BIOCARVÃO E HÚMUS COMO ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA PRODUÇÃO DE RÚCULA EM CANTEIRO

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Transcrição:

BIOCARVÃO E HÚMUS COMO ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA PRODUÇÃO DE RÚCULA EM CANTEIRO Gabriel José Lima da Silveira 1, Francisco Lopes Evangelista 2, Lucas Gomes de Souza 3, Susana Churka Blum 4 1 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Desenvolvimento Rural, e-mail: gabriel.lima.silveira@hotmail.com; 2 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Desenvolvimento Rural, e-mail: franciscolopes300@gmail.com; 3 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Desenvolvimento Rural, e-mail: lucasgomes.pacoti@hotmail.com; 4 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Desenvolvimento Rural, e-mail: scblum@unilab.edu.br Resumo: O biocarvão (biochar) adicionado ao solo tem a finalidade de melhorar suas funções, principalmente pela adição de carbono em uma forma altamente estável, podendo melhorar o desenvolvimento das plantas. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de concentrações de biocarvão e húmus de minhoca como adubação orgânica na produção de rúcula (Eruca sativa) cultivada em canteiro. O experimento foi conduzido na horta didática da UNILAB, Campus da Liberdade, em Redenção (CE) utilizando o biocarvão produzido a partir da madeira de poda de cajueiro feito artesanalmente em fornalha de alvenaria. O delineamento foi o de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram feitos considerando-se 15t/ha de adubação, formando os tratamentos: T1 (sem adubação), T2 (50% húmus + 50% de biocarvão), T3 (75% húmus + 25% biocarvão), T4 (25% húmus e 75% biocarvão) e T5 (100% húmus). No primeiro e no segundo cortes os tratamentos não apresentaram diferença significativa e a aplicação de biocarvão não diferiu da testemunha (sem adubação). Palavras-chave: Biochar, fertilidade do solo, olerícola. INTRODUÇÃO A adubação orgânica apresenta várias vantagens para melhoria dos solos, pois além de repor os nutrientes extraídos pela colheita, ainda apresenta propriedades benéficas ao solo, como os efeitos condicionantes, visto que aumenta a CTC, melhora a agregação do solo, diminui a plasticidade e coesão e também diminui as oscilações de temperatura durante o dia. Adubos orgânicos também incrementam a diversidade do solo, já que a maioria dos microorganismos associados à matéria orgânica é benéfica às plantas, exercendo importantes funções, mantendo o solo em estado de constante dinamismo (Embrapa 2011). Um dos compostos utilizados, o biocarvão, é um material sólido obtido a partir da pirólise de biomassas variadas e quando adicionado ao solo tem a finalidade de melhorar suas funções, principalmente pela adição de carbono em uma forma altamente estável, podendo auxiliar positivamente no desenvolvimento das plantas (International Biochar Initiative, 2015). O outro composto, húmus de minhoca, proporciona vários benefícios ao solo, pois o

produto final dele constitui um excelente fertilizante orgânico, capaz de melhorar atributos químicos, como melhor retenção e ciclagem de nutrientes; atributos físicos, com melhoria na estruturação e formação de agregados e também na biologia do solo aumentando a diversidade de organismos benéficos ao solo (Embrapa, 2011), melhorando assim a qualidade das plantas. A utilização de compostos de origem natural, que proporcionam ou auxiliam no fornecimento adequado de nutrientes com possibilidade de reutilização em plantios posteriores, pode ser uma alternativa para minimizar os custos de produção, bem como proporcionar ganhos em qualidade e produtividade (Petter et al., 2012), sendo uma boa alternativa para pequenos produtores que possuem recursos limitados. Além disso, as atuais mudanças na política global, com diretrizes ecológicas, a crescente demanda por produtos orgânicos no mundo e as restrições impostas pelos países importadores quanto à qualidade e à segurança alimentar vêm gerando a necessidade de estudos e técnicas alternativas para a produção de frutos e hortaliças que minimizem a utilização de adubos minerais ou agroquímicos (Fontanétti et al., 2004). A partir do exposto, objetivou-se avaliar diferentes concentrações de biocarvão de poda de cajueiro produzido artesanalmente e húmus de minhoca na produção de rúcula cultivada em canteiro. METODOLOGIA O experimento foi conduzido na área externa do bloco do Campus da Liberdade da UNILAB. Utilizou-se o biocarvão obtido a partir de madeira de poda de cajueiro produzido artesanalmente em fornalha de alvenaria e húmus de minhoca produzido a partir de esterco bovino e palha de bananeira. Primeiramente foram produzidas 1296 mudas de rúcula cultivadas em bandejas (9x18 células com volume de 50 cm 3 ) com substrato feito a partir de húmus, solo arenoso e solo argiloso, nas proporções de 5:5:3 respectivamente, utilizando-se sementes comerciais com taxa de 85% de germinação em ambiente protegido com sombrite fator 50%. O desbaste foi realizado na própria bandeja com 7 dias após a semeadura. Com 12 dias efetuou-se o transplante de 1200 mudas para o canteiro, ficando 240 mudas para cada tratamento e 60 para cada repetição. A semeadura foi realizada em 25/01/2016 e o transplante dia 06/02/2016. Utilizou-se o espaçamento de 5 cm entre plantas e 20 cm entre linhas em um canteiro com 12,7m de comprimento e 01m de largura, com sombrite fator 50% na parte superior. A quantidade de adubo (húmus e biocarvão) utilizado foi feito considerando a aplicação de 15t/ha em base seca. Para adubação utilizando húmus fez-se a secagem para

determinar a umidade (25%), no qual, foi utilizado no cálculo o peso seco. A adubação do canteiro foi realizada com distribuição manual na superfície e depois incorporada com enxada a aproximadamente 10 cm de profundidade.. A primeira colheita foi realizada com 45 dias após a semeadura nas bandejas, e a segunda com 43 dias após a primeira colheita. As plantas foram coletadas, lavadas e levadas para pesagem da massa fresca da parte aérea e logo depois foram levadas para secar em estufa com circulação forçada para realização do peso seco da parte aérea. Os dados foram submetidos à análise de variância e a comparação de médias se deu pelo teste de Tukey a 5% de significância. Utilizou-se o programa estatístico Assistat. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a análise de variância não houve efeito significativo em nenhuma das variáveis estudadas (Figura 1). Possivelmente as concentrações de adubação utilizada foram baixas, não expressando seu efeito nos tratamentos realizados. Devido à baixa concentração de nutrientes dos adubos orgânicos, é necessário aplicar volume maior do que fertilizantes minerais, para suprir a mesma quantidade de nutrientes. Parte dos nutrientes está na forma orgânica, devendo ser mineralizados para se tornarem disponíveis às plantas. Além do fornecimento de nutrientes, os resíduos orgânicos, dependendo da quantidade usada, podem contribuir para a agregação do solo, melhorando a estrutura, a aeração, a drenagem e a capacidade de armazenamento de água (SBCC, 2014). Em experimento com beterraba em diferentes adubações orgânicas, juntamente com pó de basalto em diferentes concentrações, Costa et al.(2013) não encontraram diferença significativa entre os tratamentos, após a colheita, de mudas transplantadas para canteiros, para as variáveis de massa fresca da raiz, massa seca da raiz e massa seca da folha em função de monocultivo e consórcio. Reghin et al., (2004) em experimento com rúculas observaram que mudas produzidas em bandejas, em diferentes estádios de desenvolvimento e apresentando diferenças nas variáveis de comprimento da parte aérea (cm), matéria fresca da parte aérea, matéria fresca da parte aérea, quando transplantadas em campo, estabeleceram-se e desenvolveram-se similarmente, obtendo-se na colheita plantas com qualidades semelhantes. FIGURA 1 - Massa seca da parte aérea em função dos tratamentos (primeira colheita) (A), Massa fresca da parte aérea em função dos tratamentos (primeira colheita) (B), Massa seca da parte aérea em função dos tratamentos (segunda colheita) (C), Massa fresca da parte aérea em função dos tratamentos (segunda colheita) (D).

A B C D Comumente encontram-se diferenças no desempenho de adubos orgânicos em substratos na produção de mudas em bandejas, como, Brito et al. (2002) com produção de mudas de alface; Maia et al. (2006) na produção de mudas de rúcula; Leal et al. (2007) na produção de mudas de hortaliças; e também no cultivo em vaso, como, Caravallo Júnior et al. (2009) na produção de mudas de rúcula e tomate em função da adubação de N e P orgânica e mineral. Possivelmente isso ocorre por haver maiores concentrações de adubo por volume em bandejas e em vaso do que no cultivo em canteiro, tornando mais fácil que esses compostos orgânicos apresentem melhores resultados. Com isso, poderia encontrar diferenças entre os tratamentos feitos, neste experimento, se aumentar a concentração de adubo por área utilizada. Na segunda colheita pode-se perceber que houve um aumento da produção de rúcula em relação à primeira colheita nas avaliações de massa fresca e seca. Isso pode ter ocorrido devido no início os nutrientes estarem na forma orgânica, devendo ser mineralizados para se tornarem disponíveis às plantas (SBCC, 2014), o que fez ter maior resultado na segunda colheita, onde os nutrientes estariam mais disponíveis. Oliveira et al. (2010) observaram diferenças significativas no cultivo orgânico de rúcula no primeiro e segundo ciclo, onde expressaram-se na altura de plantas e na massa seca da parte aérea, com a maior altura média no primeiro cultivo e a maior quantidade de massa seca da parte aérea na rebrota.

Para se obter melhores resultados, deve-se realizar novos experimentos com as mesmas concentrações de adubos e a mesma metodologia para que se possa confirmar ou não os resultados. CONCLUSÕES A utilização dos compostos orgânicos, biocarvão e húmus, como adubos na produção de rúcula em canteiro, não apresentou diferença significativas entre os tratamentos utilizados. REFERÊNCIAS Adubação orgânica; Disponível em: <http://www.dpv24.iciag.ufu.br/new/dpv24/apostilas/apostila%20ad.%20organicos%2003. pdf> Acesso em 13 de Julho. 2016. BRITO, T. D. et al. A. Avaliação do desempenho de substratos para produção de mudas de alface em agricultura orgânica. Horticultura Brasileira, 20: 256-260, 2002. CARAVALLO JÚNIOR, M. L. et al. Produtividade de rúcula e tomate em função da adubação N e P orgânica e mineral. Bragantia, 68:347 356, 2009. COSTA, L. A. M. et al. Substratos alternativos para produção de repolho e beterraba em consórcio e monocultivo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 18: 150 156, 2014. FONTANÉTTI A. et al. Adubação verde no controle de plantas invasoras nas culturas de alface-americana e de repolho. Ciência Agrotécnica, 28: 967-973, 2004. International Biochar Initiative. Disponível em: <http://www.biochar-international.org/>. Acesso em 18 Out.2015. LEAL MA A. et al. Utilização de compostos orgânicos como substratos na produção de mudas de hortaliças. Horticultura Brasileira 25: 392-395, 2007. MAIA, A. F. C. A. et al. Adubação orgânica em diferentes substratos na produção de mudas de rúcula. Revista Verde, 2: 89 95, 2006. Manual de Adubação e calagem SBCS. Disponível em: <http://www.sbcsnrs.org.br/docs/manual_de_adubacao_2004_versao_inter net.pdf> Acesso em 13 de Julho. 2016. OLIVEIRA, E. Q. et al. Produtividade de alface e rúcula, em sistema consorciado, sob adubação orgânica e mineral. Horticultura Brasileira, 28:1 36-40, 2010 PETTER, A.F et al. Biochar como condicionador de substrato para produção de mudas se alface. Revista Agrarian, 5:243-250, 2012. REGHIN. M. Y. et al. Efeito da densidade de mudas por célula e do volume da célula na produção de mudas e cultivo da rúcula. Ciência Agrotécnica, 28: 287 295, 2004.