COMISSÃO EXECUTIVA ESTADUAL DO PT-PE REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DE PAULISTA : TÁTICA ELEITORAL E ALIANÇA VOTO DO DIRIGENTE BRUNO RIBEIRO

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Transcrição:

COMISSÃO EXECUTIVA ESTADUAL DO PT-PE REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DE 04.08.2016 PAULISTA : TÁTICA ELEITORAL E ALIANÇA VOTO DO DIRIGENTE BRUNO RIBEIRO FUNDAMENTAÇÃO ESCRITA O presente voto é fundamentado com o seguinte conteúdo e razões escritas : I Contéudo : A favor da coligação majoritária e proporcional com o PTB II - Razões : II.1 Preliminar : Em preliminar, registrar que o DM Paulista não realizou o Encontro previsto nas normas do PT, tendo em vista não se encontrar com filiados aptos, o que confere à Instância Estadual a prerrogativa e a obrigação de deliberar sobre a tática eleitoral e sobre as alianças naquele município. Ainda em preliminar, registrar que foram realizadas reuniões entre os GTE s Estadual e de Paulista, em duas ocasiões, nas quais foram debatidos os desafios colocados e as dificuldades do partido, especialmente após a desfiliação do ex-deputado Sérgio Leite. II.2 A proposta de aliança com o PDT e com a candidatura majoritária de Sérgio Leite :

A maioria do GTE de Paulista tem manifestado a defesa dessa aliança e dessa candidatura. Sem condições de realizar o Encontro, essa maioria se manifestou com essa proposta em reunião do Diretório Municipal. Outros setores defendiam a candidatura própria. Ambos os lados concordam que a tese da candidatura própria ficou inviabilizada por inação local, apesar das recomendações do GTE Estadual nesse sentido. Desse modo, a seguir apresento neste voto o meu entendimento do porquê essa proposta de aliança e de candidatura não são de interesse do PT de Paulista e do Estado. Inicialmente, porque o PT Paulista precisa se reorganizar após ter se conduzido nos últimos anos sob a liderança do expetista Sérgio Leite, resultando num quadro de profunda dificuldade, do que é exemplo o fato do Diretório Municípal estar declarado INATIVO por decisão judicial já transitada em julgado e nenhuma providência ainda ter sido adotada, apesar da Direção Estadual já ter se colocado à disposição para ajudar na superação desse impasse, o que torna o PT em Paulista inabilitado para as eleições de 2016 nesse momento. O PT em Paulista sequer tem, atualmente, mandato parlamentar na Câmara, nem condições de realizar Encontro, pela generalizada inadimplência de seus integrantes. Ou seja, um quadro de extremo impasse após muitos anos sob a liderança do ex-petista Sérgio Leite. Do ponto de vista político-partidário, o segmento do PDT ao qual se vinculou o ex-petista constitui linha auxiliar do PSB e de seu governo, sob a condução do Deputado Guilherme Uchoa, presidente da Assembléia Legislativa, com o qual o ex-petista mantém vínculos políticos e funcionais. De fato, o PDT em Pernambuco não apoia nenhuma das candidaturas prioritárias do PT no Estado, especialmente no Recife, em Olinda e em Petrolina, em cujas cidades apóiam os candidatos apresentados pelo PSB. Fica óbvio, portanto, que a aliança com o PDT em Paulista

em nada contribui para as lutas e prioridades do PT-PE em todo o Estado nas eleições de 2016 e, por consequência, para o cenário que já se desenha para as eleições de 2018. Além das questões partidárias acima resumidas, concorre para esse voto, o fato de que as movimentações políticas do expetista nos últimos tempos, no nosso entender reforçam a convicção de que o apoio à sua candidatura não é prioritária para o PT municipal, nem estadual. Em resumo : a) o ex-petista Sérgio Leite se desfiliou do PT num momento particularmente difícil para o nosso partido. Apenas comunicou à Presidência a sua decisão no último dia anterior ao término do prazo legal para a janela partidária; b) na ocasião recebeu o apelo para que não concretizasse a decisão, considerando a sua longa e importante militância no partido e o fato de que estávamos com uma ofensiva da direita contra o PT, em vias de votar o fradulento impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o que afinal foi consumado na Câmara dos Deputados dias após; com as perguições e manipulações contra o expresidente Lula, com a sua arbitrária condução coercitiva dias antes; e com as manipulações para a criminalização de nosso partido nos últimos 02 anos; c) o ex-petista além de não atender ao apelo feito, se desfiliou junto com todo o seu grupo, a saber um vereador em Recife, outro vereador em Jaboatão e um ex-vereador em Olinda. Aliás, tanto em Recife, como em Jaboatão, os membros de seu grupo político apóiam atualmente os candidatos a prefeito apresentados pelo PSB, em contraposição às posições e candidaturas adotadas pelo PT naqueles municípios; d) Por último, é importante registrar como mais um

indicativo de que tal aliança não é de interesse para ao PT, o fato de que o ex-petista Sérgio Leite não cumpriu com as obrigações assumidas quando o partido, por suas instâncias nacional e estadual, adotou a decisão inédita de assumir solidariamente os débitos de sua campanha a deputado estadual em 2014, mantendo o PT Estadual sob o grande e injusto risco. Até o momento, sequer respondeu ao ofício 001/16 que lhe foi dirigido pela Presidência Estadual do PT-PE (Doc. 01) para que resolvesse urgentemente tal pendência, ou pagando ou assumindo os débitos junto com o seu novo partido; Diante de tudo isso, não seria razoável se tentar superar as consistentes razões acima sob o argumento de que essa aliança seria o único caminho para viabilizar a eleição de candidato proporrcional do PT Paulista. Ora, ainda que se pretendesse recorrer a esse frágil argumento, ele seria fulminado pelo fato de que o candidato proporcional cuja eleição é priorizada pelo expetista Sérgio Leite também o acompanhou na desfiliação ao PT, o ex-companheiro Moacir Cavalcanti. II.3 A proposta de aliança com o PTB e com a candidatura majoritária de Severino Ramos : As razões do voto para essa coligação são bem evidentes. Ao contrário do PDT, o PTB assegurou o apoio às candidaturas prioritárias do PT no Recife e em Olinda. Também tem convergência na oposição ao Governo do PSB em Pernambuco e à sua crescente retórica e práticas anti-petistas. Essa coligação proporciona, também, condições políticas reais de contribuir para o esforço de eleição dos candidatos proporcionais filiados ao PT de Paulista. III Conclusão :

Este voto foi fundamentado em razões objetivas, deixandose de lado juízos de valor e o recurso desenecessário a adjetivos, as quais levam à conclusão convicta do seu autor, seja por motivos de ordem partidária, seja pelos indicativos das últimas movimentações do ex-petista Sérgio Leite e do seu atual partido, no sentido de que a decisão mais adequada o projeto do PT nas eleições de 2016, em Paulista e no conjunto do Estado, estará melhor atendido com a coligação majoritária e proporcional com o PTB, tendo em vista, repita-se, que o GTE Estadual não teve êxito em motivar o GTE de Paulista para o caminho da candidatura própria petista. Isso, evidentemente, se o PT Paulista conseguir viabilizar a sua participação no próximo pleito, em virtude da atual inabilitação decretada pela Justiça Eleitoral, por sentença. Recife, 04 de agosto de 2016 BRUNO RIBEIRO DE PAIVA