionamento destas secções. Ou seja, sendo os processos executivos aqueles que têm um maior impacto na situação económica do país e, em particular, das empresas, a breve trecho, o que parece ser uma especialização da justiça, com os consequentes benefícios para os cidadãos, passará a ser uma situação caótica, em que os cidadãos perderão a possibilidade de, em tempo minimamente aceitável, poderem executar os seus direitos. Na verdade, todos os ganhos que se podem obter com a especialização dos tribunais, serão totalmente aniquilados pela morosidade que, no processo executivo, muito certamente irá aumentar.

Razão porque, faz todo o sentido a criação de novas secções de execução e de comércio, a instalar respectivamente nos Tribunais de Barcelos e Esposende, que possam dar escoamento, pelo menos, aos processos existentes nestes concelhos, sendo certo que, a área territorial de competência destas secções poderia, eventualmente, ser alargada a outros municípios, da área territorial da grande instância de Braga, facilitando também a acessibilidade destes cidadãos ao Tribunal, uma vez que a distância a Barcelos ou a Esposende é bastante inferior à distância a Vila Nova de Famalicão. Decorre de todo o exposto que, é entendimento das Delegações de Barcelos e Esposende da Ordem dos Advogados que alguns dos princípios subjacentes à reforma do mapa judiciário, nomeadamente a especialização dos tribunais, são benéficos para os cidadãos. Porém, e como se deixa demonstrado, caso a alteração ao mapa judiciário avance nos termos que se encontram plasmados no projeto, seguramente deixarão os cidadãos de ter acesso a uma justiça minimamente célere e eficaz. Pensamos nós que, com as alterações ora propostas, o ganho de eficácia e celeridade conseguido, para além de evitar o mais do que certo afundamento do Tribunal Judicial de Braga e das secções de execução e comércio de Vila Nova de Famalicão, trará enormes benefícios aos cidadãos e empresas dos concelhos de Barcelos e Esposende, bem como de concelhos vizinhos. Pomos tal à consideração de V. Exa. As Delegações de Barcelos e Esposende da Ordem dos Advogados,