COMPORTAMENTO SILVICULTURAL DA Tectona grandis Linn.F (TECA) EM SISTEMA SILVIPASTORIL NA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ 1

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Transcrição:

COMPORTAMENTO SILVICULTURAL DA Tectona grandis Linn.F (TECA) EM SISTEMA SILVIPASTORIL NA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ 1 Danila Gonçalves de SOUSA *1 ; Rodrigo Silva do VALE *2 ; Paulo de Tarso Eremita da SILVA *3 ; Francinelli Angeli Francisco do VALE *4 ; Wanessa Oliveira do AMARAL *5 ; Camila Dayane Perrone AMADOR *6 1 Acadêmica do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA, Belém (PA). Email: danila09@hotmail.com; 2 Professor, D. Sc. da UFRA. Email: rodrigo.vale@ufra.edu.br; 3 Professor, D. Sc. da UFRA. Email: paulo.eremita@ufra.edu.br; 4 Mestranda em Ciências Florestais- UFRA. Email: fafvale@gmail.com; 5 Acadêmica do curso de Engenharia Florestal da UFRA. Email: wanessa.amaral@ufra.edu.br; 6 Acadêmica do curso de Engenharia Florestal da UFRA.Email: camilaperrone@yahoo.com.br RESUMO Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento silvicultural da Tectona grandis Linn. F. em sistema silvipastoril no município de Castanhal, PA, por meio da obtenção de dados dendrométricos. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente ao acaso, com 20 parcelas experimentais, constituída por 20 árvores na área útil da parcela, onde foi avaliado o diâmetro à altura do peito (DAP), altura total (H) e área de projeção de copa (APC) aos 36 meses de idade. Em seguida foi calculado o volume comercial por planta (Vm³) e o incremento médio anual em DAP, altura e volume. Além das variáveis dendrométricas, também foi avaliado a qualidade de fuste, da copa, sanidade e ataque de pragas. Os valores médios da avaliação para o DAP foi de 4,77cm, para altura de 4,31 m e APC foi de 1,24 m2. Para o volume cilíndrico por árvore o valor médio foi de 0,0031 m³, e para o incremento médio anual (IMA) DAP, altura e volume foi de 1,59cm, 1,44m e 0,001033 m³, respectivamente. A maioria das árvores apresentou nenhum defeito aparente, ausência de cipó, copa inteira, fuste de boa qualidade e ausência de pragas. Foi constatado também 3,6% de rebroto. Concluiu-se que a teca apresentou um bom desempenho, apesar de algumas condições de solo não serem favoráveis ao seu desenvolvimento, pois algumas parcelas apresentaram problemas de drenagem. Palavras-chave: Tectona grandis; sistema silvipastoril; comportamento silvicultural. 1. INTRODUÇÃO A Tectona grandis Linn. F. (teca) é uma espécie arbórea de grande porte, de rápido crescimento, produtora de madeira nobre, natural do Sudoeste Asiático. Tem grande procura no mercado mundial, podendo alcançar preços até três vezes superiores aos do mogno, sendo utilizada na produção de móveis, esquadrias de alto padrão, embarcações e decoração (MACEDO et al., 2005). Diversos autores ressaltam a importância da Teca em virtude do elevado valor e diversidade de aplicações de sua madeira, em que suas propriedades físico-mecânicas são as mais desejáveis: alta durabilidade, estabilidade e resistência, aliadas a facilidade para corte, lavragem e laminação. O somatório dessas características e a busca de novas alternativas florestais atrativas estimularam a introdução da Teca na região nordeste do Pará. A Teca pode ser uma alternativa de recuperação de áreas degradadas, bem como uma maneira de diminuir a pressão sobre florestas primárias e promover o desenvolvimento sustentável (FURTADO; FRANKLE e OLIVEIRA, 2006). Para estes autores, o conhecimento de seu comportamento como componente em sistemas agroflorestais ainda é bastante incipiente no Brasil, existindo algumas experiências bem sucedidas, mas em número bastante reduzido. Neste contexto o presente trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento silvicultural da Teca em Sistema Silvipastoril na região Nordeste do Estado do Pará. 2. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido na área da fazenda Beira Rio, na região Nordeste do Estado do Pará, no município de Castanhal, onde está inserido um plantio de 30 ha de Tectona grandis L.f. (Teca), e implementado o sistema silvipastoril com ovinos. Segundo Ferreira e Kato (2004), o clima da região é do subtipo Af segundo Köppen, a temperatura média anual de 26 ºC, precipitação pluviométrica média anual de 2.604,4 mm. O período mais seco é 1 Parte do trabalho desenvolvido na iniciação científica da primeira autora como bolsista do PIBIC/CNPq/UFRA

relativamente curto, de outubro a dezembro, enquanto que os outros meses do ano são favorecidos por chuvas ocasionais. No preparo do terreno para implantação da Teca foi realizado a limpeza da área, seguido de aração e gradagem, demarcação e piqueteamento, bem como o combate á formiga. Na ocasião do plantio, efetuado no espaçamento de 3 x 3 m, foram aplicados o calcário dolomítico e a adubação na cova com adubo orgânico. A adubação de cobertura foi realizada 30 dias após o plantio em 3 aplicações de superfosfato triplo; uréia e cloreto de potássio. Para o sistema Silvipastoril, implantado com teca associado com a criação de ovinos da raça Santa Inês, foi adotado o sistema de semiconfinamento com pastoreio durante o dia e o confinamento noturno. A interação entre os componentes do sistema ocorre a partir do Ano 2, com a implantação da pastagem (capim Mombaça - Panicum maximum cv. Mombaça) divida em piquetes por categoria animal e a aquisição e introdução dos animais no sistema. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente ao acaso, com 20 parcelas experimentais, constituída por 20 árvores. Dentro de cada parcela, foram feitas medições em cada árvore de diâmetro à altura do peito (DAP), altura total (H) e foi calculado o volume comercial por planta (Vm³) e o incremento médio anual em DAP, altura e volume. Para o cálculo do volume comercial por planta utilizou-se fator de forma com valor de 0,50 Determinou-se também a área de projeção da copa, obtendo-se a projeção média da copa entre as plantas na linha (PCEP) e entre as linhas de plantio (PCEL). Calculou-se a área de projeção de copa (APC), em m 2, por meio da fórmula: ( PCEL) x( PCEP) xπ APC = 4 Além das variáveis dendrométricas, também foi avaliado a qualidade de fuste, da copa, sanidade e ataque de pragas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A sobrevivência das árvores foi de 97,5%, esse valor observado está de acordo com o padrão comercial para plantações homogêneas (90%), conforme FAO (1981), citado por COUTINHO et. al, (2004). Os valores médios da avaliação aos 36 meses após o plantio para o DAP foi de 4,77cm, para altura de 4,31 m e volume cilíndrico por árvore 0,0031 m³ (Tabela 1). Pode-se comentar que esses valores encontrados na área foram superiores aos valores obtidos por Macedo et al. (2005), onde foi observado na mesma idade de plantio, os valores médios de DAP de 3,7 cm, de altura de 3,1 m e de volume cilíndrico por árvore de 0,0012 m³, na região de Paracatu-MG. O melhor desempenho silvicultural da teca no presente estudo pode ser atribuído ao fato de que as condições climáticas da área de estudo estarem mais adequadas às características climáticas exigida por esta espécie (Temperatura média anual superior a 24 ºC e precipitação média anual entre 1.200 a 2.500 mm, com período seco ideal de 3 a 5 meses de duração (EMBRAPA, 2004). Tabela 1. Crescimento médio e desvio padrão para Diâmetro a altura do peito (DAP), Altura Total e Área de Projeção de Copa (APC) para a Teca, aos 3 anos de idade implantados em sistema silvipastoril em Castanhal-PA. Parâmetros Silviculturais DAP (cm) 4,77 ± 1,69 Altura (m) 4,31 ±1,61 APC (m 2 ) 1,24 ±1,25 Aos 36 meses de idade o crescimento em altura das árvores variou de 0,4 m a 8 m, enquanto que o DAP registrado esteve entre 1,14 cm a 9,55 cm. A APC variou de 0,06 m 2 a 9,35 m 2, com valor médio de 1, 24 m 2. A teca apresentou incremento médio anual de 1,59 cm para o DAP, 1,44 m para altura e 0,001033 m³ para o volume, estando dentro do esperado. A maioria das árvores apresentou nenhum defeito aparente, ausência de cipó, copa inteira, fuste de boa qualidade e ausência de pragas. Foi constatado também 3,6% de rebroto. 4. CONCLUSÕES Os valores médios obtidos na avaliação mostraram que a Teca apresentou um bom desempenho silvicultural, apesar de algumas condições de solo no local de plantio não serem favoráveis ao seu desenvolvimento, pois algumas parcelas apresentaram problemas de drenagem. A Teca apresentou-se adequada para sistemas agroflorestais, destacando-se pelo seu porte e arquitetura de copa, pouco sujeita a pragas e doenças e de excelente qualidade.

Investimentos em povoamentos de teca na Amazônia constituem uma ótima opção econômica para as regiões que atendam as demandas edafoclimáticas desta espécie, sendo uma alternativa para cultivo em pequenas propriedades rurais e devendo ser avaliado o seu potencial para uso na agricultura familiar. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUTINHO, C. H. O.; BRIENZA JÚNIOR, S.; FIGUEIREDO, R. B. de; KAHWAGE, C.; MICHELOTTI, F. Introdução de árvores leguminosas de crescimento rápido em sistema agroflorestal tradicional de derruba-e-queima na Amazônia oriental brasileira. In: V congresso brasileiro de sistemas agroflorestais, Anais...Curitiba, PR, 2004. EMBRAPA. TECA (Tectona grandis). 2004. Disponível em: http://www.cnpf.embrapa.br/publica/folders/teca_2004.pdf. Acesso em: 25 de março de 2009. FERREIRA, C.P.; KATO, O.R. Mesofauna do solo em sistemas agroflorestais no Nordeste Paraense. 2004. Disponível em: http://www.sbsaf.org.br/anais/2004/pdfs/oral/secao_1/p1_13.pdf. Acesso em: 05 de abril de 2009. FURTADO, S. C.; FRANKE, I. L.; OLIVEIRA, T. K. de. Crescimento inicial de teca (Tectona grandis L.F.) em diferentes modelos de sistemas agroflorestais na Amazônia Ocidental. 2006. Disponível em: http://www.sbsaf.org.br/anais/2006/manejocultural/trabalho233.doc. Acesso em: 25 de março de 2009. MACEDO,R.L.G. ; OLIVEIRA,T.K ;VENTURIN,N. & GOMES,J. E. Introdução de clones de seringueira no noroeste do estado de Minas Gerais.Revista CERNE, Lavras,v8. n1. p124-133,2002. MACEDO, R.L.G.; GOMES, J.E.; VENTURIN, N.; SALGADO, B.G. Desenvolvimento inicial de Tectona grandis L.f. (teca) em diferentes espaçamentos no município de Paracatu, MG. Revista CERNE, Lavras, v. 11, n. 1, p. 61-69, 2005.