DETERMINAÇÕES DE PERDA DE CARGA EM CONEXÃO DE EMISSOR ON- LINE

Documentos relacionados
PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONEXÃO DE EMISSOR ON-LINE 1 RESUMO

ÍNDICE GEOMÉTRICO E PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONEXÕES DE EMISSORES ONLINE GABRIEL G. DE G. CARDOSO¹, ANTÔNIO E. KLAR²

PERDA DE CARGA EM MANGUEIRAS GOTEJADORAS NOVAS E USADAS

SIMULAÇÃO 3D DA PERDA DE CARGA EM UMA TUBULAÇÃO PARA FLUXO LAMINAR UTILIANDO SOLIDWORKS.

AVALIAÇÃO DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA SOB DIFERENTES VAZÕES E COMPRIMENTO DE MICROTUBOS

DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO MATEMÁTICO PARA CALCULO DE PERDAS DE CARGA EM LINHAS LATERAIS COM CONECTORES ON-LINE

MODELAGEM PARA O DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE MICROIRRIGAÇÃO UTILIZANDO MICROTUBOS RAMIFICADOS 1

COEFICIENTE DECARGA CINÉTICA PARA GOTEJADORES IN-LINE DO TIPO CILÍNDRICO 1 RESUMO

PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM GOTEJADORES INTEGRADOS EM TUBOS DE POLIETILENO

PERDA DE CARGA EM MICROTUBOS E CONECTORES ACOPLADOS A GOTEJADORES

PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM EMISSORES NÃO COAXIAIS INTEGRADOS A TUBOS DE POLIETILENO

ESTUDO DA PERDA DE CARGA EM TUBULAÇÃO CURVA UTILIZANDO FLUIDODINAMICA COMPUTACIONAL.

PRESSÕES DE SERVIÇOS E SEUS EFEITOS NO DESEMPENHO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO

GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN

PERFORMANCE OF DRIPPERS WITH CONNECTORS FOR TWO AND FOUR-WAY OUTPUT

PERDA DE CARGA EM LINHAS LATERAIS DE MICROIRRIGAÇÃO

DESEMPENHO HIDRÁULICO DE UM GOTEJADOR MODELO STREAMLINE EM RELAÇÃO À VAZÃO EM DIFERENTES ALTURAS

XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

CmaxiLL - ALGORITMO COMPUTACIONAL PARA DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO MÁXIMO DA LINHA LATERAL EM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Escola de Engenharia

DEFINIÇÃO DO FATOR K CORRESPONDENTE AO TÊ DE POLIETILENO DE COMPRESSÃO COM FLUXO EM SENTIDO RETO

LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA

ESTUDO DA TRANSIÇÃO ENTRE ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO EM TUBO CAPILAR

3 CONDUÇÃO DE ÁGUA (Cont.)

ROTEIRO DE EXPERIMENTOS ENG1120 LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA

AVALIAÇÃO DA VAZÃO E UNIFORMIDADE DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

Mecânica dos Fluidos. Perda de Carga

FILTRO DE AREIA PORTÁTIL PARA PEQUENOS PROJETOS DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

ROTEIRO DE EXPERIMENTOS ENG1580

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU

CARACTERIZAÇÃO HIDRÁULICA DE TUBOS DE POLIETILENO PARA IRRIGAÇÃO PERFURADOS A LASER

PROGRAMAÇÃO MATEMÁTICA LINEAR NA DETERMINAÇÃO DA CARGA HIDRÁULICA SOB DIFERENTES UNIFORMIDADES DE EMISSÃO * F. F. N. MARCUSSI 1, J. C. C.

ENSAIOS DE PERDA LOCALIZADA DE CARGA EM CONEXÕES UTILIZADAS NA MICROIRRIGAÇÃO


Roteiro - Aula Prática Perda de carga:

ROTEIRO DE EXPERIMENTOS ENG1120 LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA

Saneamento Ambiental I. Aula 08 Rede de Distribuição de Água: Parte III

BEHAVIOR OF THE FLOW OF A DRIP TAPE (NETAFIM STREAMLINE 16060) IN FUNCTION DIFFERENT OPERATING PRESSURES

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 8 ROTEIRO

IRRIGAÇÃO POR GOTEJO EM MORANGO*

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 7 ROTEIRO

EFICIÊNCIA E UNIFORMIDADE DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO NA CULTURA DO MILHO (Zea mays).

ESTIMATIVA DA UNIFORMIDADE EM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO

UNIFORMIDADE DEDISTRIBUIÇAO DO PERFIL DE APLICAÇÃO PARA MICROASPERSORES

DESEMPENHO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA UTILIZANDO DIFERENTES COEFICIENTES DE UNIFORMIDADE

AVALIAÇÃO DO COEFICIENTE DE UNIFORMIDADE, DE DIFERENTES SISTEMAS ARTESANAIS DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA.

CUNHA; CUNHA & FREIRE (2010) AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO MICROASPERSOR AMANCO 63 L h -1 EM CONDIÇÕES DE CAMPO

69 Irriga, Botucatu, v. 06, n. 2, p , maio-agosto, 2001

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE ENGENHARIA

AVALIAÇÃO DE SISTEMA ANTI-GOTAS EM MICROASPERSORES PARA AMBIENTE PROTEGIDO

EXPERIMENTO 03. Medidas de vazão de líquidos, utilizando Rotâmetro, Placa de orifício e Venturi. Prof. Lucrécio Fábio

Aula 02 - Perda de Carga Localizada

4.6. Experiência do tubo de Pitot

QUANTIFICAÇÃO DO ERRO NA DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA EM TUBOS DE POLIETILENO 1

SELEÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS

4º Laboratório de EME 502 MEDIDAS DE VAZÃO

Exercícios de Hidrodinâmica

MODELO MATEMÁTICO APLICADO À IRRIGAÇÃO LOCALIZADA COM MICROTUBOS SOB REGIME DE ESCOAMENTO TURBULENTO 1

AVALIAÇÃO DA UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA DE MICROASPERSORES NOVOS E USADOS

NÃO ESQUECER QUE O VOLUME TOTAL DO FLUIDO PERMANECE CONSTANTE, PORTANTO O VOLUME QUE DESCE DE UM LADO NECESSÁRIAMENTE SOBE DO OUTRO.

DESEMPENHO HIDRÁULICO DE EMISSORES E REGULADORES DE PRESSÃO ANTIGOS UTILIZADOS EM ESTUFAS DE PRODUÇÃO DE CRISÂNTEMO

CORRELAÇÃO ENTRE FATOR DE ATRITO f DE DARCY-WEISBACH COM O FATOR C DE HANZEN- WILLIAMS.

Kelly Nascimento Leite 1, Diego Natan Bonifacio Rodrigues 2, Eugenio Paceli de Miranda 3. Raimundo Nonato F. Monteiro 4

Exercício 136 Dado: Exercício 137

Hidráulica Aula 3 35

Tubo-Gotejador XF-SDI com Tecnologia Escudo de Cobre para Irrigação Sub-Superficial Especificações Técnicas

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS ROTEIRO DE AULA

LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA ENG 1120

Escoamento Interno Viscoso

CARACTERIZAÇÃO HIDRÁULICA DE DIFERENTES MARCAS DE GOTEJADORES

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 4 ROTEIRO

COEFICIENTE DE UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE DIFERENTES SISTEMAS ARTESANAIS DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO DESEMPENHO DE MICROTUBOS SPAGHETTI

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ4085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Laboratório de Engenharia Química I Aula Prática 05. Medidas de vazão em líquidos mediante o uso da Placa de Orifício, Venturi e Rotâmetro.

DIMENSIONAMENTO DE LINHA LATERAL DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA UTILIZANDO FERRAMENTAS CAD

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Perda de carga em conectores iniciais da irrigação localizada

DESEMPENHO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR MICROASPERSÃO NA CULTURA DA MANGUEIRA (Mangifera indica L.) EM IGUATU-CE 1

Hidráulica de linhas pressurizadas. FEAGRI/UNICAMP Prof. Roberto Testezlaf

UNIFORMIDADE EM UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO FAMILIAR POR GOTEJAMENTO SOB DIFERENTES CARGAS HIDRÁULICAS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 6 ROTEIRO

UNIFORMIDADE DE FERTIGAÇÃO EM UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO FAMILIAR POR GOTEJAMENTO SOB DIFERENTES CARGAS HIDRÁULICAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO - FESP LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE - BT1 CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA - CTH

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS ROTEIRO DE AULA

GRAU DE ENTUPIMENTO DE EMISSORES SOB A APLICAÇÃO DE MACRO E MICRONUTRIENTES

Aluno: Matrícula: Data: CC76D HIDRÁULICA TRABALHO DE CASA #1

AVALIAÇÃO ECOLÔGICA DA UTILIZAÇÃO DE ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO NA PERFORMANCE DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

ALTERNATIVAS VISANDO POTENCIALIZAR O USO DO CARNEIRO HIDRÁULICO NO BOMBEAMENTO DE ÁGUA DAS CHUVAS MATERIAL E MÉTODOS

Bacharelado em Agronomia, Instituto Federal do Tocantins, 2

Experiência do tubo de Pitot. Setembro de 2010

Dimensionar um projeto de irrigação por aspersão para as seguintes condições:

Avaliação de uniformidades de distribuição de água em um sistema fechado de irrigação

DISTÚRBIOS DE VAZÃO DEVIDO A FERTIRRIGAÇÃO COM MACRO E MICRONUTRIENTES EM UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

LISTA DE EXERCÍCIOS 1 Máquinas de Fluxo

1 RESUMO VILAS BÔAS, M. A., MACEDO JUNIOR, E. K. HYDRAULIC CHARACTERIZATION OF MICROSPRINKLER DAN SPRINKLER - MODULATE GROUP 2 ABSTRACT

CURVA CARACTERÍSTICA DO MICROASPERSOR NAANDAN HADAR 7110

INFLUÊNCIA DA DISPOSIÇÃO DAS LINHAS LATERAIS EM SISTEMA FECHADO NA COMPARAÇÃO COM SISTEMA CONVENCIONAL NO ENTUPIMENTO DE GOTEJADORES

Experiência 6 - Perda de Carga Distribuída ao Longo de

113 Irriga, Botucatu, v. 04, n. 3, p , setembro-dezembro, 1999

Transcrição:

DETERMINAÇÕES DE PERDA DE CARGA EM CONEXÃO DE EMISSOR ON- LINE Gabriel Greco de Guimarães Cardoso 1 ; Marcelo Jhonata Sirqueira de Sá ; João Eduardo Pereira da Silva 3 ; Nathielle Camargo 4 1 Coordenador do PPG em Irrigação no Cerrado. Instituto Federal Goiano Câmpus Ceres, Caixa postal 51, Ceres GO, gabriel.cardoso@ifgoiano.edu.br. Aluno de Agronomia. Instituto Federal Goiano Câmpus Ceres. 3 Aluno de Agronomia. Instituto Federal Goiano Câmpus Ceres. 4 Aluna de Agronomia. Instituto Federal Goiano Câmpus Ceres. RESUMO: Os projetos hidráulicos de microirrigação, visam contabilizarem as perdas de carga totais, que seriam as perdas continuas ou principais e as localizadas, objetivando caracterizar um conjunto moto-bomba adequado ao sistema de irrigação, minimizando os custos anuais e de implantação do projeto, bem como uniformizando a distribuição de água. É muito comum contabilizar as perdas localizadas acrescentando uma porcentagem, em torno de 10, sobre as perdas principais no intuído de facilitar os cálculos que estes trariam. Porem, com uso da informática, problemas de cálculos são resolvidos com muita facilidade, o que não justifica estimar e sim calcular os valores das perdas locais. Este trabalho apresenta os resultados encontrados de um experimento que compara três diferentes formas de se calcular a perda de carga localizada em conexão de emissores em linha lateral de microirrigação, que são eles, modelo experimental, modelo geométrico e modelo de distribuição de pressão. O emissor escolhido para o teste foi o TIF-PC, 4 l/h, de conexão on-line, da NaanDan. Os valores das perdas de carga nos três métodos apresentaram pouca variação entre si, com uma discrepância maior no modelo experimental. PALAVRAS CHAVE: irrigação localizada; emissores on-line; conexão de emissores. DETERMINATION OF LOAD LOSS IN CONNECTION ISSUER ON-LINE ABSTRACT: The hydraulic micro-irrigation projects are intended to account for the total load losses, which would be continuous or major losses and localized, aiming feature a motorpump set the proper irrigation system, minimizing the annual and project implementation costs as well as standardizing the distribution of water. It is very common account losses localized adding a percentage, around 10 on the main losses in the intuited to facilitate the 13

calculations they would bring. However, with use of computer, calculations of problems are solved very easily, which does not justify estimating but calculate the loss of local values. This paper presents the results of an experiment comparing three different ways to calculate the pressure drop located in issuers in connection sideline micro irrigation, what are they, experimental model, geometric model and pressure distribution model. The transmitter was chosen for the test TIF-PC, 4 l / h, online connection, the NaanDan. The values of the load losses in the three methods showed little variation between them, with a greater discrepancy in the experimental model. KEYWORDS: located irrigation; emitters on-line; connection of emitters. INTRODUÇÃO Na irrigação localizada, o uso de gotejadores ou mesmo microaspersores requerem conexões, que são encaixes introduzidos dentro da linha lateral e lá permanecem ocupando uma área interna desta linha, provocando uma perda de carga localizada. AL-AMOUND (1995) propõe uma forma de se determinar a perda de carga localizada em conexão de emissores (hf L ) através de ensaio experimentalmente, subtraindo os valores da perda de carga total (hf ) em uma linha lateral com emissores, porem desconsiderando a múltipla saída (emissores vedado), pela perda de carga contínua, ou seja, somente da tubulação sem emissores (hf). O valor obtido é dividido pelo número de emissores que se encontram na linha lateral. O resultado é a perda de carga provocada por um emissor. Através de uma abordagem geométrica, BAGARELLO (1997) caracteriza a perda de carga localizada (hf L ) na inserção de um gotejador na linha lateral (Figura 1) pela à resistência a movimentação da corrente fluída oferecida pela protrusão da conexão no interior do tubo, sendo expressa pela forma clássica como uma fração K da carga cinética, obtida pelo princípio da similaridade de Reynolds. CARDOSO G. G. G. (007), estudando a relação matemática proposto por BAGARELLO (1997), determina os seguintes parâmetros da expressão como sendo λ = 1,3 e η = 0,51 para 5000 < R < 68000. Assim, K = 1,3 (IO) 0,51. Através de um modelo de distribuição de pressão, pode-se também determinar as perdas de carga localizadas em conexão de emissores, considerando este tipo de perda como sendo um comprimento equivalente de um perfil de distribuição de pressão em uma linha lateral em nível ou aclive. Os Três modelos de determinação da perda de carga localizada em conexão de emissores referidos acima foram simulados e comparados no sentido de verificar a compatibilidade entre eles. 14

MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi conduzido no laboratório de irrigação do Departamento de Engenharia Rural ESALQ/USP. No experimento, foram utilizados tubos de polietileno de baixa densidade, com diâmetro interno de 7,4 mm, com 16 m de comprimento entre os pontos de medição de pressão e com a tubulação em nível. O emissor escolhido para o teste foi o TIF-PC, 4 l/h, de conexão on-line, da NaanDan. Para a medição da pressão diferencial utilizou-se um manômetro diferencial com coluna de mercúrio e com menor divisão de escala de 1 mm de Hg. A vazão foi controlada por um registro de gaveta acoplado no final da tubulação e medida por um medidor de vazão eletromagnético, modelo KC1000, associado a um conversor de sinais IFC010, ambos fabricados pela Controles Automáticos Ltda. A construção da equação do modelo experimental baseou-se na regressão linear entre os valores da pressão e da vazão coletados na linha com e sem emissores, mantendo o número de Reynolds compatível com a equação de Blasius. Seguindo a metodologia de AL-AMOUND (1995), foi gerada uma equação que representa a perda de carga localizada na conexão do emissor experimentado, em função da vazão. Foi possível calcular essa perda simulando valores de vazão com as perdas de carga registradas pelo manômetro. A Figura 1 é o resultado da simulação, originando a equação de perda de carga localizada média de um emissor. 0,0140 Perda de carga - mca 0,010 hf L = 3463,4394x 1,7500 0,0100 R = 1,0000 0,0080 0,0060 0,0040 0,000 0,0000 0,00000 0,00010 0,0000 0,00030 0,00040 0,00050 0,00060 0,00070 0,00080 Vazão - m 3 /s Figura 1. Perda de carga localizada média de um emissor em função da vazão de escoamento. No modelo geométrico, determinou-se a área do tubo com conector (A c ) e sem conector (A), calculando-se o índice de obstrução (IO). As áreas são: A= 37,666 mm, calculada pela equação da circunferência num diâmetro de 17,4mm; A c = 11,166 mm, determinada pelo projetor ótico conforme a Tabela (). 15

Figura. Área contornada pelo vermelho correspondendo a A c. O índice de obstrução foi calculado pela Eq. (1), como se segue: A 1 c A IO Ac A (1 0,8885) 0,8885 0,01575 A Expressão geral do modelo geométrico encontrado é dada por 0,51 V hf L 1,3.(0,01575 ).. g Para alimentar o modelo de distribuição de pressão, fez-se necessários dados da tabela de características do emissor apresentado pelo fabricante. A Tabela foi obtida no site oficial da NaanDan. Tabela 1 Comprimento máximo de linha lateral em nível, em função da pressão de entrada e do espaçamento entre emissores. Comprimento máximo da lateral (m) em nível (ΔZ = 0), com 10% de variação de vazão Espaçamento entre emissores (cm) Pressão de 30 40 50 75 100 Entrada (mca) 15 97 11 131 174 11 0 11 140 165 18 65 5 140 161 189 51 306 30 150 17 03 69 38 A Pressão mínima no final da linha é de 5 mca Foi adotada a vazão correspondente ao funcionamento de 38 emissores para exemplificar o funcionamento dos modelos. A vazão de cada emissor é dado por 1,11.10-6 m 3 s -1, resultando numa vazão total na linha de 3,641.10-4 m 3 s -1. Após a exemplificação, é feito uma simulação para diferentes valores de vazão. 16

RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela mostra a variação da perda de carga localizada em relação à vazão, para os três modelos, e a analise estatística usando o teste de Tukey. A vazão 1, e 3 tem os respectivos valores correspondendo a,331.10-4 m 3 s -1 ;,941.10-4 m 3 s -1 ; 3,396.10-4 m 3 s -1 e 3,641.10-4 m 3 s -1. Essas vazões foram determinadas pelo números de emissores, conforme a Tabela 1, iguais a 11, 65, 306 e 38, respectivamente. Houve diferença significativa entre os valores da perda de carga dos modelos, sendo o modelo 3, o único que diferiu estatisticamente. O coeficiente de variação foi de 36,684 %. Tabela Valores de perda de carga localizada, calculado pelos três modelos, em diferentes vazões. Modelo Vazão 1 Vazão Vazão 3 Vazão 4 Média das Perdas Experimental 0,00153 0,0088 0,00943 0,00334 0.005 a Geométrico 0,0076 0,011561 0,015415 0,01771 0.0199 a Dis. pressão 0,0531 0,03935 0,03036 0,040960 0.04097 b Diferença Mínima Significativa = 0.01499 mca Média Geral = 0.01883 mca Coeficiente de Variação = 36.684 % A Figura 3 mostra a distribuição de perda de carga localizada para os três modelos em função da vazão. O modelo Experimental (1) apresentou maiores valores em todos os pontos observados, seguido do modelo Geométrico () e de distribuição de pressão (3). A curva do modelo 3 sofre uma alternância nos valores gerados, diferindo dos outros dois, que tiveram a mesma tendência de crescimento em função do aumento da vazão. Perda de carga localizada - mca 0,06 0,05 0,04 0,03 0,0 0,01 0 Modelo 1 Modelo Modelo 3 0,000331 0,000941 0,0003396 0,0003641 Vazão na linha lateral - m 3 /s Figura 3. Distribuição da perda de carga localizada em função da vazão, para os três modelos. 17

O modelo 1 apresentou facilidade de calculo, porem é limitado pelas condições específicas do experimento, não sendo possível extrapolá-lo para outras combinações conector-tubo. O modelo 3 apresentou dificuldade de calculo, tanto pela transformação de metro equivalente em mca, quanto pela operação do modelo, que exige muitas variáveis. Também tem a desvantagem de precisar de tabelas de ensaio do fabricante, tabelas essas pouco confiáveis pela ausência de informação de como foram geradas. O modelo apresentou mais facilidade de calculo e de praticidade. Os valores gerados por ele ficaram entre os resultados encontrados pelos dois outros modelos, credibilizando mais o modelo. CONCLUSÃO Houve diferença significativa entre os valores da perda de carga dos modelos, sendo o modelo 3, o único que diferiu estatisticamente; O modelo 1 apresentou maiores valores em todos os pontos observados, seguido do modelo e 1; O modelo apresentou mais facilidade de calculo e de praticidade. Os valores gerados por ele ficaram entre os resultados encontrados pelos dois outros modelos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AL-AMOUND, A. I. Significance of energy losses due to emitter connections in trickle irrigation lines. Jounal of Agriculture Engineering Research, Silsoe, v.60, n1, p.1-5, 1995. BAGARELLO, V.; FERRO, V.; PROVENZANO, G.; PUMO, D. Evaluating pressure losses in drip-irrigation lines. Journal of irrigation and Drainage Engineering, New York, v.13, n.1, p.1-7, 1997. CARDOSO, G.G. G. Índice geométrico na determinação da perda de carga localizada em conexão de emissores sobre tubos de polietileno de pequenos diâmetros. 007. 65p. Dissertação (Mestrado em agronomia) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 007. 18