PINTURAS IMOBILIÁRIAS E SUAS PROBLEMÁTICAS



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LUIZ HENRIQUE DE OLIVEIRA MARTINS PINTURAS IMOBILIÁRIAS E SUAS PROBLEMÁTICAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. SÃO PAULO 2005

LUIZ HENRIQUE DE OLIVEIRA MARTINS PINTURAS IMOBILIÁRIAS E SUAS PROBLEMÁTICAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. Orientador: Prof. MSc. Carlos Roberto Carneiro SÃO PAULO 2005

i Eu dedico este trabalho a todos aqueles que acreditaram em meu potencial e me ajudaram nesta minha trajetória.

ii AGRADECIMENTOS Eu agradeço a Deus pela saúde e cabeça para concluir mais esta etapa da minha vida, agradeço aos meus pais pela confiança que sempre me passaram, agradeço a minha esposa Aline Sandroni Mota Martins, pela paciência e dedicação ao meu lado, agradeço ao meu novo orientador Profº Mestre Carlos Carneiro, pelo norte que me tem dado, agradeço a minha nova coordenadora Prof.ª Doutora Gisleine Coelho, pela compreensão dos meus problemas e para terminar agradeço aos meus colegas de sala, e meus mais sinceros amigos, pela força e companheirismo ao longo destes anos, são eles Alexandre Oliveira Neto, Rogério Roque Barbosa, e Gleyson Marzola, este ultimo pelo qual tenho extrema admiração e busco nessa pessoa a força e animo que preciso para concluir meus estudos.

iii RESUMO As pinturas, por proporcionarem elevada capacidade de proteção e por seu efeito estético, tem ocupado um lugar cada vez maior como material de acabamento de superfícies externas e internas de edifícios. Elas representam uma parcela mais visível de uma obra, tem uma grande influência no desempenho e durabilidade das edificações e dão o toque final que valoriza o empreendimento. A pintura está deixando de ser a atividade que se resolve ao final da obra, podendo ser programada muito antes do inicio de sua execução. Ela não deve ser tratada isoladamente, mas fazendo parte de um sistema integrado de fatores que influenciam a qualidade da obra. Embora seja a última etapa de execução da obra, a pintura deve ser planejada desde a fase de elaboração do projeto. Palavras-chave: Pintura; Pinturas imobiliárias; Acabamentos

iv ABSTRACT Painting it is an activity that was development to give a better appearance and to pro The paintings, for providing raised protection capacity and its aesthetic effect, each time bigger has busy a place as finishing material of external and internal surfaces of buildings. They represent a more visible parcel of a workmanship, it has a great influence in the performance and durability of the constructions and give the final touch that values the enterprise. The painting is leaving of being the activity that if it decides to the end of the workmanship, being able to be programmed very before the beginning of its execution. It does not have to be treated separately, but being part of an integrated system of factors that influence the quality of the workmanship. Although it is the last stage of execution of the workmanship, the painting must be planned since the phase of elaboration of the project. Word-key: Painting; Real estate paintings; Finishings

v LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 5.1 Arquiteto Ruy Otake pinta fachada...57 Figura 6.1 Fachada do Edifício Limoges...59 Figura 6.2 Balancim Montado na Fachada para efetuar repintura...61 Figura 6.3 Frisos na fachada para ajudar nos fluxos da água da chuva (ed. Limoges)...62 Figura 6.4 Frisos na fachada (ed. Limoges)...62 Figura 6.5 Má execução dos frisos da fachada (ed. Limoges)...63 Figura 6.6 Frisos da fachada (ed. Limoges)...63 Figura 6.7 Efeito geométrico da fachada que ajuda a expulsar os fluxos de água...63 Figura 6.8 Ambiente interno já pronto para a limpeza (ed. Limoges)...64 Figura 6.9 Falha na colocação da fita do forro de gesso (ed. Limoges)...64 Figura 6.10 Falha do substrato de gesso, refletindo no acabamento final (ed. Limoges),,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,65 Figura 6.11 Descascamento da pintura em superfícies pulverulenta (ed. Limoges).65 Figura 6.12 Manchas e descascamento de pinturas em superfícies pulverulenta (ed. Limoges)...65 Figura 6.13 Manchas e Bolhas verificadas nas lajes do subsolo (ed. Limoges)...66 Figura 6.14 Funcionários pintando tubulação de incêndio (ed. Santa Catarina)...68 Figura 6.15 Identificação de pintura de tubulação de incêndio (ed. Santa Catarina).69 Figura 6.16 Poço de elevador com manchas na pintura por conta de escorrimento de água da chuva (ed. Santa Catarina)...70 Figura 6.17 Viga metálica exposta a umidade no poço de elevador (ed. Santa Catarina)...70 Figura 6.18 Manchas na parede do subsolo, infiltração (ed. Santa Catarina)...71 Figura 6.19 Fachada do Edifício Santa Catarina...71

vi LISTA DE TABELAS Tabela 5.1Tintas usuais no mercado. 1...24 Tabela 5.2 Classificação de acordo com o regime de chuvas...35 Tabela 5.3 Classificação do ambiente quanto à agressividade da atmosfera...36 Tabela 5.4 Classificação do grau de agressividade...36 Tabela 5.5 Sistemas de Acabamento para substratos à base de cimento e/ ou cal.39 Tabela 5.6 Sistemas de Acabamento pigmentado para substratos à base de madeira...41 Tabela 5.7 Sistemas de Acabamento não pigmentado para substratos a base de madeira...42 Tabela 5.8 Sistemas de acabamento para substratos metálicos...43 Tabela 5.9 Principais anomalias...50

vii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT CNPq NBR Associação Brasileira de Normas Técnicas Conselho Nacional de Pesquisas Norma Brasileira

viii LISTA DE SÍMBOLOS mm PVC Vp Vv Milímetro Pigment Volume Content Volume de pigmento Volume de veiculo sólido

9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...11 2. OBJETIVOS...13 2.1 Objetivo Geral...13 2.2 Objetivo Específico...13 3. METODOLOGIA DO TRABALHO...14 4. JUSTIFICATIVA...15 5. SISTEMAS DE PINTURAS...16 5.1 Composição Básica das tintas...16 5.1.1 Resina...17 5.1.2 Pigmentos...18 5.1.3 Solventes...19 5.1.4 Aditivos...20 5.2 Estudo da viabilidade e qualidade da aplicação de tintas...20 5.2.1 Principais constituintes dos sistemas de pintura...24 5.3 A Escolha da Pintura...26 5.4 Critérios para execução de revestimentos e pinturas...30 5.5 Recomendações para a especificação de um sistema de pintura...34 5.5.1 Classificação do Ambiente....34 5.6 Descrição e características dos principais tipos de substratos...37 5.6.1 Substratos minerais porosos...37 5.6.2 Característica de substratos à base de cimento e/ ou cal...37 5.6.2.1 Condições dos substratos minerais porosos para receber pintura...38 5.6.3 Substratos de madeiras e seus derivados...39

10 5.6.3.1 Característica da madeira...40 5.6.3.2 Condições dos substratos de madeira para receber pintura...41 5.6.4 Substratos metálicos ferrosos...43 5.6.4.1 Características dos substratos metálicos...43 5.6.4.2 Condições dos substratos metálicos para receber pintura...44 5.7 Cuidados no projeto de edifício...45 5.7.1 Considerações gerais quanto ao projeto...45 5.7.2 Especificação do sistema de pintura...46 5.7.3 Facilidade de acesso para a execução de pintura...47 5.7.4 Condensação de umidade...47 5.7.5 Controle do fluxo de água nas superfícies...48 5.8 Principais anomalias...49 5.9 Recomendação para a inspeção de trabalhos de pintura...51 5.9.1 Conformidade dos produtos...51 5.9.2 Uniformidade dos lotes de produtos...52 5.9.3 Avaliação qualitativa...53 5.9.4 Ensaios de desempenho...53 5.9.5 Inspeções das condições dos substratos...53 5.9.5.1 Inspeção das execuções dos trabalhos...54 5.9.5.2 Recepção dos trabalhos...55 5.10 A importância da pintura na sociedade...56 6. ESTUDO DE CASO...57 6.1 CASO 1...58 6.1.1 Principais problemas encontrados na obra...60 6.2 CASO 2...67 7. ANALISE CRÍTICA COMPARATIVA...73 8. CONCLUSÃO...74

11 1. INTRODUÇÃO Devido aos diferentes tipos de superfícies onde se deseja dar um acabamento final, de aplicação das pinturas, aos diversos ambientes em que serão aplicadas, alguns problemas com a pintura podem ser evitados se forem considerados na fase de projeto, como por exemplo a formação de manchas superficiais nas fachadas devido à concentração de fluxos de água da chuva. Uma boa pintura inicia-se com a seleção correta dos produtos, levando-se em conta o seu uso na edificação e o meio ambiente onde ela será aplicada. A condição das superfícies e o cuidado prévio na sua preparação, são fatores que interferem na sua qualidade e são fundamentais para um bom desempenho da pintura. Este trabalho demonstra junto aos setores produtivos (fabricação) e consumidor, as necessidades de reunir informações técnicas que orientem os profissionais e as empresas que atuam no setor da construção. Tais informações foram reunidas com bibliografias existentes, revistas, publicações, e visitas in-loco em obras nas fases de acabamento, tudo isso com base nas diretrizes da norma inglesa BS 6150 Code of practice for painting of buildings, norma tal que deram diretrizes para outros segmentos das normas da ABNT, principalmente a NBR- 13245: Execução de pinturas em edificação não industriais. Também apresenta-se neste trabalho, os conceitos básicos para execução dos sistemas de pintura, as características dos substratos mais freqüentes e a influência do grau de agressividade do meio ambiente nas pinturas, com os objetivos de auxiliar na seleção dos produtos.

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13 2. OBJETIVOS Neste trabalho serão encontrados métodos e meios de como se fazer uma pintura adequada e selecionar informações claras de especificação dos produtos pelos projetistas e auxiliar nos setores de suprimentos na realização de uma compra técnica. 2.1 Objetivo Geral Auxiliar na escolha da pintura mais adequada a ser aplicada em função da superfície, de modo a tornar o serviço mais econômico e de maior durabilidade. 2.2 Objetivo Específico Mostrar a importância dos pequenos detalhes do projeto, que podem aumentar a durabilidade e estética da pintura ao longo do tempo, através da análise destes detalhes em duas obras distintas, tendo como base de analise a norma internacional BS 6150 e a NBR 13245: Execução de pinturas em edificações não industriais.

14 3. METODOLOGIA DO TRABALHO Este trabalho foi realizado por meio de levantamento de bibliografias disponíveis para obter as técnicas, métodos de aplicação de pinturas imobiliárias e os procedimentos executivos em empresas especializadas. Com base em normas e nas bibliografias pesquisadas, duas obras, são estudadas para se verificar os detalhes de projeto que foram utilizados.

15 4. JUSTIFICATIVA A tinta é um material que serve a um grande número de funções e usos. A função decorativa existe desde os tempos pré-históricos, mas a função protetora aparece mais recentemente. Com exceção da pintura sobre o metal, as outras eram consideradas somente um meio de introduzir cor, não sendo normalmente aplicadas de maneira a utilizar o seu potencial protetor. Hoje em dia, nas edificações, o comum é a combinação das funções estéticas e protetoras. È no projeto e na execução da pintura que ocorrem os principais problemas, tanto de estética, quanto de durabilidade no tempo. Compreender os sistemas de pinturas nos leva a perceber detalhes, que passam despercebidos por pessoas comum, ma que influenciam na estética e resistência da pintura. Assim, meu estudo se justifica, pois irei comprovar nos dois estudos de caso a aplicação da teoria relacionada do assunto.

16 5. SISTEMAS DE PINTURAS Serão verificados a seguir as varias etapas, tanto na composição das tintas como nos procedimentos adotados de um sistema de pintura. 5.1 Composição Básica das tintas A complexidade da indústria de tintas advém de uma série de fatores que podem ser de natureza tecnológica, comercial e/ou administrativa. O elevado número de matérias primas, isto é, de produtos que realmente participam da composição das tintas e vernizes, é um fator de complexidade. Um produtor de tintas que atue na maioria dos mercados de revestimentos necessita de 750 a 1.000 diferentes; parte delas é usada para fabricar produtos intermediários, destacando se entre eles as resinas e emulsões. Uma fórmula típica de um esmalte sintético de secagem ao ar contém em torno de 10 componentes (intermediários); porém, se forem levadas em conta as matérias primas necessárias para a obtenção desses intermediários, o número total que participa da composição subirá para cerca de 30 (Yazigi 2003). A evolução constante das indústrias químicas e petroquímicas resulta no aparecimento de novas matérias primas, algumas das quais responsáveis por verdadeiras revoluções tecnológicas na indústria de tintas. É, pois, importante que novas sejam estudadas cuidadosamente, no sentido de se determinar o seu potencial de uso na indústria das tintas.

17 A necessidade de proteger o meio ambiente tem sido um fator importante no desenvolvimento tecnológico das tintas; nos últimos anos têm sido alcançados impressionantes progressos, que têm permitido diminuir consideravelmente a emissão de solventes orgânicos quando na aplicação e cura das tintas; são exemplos: A substituição dos sistemas à base de solventes orgânicos por sistemas aquosos; Desenvolvimento de tintas em pó e de cura por radiação; Redução ou eliminação de produtos considerados tóxicos na composição das tintas. As tintas são constituídas pelos seguintes componentes: resina ou polímero, pigmento, solvente e aditivos. O que difere um tipo de tinta do outro, no entanto, é a composição e as proporções dos componentes (formulação). 5.1.1 Resina A resina, que pode ser designada também por veículo, suporte ou ligante, é um componente da tinta que desempenha uma função de grande importância na formação da camada, pois na sua falta iriam, apenas obter uma pasta de pigmentos e solventes que resultaria, após sua secagem, numa pulverulência isenta das propriedades necessárias à estética e proteção do substrato, como retenção de cor, brilho, rigidez, resistência à ação da água e produtos químicos dentre outros aspectos.

18 As resinas são substâncias de estrutura química complexa, podendo ser agrupadas entre as de origem natural e os chamados polímeros sintéticos produzidos por processos industriais, geralmente utilizando-se de calor e catalizadores. Resina é a parte não - volátil da tinta, que serve para aglomerar as partículas de pigmentos. A resina também denomina o tipo de tinta ou revestimento empregado. Assim, por exemplo, tem se as tintas acrílicas, epoxídicas 1, etc... Antigamente as resinas eram a base de compostos naturais, vegetais ou animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria química ou petroquímica por meio de reações complexas, originando polímeros que conferem às tintas propriedades de resistência e durabilidade muito superiores às antigas. A formação do filme da tinta está relacionada com o mecanismo de reações químicas do sistema polimérico, embora outros componentes, como solventes, pigmentos e aditivos, tenham influência no sentido de retardar, acelerar e até inibir essas reações. 5.1.2 Pigmentos Material Sólido finamente dividido, insolúvel no meio. Utilizado para conferir cor, opacidade, certas características de resistência e outros efeitos. O pigmento ou elemento de cobertura é um sólido com granulometria bastante fina, insolúvel no veículo da tinta, responsável principalmente pelo comportamento de aparência da camada. epoxídicas 1 : Tinta a base de epóxi (resina plástica).

19 Na sua formulação, o pigmento é selecionado com base em vários aspectos, como sangramento 1, absorção de óleo, solidez à luz, bem como o poder de cobertura, determinado em função da área coberta por unidade de massa de pigmento e que é bastante influenciado por fatores como o índice de refração. A refração é a mudança da direção de propagação de um feixe luminoso ao passar de uma substância para outra. O índice de refração de uma determinada substância pode ser definido como a velocidade da luz no ar dividida pela sua velocidade naquela substância. Assim, quanto maior for o índice de refração do pigmento, maior será o seu poder de cobertura (Souza, 1996). 5.1.3 Solventes Líquido volátil, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas e correlatos para dissolver a resina. São classificados em: solventes ativos ou verdadeiros, latentes e inativos. O solvente é usado numa tinta para modificar a sua viscosidade ou consistência, de maneira a se obter uma aplicação uniforme. Na fabricação de uma tinta as principais propriedades são o peso específico, a inflamabilidade, a capacidade de solvência, a faixa de destilação, a taxa de evaporação e os aspectos toxicológicos. Sangramento 1 : termo usado para caracterizar uma tinta com bom reflexo a luz.

20 5.1.4 Aditivos Ingrediente que, adicionado às tintas, proporciona características especiais às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Utilizado para auxiliar nas diversas fases de fabricação e conferir características necessárias à aplicação. São as substâncias que, ao serem proporcionalmente adicionadas à formulação, atuam de uma forma complementar ou adjuvante das funções desempenhadas pelos principais componentes sólidos e líquidos da camada, no caso os pigmentos, os veículos e os solventes. Para exemplificar a ação de alguns dos principais tipos de aditivos empregados nas formulações de tintas, têm-se os dispersantes / molhantes, que melhoram e facilitam a umectação e a dispersão dos poluentes; os anti-oxidantes, que inibem a formação de pele; os fungistáticos, que inibem a formação de microorganismos; os antiespumantes; e os alastradores, que facilita a aplicação da camada. 5.2 Estudo da viabilidade e qualidade da aplicação de tintas A construção civil, infelizmente no Brasil, tem sido responsável por um grande desperdício que vai desde horas/trabalho da mão-de-obra a consumo de materiais, entulho, etc.(souza, 1996). Este desperdício tem sido sempre repassado ao consumidor final, onde estes custos estão embutidos na aquisição de uma edificação. Dentro deste quadro, o setor de tintas não tem ficado indiferente. O consumidor tem ficado cada vez mais exigente. Solicitando que o mercado se

21 adeque a diferentes necessidades. Sabe-se do pouco preparo e da má qualificação da mão-de-obra da construção civil no país, resultado de baixos salários, super exploração, condições inadequadas de trabalho, o alto grau de rotatividade no emprego e a quase total inexistência de programas de treinamento e aperfeiçoamento que marca o setor, pode apresentar um quadro de baixa eficiência e resultados, em toda ordem inclusive no de aplicação de tintas de revestimento. Dentro deste aspecto pode se considerar que o resultado final da aplicação de tintas em relação direta com o grau de qualificação da mão de obra, qualidade da tinta, adequação da mesma a cada caso específico que poderá resultar na sua maior ou menor produtividade e no custo final da pintura da edificação. Com o grande desenvolvimento de tintas no país, hoje possuem tintas para as diferentes situações, que podem auxiliar no processo de oferecer uma maior resistência aos agentes externos. A variação no tipo de tintas ocorre não só na composição química, assim como em função de suas utilizações. O proporcionamento dos componentes tem elevada importância nas propriedades das películas de tinta. O conhecimento da composição da tinta permite estimar algumas propriedades da pintura, como porosidade e durabilidade da película, mas para uma melhor previsão do comportamento destes materiais há necessidade de complementar o conhecimento através da realização de ensaios de desempenho. Um dos parâmetros mais utilizados para descrever a composição (formulação) de uma tinta, segundo Uemoto (2002), é a relação pigmento e resina, denominada internacionalmente por PVC (termo em Inglês que significa Pigment Volume

22 Content). O PVC é definido como sendo a fração volumétrica percentual do pigmento sobre o volume total de sólidos do filme seco: Vp PVC = x100 Vp + Vv Onde, Vp = volume de pigmento Vv = volume de veículo sólido Fórmula 5.1 O PVC é um fator que influi na porosidade e permeabilidade de um sistema de proteção por barreira, além de permitir distinguir os acabamentos brilhantes, semibrilho e foscos. As tintas foscas possuem um PVC elevado, enquanto uma tinta semibrilho possui um PVC baixo. Além das pinturas que formam a barreira de proteção contra os agentes do meio ambiente, existem os silicones, que na maioria não formam barreira, mas conferem proteções ao substrato. São produtos hidrófobos, incolores e não alteram o aspecto da superfície. Repelem a água, inclusive aquela que contém sais dissolvidos, como a maresia. Na tabela 5.1, a seguir, estão apresentadas as tintas convencionais mais utilizadas na Construção Civil; além destas, os silicones, a caiação e as tintas à base de cimento, que são as argamassas decorativas.

23 Tabela 5.1 Tintas usuais no mercado segundo Uemoto (2002) Substrato Tinta Verniz Silicone Minerais porosos concreto reboco argamassa cerâmica Madeira e seus derivados Látex PVAc, Látex acrílico, texturizada acrílica, fundo selador acrílico, látex vinilico, caiação, Tinta a base de cimento, Esmalte sintético, Resina epóxi, Borracha clorada. A óleo, Esmalte sintético (alquídica) 1 Acrílico Poliuretânico Silanos Siloxanos 2 A óleo, Alquídico, Alq./poliuretano, Poliuretânico, Filtro solar Poliuretânico Metálicos ferrosos e não ferrosos A óleo, Esmalte sintético (alquídica) alquídica 1 : tinta a base de água; Silanos Siloxanos 2 : espécie de silicone

24 5.2.1 Principais constituintes dos sistemas de pintura O que se chama de pintura não deve ser entendido apenas como tinta de acabamento. Ela é composta por fundos e líquidos preparadores de paredes, massas e, por fim, a tinta de acabamento. Cada um dos produtos possui uma função definida. Fundo: é um produto destinado à demão ou mais demãos sobre a superfície e funciona como uma ponte entre o substrato e a tinta de acabamento. O fundo é chamado de selador quando aplicado sobre superfícies de argamassa e é indicado para reduzir e/ ou uniformizar a absorção do substrato. O fundo é chamado de primer quando aplicado sobre superfícies metálicas, e em caso de superfícies não metálicas é chamado de Washprimer, que é um promotor de adesão. Fundo preparador de paredes: tem como característica principal promover a coesão de partículas soltas do substrato, por isso é especialmente recomendada a aplicação sobre superfícies não muito firmes e sem coesão, como por exemplo argamassa pobre e sem resistência mecânica, caiação, repinturas ou superfícies constituídas por gesso ou artefatos de gesso (Lacerda, 2001). Massa: é um produto pastoso, altamente pigmentado e serve para a correção de irregularidades da superfície já selada. Este produto deve ser aplicado em camadas muito finas para evitar o aparecimento de fissuras ou reentrâncias.

25 Tinta de acabamento: é a parte visível do sistema de pintura. É ela que apresenta as propriedades necessárias para o fim a que se destina, inclusive tonalidade

26 5.3 A Escolha da Pintura Não se pode esquecer a grande influência da cor na vida das pessoas, tipo de cores que acalmam, estimulam, animam, etc. Muitos são os estudos do uso da cor em determinadas atividades do ser humano. Cada pessoa age de forma distinta a determinados tipos de cores. É sempre interessante que ao se fazer a escolha de cores para um ambiente, que cliente e profissional discutam juntos as possibilidades existentes. Este ponto é importante porque se o cliente não estiver satisfeito, isto pode resultar num retrabalho, provocando desperdício de materiais, horas trabalhadas e um aumento de custos não previstos, afirma Schneider (2001). Já em 1970, em um artigo da revista Química e Derivados, é citado o comentário de L. Taylor diretor da International, na época: Há pouca apreciação de qualidade, principalmente no que se refere ao mercado de tintas decorativas. O comprador, de um modo, compra o galão mais barato e não leva em conta a mão-de-obra e outros fatores de aplicação de tinta. A tinta cara cobre a maior extensão e protege melhor, além de conter menor quantidade de solventes. Já para os compradores de grandes quantidades, o problema da escolha coloca-se na forma de rendimento. É importante ressaltar que a fase de análise, estudo, concepção do projeto arquitetônico e sua finalização são muito importantes porque neste momento estão se discutindo e definindo a produção da obra arquitetônica.

27 Neste momento estão se definindo os materiais que serão utilizados, as técnicas e as tecnologias adotadas e definindo também a futura manutenção desta edificação. Muitas vezes se esquece que quando o arquiteto ou engenheiro civil ainda estão na prancheta ou computador, na realidade está definindo todo o futuro de uma obra. Tanto idéias, forma, programa de necessidades, etc., está se definindo também qual a relação custo da manutenção desta obra. Neste caso específico, o profissional necessita discutir com o seu cliente e juntos definirem que tipo de tinta de revestimento será, utilizada no acabamento final da edificação. A seleção por determinado tipo de tinta pode definir, por exemplo, com que periodicidade a tinta necessitará receber manutenção. É claro que a escolha por determinado tipo de tinta está ligado ao tipo de material em que será aplicado: tipos de madeiras, cerâmica, gesso, argamassas, etc. lugares mais ou menos úmidos, insolação excessiva ou não, etc. O arquiteto ou engenheiro civil deve possuir informações atualizadas dos produtos a serem aplicados pois a indústria de tintas no Brasil está sempre oferecendo inovações em relação a novos tipos de tintas, cores, técnicas diferenciadas de aplicações.

28 Fica no entanto um questionamento se as melhores tintas são as mais caras e a composição da população brasileira é em sua maioria pobre, como fica então o uso e acesso a tintas com qualidade? É claro que dentro deste aspecto pode - se questionar também que a maior parte da população brasileira não possui moradia, mas também há muitos que a possuem e não podem realizar a sua manutenção por causa dos custos das tintas de boa qualidade. E acabam por utilizar outras que perdem a cor com facilidade e não oferecem a proteção desejada. Os fabricantes necessitam investir em pesquisa a fim de colocar no mercado brasileiro tintas de boa qualidade e de preço acessível à maior parte da população brasileira, que, afinal de contas representam uma grande clientela. Em uma pesquisa realizada junto a profissionais da construção civil em Blumenau, pela revista Química e Derivados, com o objetivo, de conhecer melhor a relação dos profissionais da construção civil com a área de tintas de revestimentos, foi realizado um questionário sobre tintas junto a arquitetos e engenheiros, atuantes nesta cidade, e obteve os seguintes dados: Em 60 % dos casos os arquitetos ou engenheiros indicam que tipo de tinta deve ser utilizado nos revestimentos internos e externos de seus projetos. Sugerindo tintas impermeáveis externamente (considerando proteção contra umidade, durabilidade, acabamento); internamente: Látex ou acrílico (considerando acabamento, durabilidade, manutenção e dependendo ainda do ambiente, uso e padrão da edificação).

29 Segundo os arquitetos ou engenheiros a escolha é discutida com o cliente em 67 % dos casos. E 83 % deles responderam que conversam sobre a relação custo-benefício de tipos de tinta com o cliente. O item que o cliente mais questiona é o custo (60 %), seguido de qualidade e rendimento (13,33 % cada) e durabilidade, manutenção, aplicação 6,67 % cada e alguns poucos tem preocupações com mofo, percolação de umidade, referências do fabricante. Somente as vezes (50 %) dos casos os engenheiros ou arquitetos acompanham o cliente ou o pintor no momento da aquisição das tintas. 83,33 % dos arquitetos ou engenheiros buscam as lojas de tintas para obter informações técnicas. E na mesma proporção respondem que os fabricantes oferecem suporte técnico, buscando também, informações na Internet, catálogos, representantes e técnicos. Assim como 67 % dos casos costumam freqüentar cursos oferecidos pelos fabricantes e/ou lojas. As revistas técnicas são o meio onde a maioria dos profissionais fica sabendo das novidades, seguido de catálogos e internet em menor número através de propagandas e outros tipos de revistas. Segundo a pesquisa 57,14 % dos profissionais consideram boas as tintas oferecidas no mercado nacional, 14,29 % consideram muito boas e outros 14 % consideram satisfatórias e o restante dos profissionais questionados consideram ruins (marcas que oferecem milagres). Segundo eles as tintas oferecidas no mercado nacional deveriam melhorar no item manutenção (42,86 %), durabilidade ( 28,57 % - perca rápida de cores) custo (14,29 %) e o restante no rendimento.

30 Para estes profissionais as tintas com alto e melhor rendimento possuem alto custo. É importante destacar que observou-se na pesquisa que alguns profissionais só trabalham com algumas marcas. Tal pesquisa foi importante, pois através dela foi confirmado que as empresas fabricantes são de suma importância para especificações técnicas e que os profissionais de arquitetura e engenharia buscam informações técnicas em lojas que comercializam tintas. 5.4 Critérios para execução de revestimentos e pinturas As superfícies rebocadas (a receberem pintura) deverão ser examinadas e corrigidas de todos e quaisquer defeitos de revestimento, antes do início dos serviços de pintura. Todas as superfícies a pintar serão cuidadosamente limpas, isentas de poeira, gorduras e outras impurezas. As superfícies poderão receber pintura somente quando estiverem completamente secas. A principal causa da curta durabilidade da película de tinta é a má qualidade da primeira demão, de fundo (primer), ou a negligência em providenciar boa base para a tinta. Nas paredes com reboco, têm de ser aplicadas as seguintes demãos: Selador: composição líquida que visa reduzir e uniformizar a absorção inútil e excessiva da superfície;

31 Emassado: para fechar fissuras e pequenos buracos que fizeram na superfície e que só aparecem após a primeira demão de selador; Aparelhamento (da base): para mudar as condições da superfície, aliando-a ou dando-lhe uma textura especial; A segunda demão e as subseqüentes só poderão ser aplicadas quando a anterior estiver inteiramente seca, sendo observado, em geral, o intervalo mínimo de 24 horas entre as diferentes aplicações. Após o emassamento, esse intervalo será de 48 horas. Serão dadas tantas demãos quanto forem necessárias, até que sejam obtidas a coloração uniforme desejada e a tonalidade equivalente, partindo dos tons mais claros para os tons mais escuros. Ferragens, vidros, acessórios, luminárias, dutos diversos etc., já colocados, precisam ser removidos antes da pintura e recolocados no final, ou então adequadamente protegidos contra danos e manchas de tinta. Deverão ser evitados escorrimentos ou respingos de tinta nas superfície não destinadas à pintura, tais como concreto ou tijolos aparentes, lambris que serão lustrados ou encerados, e outros. Quando aconselhável, essas partes serão protegidas com papel, fita-crepe ou qualquer processo adequado, principalmente nos casos de pintura efetuada com pistola. Os respingos que não puderem ser evitados terão de ser removidos com emprego de solventes adequados, enquanto a tinta estiver fresca. Nas esquadrias de ferro, após a limpeza da peça, serão aplicadas as seguintes demãos. Fundo antióxido de ancoragem (zarcão ou cromato de zinco) Selador Emassado

32 Fundo mate (sem brilho). As superfícies metálicas e outros materiais cobertos por primer durante a fabricação serão limpos para a remoção de sujeira, partículas finas, concreto, argamassa, corrosão etc., acumulados durante ou após sua instalação. As superfícies de ferro (a pintar) que apresentarem pontos descobertos ou pontos enferrujados deverão ser limpas com escova ou palha de aço e retocadas com o mesmo primer anticorrosivo utilizado, antes da aplicação da segunda camada de fundo da obra. Os trabalhos de pintura externa ou locais mal abrigados não poderão ser executados em dias de chuvas. O armazenamento do material tem de ser feito sempre em local bem ventilado e que não interfira em outras atividades da construção. Todos os panos, trapos oleosos, estopas e outros elementos que possam ocasionar fogo precisam ser mantidos em recipientes de metal e removidos da construção diariamente. A aplicação de tinta a pincel é um método relativamente lento. Entretanto, apresenta vantagens quando se quer obter melhor contato da tinta com superfícies muito irregulares ou rugosas. Para que a tinta possa ser considerada boa para ser aplicada a pincel, ela obedecerá aos seguintes requisitos: Espalhar-se com pequeno esforço (não poderá ser excessivamente viscosa ou espessa);

33 Permanecer fluida o tempo suficiente para que as marcas do pincel desapareça e a tinta não escorra (nas superfícies verticais). A tinta látex tem sua composição à base de copolímeros de PVA (acetato de polivinila) emulsionados em água, pigmentada, de secagem ao ar. Seguem os dados: Tempo de secagem: de ½ hora a 2 horas (ao toque); de 3 horas a 6 horas (entre demãos); de 24 horas (de secagem final para ambientes internos); de 72 horas ( de secagem final para ambientes externos). Rendimento por demão: de 30 m²/galão a 45 m²/galão, sobre reboco; de 40 m²/galão a 55 m²/galão, sobre massa corrida ou acrílica. Número de demãos: duas ou três. Cores: as mais diversas. É possível também adiquirir a tinta na cor branca e misturá-la com corantes diversos, também fornecidos (em bisnagas) pelo fabricante. Ferramentas: rolo de lã de carneiro, trincha e pincel. Os acessórios e ferramentas, imediatamente após o uso, deverão ser limpos com solvente recomendado pelo fabricante. Utilização básica: superfícies de quaisquer inclinações, internas ou externas, onde se quer resistência aos raios solares, às intempéries e que estejam freqüentemente limpas. Poderá ser aplicada sobre reboco de tempo de cura recente, pois sua microporosidade permite a exudação por osmose, de eventual umidade das paredes (respiração da película), sem empolamento nem afetação do acabamento. Não se poderá utilizar diretamente sobre superfície metálica.

34 Base para aplicação: terá de ser lixada e seca, livre de gordura, fungos, restos de pintura velha e solta, pó ou outro corpo estranho. Em superfícies muito absorventes ou pulverulentas, como tijolos de barro, reboco muito poroso, mole e arenoso, aplicar uma ou duas demãos de selador. Em seguida, será aplicada tinta PVA com rolo, pincel ou trincha, diluída em 20 % de água. A primeira demão servirá como seladora em superfícies pouco porosas. Duas ou três demãos serão suficientes. Espaçar as aplicações de 3 a 6 horas, no mínimo. A segunda demão será aplicada pura. 5.5 Recomendações para a especificação de um sistema de pintura Embora a pintura seja a última etapa de uma obra, segundo Uemoto (2002), ela deve ser considerada desde a definição do projeto do edifício. As condições gerais do meio ambiente e as de uso, são os principais fatores que determinam a escolha do sistema de pintura. A especificação do sistema de pintura deve ser iniciada caracterizando-se o meio ambiente e o tipo de substrato. 5.5.1 Classificação do Ambiente. Segundo as diretrizes da Norma BS 6150, a definição meio ambiente refere-se à atmosfera e às condições de uso ou serviço às quais será exposta a superfície pintada (Uemoto, 2002).

35 O ambiente deve ser classificado tendo em vista o regime de chuvas e o grau de agressividade da atmosfera ao redor da superfície do edifício. O meio ambiente é subdividido em ambiente interno e externo, com diferentes níveis de agressividade. O ambiente interno deve ser caracterizado conforme o tipo de ocupação, como área seca ou úmida, e o externo, caracterizado conforme o grau de agressividade atmosférica e condições climáticas. Na falta de dados referentes às características do meio ambiente, esse nível pode ser obtido a partir da análise do aspecto apresentado pelas superfícies pintadas de edifícios vizinhos. As tabelas 5.2 e 5.3 auxiliam a classificação do ambiente em razão do regime de chuvas e da agressividade atmosférica, e, com base nessas classificações e uso da tabela 5.4, obter-se á o nível de agressividade do ambiente. Tabela 5.2 Classificação de acordo com o regime de chuvas (Uemoto,2002) Classificação Regime anual de chuvas Exemplo de cidades brasileiras Baixo Mais de 6 meses seco Terezina, Fortaleza Médio De 4 a 5 meses secos Belo horizonte, Cuiabá, Goiânia Elevado Até 3 meses secos Belém, Manaus,Rio de Janeiro, São Paulo,Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Salvador

36 Tabela 5.3 Classificação do ambiente quanto à agressividade da atmosfera local.(uemoto 2002) Classificação Baixa Média Elevada Atmosfera Área não industrial (rural e Urbana) Área semi-industrial Área industrial e marítima Tabela 5.4 Classificação do grau de agressividade (adaptada da Norma BS 6150) Grau de agressividade Ambiente externo Ambiente interno Fraco Área afastada da orla marítima (mais de 10 km), não industrial e com regime de chuva médio Ambientes secos, bem ventilados, de edifícios residenciais e comerciais Moderado 1 Moderado 2 Intenso 1 Intenso 2 Muito Intenso Área próxima á orla marítima, urbana ou semi-industrial, com regime de chuva médio Área afastada da orla marítima, urbana ou semi industrial, com poluição atmosférica média, mas afastadas de fontes de poluição Área dentro da orla marítima (até 3 km), não industrial com regime de chuva intenso Área industrial com poluição atmosférica elevada Área dentro da orla marítima (até 3 km) e com elevada poluição atmosférica Ambiente com possibilidade de condensação de umidade, como cozinhas e banheiros, ou com pouca necessidade de limpeza de superfície Ambiente freqüentemente submetido á umidade e condensação elevada ou com necessidades de limpeza freqüentes das superfícies Ambiente industrial e/ ou com umidade e condensação elevadas.

37 5.6 Descrição e características dos principais tipos de substratos Os tipos de superfícies mais comuns encontrados nas edificações são alvenarias revestidas com argamassa de cimento e/ ou cal, concreto, madeira e metais ferrosos e não ferrosos. Os sistemas de pintura existentes não são compatíveis com todos os tipos de superfícies e, portanto, devem ser especificados levando-se em conta a existência ou não de incompatibilidades. Cada uma dessas superfícies possui características próprias de sua natureza, as quais influem no desempenho da tinta aplicada. 5.6.1 Substratos minerais porosos Referem-se a todos os tipos de superfícies minerais porosos de ambientes internos e externos, constituídas por materiais à base de cimento ou cal, tais como: argamassa de cimento, de cal e mista, gesso, reboco, massa fina, concreto, alvenaria etc. 5.6.2 Característica de substratos à base de cimento e/ ou cal Quando recém executados, apresenta umidade e alcalinidade elevadas, condições impróprias para aplicação de quase todos os tipos de pintura. Possuem elevada porosidade e rugosidade, que podem ser regularizadas com massa niveladora. Os sais presentes de substratos em presença de água solubilizam-se, e durante a secagem dos substratos a solução salina migra para a superfície formando

38 depósitos de sais brancos. Quando a tinta e seus complementos são aplicados nessas condições, pode ocorrer alteração de cor, ataque alcalino, eflorescência (depósitos de sais brancos pulverulentos), etc. 5.6.2.1 Condições dos substratos minerais porosos para receber pintura Tintas a base de aglomerantes inorgânicos: A aplicação de tinta a base de cimento ou cal pode ser realizada em substratos constantemente úmidos ou mal curados (recém executados). Tintas a base de resinas sintéticas ou tintas a óleo: A aplicação desses tipos de tinta só deve ser realizada quando o substrato estiver seco e curado. Superfícies recém - executadas, em condições favoráveis de secagem, devem aguardar no mínimo 30 dias para receber a pintura. Em períodos não chuvosos a secagem de um substrato é de aproximadamente uma semana para 5 mm de espessura de camada (BS 6150). Na secagem e/ ou cura do substrato, durante os períodos de chuva, recomenda-se cobrir as superfícies mais expostas, por exemplo, o topo da platibanda de prédios com filme de polietileno, colocado somente a chuva. Devido a incompatibilidade da tinta a óleo com substratos alcalinos, a aplicação desse produto só deve ser realizada sobre a superfície previamente tratada com tinta de fundo.

39 A seleção da tinta para substratos à base de cimento e ou cal deve ser realizada com base na tabela 5.5 após a classificação do grau de agressividade de ambientes (tabela 5.4.). Tabela 5.5 Sistemas de acabamento para substratos à base de cimento ou cal (Uemoto 2002). Grau de Tipos de sistemas de pintura agressividade Acrílico Vinílico Esmalte Silicone T B F B F B F A A S Cal Cimento Fraco R R R R R R R R R Moderado 1 R R - - R R R R R 2 R R - - R R R R R - - Intenso 1 R - - - - - R R R 2 R - - - - - R R - - Muito Intenso - - - - - - - - R - - Fraco R R R R R R R R - - - R Moderado R - - - - R R R - - - R Intenso - - - - - R - - - - - R R Recomendável T Texturizado A Acetinado - Recomendável para até dois pav. B Brilhante F - Fosco Obs: Os resultados da tabela 5.5 realizada por Uemoto, 2002, é uma tradução da NBR 13245 Execução de pinturas em edificações não industriais, e da NBR 11702 Tintas para edificações não industriais. 5.6.3 Substratos de madeiras e seus derivados Referem-se a todos os tipos de superfícies, internas e externas, constituídos por madeiras, tais como: portas, janelas, paredes de casas de madeiras, etc.

40 5.6.3.1 Característica da madeira Possui estrutura celular e apresenta baixa estabilidade dimensional. As dimensões variam de acordo com o teor de umidade do meio ambiente. Retrai ao perder umidade e incha ao absorvê-la. O fenômeno é reversível, resultando em movimentos alternados em razão da variação atmosférica. A permeabilidade e a penetração de líquidos são maiores no sentido longitudinal (na direção do comprimento das fibras). Para uma mesma espécie de madeira, as contrações e expansões de peça variam conforme a direção considerada, ou seja: Direção longitudinal (sentido do crescimento da árvore correspondendo ao comprimento das peças). Direção radial (sentido do centro para a periferia correspondendo às espessuras das peças). Direção tangencial (corresponde à largura da peça). A madeira, quando úmida, não é adequada para aplicação de pintura. Durante a exposição ao ambiente, ela perde a umidade e se retrai, levando ao aparecimento de tensões entre a película e a superfície de madeira e resultando em perda da aderência e/ ou no aparecimento de fissuras e bolhas. Também pode ocorrer a abertura de juntas entre as peças, o que permite a penetração de umidade. Quando muito seca, também não é adequada para aplicação de tinta, ela absorve umidade do ambiente e incha, ocorrendo o aparecimento de tensões entre as películas e a superfície da madeira.

41 5.6.3.2 Condições dos substratos de madeira para receber pintura A aplicação de tintas, vernizes, lacas e outros acabamentos só deve ser realizada em madeira envelhecida e seca, com o teor de umidade em equilíbrio com a do ambiente. Nestas condições não há ganho ou perda de água, existindo a estabilidade dimensional. A velocidade de secagem da madeira varia de acordo com a temperatura, umidade relativa do meio e espécie de árvores. Geralmente, considera-se teor de umidade de equilíbrio de: 12% para áreas externas de regiões secas; 18% para áreas externas de regiões úmidas; 10% a 12% para ambientes internos A seleção da tinta ou verniz para acabamento de substrato de madeira será realizada com base nas tabelas 5.6 e 5.7, após a classificação do grau de agressividade de ambientes, obtidas a partir da tabela 5.4.

42 Tabela 5.6 Sistemas de acabamento pigmentado para substratos à base de madeira ( Uemoto 2002). Tipo de Grau de TEsmalte Sintético ambiente agressividade Brilhante Acetinado Fosco R - - - - - - - - - - - R R Fraco EXTERNO Moderado 1 2 Intenso 1 2 Muito Intenso Fraco INTERNO Moderado Intenso R R R - R R - R - R - R Recomendável - Recomendável para até dois pav. Tabela 5.7 Sistemas de acabamento não pigmentado para substratos à base de madeira (Uemoto 2002). Grau de Tipos de sistemas de pintura agressividade Verniz alquídico Verniz alq. Poliuretanico Verniz Alq. Filtro Brilhante Fosco Brilhante Fosco Brilhante Fosco Fraco R R R Moderado 1 - R 2 - R Intenso 1 - - - - - 2 - - - - - Muito Intenso - - - - - - Fraco R R R R - - Moderado R - R R - - Intenso - - R - - - R Recomendável - Recomendável para até dois pavimentos. Obs: Os resultados da tabela 5.6 e 5.7 realizada por Uemoto, 2002, é uma tradução da NBR 13245 Execução de pinturas em edificações não industriais, e da NBR 11702 Tintas para edificações não industriais.

43 5.6.4 Substratos metálicos ferrosos Referem-se a todos os tipos de superfícies, internas e externas, constituídos por metais ferrosos, como portões, grades, esquadrias, estruturas de ferro e aço. 5.6.4.1 Características dos substratos metálicos Esses tipos de superfícies, quando não protegidos, revertem à forma de óxidos, pela combinação gradual do metal com o oxigênio e a umidade da atmosfera, formando ferrugem. A resistência à corrosão de superfícies de ferro e aço depende da composição química desses substratos, do processo de fabricação e do grau de agressividade do meio ambiente ao qual estão expostos. A resistência à corrosão também é influenciada pelo microclima ao redor da superfície (orientação do sol, chuva, grau de exposição à atmosfera, fluxo do ar, frequencia e intensidade de condensação de umidade). A seleção da tinta para acabamento em substratos metálicos, deve ser realizada a partir da tabela 5.8, após a classificação do grau de agressividade de ambiente, obtida na tabela 5.4.

44 Grau de Tabela 5.8 Sistemas de acabamento para substratos metálicos Tipos de sistemas de pintura agressividade A óleo Esmalte sintético B Esmalte sintético A Esmalte sintético F Fraco Moderado 1 2 Intenso 1 2 Muito Intenso Fraco Moderado Intenso R Recomendável R - - - - - R - - R R R - R R - R - - - R - - - - - - - - R - - A Acetinado - Recomendável para até dois pav. B Brilhante F - Fosco Obs: Os resultados da tabela 5.8 realizada por Uemoto, 2002, é uma tradução da NBR 13245 Execução de pinturas em edificações não industriais, e da NBR 11702 Tintas para edificações não industriais. 5.6.4.2 Condições dos substratos metálicos para receber pintura O sistema de pintura é composto por tinta de fundo, intermediária e de acabamento. A compatibilidade entre as camadas é fundamental para que não ocorra problemas de falta de aderência e enrugamento. As superfícies metálicas ferrosas (ferro e aço) só podem receber pintura quando isentas de contaminações de produtos de corrosão (ferrugem) e de carepas de laminação e, além disso, protegidas com tinta de fundo anticorrosiva (primer). O grau de limpeza mínimo da superfície varia conforme o tipo de tinta a ser aplicado e condições de exposição.

45 5.7 Cuidados no projeto de edifício Alguns aspectos do projeto influem na qualidade e durabilidade da pintura, tanto na facilidade de aplicação inicial como na sua manutenção ao longo da vida útil dos edifícios, principalmente em superfícies externas. Pequenos detalhes de projeto muitas vezes podem provocar elevados prejuízos estético na pintura, levando à redução da durabilidade, além de ocasionar frequentes intervenções na manutenção do edifício. 5.7.1 Considerações gerais quanto ao projeto Na fase do projeto, deve-se tomar os seguintes cuidados, segundo estudos realizados por Yazigi,2003 e Uemoto,2002: Eliminar a água de construção dentro dos prazos normais e compatíveis com o planejamento da construção da obra; Evitar superficies com contornos angulosos, preferindo sempre superfícies com formas arrendondadas. A pintura em contorno anguloso resulta em película de menor espessura, portanto, menor proteção à superfícies. São recomendados projetos com contornos que apresentem raios de pelo menos 1,5mm; Evitar projetos com substratos de baixa durabilidade e que haja necessidade de manutenção frequente em locais de difícil acesso;

46 Evitar o uso de pintura em substratos de baixa durabilidade e que necessitem de manutenção frequente. Neste caso, o uso de pintura como acabamento é antieconômico e às vezes impraticável; Evitar o uso de pinturas em ambientes muito agressivos. Em substratos constantemente úmidos, com condensação de umidade na superfícies, é preferível o uso de revestimento cerâmico 5.7.2 Especificação do sistema de pintura A especificação deve ser realizada com base nas recomendações a seguir: na especificação do sistema de pintura deve-se considerar sugestões dadas pelos profissionais responsáveis pela execução da pintura; na escolha das cores de tintas devem ser levados em conta, além do efeito estético da pintura, fatores relacionados ao: conforto térmico: as superfícies escuras absorvem mais calor que as claras, tornando o ambiente interno mais quente; suscetibilidade da cor à radiação solar ou à alcalinidade, os pigmentos azuis e verdes de modo geral são mais suscetíveis aos agentes do meio, resultando em alteração da cor etc. contraste causado pela presença de sais brancos sobre superfície pintada com tinta de cor escura, a umidade presente no substrato mineral pode solubilizar a fração solúvel de seus constituintes e se depositar sobre a superfície pintada.

47 5.7.3 Facilidade de acesso para a execução de pintura Todas as superfícies a serem pintadas devem ser projetadas de modo a evitar formas geométricas ou condições que possam dificultar a aplicação do sistema de pintura As fachadas devem ser de fácil acesso à execução de pintura; o acesso à repintura deve ser planejado já na fase de projeto, inclusive prevendo-se a existência de suportes para a ancoragem de andaimes ou arranjos similares. As superfícies que não serão expostas após o término da obra, mas que exigem proteção, devem ser pintadas antes de sua fixação. 5.7.4 Condensação de umidade Algumas partes do edifício, devido ao modo de uso, apresentam maior facilidade para a ocorrência de condensação de umidade, o que acelera a degradação da pintura. Por exemplo, o desenvolvimento de fungos em tetos e paredes de banheiros e cozinhas. Deve-se evitar projetos que favoreçam a condensação de umidade nas superfícies com pintura. Para ambientes de área úmida, já na fase de projeto, devem ser previsto boa ventilação e isolação térmica. A condensação constantes pode ser evitada ou minimizada melhorando a ventilação natural do edifício através da existência de janelas, dutos e grelhas de ventilação, com ou sem dispositivos de tiragem mecânica.