CARACTERIZAÇÃO FÍSICA QUÍMICA DAS POLPAS DE GOIABA (PSIDIUM GUAJAVA L.), COMERCIALIZADAS EM TERESINA PI.

Documentos relacionados
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

PARÂMETROS DE QUALIDADE DA POLPA DE LARANJA

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE FÍSICO- QUÍMICOS DE SUCOS TROPICAIS

Obtenção e avaliação de parâmetros físico-químicos da polpa de goiaba (Psidium guajava L.), cultivar Paluma

TÍTULO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS COMERCIALIZADAS EM MONTES CLAROS-MG

QUALIDADE E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FRUTOS DE CAJAZEIRAS (Spondias mombin L.) ORIUNDOS DA REGIÃO MEIO-NORTE DO BRASIL

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS POLPAS DE AÇAÍ COMERCIALIZADAS NAS FEIRAS LIVRES DE SÃO LUÍS-MA.

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E CENTESIMAL DE POLPAS CONGELADAS DE CAJÁ (Spondias mombin L.) E DE MANGA (Mangifera indica L.) CONSUMIDAS EM TERESINA-PI

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BLEND À BASE DE ACEROLA (Malpighia emarginata) E GOIABA (Psidium guajava)

AVALIAÇÃO DE POLPAS DE FRUTAS CONGELADAS PRODUZIDAS NO MACIÇO DE BATURITÉ

AVALIAÇÃO DE VITAMINA C, ACIDEZ E ph EM POLPAS DE ACEROLA, CAJÁ E GOIABA DE UMA MARCA COMERCIALIZADA EM MACEIÓ - ALAGOAS

COMPARAÇÃO DE PARÂMETROS LABORATORIAIS EM DIFERENTES TIPOS DE GELEIAS CONVENCIONAIS DE MORANGO

ELABORAÇÃO DE GELEIA TRADICIONAL E LIGHT DE GUABIROBA BRUNA NAPOLI¹; DAYANNE REGINA MENDES ANDRADE²; CRISTIANE VIEIRA HELM³

QUALIDADE DE FRUTOS DE LIMEIRA ÁCIDA TAHITI EM COMBINAÇÃO COM DIFERENTES PORTA-ENXERTOS

Avaliação da composição centesimal e determinação de minerais em rações para cães e gatos

CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE ACEROLEIRA COM BASE EM DESCRITORES DO FRUTO MATERIAL E MÉTODOS

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E FÍSICO-QUÍMICA DE FRUTOS DE UM GENÓTIPO

Pesquisa em Andamento

Características Químicas de Néctar e Suco de Mirtilo Obtido pelo Método de Arraste de Vapor

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPA DE ACEROLA IN NATURA E LIOFILIZADA PARA PREPARAÇÃO DE SORVETES

AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA E MEDIDAS INSTRUMENTAIS DO DOCE DE CORTE DE GOIABA E MARACUJÁ

Avaliação físico-química de lichias (Litchi chinensis Sonn.) comercializadas em Teresina- Piauí

17/05/2014 POLPAS DE FRUTAS POLPAS DE FRUTAS

Processo de Concentração e Análise Físico-química da Polpa concentrada do Maracujá

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABÓBORA E MORANGA CRISTALIZADAS PELO PROCESSO DE AÇUCARAMENTO LENTO.

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA EM POLPAS DE FRUTA CONGELADA

ELABORAÇÃO DE DOCE EM PASTA DO TIPO EM MASSA A PARTIR DE FRUTAS DO SEMIÁRIDO

AVALIAÇÃO FISICO QUIMICA DE NECTAR DE LARANJA CONSUMIDO NA CIDADE DE PARAÍSO DO TOCANTINS

Caracterização física e físico-química da polpa da manga cv. Haden integral

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA FARINHA DE MANDIOCA PRODUZIDA EM DIFERENTES ESTADOS DO PAÍS.

SÁ, C. P. (1);MAGALHÃES,C. H. (1);NASCIMENTO, W. C. A.;(1);GONÇALVES, R. A. (1) (1) Centro Federal de Educação Tecnológica de Bambuí

COMPARAÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICO-QUIMICAS DA MAÇÃ ARGENTINA RED COM A MAÇÃ NACIONAL FUJI

Cajuína. Fernando Antônio Pinto de Abreu Raimundo Marcelino da Silva Neto

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E DO ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 4 DE SETEMBRO DE 2003

Caracterização físico química e sensorial de doce de manga (Mangifera indica L.) em massa com adição de casca

Assunto: posicionamento da Coordenação Geral do Programa de Alimentação Escolar a respeito da aquisição de suco de laranja para a alimentação escolar.

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

PÓS-COLHEITA E AGROINDUTRIALIZAÇÃO DO CUPUAÇU

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO NA CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DA VITAMINA C DO SUCO DE ACEROLA CLARIFICADO E CONCENTRADO DURANTE A ARMAZENAGEM.

Avaliação da Qualidade de Polpa de Goiaba Congelada, Comercializada na Cidade de São Paulo

CARACTERIZAÇÃO DE FRUTOS DE LARANJEIRAS, CULTIVADOS NO AGRESTE MERIDIONAL DE PERNAMBUCO. Apresentação: Pôster

QUALIDADE E PADRONIZAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS COMERCIALIZADAS EM ANÁPOLIS GO

POLPA DE FRUTA NÉCTAR SUCO

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO SUCO DE AMORA-PRETA (Rubus sp.) PASTEURIZADO

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DO ABACAXI (CULTIVAR PÉROLA) EM DIFERENTES EMBALAGENS SOB ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Semiárido Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2ª edição revista e ampliada

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SUCOS INTEGRAIS E NÉCTARES COMERCIAIS DE LARANJA E DE MAÇÃ

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE GELADO COMESTÍVEL ELABORADO COM POLPA DO FRUTO DE MANDACARU ADICIONADO DE SORO DE LEITE

ANÁLISE DO TEOR DE HIDROXIMETILFURFURAL DO MEL DE Melipona flavolineata NO DECURSO DO PROCESSO DE DESUMIDIFICAÇÃO POR AQUECIMENTO

Utilização de maracujá integral no desenvolvimento de sobremesa láctea (flan) e avaliação de suas características físico-químicas e sensorial.

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO QUÍMICA DA POLPA DE MAMÃO CULTIVAR SUNRISE SOLO (Carica Papaya L.)

Caracterização físico-química e avaliação sensorial de sobremesa láctea tipo mousse enriquecida com casca de maracujá do cerrado

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E DO ABASTECIMENTO

DETERMINAÇÃO DE VIDA DE PRATELEIRA DA FARINHA OBTIDA A PARTIR DAS CASCAS DE ABACAXI (Ananas comosus L. Merril)

EFEITO DO PROCESSO DE BRANQUEAMENTO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS EM FRUTOS DE ACEROLA (Malpighia punicifolia DC)

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ADITIVOS EM PREPARADOS SÓLIDOS PARA REFRESCO SABOR ABACAXI COMERCIALIZADOS NA REGIÃO DO VALE DO TAQUARI, RS

Caracterização físico-química do fruto de ameixa selvagem (Ximenia americana L.)

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS, NUTRICIONAIS E VIDA ÚTIL DE JILÓ (Solanum gilo Raddi) RESUMO

VALIDAÇÃO DE MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DE PARASITOS EM AMOSTRAS DE POLPAS DE FRUTAS

Palavras-chave: Cor da polpa. Textura. Aroma. Sabor. Psidium guajava L.

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE NÉCTARES

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E QUIMIOMÉTRICA DE POLPAS INDUSTRIALIZADAS DE MORANGO.

ESTUDO DOS FRUTOS E SEMENTES DE MANGABA (HANCORNIA SPECIOSA) DO CERRADO

Embrapa Agroindústria Tropical

Aumento da vida de prateleira de goiaba utilizando tratamento com radiação ionizante

CARACTERIZAÇÃO DE ACEROLA ORGÂNICA EM DOIS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO. Apresentação: Pôster

ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DAS POLPAS DE MANGAS (MANGIFERA INDICA L.) VARIEDADE TOMMY ATKINS

o cajui pode ser consumido "in natura", separando-se 0 suco da polpa. 0 suco e utilizado

Caracterização física e química da lima ácida Tahiti 2000 sobre o porta-enxerto Índio em Petrolina, PE

Avaliação das características físico-químicas de bananas desidratadas

DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA GOIABA: GOIABEIRAS ADUBADAS NO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA RESUMO

RENDIMENTO E PERFIL FÍSICO E QUÍMICO DE SUCOS CLARIFICADOS DE CULTIVARES DE PÊSSEGOS BRASILEIROS. (Prunus persica (L.) Batsch). 1.

EVOLUÇÃO DE ALGUNS PARÂMTEROS FÍSICO-QUÍMICOS DURANTE O DESENVOLVIMENTO DE DUAS CULTIVARES DE MAÇÃ PRODUZIDAS NO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO - SAFRA 2011

CARACTERIZAÇÃO CENTESIMAL DAS PARTES COMPONENTES DOS FRUTOS DE LICHIA EM FUNÇÃO DO CLIMA

Efeito da temperatura de armazenamento na pós colheita da cagaita(eugenia dysenterica)

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE TAPEREBÁ (Spondias mombin L.)

Termos para indexação: maracujazeiro, polpa, minerais, físico-química

CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) EM TEMPERATURA AMBIENTE

BATATA YACON: CARACTERIZAÇÃO E INATIVAÇÃO ENZIMÁTICA

ISSN DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR DE JACAIACÁ (Poupartia amazônica) A PARTIR DA POLPA E CASCA DO FRUTO.

Evento: VII SEMINÁRIO DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Características físico-químicas do suco caju adicionadas de galactomananas de Adenanthera pavonina

ANÁLISE E COMPARAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS PARÂMETROS UVAS FINAS (Vitis vinifera) RUBI E ÍTALIA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E QUIMIOMÉTRICA DE POLPAS INDUSTRIALIZADAS DE GOIABA

Avaliação dos padrões de qualidade de salsichas de frango e comparação com as informações do rótulo, legislação e literatura

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BISCOITO SORDA (mata-fome) PRODUZIDO EM GARANHUNS-PE

Palavras-chave: Fitotecnia, fruticultura, qualidade de frutos.

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO QUÍMICA DA POLPA E CASCA DE FRUTOS DO MANDACARÚ (Cereus jamacaru)

CARACTERIZAÇÃO DA POLPA DE JAMELÃO (SYZYGIUM CUMINI L.) Lorena Silva Pinho¹, Taís Silva de Oliveira Brandão²

Definição de Parâmetros Iniciais para Maceração de Película Comestível de Cajá (Spondias mombin L.)

INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA Nº 30, DE

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE VINTE E SEIS GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO-AZEDO CULTIVADOS NO DISTRITO FEDERAL

PALAVRAS-CHAVE Ensino Médio. Engenharia de Alimentos. Geleia. Novos Talentos.

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE IOGURTES COMERCIALIZADOS EM VIÇOSA (MG) 1. Introdução

COMPOTA DE ABACAXI ADICIONADO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE CANELA EM PAU

Características de qualidade da casca, polpa e miolo de goiaba em diferentes estádios de maturação

AVALIAÇÃO DO TEOR DE VITAMINA C EM POLPAS DE ACEROLA COMERCIALIZADAS EM SUPERMECADOS DE PIRIPIRI-PI

Pesquisa, conhecimento e tecnologias da Embrapa em frutas nativas brasileiras

PROPOSTA DE PROCEDIMENTO DE SECAGEM DE BAGAÇO DE MAÇÃ PARA A PRODUÇÃO DE FARINHA

Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA QUÍMICA DAS POLPAS DE GOIABA (PSIDIUM GUAJAVA L.), COMERCIALIZADAS EM TERESINA PI. Luana Fernanda Soares de SOUSA (1); Dilson Cristino da Costa REIS (2); Francisco Wenner de Sousa da SILVA (3); Poliana Brito de SOUSA (4); Manoel de Jesus Marques da SILVA (5); Lúcia Maria de Fátima Carvalho MENDES (6) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), Praça da Liberdade nº 1597, Centro Cep 64000-040. Teresina-Pi, e-mail: luanafernanda1@hotmail.com (2)IFPI, e-mail: dilson_reis@hotmail.com (3)IFPI, e-mail: wennerlegal_007@hotmail.com (4)IFPI, e-mail: pollysousa100@hotmail.com (5)IFPI, e-mail: degamarks@gmail.com (6)IFPI, e-mail: lmendes2004@yahoo.com.br RESUMO A goiaba assume importância nas regiões tropicais e subtropicais, não só em função do seu elevado valor nutritivo, mas também devido a aceitação pelo mercado consumidor. É uma excelente fonte de vitamina C e tem uma apreciável quantidade de minerais como cálcio, fósforo e ferro na sua composição. Por este motivo, o objetivo de presente trabalho foi realizar a avaliação físico-química das polpas congeladas de goiaba consumidas em Teresina-Piauí. Trata-se de uma pesquisa experimental. Foram realizadas as determinações de ph, acidez total titulável (ATT), sólidos solúveis totais (SST), vitamina C, cinzas e umidade. A metodologia utilizada para análise foi de acordo com a adotada no Instituto Adolfo Lutz (2008). Os valores obtidos para polpas congeladas de goiaba nas determinações de ph, acidez, SST, vitamina C, cinzas e umidade variaram de 3,88 a 4,47; 0,27g/100g a 0,53g/100g; 6ºBrix a 8ºBrix; 1,02mg/100g a 21,81 mg/100g; 9,85% a 9,99%; 90% a 93,63%, respectivamente. Após a análise pôde-se constatar que em relação ao ph, acidez e sólidos solúveis totais as amostras de polpas congeladas de goiaba não atenderam às exigências de valor estabelecido pelos Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) para polpa de fruta. Com relação à vitamina C todas as amostras apresentaram valores inferiores ao estabelecido pela legislação. No entanto, para cinzas todas elas atenderam as exigências previstas no regulamento técnico. Palavras-chave: frutas, controle de qualidade, valor nutricional, legislação. 1. INTRODUÇÃO A goiabeira (Psidium guajava L.) é um arbusto de pequeno porte que pertence à família Mytaceae, que, em pomares adultos, pode atingir de três a seis metros de altura. As folhas são opostas e caem após a maturação; as flores são brancas e hermafroditas. Os frutos são bagos que têm tamanho, forma e coloração da polpa variável em função da cultivar. (MARTIN, 1967). A goiaba é considerada pelos nutricionistas como uma das frutas mais completas e equilibradas, sendo uma das mais ricas em vitaminas A, C, E e do complexo B, fibras, niacina e licopeno, além de concentrar altos teores de fósforo, magnésio, cálcio, ferro, ácido fólico. Suas excelentes propriedades organolépticas a tornam aproveitáveis tanto para o consumo in natura quanto para a industrialização. Sua polpa, de alto rendimento, pode ser transformada e comercializada na forma de doces, geléias, sorvetes, coquetéis, compotas, sucos e bebidas (CHOUDBURY et al., 2001). A polpa da fruta é o produto obtido da parte comestível dos frutos, após trituração e/ou despolpamento e posteriormente preservado por processos físicos como pasteurização e congelamento (BRUNINI et al., 2002). Segundo Franco & Landgraf (1996) é um produto não fermentado, não concentrado, não diluído, obtida pelo esmagamento das partes comestíveis de frutas carnosas, sadias, limpas e isenta de parasitas e de outros detritos animais e vegetais, através de processos tecnológicos adequados. Tal produto não poderá conter substâncias estranhas à sua composição normal, exceto àquelas previstas na legislação específica.

O Regulamento Técnico para Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para Polpa de Goiaba (BRASIL, 2000) estabelece parâmetros químicos como: Sólidos solúveis em ºBrix, a 20ºC: mínino de 7,00; ph mínimo de 3,5 e máximo de 4,2; acidez total expressa em ácido cítrico (g/ 100g): mínimo de 0,40; ácido ascórbico (mg/100g): mínimo de 40,00, açúcares totais naturais da goiaba (g/100g): máximo de 15,00; sólidos totais (g/ 100g) : mínimo de 9,00. Verifica-se atualmente uma nova tendência no consumo de alimentos que contém na sua composição características funcionais e nutricionais, alimentos saudáveis, por esse motivo houve uma expansão das agroindústrias de frutas, especialmente produtos de frutas com sabor exótico e aroma característico como é o exemplo da polpa de goiaba. Considerando o crescente aumento na comercialização e consumo da polpa de goiaba pela população da região Nordeste do Brasil, pelas propriedades benéficas além de nutricionais relevantes para o bem-estar e para saúde dos consumidores objetivou-se, por meio deste trabalho, avaliar a qualidade físico-química de polpa de goiaba congelada comercializada nos supermercados da cidade de Teresina-PI. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de goiaba (Psidium guajava L.). Constitui-se em dos frutos de maior importância nas regiões subtropicais e tropicais, não só devido ao seu elevado valor nutritivo, mas pela excelente aceitação do consumo in natura, pela sua grande aplicação industrial, como também porque pode se desenvolver em condições climáticas adversas (GONGATTI NETTO et al., 1996). De acordo com LIMA et al. (2001), caracterizando frutos de goiabeira, verificou que a massa dos frutos variou de 90,8 a 244,5 g/fruto. Os frutos destinados ao processamento industrial devem ter pesos médios em torno de 100 g, e aqueles destinados ao consumo in natura devem ser de tamanhos preferencialmente de médios a grandes, nesta ordem, os valores de diâmetro longitudinal variaram de 5,84 a 7,60 cm e a variação do diâmetro transversal dos frutos foi de 5,30 a 7,79 cm. O processamento de goiaba para obtenção de polpa é uma atividade agroindustrial importante na medida em que agrega valor econômico à fruta, evitando desperdícios e minimizando as perdas que podem ocorrer durante a comercialização do produto in natura (FURTADO et al,2000), além de permitir estender sua vida útil com manutenção da qualidade. Atualmente, o mercado de polpas tem apresentado expressivo crescimento, com grande potencial mercadológico, especialmente pela variedade de frutas e sabores agradáveis. Porém, a grande variedade de sabores não contemplados na legislação, aliado ao crescimento do mercado informal, podem levar à comercialização de produtos sem uniformidade e sem controle sanitário adequado (SANTOS; COELHO; CARREIRO, 2008). 3. METODOLOGIA 3.1 Seleção e aquisição das amostras de polpa de goiaba congelada As amostras de polpas de goiaba congeladas foram coletadas aleatoriamente em diferentes supermercados de Teresina PI, no mês de junho de 2010. Após a coleta de cinco diferentes marcas de polpa de fruta de goiaba, foram encaminhadas ao laboratório de alimentos do IFPI para realização das análises, onde as mesmas foram realizadas em triplicatas. 3.2 Análise físico-químicas Foram determinados ph, acidez total titulável, sólidos solúveis totais, vitamina C, cinzas, umidade pelo método adotado no Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008) a)ph As medidas de ph foram feitas através do método potenciométrico, com aparelho modelo PH- 016, marca PH METER. b)acidez total titulável (ATT) em ácido cítrico

A acidez foi determinada através do método volumétrico alcalimétrico. c)sólidos solúveis totais (SST) Foram determinados através de leitura direta em refratômetro manual da marca ATAGO. d)vitamina C O teor de vitamina C foi determinado pelo método de Tillmans. d) Cinzas Realizou-se utilizando o método gravimétrico, fundamentado na calcinação da matéria orgânica em forno mufla à temperatura de 550ºC. e)umidade Foi determinada pelo método gravimétrico que se baseia na perda de peso das amostras submetidas a aquecimento à temperatura de 105 ºC, em estufa de secagem, até peso constante. 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS A partir das análises físico-químicas e centesimais realizadas nas polpas congeladas de goiaba, obtiveram-se os dados expostos na tabela 1 relacionada abaixo: Amostras Tabela 1. Resultados da análise físico-química e centesimal das polpas congeladas de goiaba ph Acidez Total Titulável (g/100g) Sólidos Solúveis Totais (ºBrix) Vitamina C (mg/100g) Umidade (%) Cinzas(%) Média ±d.p. Média ±d.p. Média ±d.p. Média ±d.p. Média ±d.p. Média ±d.p. A 4,11± 0,02 0,50±0 7,00±0 1,55±0,28 91,23±0,28 9,93 ± 0,40 B 4,47 ±0,02 0,37±0,04 8,00±0 2,75±0,55 90,0±20,37 9,96±0,20 C 4,47±0,05 0,27±0,02 6,00±0 1,02±0,75 93,63±0,13 9,85±0,16 D 4, 3±0 0,53±0 8,00±0 8,73±0,65 92±0,43 9,85±0,10 E 3,88±0,02 0,48±0,01 6,00±0 21,81±3,24 92,56± 1,02 9,99±0,02 Padrão Min. 3,5 máx.4,2 Min.0,40 Min. 7,0 Min. 40 Min. 9,0 d.p. = desvio padrão Os dados representados na tabela 1 revelaram que somente as amostras A e E (4,11 e 3,88) respectivamente atenderam ao valor de ph exigido pela Instrução Normativa n 1 de 7 de janeiro de 2000, Regulamento Técnico Geral para Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para Polpa de Fruta (PIQ), que estabelece no mínimo 3,5 e no máximo 4,2. No entanto, a amostra D apresentou valor mais aproximado ao máximo permitido que foi de 4,3 quando comparado com as amostras B e C que apresentaram o mesmo valor de 4,47. Quanto à acidez total em ácido cítrico, obtido na amostra B foi de 0,37g/100g valor próximo ao mínimo permitido por lei que é 0,40g/100g, Entretanto o valor da amostra C foi de 0,27g/100g, sendo inferior ao da amostra B. Já as amostras A, D e E estão dentro do padrão permitido no PIQ que foram 0,50g/100g; 0,53g/100g e 0,48g/100g, respectivamente.

Com relação aos teores de sólidos solúveis totais, somente as amostras C e E estão próximos ao permitido pela legislação que impõe um mínimo de 7º Brix, este resultado indica provavelmente diluições das referidas polpas. As amostras A, B e D atenderam ao padrão permitido. Pereira et al.. (2006) que analisou a qualidade físico-química e o aspecto higiênico-sanitário de polpas de frutas congeladas em Viçosa-MG, observou que os sólidos solúveis totais apresentaram resultado variando de 6,0 a 8,0. Todas as amostras de polpas congeladas de goiaba apresentaram valores de cinzas dentro do limite permitido, que é de mínino 9,0 %. Com relação à umidade, os valores mínimos e máximos encontrados foram de 90,0% a 93,63%, respectivamente, resultados superiores aos encontrados na tabela brasileira de composição de alimentos- TBCA USP (2008) com um valor de 80,72 para umidade e inferior para cinzas com um valor de 0,81. Salgado et al..(1999) que avaliou os efeitos do processo utilizado na obtenção de polpa de frutas congelada observou que com relação ao ph, ºBrix e acidez a polpa congelada de goiaba apresentou valores aproximados que foram de 4,04; 8,83 e 0,55 respectivamente. Já com relação à umidade apresentou valores inferiores aos relatados neste trabalho que foi de 88,20. Houve diferença significativa para os teores de vitamina C entre as amostras de polpas de goiaba analisadas, ocorrendo variação entre 1,02mg/100g a 21,81mg/100g. Os valores para vitamina C obtidos muito baixo, nenhuma das amostras analisadas apresentaram teores dentro do mínimo exigido pela legislação (Brasil, 2000), que é de 40mg/100g. 5. CONCLUSÃO Após a análise constatou-se que algumas das amostras de polpas congeladas de goiaba não atenderam às exigências de valor estabelecido pelos Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) previstas no Regulamento técnico geral para fixação dos padrões de identidade e qualidade para polpa de fruta em relação ao ph, acidez e sólidos solúveis totais. Com relação a vitamina C todas as amostras apresentaram valores inferiores ao estabelecido pela legislação.o teor de cinzas das amostras de polpas atenderam as exigências previstas no regulamento e a umidade está superior a apresentada na tabela brasileira de composição de alimentos. REFERÊNCIAS Brasil, Leis, Decretos etc. Ministério de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Aprova os regulamentos técnicos para a fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para polpa das frutas. 7 de janeiro de 2000. CHOUDHURY, M. M. Goiaba: pós-colheita. Brasília: Embrapa, 2001. 45 p. FRANCO, B. M., LANDGRAF, M. Microbiologia de Alimentos. São Paulo. Atheneu, 1996. FURTADO AAL, CABRAL LMC, ROSA M.F, MODESTA RCD, PONTES SM. Avaliação microbiológica e sensorial da polpa de goiaba tratada termicamente. Revista Brasileira de Fruticultura, 2000 GONGATTI NETTO, G.A.; GARCIA, A.E.; ARDITO, E.F.G.; GARCIA, E.C.; BLEINROTH, E.W.; MATALLO, M.; CHITARRA, M.I.F.; BORADIN, M.R. Goiaba para exportação: procedimentos de colheita e pós-colheita: Ministério da Agricultura Rural, 1996. Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análises de alimentos. Coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. 1020p. LIMA, M.A.C.; ASSIS, J.S.; GONZAGA NETO, L. Caracterização dos frutos de goiabeira em seleção de cultivares na região do Submédio São Francisco. 2001.

MARTIN, A. Industrialização da goiaba. Boletim do Centro Tropical de Pesquisa de Alimentos, v.12, 1967.