PROCESSO DE TRABALHO EM APS. Curso Técnico ACS - Cajati SP

Documentos relacionados
As atribuições dos profissionais das Equipes de Saúde da Família, de saúde bucal e de acs

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 3. Profª. Lívia Bahia

ANEXO II ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

O Programa Saúde da Família nasceu oficialmente no Brasil em1994, fundamentado em algumas experiências municipais que já estavam em andamento no

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 2. Profª. Lívia Bahia

Prefeitura Municipal Estância Turística de Paranapanema LEI COMPLEMENTAR Nº 432 DE 21 DE SETEMBRO DE 2017.

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde

POLÍTICAS PÚBLICAS ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

Política Nacional de Atenção Básica. Portaria nº 648/GM de 28 de Março de 2006

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde

Lei nº 8.005, de 09 de junho de Cria cargos públicos e vagas na SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, para execução de atividades do Programa de Saúde

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE AULA 5

Atenção Básica: organização do trabalho na perspectiva da longitudinalidade e da coordenação do cuidado

Oficina Processo. de Trabalho na. Atenção Básica

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO ENFERMAGEM DISCIPLINA: ENFERMAGEM DA FAMÍLIA 5º SEMESTRE

PROCESSO SELETIVO PÚBLICO EDITAL: Nº 001/2017 DATA DA PROVA: 20/04/2018 CARGO: AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (NÍVEL FUNDAMENTAL)

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde. Priscilla Azevedo Souza DAB/SAS/MS

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde

MUNICÍPIO DE SETE LAGOAS PROCESSO SELETIVO. Edital 01/2018

A C A M V I. Processo Seletivo para Política Municipal de Saúde Mental, do Município de Viamão RS EDITAL 001/2011

Chamada nº 00/2015 PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO PARA PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM PARA A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA TEIAS ESCOLA MANGUINHOS

Introdução

PROCESSO SELETIVO PÚBLICO Nº 001/2018 CADERNO DE QUESTÕES. 2 de 6 ASSINATURA PREFEITURA MUNICIPAL DE DIVISA NOVA ESTADO DE MINAS GERAIS

Lei nº 516, de 26 de Agosto de 2010.

LEI MUNICIPAL Nº. 812 DE 15 DE DEZEMBRO DE 2015.

Oficina Processo. de Trabalho na. Atenção Básica

ANEXO I ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

Teste Legislação do SUS Concurso Saúde Maceió Prof.: Rafael Azeredo

PARECER CREMEC N.º 26/ /12/2013

ESTADO DE SANTA CATARINA MUNICÍPIO DE RIO FORTUNA PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO Nº 003/2017 INSTRUÇÕES AO CANDIDATO

Linhas gerais e desafios da Política Nacional da Atenção Básica. Setembro, 2012

SICA: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) Prof. Walfrido K. Svoboda

Integração Atenção Básica e Vigilância em Saúde

A organização da atenção à saúde

NASF e PAIF/CRAS: a contribuição de cada serviço para a garantia dos direitos. Débora Martini

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NAS EQUIPES DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE: DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Edital do Processo Seletivo de Cirurgião Dentista para o Programa Saúde da Família 2009

Exemplos de integração socio -sanitárias em atenção básica: a experiência de São Paulo. Carmen L. A. de Santana

PORTARIA MS/GM Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE

Secretaria Municipal de Saúde de Matelândia-PR Enfª Clenice Bado Relato de Experiência

Leia a íntegra do texto da portaria 2488/11, que estabelece novos parâmetros para esta política fundamental ao SUS! MINISTÉRIO DA SAÚDE

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011

Alexandre de Araújo Pereira

MUNICÍPIO DE CURVELO MG CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS EFETIVOS EDITAL 1/2012 ANEXO III ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

I-Política de ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE 1) Como é definida? * Um conjunto de ações em saúde (amplas, complexas que abrangem múltiplas facetas da realida

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 4. Profª. Lívia Bahia

ATENÇÃO BÁSICA : Um olhar para a Saúde do Trabalhador

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011

ATRIBUTOS E PROCESSO DE TRABALHO PNAB 2017 TERRITORIALIZAÇÃO

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

A Atenção Básica é...

PORTARIA Nº 485, DE 1o- DE ABRIL DE 2014

Aula 04 SEÇÃO 1 CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

RESOLUÇÃO n 429 de 08 de julho de (D.O.U. nº 169, Seção I de 02 de Setembro de 2013)

NOTA TÉCNICA 41 /2012. Institui a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

ESTADO DE SANTA CATARINA MUNICÍPIO DE XAXIM ANEXO I ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

POLÍTICA NACIONAL DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR

Quadro I. Vantagens de UBS tipo PSF.

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011

04/10/2016. Relatório Dawson Atenção Primária à Saúde. Declaração de Alma-Ata Atenção Primária à Saúde Declaração de Alma-Ata

Secretaria da Saúde abre inscrições do Projeto QualificaAPSUS Ceará para os municípios do Estado

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Atenção Básica na Atenção Integral à Saúde da Criança. PMAQ Processo de trabalho ofertas para o cuidado

Prefeitura Municipal de Camamu PRAÇA DR. PIRAJÁ DA SILVA, 275 TEL: (73) CEP: CAMAMU-BA. C.N.P.J

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE PROJETO PEDAGÓGICO

ATENÇÃO BÁSICA. A produção do cuidado em Rede MARÇO/ 2017

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 30. Profª. Lívia Bahia

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE REGULAMENTAÇÃO DA LEI DE JUNHO DE Natal, julho de 2015

100 QUESTÕES DE SAÚDE PÚBLICA PARA AGENTE COMUNITÁRIO

Lei 8.080/90 Lei Orgânica da Saúde

REFEITURA MUNICIPAL DE INDAIAL - SC PROCESSO SELETIVO - EDITAL N o 01/2019 ANEXO I

4. Deve o médico atender em ambulatório, no período da manhã 20 pacientes quando há resolução do CREMEPE que indica 14 pacientes por expediente?

Atenção Básica - Programas e Estratégias

Possibilidades e desafios

ANEXO I EDITAL 01/2018 ATRIBUIÇÕES E REQUISITOS DOS CARGOS CONCURSO PÚBLICO Nº 02/2018

Linha de Cuidados. Mila Lemos Cintra

Manejo da Saúde Mental na Atenção Primária/Básica 80% da demanda de sofrimento psíquico pode (e deve) ser manejado na A.P. Envolve mais do que a Doenç

REFERENCIAL PARA A GESTÃO DO CUIDAR. Prof. Dr. Pedro Marco Karan Barbosa - FAMEMA -

PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRITÉ

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM SAÚDE

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR

MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE I INTRODUÇÃO PROF. MS. ALEX MIRANDA RODRIGUES.

ENFERMAGEM DEPENDÊNCIA. ALCOOLISMO Aula 5. Profª. Tatiane da Silva Campos

Gestão do Programa de Arboviroses do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas

RESOLUÇÃO SES Nº 1135 DE 25 DE MARÇO DE 2015

ANEXO III ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

PORTARIA Nº 1.663, DE 6 DE AGOSTO DE 2012

PORTARIA Nº XX, de XX de xxxxxxx de 201X. O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE, no uso de suas atribuições,

Atenção Básica e Articulação com

Acolhimento Luana Gabriele Nilson. 20 de janeiro de 2016

ATENÇÃO A SAÚDE. Seminário Nacional do Pró Saúde e PET Saúde. Brasília, 19 de outubro de 2011

ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES DA AVALIAÇÃO EXTERNA DO 1 CICLO DO PMAQ REFERENTE ÀS EQUIPES DE SAÚDE BUCAL

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. TUBERCULOSE Aula 5. Profª. Tatiane da Silva Campos

POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL. Prof. Domingos de Oliveira

ESPECIALIZAÇÃO EM AUDITORIA E GESTÃO EM SERVIÇOS INTEGRADOS DE SAÚDE. Módulo: Atenção a Saúde nos Municípios

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 28. Profª. Lívia Bahia

Transcrição:

PROCESSO DE TRABALHO EM APS Curso Técnico ACS - Cajati SP - 2013

OBJETIVOS Objetivo geral Compreender o processo de trabalho em saúde à partir do conceito ampliado de saúde e a divisão de trabalho dentro da equipe. Objetivos específicos Compreender os aspectos fundamentais do trabalho em saúde, principalmente da atenção primária em saúde. Compreender a essência da Estratégia de Saúde da Família e do trabalho do Agente Comunitário de Saúde nessa estratégia. Discutir a importância do trabalho em equipe à partir da compreensão das funções de cada profissional e de sua interação

Atenção Primária à Saúde Encarar sistematicamente e de peito aberto o sofrimento humano bruto, sem lapidação ou anteparos, identificar a violência intra e extradomiciliar contra idosos, crianças e mulheres; conviver com questões sociais complexas como o subemprego e o desemprego, a droga adição, a acomodação e dependência das famílias a programas públicos, a falta de perspectiva de vida dos que visitam e assistem diariamente (Caccia-Bava, Mattos e Rocha 2012, 65)

A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA http://www.youtube.com/watch?v=evabgkvf 3Yw&hd=1

História da Atenção Primária Bárbara Starfield em 1998 publico o livro Primary Care: Balancing Health Needs, Services, and Technology. (Starfiel 2002). Em 2005 a Organização Panamericana de Saúde publicou um documento cujo título traduzido para o português é Renovação da Atenção Primária de Saúde nas Américas.

Experiências de APS no mundo antes de Alma Ata Alemanha 1847 - Virchow Rússia 1864 - projeto Zemstvo Inglaterra NHS após relatório Dawson China 1965 Médicos descalços Canadá após documento Lalonde 1974 EUA relatório Carnegie década de 60 Alma Ata 1978 FUNDAMENTAL MARCO HISTÓRICO Espanha Real Decreto 137-1984 Brasil Constituição de 1988

CONCEITOS Doença - disease Adoecimento - willness Saúde conceito ampliado Promoção da Saúde Prevenção Primária Secundária Terciária Quaternária primum non nocere

CONCEITO ATENÇÃO PRIMÁRIA ATENÇÃO BÁSICA X ATENÇÃO PRIMÁRIA O que há realmente por traz desses conceitos PORTARIA 2488/2011 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA

Do processo de trabalho São características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica: I definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes; II programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de freqüência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o acesso dos usuários;

III desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis; IV realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências; V prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita;

VI realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada; VII desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos usuários; VIII implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão tais como a participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras;

IX participar do planejamento local de saúde assim como do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade e município; visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas; X desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de uma atenção integral; XI apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e

XII realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos.

Atributos da Atenção Primária a Saúde Atributos da APS Definição Perguntas norteadoras para avaliação do atributo Primeiro Serviços procurados A equipe de APS é acessível aos Contato regularmente cada vez que usuários na maior parte do tempo? o paciente necessita de As famílias percebem que tem acesso atenção em caso de á atenção primária adequada? adoecimento ou para Exige-se encaminhamento dos acompanhamento rotineiro profissionais de atenção primária para de sua saúde. acesso à atenção especializada? Porta de entrada A unidade básica de saúde é o serviço preferencial do sistema de de procura regular das famílias? saúde: ponto de início da atenção e filtro para acesso aos serviços especializados Fonte: Elaborado com base em Starfield, 2002; Almeida &Macinko, 2006 in (Giovanella e Mendonça 2012)pag. 505-506

Atributos da Definição Perguntas norteadoras para avaliação APS do atributo Longitudinali dade Assunção de responsabilidade longitudinal pelo usuário com continuidade da relação equipe/usuário ao longo da vida, independentemente da ausência ou da presença de doença. Exige-se o cadastramento/registro de pacientes a um profissional/equipe/serviço? As famílias são atendidas pela mesma equipe ao longo do tempo? Há relação de mútua confiança e conhecimento entre famílias e profissionais das equipes de APS? Meu médico me vê para rotinas preventivas? Fonte: Elaborado com base em Starfield, 2002; Almeida &Macinko, 2006 in (Giovanella e Mendonça 2012)pag. 505-506

Atributos da APS Abrangência ou integralidade Definição Reconhecimento de amplo espectro de necessidades, considerando-se os âmbitos orgânico, psíquico e social da saúde, dentro dos limites de atuação do pessoal de saúde. Implica oferecer serviços preventivos e curativos e garantir acesso a todos os tipos de serviços para todas as faixas etárias, resolvendo a grande maioria das demandas ou por meio de encaminhamento, quando necessário Perguntas norteadoras para avaliação do atributo A equipe de saúde é capaz de reconhecer os problemas de saúde dos indivíduos e da comunidade? Qual a abrangência do leque de serviços ofertados? Os pacientes são referidos para o especialista quando apropriado? Meu médico cuida da maioria de meus problemas de saúde. Fonte: Elaborado com base em Starfield, 2002; Almeida &Macinko, 2006 in (Giovanella e Mendonça 2012)pag. 505-506

Atributos da Definição APS Coordenação Coordenação das diversas ações e serviços para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas Perguntas norteadoras para avaliação do atributo Se vários médicos estão envolvidos em meu tratamento, meu médico de APS o organiza? Há reconhecimento de problemas que demandam atenção constante? Existem diretrizes formais (protocolos) para transferência de informações entre médicos de atenção primária e especialistas? São utilizadas na prática? Há mecanismos de integração da rede? A contrarreferência ocorre? Fonte: Elaborado com base em Starfield, 2002; Almeida &Macinko, 2006 in (Giovanella e Mendonça 2012)pag. 505-506

Atributos da APS Definição Perguntas norteadoras para avaliação do atributo Orientação Conhecimento das A equipe conhece os problemas da para a necessidades de saúde da comunidade? comunidade população adscrita em A equipe realiza diagnóstico de saúde razão do contexto da comunidade? econômico e social em que A equipe trabalha com outras vive. organizações para realizar ações Conhecimento da intersetoriais? distribuição dos problemas Representantes da comunidade de saúde e dos recursos disponíveis na comunidade. participam do conselho da unidade de saúde? Participação da comunidade nas decisões sobre sua saúde Fonte: Elaborado com base em Starfield, 2002; Almeida &Macinko, 2006 in (Giovanella e Mendonça 2012)pag. 505-506

Atributos da Definição Perguntas norteadoras para avaliação APS do atributo Centralidade na família Consideração do contexto e dinâmica familiar para bem avaliar como responder às necessidades de cada membro. Conhecimento dos membros e de seus problemas de saúde. Os prontuários são organizados por famílias? Durante a consulta, os profissionais perdem informações sobre a saúde de outros membros da família? Durante a consulta, os profissionais pedem informações sobre as condições socioeconômicas de família? Os profissionais conhecem os membros da família? Fonte: Elaborado com base em Starfield, 2002; Almeida &Macinko, 2006 in (Giovanella e Mendonça 2012)pag. 505-506

Atributos da Definição Perguntas norteadoras para APS avaliação do atributo Competência Reconhecimento de A equipe reconhece cultural diferentes necessidades culturais necessidades dos especiais? grupos populacionais, A população percebe suas suas características necessidades culturais étnicas, raciais e específicas como sendo culturais, entendendo atendidas? suas representações Os usuários entendem as dos processos saúdeenfermidade. orientações da equipe? Fonte: Elaborado com base em Starfield, 2002; Almeida &Macinko, 2006 in (Giovanella e Mendonça 2012)pag. 505-506

FUNÇÕES DENTRO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

FUNÇÕES DO ENFERMEIRO I realizar atenção a saúde aos indivíduos e famílias cadastradas nas equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; II realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, solicitar exames complementares, prescrever medicações e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços;

FUNÇÕES DO ENFERMEIRO III realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; IV planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe; V contribuir, participar, e realizar atividades de educação permanente da equipe de enfermagem e outros membros da equipe; e VI participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS.

FUNÇÕES DO MÉDICO I realizar atenção a saúde aos indivíduos sob sua responsabilidade; II realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc); III realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

FUNÇÕES DO MÉDICO IV encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário; V indicar, de forma compartilhada com outros pontos de atenção, a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento do usuário; VI contribuir, realizar e participar das atividades de Educação Permanente de todos os membros da equipe; e VII participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USB.

FUNÇÕES DO ACS I trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea; II cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados; III orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; IV realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

FUNÇÕES DO ACS V acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As visitas deverão ser programadas em conjunto com a equipe, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade de modo que famílias com maior necessidade sejam visitadas mais vezes, mantendo como referência a média de 1 (uma) visita/família/mês; VI desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade;

FUNÇÕES DO ACS VII desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, como por exemplo, combate à Dengue, malária, leishmaniose, entre outras, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito das situações de risco; e VIII estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde, à prevenção das doenças, e ao acompanhamento das pessoas com problemas de saúde, bem como ao acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e municipal de acordo com o planejamento da equipe. É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às atribuições acima.

FUNÇÕES AUXILIAR/TÉCNICO EM ENFERMAGEM I participar das atividades de atenção realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc); II realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

FUNÇÕES AUXILIAR/TÉCNICO EM ENFERMAGEM III realizar ações de educação em saúde a população adstrita, conforme planejamento da equipe; IV participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS; e V contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente.

ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS I participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; II manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema de informação indicado pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local;

ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS III realizar o cuidado da saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, e quando necessário no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros); IV realizar ações de atenção a saúde conforme a necessidade de saúde da população local, bem como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;

ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS V garantir da atenção a saúde buscando a integralidade por meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos; e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância à saúde; VI participar do acolhimento dos usuários realizando a escuta qualificada das necessidades de saúde, procedendo a primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de vulnerabilidade, coleta de informações e sinais clínicos) e identificação das necessidades de intervenções de cuidado, proporcionando atendimento humanizado, se responsabilizando pela continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento do vínculo;

ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS VII realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória e de outros agravos e situações de importância local; VIII responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando esta necessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema de saúde; IX praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais que visa propor intervenções que influenciem os processos de saúde doença dos indivíduos, das famílias, coletividades e da própria comunidade;

ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS X realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis; XI acompanhar e avaliar sistematicamente as ações implementadas, visando à readequação do processo de trabalho; XII garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de informação na Atenção Básica; XIII realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e profissionais de diferentes formações;

ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS XIV realizar ações de educação em saúde a população adstrita, conforme planejamento da equipe; XV participar das atividades de educação permanente; XVI promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle social; XVII identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais; e XVIII realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais.

PARA PENSAR Do artigo: Programa de saúde da família (PSF): contradições de um programa destinado à mudança do modelo tecnoassistencial Tulio batista franco Emerson Elias Merhy

O trabalho ocorre em relações que são estabelecidas entre os individuos trabalhadores, e entre estes e os usuários. O autogoverno do trabalhadores de saúde, sobre o modo de fazer a assistência, muitas vezes, é o que determina o perfil de determinado modelo assistencial, agindo como dispositivo de mudanças, capazes de detonar processos instituintes ante a organização de serviços de saúde. Por este motivo, a mudança de modelos assistenciais requer, em grande medida, a construção de uma nova consciência sanitária e a adesão desses trabalhadores ao novo projeto. É preciso consensuar formas de se trabalhar, que estejam em sintonia com a nova proposta assistencial, o que não se consegue or normas editadas verticalmente

Podemos definir este modelo assistencia, como procedimento-centrado. Isto é, um modelo no qual o principal compromisso do ato de assistir à saúde é com a produção de procedimentos. Apenas secundariamente existe compromisso com as necessidades dos usuários. Essas ações deve ser substituidas por ações relacionais, que podem estar centradas na ação acolhedora e no vínculo com o usuário, comprometidas com a busca do cuidado à saúde e da cura, como finalidade última de um trabalho em saúde, que se pauta pela defesa da vida individual e coletiva

Mesmo voltada para a comunidade e propondo o trabalho em equipes multiprofissionais, o processo de trabalho continua centrado no médico e nas suas tecnologias próprias.

Os trabalhadores de saúde, incluindo o médico, podem ser potentes dispositivos de mudanças dos serviços assistenciais. Para que isto ocorra, entendemos que será necessário constituir uma nova ética entre estes mesmos profissionais, baseada no reconhecimento que os serviços de saúde são, pela sua natureza, um espaço público, e que o trabalho neste lugar deve ser presdido por valores humanitários, de solidariedade e reconhecimento de direitos de cidadania em torno da assistencia à saúde. Estes valores deverão guiar a formação de um novo paradigma para a organização de serviços.

O novo modelo precisa ter algumas diretrizes como: acolhimento, vínculo/responsabilização e autonomização> Acolhimento é a possibilidade de universalizar o acesso, abrir as portas da unidade a todos os usuários que dela necessitarem. Como a escuta qualificada do usuário, o compromisso com a resolução do seu problema de saúde, dar-lhe sempre uma resposta positiva e encaminhamentos seguros quando necessários.

Vínculo baseia-se no estabelecimento de referências dos usuários a uma dada equipe de trabalhadores, e a responsabilização destes para com aqueles, no que diz respeito à produção do cuidado. Autonomização significa ter como resultado esperado a produção do cuidado, ganhos de autonomia do usuário para viver a vida

A equipe multiprofissional: Trabalhar com limites e com a necessidade de inventar abordagens a cada caso, exige um luto da onipotência de cada profissional, para que seja possível o trabalho em equipe, e somam-se as competências e a criatividade de cada membro da equipe. O aprisionamento de cada um em seu núcleo específico de saberes e práticas aprisiona o processo de trabalho às estruturas rígidas do conhecimento técnico-estruturado, tornando-o trabalho morto dependente. Ao contrário, o campo de competência ou campo do cuidado, além da interação, abre a possibilidade de cada um usar todo seu potencial criativo e criador na relação com o usuário, para juntos realizarem a produção do cuidado.

AGENTES EM AÇÃO http://www.youtube.com/watch?v=cvr0pm999zy

PARA A PRÓXIMA AULA O que é sistema de saúde? O que você sabe sobre o funcionamento do sistema de saúde brasileiro, quem gerencia os serviços? O sistema é público? É privado por seguro de saúde? É privado por pagamento direto? O que é melhor? O QUE É O SUS? Explique. O que é Sistema de Informação em Saúde? Descreva o Sistema do seu município.

http://esfcajati.wordpress.com