IX CONVENÇÃO DAS DELEGAÇÕES
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1 IX CONVENÇÃO DAS DELEGAÇÕES LOULÉ, 21, 22 E 23 DE NOVEMBRO DE 2014 AUTORES: JERÓMINO MARTINS, IVONE CORDEIRO E ISABEL DA SILVA MENDES ADVOGADOS NA COMARCA DE LISBOA TEMA 1: MAPA JUDICIÁRIO: DELEGAÇÕES, QUE FUTURO? 1. Introdução As matérias tratadas no EOA Capítulo II Secção XIII sob a epigrafe Delegações, compreendem, nomeadamente, as Assembleias de Comarca, a Delegação e os Delegados da O.A., bem como os Agrupamentos de delegações e, finalmente a Competência dos agrupamentos de delegações, delegações e dos delegados. Com relevância neste quadro normativo, surge também o número de Advogados inscritos em cada comarca e a referência ao seu território e à divisão administrativa do mesmo, no que ao distrito respeita (vide artº 56º, nº 1 do EOA). Ora, deste modelo conceptual, resulta a íntima ligação entre a Delegação e a Comarca, como que significando que aquela não existe sem esta. Desta sorte, é indispensável reflectir sobre esta matéria, de grande importância para a O.A., os Advogados e os cidadãos, mormente, no contexto das recentes alterações legislativas. Com efeito, a entrada em vigor a 01 de Setembro de 2014 do comummente designado Mapa Judiciário, veio introduzir alterações significativas no que aos tribunais e comarcas diz respeito. É pois, urgente, que a O.A. e designadamente, as suas Delegações, com a participação dos Advogados, pensem estas questões e fundamentem as suas posições, no respeito da pluralidade de opiniões, para, finalmente, elaborarem e apresentarem, querendo, propostas essenciais à administração da justiça e ao cumprimento dos fins da O.A., no respeito dos direitos dos cidadãos e dos seus legítimos representantes, nesta sede, os Advogados. Eis, então, algumas considerações e propostas que se colocam ao vosso escrutínio. Loulé/Vilamoura, 21, 22 e 23 de Novembro de
2 2. As Delegações e o Mapa Judiciário As Delegações da O.A. são o órgão mais próximo das populações ou, pelo menos, assim deverá ser. Dada a sua natureza e composição são um órgão, por excelência, de intervenção junto das comunidades locais. Aliás, por definição, as Delegações e, obviamente, os Agrupamento de Delegações e os Delegados, são formadas por elementos que fazem parte das comunidades locais. Necessariamente, conhecem as preocupações e os anseios das comunidades que integram, não só sob a perspectiva da administração da justiça, mas também nos planos social, económico, cultural e cívico. A formação, preparação técnica, experiência profissional e sensibilidade dos Advogados que delas fazem parte, são elementos essenciais à eficácia deste órgão, no âmbito da sua actividade. Deste modo, as Delegações podem e devem assumir um papel de grande relevo no que toca à sua inserção nas comunidades que integram. Não só enquanto órgão representante da O.A. junto dos cidadãos e pessoas colectivas que fazem parte de cada uma das comunidades locais, em que actuam, mas também como representantes dos Advogados dessa comunidade, junto da própria O.A. e de outras instâncias locais. E, porque não, das próprias comunidades, em várias situações. Assim, são as Delegações da O.A. que melhor podem colocar em prática o princípio da subsidiariedade. Tal princípio, com consagração normativa no direito internacional, maxime, comunitário, pressupõe a proximidade entre o autor executor da política sob as mais diversas formas e os destinatários da mesma. Ora, com o novo sistema de organização judiciária, dito Mapa Judiciário, a base territorial da Comarca, bem como o seu número e dimensão, já alterado, inclusivamente, do ponto de vista terminológico. Há pois, por exigência legal que procede à adaptação das Delegações já existentes, à data do início da vigência da reforma. Não porque estejam crentes na bondade da reforma nos seus aspectos essenciais que, salvo outra opinião, pensamos escassa, mas por imperativo legal. Loulé/Vilamoura, 21, 22 e 23 de Novembro de
3 Todavia, sempre se dirá que, certamente, antes da X Convenção das Delegações, já muito terá mudado, no que ao Mapa Judiciário toca. Porém, como se verá, o facto de agora existirem tão-só 23 comarcas, não significa que apenas tenham de existir o mesmo número de Delegações. Bem pelo contrário. 3. O Novo Modelo das Delegações Atento quanto se disse, entendemos que não só devem permanecer as Delegações agora vigentes, como, eventualmente, até se poderá vir a verificar a necessidade de criação de outras. Porém, o paradigma, em nossa opinião, poderá assentar em uma de duas hipóteses: - a organização de todas as Delegações em Agrupamentos, estas com sede em cada umas das comarcas agora criadas, mantendo-se todas as Delegações em vigor. ou - a manutenção das Delegações, no formato ora existente, integradas ou não em Agrupamentos de Delegações. Em qualquer dos casos, a área territorial teria de ser revista e a sua denominação passaria a ser: Delegação da O.A. no(s) concelho(s) de (Comarca de ), exceptuando-se o caso das Delegações cuja área territorial coincida com a das comarcas agora criadas, respectivamente. Obviamente, haverá que proceder as necessárias alterações em termos estatutários, nomeadamente, no que toca à designação de Assembleia de Comarca e sua latitude. Sublinhe-se que, estando em curso um processo de alteração do EOA, não é menos verdade que a proposta dada a conhecer anterior reforma não tem alterações no que a esta matéria respeita, face ao EOA vigente. Tudo isto deverá ser complementado com o assunto de competências das Delegações/Agrupamentos e, a efectiva dotação das mesmas com os necessários recursos, designadamente, financeiros. Por tudo isto, as Delegações/Agrupamentos, na sua actual configuração no essencial -, não só se devem manter como é absolutamente indispensável que assim seja, para a defesa dos direitos dos cidadãos, o prestígio da O.A. e a prossecução dos seus fins, sempre com a intervenção dos Advogados. Loulé/Vilamoura, 21, 22 e 23 de Novembro de
4 CONCLUSÕES 1. Deste modelo conceptual, resulta a íntima ligação entre a Delegação e a Comarca, como que significando que aquela não existe sem esta. 2. Com efeito, a entrada em vigor a 01 de Setembro de 2014 do comummente designado Mapa Judiciário, veio introduzir alterações significativas no que aos tribunais e comarcas diz respeito. 3. As Delegações são um órgão, por excelência, de intervenção junto das comunidades locais. 4. Não só enquanto órgão representante da O.A. junto dos cidadãos e pessoas colectivas que fazem parte de cada uma das comunidades locais, em que actuam, mas também como representantes dos Advogados dessa comunidade, junto da própria O.A. e de outras instâncias locais. 5. Assim, são as Delegações da O.A. que melhor podem colocar em prática o princípio da subsidiariedade. 6. Tal princípio pressupõe a proximidade entre o autor executor da política e os destinatários da mesma. 7. Há pois que proceder, por imperativo legal, às alterações adequadas, no que à matéria das Delegações respeita. 8. O novo paradigma, deverá assentar em uma de duas hipóteses: - a organização de todas as Delegações em Agrupamentos, estas com sede em cada umas das comarcas agora criadas, mantendo-se todas as Delegações em vigor. ou - a manutenção das Delegações, no formato ora existente, integradas ou não em Agrupamentos de Delegações. 9. Em qualquer dos casos, a área territorial teria de ser revista e a sua denominação passaria a ser: Delegação da O.A. no(s) concelho(s) de (Comarca de ), exceptuando-se o caso das Delegações cuja área territorial coincida com a das comarcas agora criadas, respectivamente. 10. Tudo isto deverá ser complementado com o aumento das competências das Delegações/Agrupamentos e, a efectiva dotação das mesmas com os necessários recursos, designadamente, financeiros. Loulé/Vilamoura, 21, 22 e 23 de Novembro de
5 11. Por tudo isto, as Delegações/Agrupamentos, na sua actual configuração no essencial -, não só se devem manter como é absolutamente indispensável que assim seja, para a defesa dos direitos dos cidadãos, o prestígio da O.A. e a prossecução dos seus fins, sempre com a intervenção dos Advogados. Jerónimo Martins, C.P. 4774L Ivone Cordeiro, C.P. 5902L Isabel da Silva Mendes, C.P. 705E Loulé/Vilamoura, 21, 22 e 23 de Novembro de
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