FREQUÊNCIA DO BULLYING EM ESCOLARES DO RECIFE E CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS

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Transcrição:

FREQUÊNCIA DO BULLYING EM ESCOLARES DO RECIFE E CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS Frequency assessment of bullying in students of Recife and associated features Joanna Darc de Souza Cintra¹, Fernando Cavalcanti de Sá E Benevides Falcão, Karolline Paes Barreto da Silva, Flávia Maria Nassar de Vasconcelos, Rosana Christine Cavalcanti Ximenes 1.darc_caz@hotmail.com Resumo Bullying é definido como um comportamento agressivo, no qual um ou mais agressores tentam causar danos psicológicos, verbais ou físicos, de forma repetida, a uma vítima com um característico desbalanço de poder entre ambos. Entender os mecanismos desse fenômeno na escola é fundamental para a intervenção precoce e prevenção de danos futuros. O objetivo desse estudo foi estimar a frequência do bullying em adolescentes, diferenciando vítimas, testemunhas e agressores, assim como as formas mais frequentes de agressão em estudantes da cidade do Recife. Foi aplicado o Questionário sobre Bullying, em 165 adolescentes, entre 10 e 17 anos, de ambos os sexos, matriculados na Escola Estadual Brigadeiro Eduardo Gomes, em Recife PE. Os dados foram catalogados e analisados utilizando o software Excel. Os resultados mostraram porcentagem alta de alunos que se identificou como agressor (29,09%), vítima (55,15%) ou testemunha (65,45%). O sexo masculino apresentou com maior frequência de vitimização, e uma taxa similar entre os sexos em relação à frequência de agressores. Em relação ao tipo de prática, as agressões psicológicas são mais frequentes que às físicas (9,8%). O achado da pesquisa indica que enérgicas atitudes devem ser tomadas para confrontar a situação. Palavras-chave: Bullying. Adolescentes. Educação. Abstract Bullying is defined as aggressive behavior in which one or more attackers try to cause psychological, verbal or physical damage, repeatedly, to a victim with a characteristic imbalance of power between them. Understanding the mechanisms of this phenomenon in school is critical for early intervention and prevention of future damage. The aim of this study was to estimate the frequency of bullying in adolescents, differentiating victims, witnesses and perpetrators, as well as the most frequent forms of aggression in students in the city of Recife. the Questionnaire on Bullying was applied in 165 adolescents between 10 and 17 years, of both sexes, enrolled in the State School Brigadeiro Eduardo Gomes in Recife - PE. The data were cataloged and analyzed using Excel software. The results showed a high percentage of students who identified himself as aggressor (29.09%), victim (55.15%) or control (65.45%). Male patients presented with higher frequency of victimization, and a similar rate between the sexes in the frequency of aggressors. Regarding the type of practice, psychological abuse are more frequent than the physical (9.8%). The finding of the research indicates that strong actions must be taken to confront the situation. Key-words: Bullying. Adolescent. Education.

Introdução Educação e Tecnologia na Era do Conhecimento 2 Etimologicamente o termo bullying deriva da palavra anglo-saxônica bully que na língua portuguesa corresponde a valentão, brutamontes, tirano ou brigão. Como verbo, bully corresponde a amedrontar, oprimir ou tiranizar; acrescido à terminação ing que submete a forma verbal ao gerúndio, portanto, ao pé da letra o bullying significa, na língua portuguesa, uma expressão parecida com ato de valentão. Através da nossa percepção imediata, é possível supor que o valentão desempenha práticas de ameaça e opressão. O termo ainda não tem tradução literal na língua portuguesa. (MOTA, 2015) Bullying, no ambiente escolar, é definido como um comportamento agressivo, no qual um ou mais agressores tentam causar danos psicológicos, verbais ou físicos, de forma repetida, a uma vítima, com um característico desbalanço de poder entre ambos (KLOMEK et al., 2007). Inúmeros estudos apresentam dados significativos com altas taxas de prevalência do bullying em ambientes escolares (em torno de 20%), e relacionam tanto agressores como vítimas de bullying a distúrbios psiquiátricos (KLOMEK et al., 2007; MOOR; MERRY, 2014). As consequências para vítimas vão desde depressão, angústia, baixa autoestima, estresse e evasão escolar até atitudes de autoflagelação e suicídio. Já os agressores podem adotar comportamentos de risco, atitudes delinquentes ou tornarem-se ainda mais violentos (LOPES NETO, 2005). O interesse do estudo do fenômeno do bullying no Brasil é recente, e requer esforços para que se possa compreendê-lo e então propor intervenções mais articuladas com a realidade do país. Entender as formas como a violência se apresentam caracterizam um grande desafio a ser enfrentado pelos gestores, pais e educadores. Estudos realizados a cerca desse assunto podem ajudar no enfrentamento desse importante problema e na busca de possíveis ações dos educadores. Dessa forma, é de suma importância a realização de pesquisas e monitoramentos que definam a frequência do fenômeno, formas de violência mais frequentes, prováveis causas e intervenções a serem realizadas nos diversos níveis da educação. O rastreamento precoce desse comportamento pode definir uma melhor forma de se estudar o fenômeno com intervenção que permita prevenção evitando possíveis futuros transtornos psiquiátricos e possíveis sequelas nas mais diversas esferas. (PeNSE, 2009) O objetivo desse estudo foi estimar a frequência do fenômeno do bullying em adolescentes, diferenciando vítimas, testemunhas e agressores, assim como as formas mais frequentes de agressão e as frequências de vítimas e agressores de acordo com o sexo. Dessa forma, é possível entender os fatores associados ao fenômeno na realidade da cidade do Recife. Referencial Teórico Segundo a Organização Mundial da Saúde a adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos (WHO, 1997). No contexto contemporâneo, a adolescência se impõe pelo seu contingente populacional em crescente expansão e pelas suas expressões peculiares de conduta. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2014) a adolescência é caracterizada por marcantes mudanças corporais da puberdade, acompanhadas pelas mudanças na esfera psicossocial. Diante dessa fase de grande instabilidade e ciente do conjunto de características que constituem o adolescente evidencia-se uma maior suscetibilidade do jovem a prática e recebimento do bullying. O bullying tem sido caracterizado como um processo de controle social com grande poder de influência sobre os jovens (OLWEUS, 1993). Trata-se de um processo que ocorre na esfera coletiva, na qual a vitimização está inclusa como um fenômeno social, em que através da interação social entre os integrantes de um grupo, a violência dos agressores ganha força e se torna mais evidente. (LISBOA, 2005) Há aproximadamente dez anos esse tema tem conquistado um espaço cada vez maior nos debates, novelas, noticiários, jornais e diversos outros meios de comunicação. Assim como na mídia, no universo científico o bullying está recebendo maior atenção e se tornando alvo de muitos estudos. Esse fato pode ser explicado pelos trágicos desfechos que alguns casos tiveram nos últimos anos. Devido à abrangência do fenômeno e o modo como afeta o indivíduo, causando problemas de ordem psicológica, interpessoal e intrapessoal, é um

Educação e Tecnologia na Era do Conhecimento 3 assunto mais abordado por educadores, psiquiatras e psicólogos. Diante disso, o bullying já pode ser caracterizado como problema de saúde pública. (MOTA, 2015) É fundamental compreender os fatores relacionados ao bullying, tal situação demanda tamanha atenção devido as suas complexas relações. Alguns autores descreveram a associação desse fenômeno com o sexo masculino e com alunos mais jovens. Já foi observado que o bullying é mais prevalente entre alunos com idades entre 11 e 13 anos, sendo menos frequente na educação infantil e ensino médio (LOPES NETO, 2005). Foi observado, também, um maior relato em ambientes escolares e em áreas urbanas de maior vulnerabilidade social. Entretanto, foi avaliado na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2012) que nas capitais brasileiras não tem sido encontrada diferença entre sua prevalência de acordo com o tipo de escola, se pública ou privada. O bullying apresenta-se como comportamentos agressivos que ocorrem nas escolas e que são tradicionalmente admitidos como naturais, sendo normalmente ignorados ou não valorizados, tanto por professores quanto pelos pais (LOPES NETO, 2005). O agressor tem sido considerado como um indivíduo procurando poder e liderança dentro do grupo de iguais (OLWEUS, 1993; BANDEIRA, 2010). Considera-se a existência de mais de um tipo de bullying, o físico e o psicológico. O primeiro é caracterizado por abranger atitudes comportamentais como bater, pontapear, empurrar, brincar de forma rude e que intimidar e usar armas. O segundo faz referência ao ato de chamar nomes, arreliar, menosprezar, humilhar, ser sarcástico, insultuoso ou injurioso, fazer caretas e ameaçar (MATOS, 2009). Dentre as causas ou motivações para o bullying, é possível apontar alguns motivos que podem levar um ou mais adolescentes a serem excluídos de seu grupo de convívio. Um dos motivos para que isso ocorra pode estar relacionado à própria dinâmica do grupo. Tal dinâmica geralmente possui um conjunto de normas e regras predefinidas, que não são ditas nem escritas, mas que são encaradas como um consenso pelos integrantes do grupo. Essas regras dizem respeito a atitudes, comportamentos, aspectos físicos (vestuário, estatura, peso, cor e forma dos cabelos, etnia), dentre outros. Existe uma exigência de homogeneidade que, na maioria das vezes, é instituída previamente entre os membros desses contingentes. Esses grupos são exclusivos e impermeáveis para com outros que possam descaracterizar a estrutura grupal (BUKOWSKI e SIPPOLA, 2001; LISBOA, 2009). Dessa forma, há uma tendência de convergência entre os jovens que possuem características semelhantes para a formação de pequenos grupos. E à medida que essas estruturações são estabelecidas é possível observar o aumento da violência intragrupo. (ALMEIDA, 2000) Observa-se uma maior frequência do bullying quando o adolescente se encontra mais suscetível ou vulnerável às agressões físicas e verbais que possam lhe proporcionar dor e angústia. Esse tipo de violência pode desencadear uma série de quadros patológicos como anorexia, bulimia, depressão, ansiedade e até mesmo a ideação e a tentativa de suicídio. (OLIVEIRA, 2006) Considerando-se que a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos, que grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida, pode-se entender por que professores e pais têm pouca percepção do bullying, subestimam a sua prevalência e atuam de forma insuficiente para a redução e interrupção dessas situações. A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA) identificou que 51,8% dos autores de bullying admitiram não terem sido advertidos. A aparente aceitação dos adultos e a consequente sensação de impunidade favorecem a perpetuação do comportamento agressivo. Não há evidências que permitam prever qual papel adotará cada aluno, uma vez que pode ser alterado de acordo com as circunstâncias. Assim, é interessante avaliar o impacto que o desenvolvimento tecnológico tem gerado sobre a prática do bullying. É de conhecimento geral a íntima relação que o jovem estabeleceu com os aparelhos eletrônicos e a tecnologia. Tais aparatos são benéficos para a atividade profissional e social. Entretanto, a rapidez das mudanças tecnológicas e a demanda constante de adaptação a elas introduzem um novo estilo de vida, de uma maneira geral. Com a agressividade, não é diferente (PRADOS; FERNÁNDEZ, 2007). As ferramentas disponíveis na internet permitem a propagação de comportamentos típicos de bullying: maus tratos, ameaças, chantagens e discriminações, só que, nesse contexto, podem acontecer de forma anônima e não restrita à interação direta e social ou a determinado espaço de tempo (Belsey, 2005; Prados e Fernández, 2007; Neto, 2005).

Educação e Tecnologia na Era do Conhecimento 4 Já é quase consenso entre os profissionais que para realizar a prevenção relacionada à violência interpessoal, atuar sobre o problema isoladamente pode trazer resultados pouco satisfatórios. É preciso, além de atuar em todas as esferas (adolescente, família, escola), fazer uso de um espectro amplo de possibilidades de ações, como, por exemplo: criar ambientes cooperativos, estimular relações positivas (amizades), oferecer modelos não agressivos de resolução de conflitos e satisfazer as necessidades básicas do aluno (GAJARDO, 2009; LISBOA, 2009). Por conta do contexto escolar, faz parte do processo de educação conhecer o fenômeno, em suas diversas dimensões de complexidade, e entender formas de intervenções precoce. Dessa forma, o educador tem um papel fundamental nos processos relacionados ao fenômeno, ou seja, é na escola que se deve prevenir as agressões para evitar possíveis danos futuros. Metodologia Esse estudo foi desenvolvido na cidade de Recife, capital do estado de Pernambuco Brasil. A população estudada foi composta por adolescentes, com idade entre 10 e 17 anos, de ambos os sexos, devidamente matriculados na Escola Estadual Brigadeiro Eduardo Gomes no período de 2015-2016; a amostra de 165 estudantes, foi formada por conveniência. Trata-se de um estudo de corte transversal. As vantagens desse estudo são: a simplicidade, o baixo custo, a rapidez e a objetividade na coleta de dados. Não há necessidade de seguimento de pessoas, há facilidade de se obter a amostra representativa da população, constituindo uma boa opção, para descrever as características da mesma. A coleta foi realizada na própria escola, nas salas de aula, no horário do intervalo das aulas. Os alunos participaram da coleta em seu turno de frequência, dessa forma, não houve abstenções escolares para a realização da pesquisa. Todos os participantes assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), assim como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecidos, assinado pelos responsáveis dos menores de 18 anos. Participantes que não entregaram à equipe de pesquisadores a documentação devidamente assinada foram excluídos da pesquisa. Todos os participantes responderam um questionário contendo dados sociobiodemográficos, com a finalidade de descrever o perfil socioeconômico da amostra pesquisada. Além disso, foi utilizado para este estudo o Questionário sobre bullying, trata-se de um instrumento autoexplicativo, contendo 15 questões de múltipla escolha. Este questionário foi desenvolvido por Bandeira (2009), tendo como base o questionário utilizado pela ABRAPIA em uma pesquisa realizada no Brasil em 2003. A escolha pela aplicação de um questionário como método de investigação do fenômeno de bullying visou sua facilidade de aplicação, envolvendo uma amostra grande de alunos, com uma ampla quantidade de informações sobre o fenômeno e sua extensão, em um curto espaço de tempo (Cantini, 2004). Através da utilização deste questionário, é possível aferir se o sujeito já praticou, se sofreu, ou se foi espectador do bullying, não exclusivamente em uma dessas posições (ou seja, o indivíduo pode ao mesmo tempo ser vítima e testemunha em diferentes tipos de bullying). Foi possível identificar, ainda, através do questionário, os tipos e formas de bullying e a frequência com que ocorrem, além de outros dados qualitativos e subjetivos em relação à prática do bullying no ambiente escolar. O questionário também permitiu aos estudantes relatarem a quantidade de bons amigos que possuem. Foram calculadas estatísticas descritivas das variáveis analisadas através do questionário de bullying, isto é, frequência do fenômeno (vítimas, agressores ou testemunhas), tipo de agressão mais frequente (segundo vítimas e segundo agressores), frequência do fenômeno em relação aos sexos (vítimas e agressores) e quantidade de amigos. As proporções foram obtidas através de cálculo percentual simples, utilizando-se o software Excel, versão 2007, para a obtenção dos resultados. Resultados

Educação e Tecnologia na Era do Conhecimento 5 Em relação à frequência de vítimas do bullying, 55,15% do total de adolescentes relataram já terem sofrido agressões (tabela 1). O tipo mais frequente relatado foi me colocam apelidos, me xingam ou riem de mim, com 64,83%. Alguns adolescentes (9,8%) relataram já terem sofrido violências físicas ( me empurram, chutam ou batem ). Esse resultado demonstra que as violências psicológicas são mais utilizadas no contexto analisado, o que é semelhante ao encontrado em estudos semelhantes (BANDEIRA, 2009) A maioria dos estudantes relata já ter sido testemunha de agressões (65,45%), o que representa uma alta e preocupante frequência, mas de acordo com a literatura. Em estudo semelhante, por exemplo, conduzido utilizando o mesmo instrumento avaliativo, concluiu-se que 83,9% dos estudantes avaliados já havia sido testemunha de agressões (BANDEIRA, 2009). Tabela 1: Variáveis analisadas do bullying. Fonte: Elaborado pelo autor, 2016. Categoria Quantidade Frequência Vítimas Testemunhas Agressores 91 55,15% 108 65,45% 197 29,09% *Os estudantes podem configurar em uma mesma categoria, ou seja, podem ser vítima, testemunhas e agressores ao mesmo tempo. Em relação à situação de agressores, 29,09% do total de adolescentes estudados relata já ter praticado bullying contra colegas. A forma mais frequente de agressão informada foi não deixar o colega conversar, ficar junto ou brincar com outros colegas, com 45,83%. Uma importante quantidade (18,75%) relatou empurrar, chutar ou bater em colegas (tabela 2). Da mesma forma, as violências psicológicas são mais relatadas também pelos agressores, o que está de acordo com o referido pelas vítimas. Tabela 2: Frequência dos tipos de bullying. Fonte: elaborado pelo autor, 2016. Tipo de bullying praticado Quantidade Frequência Físico 9 18,75% Psicológico 22 45,83% Em relação ao sexo, a frequência de agressores foi praticamente a mesma para meninos e meninas, 29,23% e 29%, respectivamente. Já a frequência de vítimas em meninas foi de 51%, enquanto que em meninos, foi de 61,53% (tabela 3). Esse resultado mostra uma diferença na dinâmica do bullying em relação aos sexos, ou seja, os meninos, no contexto estudado, são mais vítimas e, por isso, essa maior exposição deve ser levada em conta nas intervenções contra a prática do bullying na escola. A literatura mostra uma discordância entre os trabalhos em relação ao fator sexo na frequência do bullying: enquanto alguns estudos demonstram um sexo predominante (de forma não significativa), outros demonstram equidade do fenômeno, ou seja, não há um consenso em relação ao sexo como fator agravante para o fenômeno (ROLIM, 2008). Entretanto, entendendo que a dinâmica do fenômeno se altera de forma significativa de acordo com contexto e metodologia estudados, não é possível comparar de forma objetiva os resultados com outros estudos, já que este é um estudo pioneiro na região. Estudos também demonstram que crianças tendem a praticar o bullying mais frequentemente e de forma mais intensa em relação a um colega do mesmo sexo até a idade da barreira de gênero, quando, então, o comportamento deixa de ser voltado apenas ao mesmo sexo e passa a englobar todas as variações possíveis (BERGER, 2007). Tabela 3: Variáveis analisadas do bullying em relação ao sexo. Fonte: elaborado pelo autor, 2016. Categoria Quantidade Frequência Meninas - vítimas 51 51%

Educação e Tecnologia na Era do Conhecimento 6 Meninas -agressores 29 29% Meninos vítimas 40 65,45% Meninos agressores 19 29,23% A porcentagem alta de alunos que se identificaram como vítimas ou agressores foi superior ao esperado, de acordo com os valores encontrados na literatura. Estes dados podem ser explicados pela literatura (BERGER, 2007), que demonstra grandes variações em frequência e tipo de bullying entre as nações, entre as regiões de uma mesma nação e entre as escolas de uma mesma região. Por se tratar de um fenômeno multifatorial, vários desses fatores podem influenciar o resultado, como a metodologia empregada na coleta de dados, as diferenças entre as escolas estudadas, as diferenças que ocorrem entre as nações, a cultura de cada local, a classe social, a etnia, idade e sexo dos participantes. Assim, a análise dos resultados não pode ser isolada, e sim levar em conta os diversos fatores aos quais os indivíduos estão incluídos e que alteram as dinâmicas, em especial, a prática do bullying. Em relação à quantidade de amigos, a maior parte dos alunos relata ter mais de 5 bons amigos na escola (tabela 4). Apesar de estudos semelhantes concluírem que não há diferenças estatísticas significativas para o número de amigos entre vítimas e não-vítimas do bullying (ROLIM, 2008), ainda carecem de análises detalhadas parar significar o real valor da quantidade de amigos na proteção contra o bullying. Tabela 4: Quantidade de amigos autodeclarados pelos participantes. Fonte: elaborado pelo autor. 2016. Quantidade de amigos Frequência Nenhum bom amigo na escola 5,45% Um bom amigo na escola 2 ou 3 bons amigos na escola 4 ou 5 bons amigos na escola Mais de 5 bons amigos na escola 13,33% 18,78% 9,09% 53,33% Considerações Finais Os mecanismos envolvidos no fenômeno do bullying são complexos e sua forte prevalência no ambiente escolar já foi provada pela literatura. Nesse estudo, as frequências de vítimas, agressores e testemunhas foi superior ao esperado. Vale salientar que as consequências para vítimas vão desde depressão, angústia, baixa autoestima, estresse e evasão escolar até atitudes de autoflagelação e suicídio. Já os agressores podem adotar comportamentos de risco, atitudes delinquentes ou tornarem-se ainda mais violentos (LOPES NETO, 2005). Além disso, é também conhecida a vulnerabilidade à qual os adolescentes estão expostos, por diversas causas, aumentando a propensão para o início do quadro de transtornos psiquiátricos, com possíveis graves repercussões em seu desenvolvimento, o que justifica esse tipo de estudo focado nessa faixa etária. O achado da pesquisa indica que enérgicas atitudes devem ser tomadas para confrontar a situação. A alta frequência na escola estudada provavelmente deve se repetir em outras escolas da cidade, carecendo de uma análise mais detalhada para se chegar a tal conclusão. O papel do educador, nesse sentido, não deve ser subestimado. Compreender os processos é o primeiro passo para perceber as atitudes em sala de aula. A partir da percepção, a prevenção é proposta como uma forma de abordagem que, se bem realizada, pode evitar recidivas e melhorar a dinâmica à qual os indivíduos estão envolvidos. Outro achado importante da pesquisa, a quantidade de amigos declarada pelo aluno, mostra uma pequena, mas não menos importante parcela, que declara não ter sequer um bom

Educação e Tecnologia na Era do Conhecimento 7 amigo. É notável o valor de um ciclo social saudável para o desenvolvimento da criança e do adolescente, nesse sentido, a escola não deve ser um local de perpetuação de segregação. A quantidade de amigos também pode significar um mecanismo protetor em relação ao bullying. Apesar da literatura não confirmar este achado, carecem estudos que demonstrem o papel do ciclo de amizades na dinâmica do bullying na população estudada nesse trabalho. Assim, é papel do educador também perceber os ciclos aos quais os alunos estão inseridos e tentar, de sua maneira, efetivamente balancear essas relações. Por fim, é necessário pontuar a necessidade de outros estudos que analisem as escolas inseridas em outros critérios (privadas, por exemplo) para se concluir a real prevalência do fenômeno na cidade. Além disso, a análise dos transtornos aos quais os adolescentes estão mais propensos a partir do bullying e como se dão esses mecanismos são fundamentais para reforçar a importância da prevenção dessas agressões. Como também, estudos que analisem intervenções e suas eficácias são de suma importância para guiar o educador nessa tarefa árdua, podendo ele recorrer, quando necessário, da ajuda de um tratamento multidisciplinar, envolvendo profissionais da saúde, como psicólogos e psiquiatras. Referências ALMEIDA, A.M.T. As relações entre pares em idade escolar. Braga, Bezerra, 246 p. 2000. Bandeira, C. M.; Hutz, C. Bullying: Auto-Estima e diferenças de gênero. In: IV Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica, 2009, Campinas. Anais do IV Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica, 2009. BELSEY, B. What are the forms that cyberbullying might take? 2005. Disponível em: <http://www.cyber-bullying.ca > Acesso em: 25, mai. 2016. BUKOWSKI, W. M.; SIPPOLA, L. K. Groups, individuals, and victimization: A view of the peer system. In: S. GRAHAM; J. JUVONEN (eds.), Peer harassment in school. New York, Guilford, p. 355-377. 2001. BANDEIRA, C. M.; HUTZ, C. S. "As implicações do bullying na auto-estima de adolescentes." Psicologia Escolar e Educacional, v. 14, n.1, p. 131-138. 2010. CANTINI, N. Problematizando o bullying para a realidade brasileira. Tese de doutorado Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Centro de Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, São Paulo, Brasil. (2004). GAJARDO, M. Detener la violencia en las escuelas: Programas que aciertan en América Latina. In: C. BERGER; C. LISBOA (eds.), Agresión en contextos educativos: reportes de la realidad Latinoamericana. Santiago, Editorial Universitaria. 2009. KLOMEK A. B., MARROCCO F., KLEINMAN M., SCHONFELD I. S., GOULD M. S., Bullying, depression and suicidality in adolescents. J. Am. Acad. Child adolesc. Psychiatry, v. 46, n. 1, 2007. LEVY, R. B., et al. Consumo e comportamento alimentar entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Ciênc Saúde Coletiva v. 15, s. 2. 2010. LISBOA, C. S. M. Comportamento agressivo, vitimização e relações de amizade em crianças em idade escolar: Fatores de risco e proteção. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 2005

Educação e Tecnologia na Era do Conhecimento 8 LISBOA, C.; BRAGA, L. L.; EBERT, G. O fenômeno bullying ou vitimização entre pares na atualidade: definições, formas de manifestação e possibilidades de intervenção. Contextos Clínicos, São Leopoldo, v. 2, n. 1, p. 59-71, jun. 2009. LOPES NETO, A. A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. J Pediatr (Rio J). v. 81, S. 164-72, n. 7. 2005. MOOR, S.; MERRY, S. N. Depression and bullying in children NZMJ 7. V. 127, N. 1390. 2014. MALTA, D. C. et al Bullying e fatores associados em adolescentes brasileiros: análise da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2012). Rev. bras. epidemiol.,são Paulo, v. 17, supl. 1, p. 131-145, 2014. MOTA, E. R. L. C.; MOTA, K. C. M. Da concepção do bullying ao fenômeno da violência como manifestação da alienação: uma análise onto-histórica. 2015. Disponível em: < http://docplayer.com.br/10579960-da-concepcao-do-bullying-ao-fenomeno-da-violencia-comomanifestacao-da-alienacao-uma-analise-onto-historica-resumo.html > Acesso em: 23, maio. 2016. NETO, A. L. Diga não para o bullying. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro, ABRAPIA, 146 p. 2005. OLWEUS, D. Bullying at school: What we know and what we can do. Oxford, UK: Blackwell. 1993. OLIVEIRA, A. S.; ANTONIO, P. Sentimentos do adolescente relacionados ao fenômeno bullying: possibilidades para a assistência de enfermagem nesse contexto. Rev. Eletr. Enf. [online], v. 8, n.1, pp. 30-41. 2006. PRADOS, M.A. H.; FERNÁNDEZ, I. M. S. Ciberbullying, um problema de acoso escolar. Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, v. 10, p. 17-36. 2007. BERGER, K. S. Update on bullying at school: Science forgoten? Developmental Review, 27, 90-126. 2007. ROLIM, M. Bullying: O pesadelo da escola, um estudo de caso e notas sobre o que fazer. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Instituto de Sociologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. 2008.