EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS

Documentos relacionados
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA PROCURADORA-GERAL DA REPÚBLICA. MD RAQUEL DODGE

Direito Penal. Crimes Contra a Administração Pública

Crimes Contra a Administração Pública

REPRESENTAÇÃO CRIMINAL

DIREITO PENAL MILITAR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Direito Administrativo e Constitucional

ATRIBUIÇÃO. Investiga no âmbito da Capital: A) Saúde do Trabalhador

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PARTE II).

CRIMES - FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA ADMINISTRAÇÃO

Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

VÜ Åxá wx exáñéçátu Ä wtwx wéá YâÇv ÉÇöÜ Éá cøuä véá Crimes de Responsabilidade dos Funcionários Públicos

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Aspectos Gerais

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PROCURADORA-GERAL DA REPÚBLICA DRA. RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE

TEMA: Aumento das Penas e Crime Hediondo para Corrupção de Altos Valores (arts. 5º, 3º e 7º do PL) MEDIDA 3 (Versão 05/11/16 às 10:40)

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco

Emendas Parlamentares de 2017

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS

Direito Penal. Crimes Contra a Administração Pública

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, DR. ROBERTO MONTEIRO GURGEL SANTOS:

DIREITO ADMINISTRATIVO

ILUSTRÍSSIMO SENHOR CONTROLADOR GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ,

Índice Geral. Índice Sistemático

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública

Comentários sobre a Prova de Direito Penal do MPU para o cargo de Analista Administrativo Autor: Dicler Forestieri Ferreira

Sistemas de Controle das empresas estatais

DIREITO CONSTITUCIONAL AULA DEMONSTRATIVA TJPE

CELULARES DO DR. DIÓGENES GOMES: e

DIREITO CONSTITUCIONAL

Conselho Federal de Engenharia e Agronomia Confea. PROJ 22 de janeiro de 2018 Adv. João Augusto de Lima

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO PROJETO DE LEI Nº 1.277, DE 2015


Senado pode votar nesta terça-feira decisão do STF que afastou Aécio Neves

Brasília, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013 JORNAL DE BRASÍLIA

I RELATÓRIO. Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da República,

Porém, no caso de afastamento do Presidente, seriam convocadas eleições indiretas (apenas os parlamentares votariam).

Aula 31. Crime de responsabilidade impróprio equipara-se ao crime comum (STF julga). I - a existência da União;

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE

Pesquisa XP Congresso. Fevereiro de 2019

PROJETO ELEIÇÃO. Estamos em ano de eleições Será que os alunos sabem o que fazem aqueles políticos que querem o voto dos eleitores?

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Política Anticorrupção e Suborno

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 204, DE

Referência: Inquérito Civil n /

Justificativa. Conteúdo do edital no item Lei municipal nº 1079/1990- Estatuto dos servidores públicos do Município de Itapemirim.

CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES SÃO FRANCISCO DE PAULA - RS

DIREITO CONSTITUCIONAL

EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL

DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário Capítulo I Das Disposições Gerais

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais

DIREITO ADMINISTRATIVO. Improbidade Administrativa parte 02 Espécies de improbidade

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR (arts. 299 a 318)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MARANHAO, DEPUTADO HUMBERTO COUTINHO.

Material de Apoio Quant. De questões Disciplina Prova 2004 Prova 2009 Prova 2012 Total geral Direito Constitucional Total geral

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

POLÍTICA ANTICORRUPÇÃO E SUBORNO


N o /2016-AsJConst/SAJ/PGR

A Lei do Colarinho Branco no âmbito das licitações públicas

Cotas para mulheres?

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DIREITO ADMINISTRATIVO.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Ref.: requerimento de instauração de inquérito policial

PROCURADORIA GERAL ELEITORAL

Seção I Disposições Preliminares

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Federal Rodrigo Maia:

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CONTROLE

DIREITO CONSTITUCIONAL

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Novo líder da Minoria diz que oposição fará enfrentamento combativo

PROJECTO LEI N.º 320/X. Combate à corrupção e defesa da verdade desportiva

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015 (Do Sr. Carlos Sampaio e outros)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Dr. RODRIGO JANOT

CRIMINALIZAÇÃO DO TERCEIRO SETOR. 23 de junho de 2016 Por: Mariana Nogueira Michelotto - OAB/PR

Investigação da Lava Jato aponta propina de R$ 26 milhões para Collor. Escrito por Toni Feitosa Qua, 05 de Agosto de :23 -

Comunicado nº 03/2012

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PROCURADORA GERAL DA REPÚBLICA, GLEISI HELENA HOFFMANN, brasileira, casada, atualmente no exercício do

a) Pressuposto para a existência do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, CP) é a posse ou detenção legítima da coisa pelo agente.

Setor Público, Associações e Sindicatos

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 5º OFÍCIO DA PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DE MERITI

Instituições de direito FEA

NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL

A Organização do Município e de seus Poderes

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PROCURADORA-CHEFE DA PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL - DF

05/05/2017 PAULO IGOR DIREITO PENAL

Fundação da Ordem Social - SHIS QL 26, CONJUNTO 1 CASA 17 CEP Brasília DF (61)

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N.º DE DE DE 2015

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Excelentíssimo Senhor Procurador Geral da República, Doutor Rodrigo Janot Monteiro de Barros.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER AO PROJETO DE LEI Nº 4850, DE 2016, DO SR

PROJECTO DE LEI N.º 90/XI COMBATE À CORRUPÇÃO. Exposição de motivos

Principais Pontos da Denúncia contra o Presidente da República

Riscos Penais no. Ambiente Empresarial

Transcrição:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS RAUL BELENS JUNGMANN PINTO, brasileiro, solteiro portador da Cédula de Identidade RG n 964.067 SSP-PE, inscrito no CPF sob o n 244.449.284-68, Deputado Federal pelo Partido Popular Socialista (PPS-PE), com endereço no Gabinete nº 754 do anexo IV, da Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, CEP 70.160-900, vem representar em desfavor de DILMA VANA ROUSSEF, brasileira, economista, Presidente da República, com endereço no Palácio do Planalto, Praça dos Três Poderes, Brasília - DF, CEP 70150-900, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: I DOS FATOS Conforme vem sendo amplamente noticiado pela imprensa nacional 1, a presidenta república, senhora DILMA VANA ROUSSEF, vem se valendo de vários tipos de ardilosos esquemas para conseguir o apoio para barrar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Inclusive, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) declarou que: "O governo está se metendo num processo de compra e venda que é detestável. ( ) Querem construir maioria no Legislativo dividindo o Executivo. Não é assim 2." 1 Como nos sítios eletrônicos de notícias: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-03/lana-senadores-vao-pgr-contra-dilma-e-jaqueswagner http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1757546-dilma-deve-dar-ministerios-e-cargos-para-pp-pr-epsd.shtml http://oglobo.globo.com/brasil/sem-pmdb-dilma-vai-usar-cargos-contra-impeachment-18980716 2 http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1757695-maluf-acusa-governo-de-comprar-deputados-dopp.shtml

Deputado Maluf é integrante da comissão que analisa do impeachment. Segundo ele, a negociação o desobriga de seguir a postura do governo na votação. Diz não querer fazer uma injustiça com a presidente, que é uma senhora correta, de vida limpa, mas está mudando de tendência 3. O ministro da Chefia de Gabinete da presidente, Jaques Wagner, chegou a falar em governo novo, e disse que saída do PMDB, principal aliado político do governo, abre uma boa oportunidade para que Dilma inicie uma nova fase. Disse o Ministro que: A decisão dele (PMDB) chega numa boa hora. Numa boa hora porque oferece à presidenta Dilma uma ótima oportunidade de repactuar o seu governo. Eu poderia até falar de um novo governo, no sentido de que sai um parceiro importante e, portanto, abre espaço político para uma repactuação de governo. Política é assim 4. Ou seja, DILMA VANA ROUSSEF vai preencher os espaços deixados pelo PMDB com outros aliados. Agora como vem sendo realizada é transição é que está a questão criminal. Inclusive, na data de 5 de abril, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) acusou o governo de compra de votos. Segundo o congressista, o Poder Executivo Planalto está negociando a ausência no dia da votação em plenário por R$ 400 mil. Além de pagar R$ 2 milhões para quem votar contra 5. Vejamos então o caso das emendas parlamentares. Elas são importante instrumento de capilarização, democratização e de aplicação local, em estados e especialmente municípios, do Orçamento Público Federal, mas, e infelizmente, em sucessivos governos sua execução foi instrumento de barganha política muito pouco republicana. 3 http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1757695-maluf-acusa-governo-de-comprar-deputados-dopp.shtml 4 http://oglobo.globo.com/brasil/sem-pmdb-dilma-vai-usar-cargos-contra-impeachment- 18980716#ixzz454lbpXFh 5 http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,paulinho-da-forca-acusa-governo-de-oferecer-r-2-milhoespara-voto-contra-impeachment,10000024910

Para corrigir o desvio de conduta do Poder Executivo, o Congresso Nacional, no âmbito de sua estrita competência, fez votar a aprovou a Emenda Constitucional de nº 86/2015, que no parágrafo 18, de seu artigo primeiro, é incisivo: Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. Com efeito, é republicana e democrática a obrigação da Presidência da República no atendimento equânime de todas as emendas de todos os parlamentares seja qual for o partido a que pertençam. Emendas Parlamentares não podem e não devem ser objeto de negociações escusas, feitas nos vãos escuros, para o bem do respeito a nossa tradição republicana. Seno assim, qualquer prática diferente da equidade de direitos na execução das emendas parlamentares, se antes eram atos imorais, hoje são atos ilegais segundo ordenamento jurídico pátrio. Sabemos que é prática contumaz da atual gestão, e de anteriores, a recusa de executar as emendas parlamentares no exercício para o qual foram autorizadas. A normalidade é que mais de 90% das emendas parlamentares sejam transformadas em Restos a Pagar, o que pode confundir as avaliações de execução. Se tivermos em vista os restos a pagar apenas do período relativo aos anos de 2014 e 2015, e considerarmos apenas dois grupos de partidos, de um lado PT, PDT, PC do B e PMDB e de outro PSDB, DEM e PPS, ou seja, partidos definidamente da base de governo e da oposição, respectivamente, chegamos a uma constatação alarmante. A execução dos Restos a Pagar dos dois anos considerados é quase 100% maior no caso dos partidos da base aliada, uma disparidade tremenda! Importante reproduzir os números, por partidos da base de governo e da oposição, referentes às emendas impositivas:

Emendas impositivas - 2014 e 2015 Resto a Pagar pagos em 2016 (até 29/03) RAP 2014+2015 Titulares 23.126.700,77 PT 69 PC DO 1.316.992,99 B 10 1.785.391,86 PDT 20 RAP 2014+2015 Titulares PS DB 5.203.455,78 54 DE M 1.232.023,83 21 PP S 2.359.420,57 9 6.083.219,08 PMDB 65 32.312.304,70 164 8.794.900,18 84 197.026,25 104.701,19 0,531407 33 Se tomado o critério per capita, as emendas parlamentares dos partidos de oposição, dadas como em Restos a Pagar, foram de fato executadas em valor equivalente a 53% das emendas executadas para os partidos da base do governo. O Boletim de emendas parlamentares, versão 2015, da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, traz um comentário, na página 27 com referência à tabela apresentada no Boletim: A tabela mostra a execução das emendas individuais de 2012 a 2014, anos fechados. Observa-se que a proporção dos valores pagos em cada exercício é maior em relação à execução das emendas de orçamentos pretéritos. Assim, em 2014, foram pagos R$ 2.214,7 milhões de Restos a Pagar (RAP) de programações, incluídas por emendas individuais e apenas R$ 146,1 milhões relativas à LOA do exercício (2014). Os valores pagos no ano do empenho continuam muito baixos, apesar do orçamento impositivo. (grifos nossos) Dessa forma, vemos mais um malabarismo econômico realizado pelo Poder Executivo. Não bastassem as pedaladas fiscais, que são uma das bases do processo de impeachment da presidente da república, o governo federal se vale de meios escusos para manobrar com os valores das emendas parlamentares. Temos como cristalino o fato de a presidente necessitar de apoio político, em via de desbancar o processo de impeachment em curso, e os valores liberados nas emendas parlamentares. Obviamente se liberam os valores requisitados pela base governista,

enquanto a oposição não tem seus pleitos atendidos. Isto como parte do sujo jogo de interesses, para a compra de votos para o impeachment da presidente da república não passar na Câmara dos Deputados. Isto é uma completa afronta aos princípios da isonomia, e vai de encontro à moralidade administrativa. Esse, e outros atos, são visivelmente ilegais. II DAS RELAÇÕES JURÍDICAS A lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos. A Seção III deste diploma legal versa dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública. A lei aduz que: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; (...) IV - negar publicidade aos atos oficiais; (...) VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; Vemos que DILMA VANA ROUSSEF, ao não atender isonomicamente às emendas parlamentares, com o fulcro de compra de votos para lhe ajudar no processo de impeachment, atentou contra os princípios da administração pública. Bem como praticou ato visando fim proibido/ilícito, escondendo tal fato publicamente e não demonstrando claramente os valores das emendas parlamentares para o público em geral. Não obstante, o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o nosso Código Penal, tipifica vários crimes contra a administração pública, entre os de concussão, corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa:

Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. O esquema de compra de votos para barrar o processo de impeachment contra DILMA VANA ROUSSEF abarca TODOS estes crimes! DILMA VANA ROUSSEF exige o voto para conseguir a vantagem indevida, para fugir do impeachment (concussão). Ela receberá diretamente a vantagem da base governista, pois lhe proporcionou um número muito mais de orçamento graças às emendas parlamentares (corrupção passiva). A presidente evidentemente se vale da máquina pública para satisfazer sentimento pessoal (prevaricação). E ela patrocina interesse privado, e ilegítimo, valendo-se do cargo (advocacia administrativa).

III DO REQUERIMENTO A lei nº 8.429 versa que: Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. Ademais, o Código Penal, em seu art. 100, explica que ação penal é pública. Posto isto, o representante espera que V. Exa. requisite a instauração de inquérito policial e procedimento administrativo para apurar os fatos supra narrados nas esferas cível e penal, e, após, que ofereça denúncia contra a representada. Brasília-DF, 06 de abril de 2016 Raul Belens Jungmann Pinto Deputado Federal