COMPARAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE EUCALYPTUS UROPHYLLA X EUCALYPTUS GRANDIS 1 INTRODUÇÃO
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1 COMPARAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE EUCALYPTUS UROPHYLLA X EUCALYPTUS GRANDIS Augusto de Faria Locci¹, Murilo Caliente Marques¹, André da Vitor Costa Manso² Rafael Ribeiro Soler², Raoni Xavier de Melo², Saulo Philipe Sebastião Guerra 3 ¹ Graduando em Engenharia Florestal, Universidade Estadual Paulista UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas FCA, augustolocci@hotmail.com 2 Doutorando em Agronomia/Energia na Agricultura, Universidade Estadual Paulista UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas FCA 3 Professor Doutor, Universidade Estadual Paulista UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas FCA 1 INTRODUÇÃO Estima-se que até o ano de 2050 a população mundial se encontrará em torno de nove bilhões de pessoas e junto a isso gera-se uma forte demanda por commodities e energia, assim a bioenergia surge como uma oportunidade para a substituição de combustíveis fósseis. Um exemplo é a geração de energia pela queima de combustíveis renováveis como a biomassa florestal, sendo necessário 250 milhões de hectares adicionais de floresta a nível mundial para manter um cenário de baixo carbono e desmatamento e com fontes energéticas renováveis (IBÁ, 2018) A demanda atual exige maior produção em menor espaço e tempo, desse modo, Guerra et. al (2012) afirmam que o Eucalyptus Urophylla x Eucalyptus Grandis explorado para fins energéticos em plantios adensados apresentam uma redução no ciclo e aumento na produção de biomassa. Para a produção de biomassa, pode ser utilizado o SFCR (Sistema Florestal de Curta Rotação) sendo conduzido tanto no sistema de alto fuste como no sistema de talhadia. O regime de alto fuste é o plantio inicial da floresta a partir do plantio de mudas, finalizando com o corte total da área. O regime de talhadia é considerado como a condução das rebrotas que são provenientes das cepas (tocos) da floresta remanescentes de um ciclo anterior (GADELHA, 2015). Esse sistema no povoamento de eucalipto tornar-se vantajoso, pois, a taxa de crescimento é mais rápida do que um plantio convencional. Produz madeira de pequeno e médio porte, a execução do corte é simples, facilidade no planejamento da produção de madeira a curto e médio prazo, dispensa o preparo de solo, novo plantio e produção de mudas, ciclos de corte mais curto e menor custo por volume de madeira (EVANS, 1992; LAMPRECHT, 1990)
2 Sendo assim, este trabalho teve como objetivo mensurar e comparar os parâmetros dendrométricos, diâmetro à altura do peito (DAP), altura total e a área basal de uma floresta manejada de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus Grandis com a mesma idade em sitemas de alto fuste e em talhadia. 2 MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado na Universidade Estadual Paulista (UNESP), em uma área experimental contendo híbridos de Eucalyptus urophylla vs. Eucalyptus grandis, na Fazenda Lageado, localizada na FCA Faculdade de Ciências Agronômicas em Botucatu SP. O município encontra-se na região centro oeste do estado de São Paulo, Brasil, e o local do experimento está entre a longitude W e latitude de 22º O com altitude aproximada de 729 metros. O clima predominante na região é do tipo Cfa, que caracteriza clima subtropical chuvoso, com inverno seco e verão quente e chuvoso (LOMBARDI NETO; DRUGOWICH, 1994). O índice pluviométrico anual está em torno de 1516 mm e seu solo é classificado como Nitossolo Vermelho distroférrico textura argilosa (EMBRAPA, 2006). No ano de 2007 foi implantado em uma área de um hectare e meio uma floresta de Eucalyptus urophylla Eucalyptus grandis, em 2014 foi realizado a colheita semimecanizada em área total. Após a colheita, em metade do talhão foi realizado novamente o plantio de mudas e a condução em sistema de alto fuste. Na metade restante do talhão, foi realizado a condução dos brotos provenientes das cepas da rotação anterior, de modo a conduzir a floresta em sistema de talhadia. Visando a produção de biomassa no sistema de talhadia, não foi realizado a operação de desbrota, assim cada cepa possuía uma quantidade diferente de fustes. Ambos os sistemas foram conduzidos sob o mesmo manejo silvicultural. Foram coletadas as variáveis dendrométricas das árvores presentes nos tratamentos, sendo eles diâmetro à altura do peito (DAP) e altura total das árvores. Realizou-se também a avaliação da mortalidade da floresta, indicando a quantidade de indivíduos que não rebrotaram ou que apresentava uma falha de plantio. Para isso, foi utilizado um clinômetro digital para a coleta das alturas e suta diamétrica para os dados de DAP dos indivíduos da floresta.
3 Utilizando os dados dendrométricos foi realizado o cálculo do DAP médio, altura média e a distribuições das frequências, bem como o cálculo das áreas basais dos indivíduos (gi) e da área basal por hectare (G). Para a distribuição dos diâmetros, os valores de DAP foram agrupados em classes de frequência, sendo que o número de classes foi obtido pela Equação (01) proposta por Sturges. n c = 1 + 3,3 log n 1 n c Número de classes; n 1 Número de observações. Para a definição do intervalo das classes de diâmetro utilizou a Equação (02). (1) I c = (d max d min ) d min (2) I c Intervalo de classe; d max Diâmetro máximo; d min Diâmetro mínimo. Para a área basal do povoamento foi feito a somatória das áreas transversais de todas as árvores e foi calculada a partir da média das áreas transversais (gi) multiplicada pela quantidade de árvores por hectare, conforme Equação (03). AB Área basal do tratamento; AB = g n g Área transversal média de cada tratamento; n Quantidade de árvores por hectare. (3) 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao se comparar o sistema de alto fuste e o de talhadia, percebe-se que o primeiro sistema apresentou valores maiores. O DAP médio foi de 15,18 cm em alto fuste enquanto
4 N de indivíduos N de indivíduos na talhadia foi de 9,58 cm, o ganho em diâmetro individual foi de 58% (Tabela 1). As variáveis altura e área basal apresentaram a mesma tendência do diâmetro, a floresta de alto fuste obteve um crescimento maior que na talhadia. Tabela 1. Dados dendrométricos das florestas nos sistemas de Alto fuste e Talhadia. Sistema DAP (cm) H (m) Área Basal / ha (m²) Alto fuste 15, , ,91 Talhadia 9,58 13,93 15,32 Ao se realizar a formula de sturges e a distribuição dos indivíduos encontrou-se um total de 8 classes, obtendo uma distribuição normal (Figura 1 e 2). Figura 1. Distribuição diamétrica em sistema de alto fuste Classe de diâmetro (cm) Figura 2. Distribuição diamétrica no sistema florestal de talhadia ,6-5,6 5,6-7,6 7,6-9,6 9,6-11,6 11,6-13,6 13,6-15,6 15,6-17,6 17,6-19,6 Classe de diâmetro (cm)
5 A área basal menor no sistema de talhadia, pode ser explicado pelos dados de mortalidade uma vez que a mesma apresentou 22 % de mortalidade, mais que o dobro do sistema de alto fuste, o qual apresentou cerca de 9 %. Como no sistema de talhadia não houve a realização da desbrota, cada cepa apresentava mais de um fuste, fazendo com que existisse uma competição por nutrientes, luz e água, maior que no plantio de alto fuste, fazendo que ocorresse mais indivíduos, porém com diâmetro e altura menores. 4 CONCLUSÕES O sistema de alto fuste em florestas de Eucalyptus urophylla Eucalyptus grandis desempenhou um crescimento maior do que o sistema de talhadia, uma vez que todas as variáveis estudadas evidenciaram um maior crescimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro: Embrapa, p. EVANS, J. Plantation forestry in the clarendon press p. INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES IBÁ. Indicadores de desempenho do setor nacional de árvores plantadas referentes ao ano de Brasília, GADELHA, F. H. L.; SILVA, J. A. A.; FERREIRA, R. L. C.; SANTOS, R. C.; & TAVARES, J. A. Produtividade de clones de eucaliptos em diferentes sistemas de manejo para fins energéticos. Pesquisa Florestal Brasileira, n 35(83), p , INTERNATIONAL ENERGY AGENCY Key world energy statistics. Paris, 2010, 82p. LAMPRECHT, H. Silvicultura nos trópicos. Eschborn: GTZ, p. LOMBARDI NETO, F.; DRUGOWICH, M. I. Manual técnico de manejo e conservação de solo e água. Campinas: Cati, 1994.
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