INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS PROGRAMA DE TRABALHO 2012-2013 Este documento apresenta, de forma sucinta, o plano de trabalho acadêmico para 2012-2013, proposto pela diretoria do IRI à Congregação e aprovado pelo colegiado em sessão de abril de 2012. Nele são sugeridos objetivos e estratégias para nortear as ações da direção e dos colegiados do instituto. O programa proposto retoma os objetivos acadêmicos estabelecidos no documento apresentado ao Conselho Universitário, quando da transformação do IRI em unidade regular de ensino e pesquisa, em dezembro de 2010, e que podem ser resumidos na meta de fazer do IRI um centro de excelência no ensino, pesquisa e difusão de conhecimentos na área de relações internacionais, com reputação nacional e internacional. A seguir detalhamos objetivos para cada uma das atividades realizadas no âmbito do IRI. PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA O Programa de Pós-graduação recebeu sua primeira turma em agosto de 2009. Em 2012, a quarta turma de pós-graduandos está o curso e os primeiros mestrados começam a ser defendidos. Em 2010, o programa foi avaliado pelo Comitê da CAPES
recebendo conceito 4. Naquele momento, nenhuma dissertação ou tese havia sido defendida e, nestas circunstâncias, consideramos o conceito aceitável. Entretanto, nosso objetivo deve ser chegar paulatinamente aos conceitos atribuídos a programas de qualidade internacional (6 e 7). Assim sendo, nosso objetivo imediato deve se obter pelo menos um 5, na próxima avaliação, em 2013. Para atingir esse objetivo, propomos caminhar em três direções: definir com mais precisão as áreas fortes do programa e assegurar uma boa formação dos alunos; aumentar a internacionalização do programa e elevar de forma equilibrada a produção docente relevante, especialmente em periódicos de qualificação A, segundo o Qualis das áreas disciplinares envolvidas no projeto do IRI. 1. A identidade do programa O programa foi criado em torno de duas linhas de pesquisa que permitiam o diálogo interdisciplinar: a) economia política internacional, possibilitando o diálogo entre economistas e cientistas políticos; b) questões normativas e governança global, que dá ensejo à interação entre direito e ciência política. Paralelamente, com a participação na IPSA - Summer School of Concepts and Methods in Political Scienc and International Relations e a existência de disciplina obrigatória de métodos quantitativos, desejamos sinalizar nosso compromisso com a formação de pesquisadores capazes de manejar instrumentos essenciais de análise empírica. Essa formação ainda muito básica poderá ser complementada, por aqueles que assim o desejarem, com a definição de uma sequência de cursos mais avançados na Faculdade de 2
Saúde Pública, no Departamento de Ciência Política da FFLCH, no Departamento de Economia da FEA ou no Departamento de Estatística do IME. Por outro lado, hoje está claro que teremos a ganhar se introduzirmos uma outra grande linha de pesquisa: análise comparada de política externa. Essa é uma demanda clara dos candidatos que procuram nossa pós-graduação e que não é bem atendida em outros programas brasileiros. PROPOSTAS À COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA (CPGP) 1. Que a CPGP e os orientadores façam um esforço para engajar mais estudantes na IPSA Summer School. 2. Que a CPGP ofereça aos alunos que querem melhorar sua formação em análise de dados uma sequência ideal de disciplinas a serem cursadas em diferentes unidades da USP. 3. Criação de linha de pesquisa em análise comparada de política externa, com disciplinas correspondentes, na grade da Pós-Graduação. 2. Internacionalização do Programa Não é preciso justificar porque maior internacionalização é desejável. Para atingi-la, propomos as seguintes ações, a serem detalhadas pela CPGP e a Comissão de Cooperação Nacional e Internacional (CCNInt): PROPOSTAS À CPGP E CCNInt 1. Duplo diploma de doutorado com o King s College, da Universidade de Londres. As negociações estão em andamento, com muito empenho revelado pelas duas partes. 2. Concretizar o acordo de intercâmbio docente e discente com a Munck School of International Affairs, da Universidade de Toronto, que permitirá a circulação de estudantes de mestrado e de professores das duas instituições. Uma proposta de intercâmbio está sendo avaliada pela Munck School. 3. Programa de professores estrangeiros no IRI. O projeto apresentado à Reitoria, se aprovado, permitiria ter cerca de um quarto do corpo docente do IRI formado por estrangeiros (ver projeto anexo). 3
4. Ter pelo menos dois professores visitantes estrangeiros incorporados a cursos, em 2012. Estamos em tratativas com o profs. Leslie Bethell e Andres Malamud para o segundo semestre de 2012. 5. Estudar formas de ampliar o número de estudantes estrangeiros regularmente matriculados na PG-IRI. A CCNInt tem agora um funcionário totalmente dedicado à cooperação nacional e internacional, que está tratando de melhorar a informação e dar apoio aos estudantes estrangeiros no IRI. 6. Estudar formas de incorporar melhor os pesquisadores do International Scholars Program do IRI às atividades da PG. 7. Estimular os professores a se engajar em projetos colaborativos com pesquisadores internacionais. Para tanto, seria importante utilizar melhor o International Scholars Program, tornando-o menos reativo e buscando mais ativamente convidar pesquisadores que possam se tornar parceiros de nossos professores. Da mesma forma, procurar aproveitar a realização dos estágios docentes de pósdoutoramento para criar oportunidades de projetos conjuntos. 8. Criar mecanismos institucionais para estimular os alunos de doutorado a realizar estágio-sanduíche no exterior. 9. Concretização de acordos de cooperação, ainda em fase inicial, com a Hautes Études Internationales (HEI) de Genebra e com a North Carolina State University. No caso da HEI, o acordo contempla um college doctoral periódico com a participação dos alunos. 3. Pesquisa e produção docente Todos os professores do IRI estão engajados em projetos de pesquisa. Alguns participam de Núcleos de Pesquisa apoiados pela universidade, tais como o Núcleo de Estudos Comparados e Internacionais (NECI) e o Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI), ou em arranjos menos institucionalizados, mas igualmente estimulantes do ponto de vista acadêmico, como o Centro de Estudos das negociações Internacionais (CAENI) do Departamento de Ciência Política. Mas a participação em projetos internacionais e, especialmente, a publicação de artigos em revistas bem qualificadas são, ainda, reduzidas e muito concentradas em poucos docentes. Este fato é, em boa medida, resultado das diferentes "culturas disciplinares" 4
nas quais se formaram os professores do IRI. Mas precisa ser enfrentado com iniciativas concretas. PROPOSTAS À CPGP 1. Estimular os professores a candidatar-se a bolsas de pesquisa no sistema CNPq e a apresentar projetos de pesquisa na FAPESP e outras agências ou programas. 2. Organizar os semestres letivos de forma a assegurar que os professores tenham um bimestre letivo livre, por ano, no qual possam se dedicar integralmente à pesquisa e produção escrita. 3. Reorganizar o seminário de professores, transformando-o em um espaço de discussão franca de artigos preparados para publicação. 4. Estipular para os professores em tempo integral no IRI o mínimo de um artigo encaminhado à publicação como condição para participar na pós-graduação. 5. Requerer dos professores em pós-doutoramento no exterior a apresentação de texto a ser encaminhado para publicação, como parte do relatório final de pós-doc. 6. Estimular a participação em congressos internacionais de importância na área. GRADUAÇÃO O Bacharelado em Relações Internacionais é um projeto bem sucedido. Seu êxito mede-se tanto pela posição estável que vem ocupando, desde sua criação entre os cursos de mais elevada nota de corte da USP, quanto pelo destino profissional/acadêmico dos egressos acompanhados pela pesquisa específica realizada pelo IRI. O currículo do bacharelado foi aprimorado, ao longo dos anos, com a introdução de disciplinas de análise de dados e a ampliação da oferta de optativas. As disciplinas oferecidas são, em geral, bem avaliadas pelos alunos, a cada semestre. Entretanto, é sempre possível melhorar, mantendo o formato curso, especialmente, aumentando a oferta de disciplinas eletivas do IRI e fazendo com que os alunos da graduação se beneficiem da presença de pesquisadores estrangeiros. 5
Um problema a enfrentar é a crescente limitação da capacidade de expressão escrita dos alunos, o que poderá ter repercussões negativas no futuro, reduzindo suas oportunidades profissionais. PROPOSTAS À COMISSÃO DE GRADUAÇÃO, CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA (CGCE) 1. Ampliação de optativas oferecidas pelo IRI. Uma forma de otimizá-las seria oferecer cursos que sirvam simultaneamente para alunos em estágio avançado da graduação e alunos de pós-graduação. Esse pode ser o modelo dos cursos oferecidos por professores visitantes. 2. Possibilidade de introduzir disciplina de redação na grade curricular. INTERCÂMBIO INTERNACIONAL O crescente interesse no Brasil, como país emergente, multiplicou o número de missões de universidades estrangeiras que nos procuram para estabelecer convênios de cooperação. No que diz respeito ao intercâmbio de alunos, recebemos prioritariamente estudantes da América Latina e, a seguir, da Europa, e enviamos nossos alunos prioritariamente para a Europa continental, e não só devido a um acordo antigo e bem sucedido com Sciences Po-Paris. Para o IRI, é importante abrir oportunidades de intercâmbio de estudantes com Inglaterra e Estados Unidos, reconhecidamente países onde o estudo das relações internacionais é mais desenvolvido e é maior o número de centros de excelência em RI. De outra parte, dada a crescente importância internacional da China, seria desejável estabelecer contato mais firme com instituições acadêmicas desse país (o IRI já 6
recebeu dois doutorandos chineses, um dos quais é hoje responsável pelos estudos sobre Brasil na Chinese Academy of Social Sciences). Neste momento, temos em negociação os seguintes convênios, com distintos programas de trabalho. Se levados a bom termo, poderão ampliar nossas relações com Inglaterra e América do Norte: 1) Acordo com o King s College visando duplo diploma de doutorado (documentos do acordo em revisão pelo King s e pela USP); 2) Acordo de cooperação envolvendo mobilidade de alunos e professores com a Munck School of Global Affairs da University of Toronto (documentos do acordo em estudo por UT); 3) Acordo de cooperação com George Washington University, envolvendo mobilidade estudantil (documentos do acordo em estudo pelas duas universidades); 4) Acordo de cooperação com a American University, envolvendo atividades conjuntas para alunos de pós-graduação das duas universidades (em conversação); 5) Conversações com HEI de Genebra, iniciadas pelo prof. Jacques Marcovitch; 6) Possibilidade de ampliação do convênio com a SIPA-U. Columbia, até o momento restrita à cooperação em um programa de mestrado da SIPA, para realização de trabalho de campo no Brasil, na área de sustentabilidade. 7) Acordo com a North Carolina State University. PROPOSTAS À CCNInt 1. Concluir os acordos em andamento. 2. Buscar acordos com universidades chinesas. 7
EXTENSÃO O IRI realiza dois tipos diferentes de extensão. O primeiro se realiza por meio do GACint e tem por objetivo conectar a universidade com a comunidade de relações internacionais, formada por especialistas em relações internacionais acadêmicos e não-acadêmicos, diplomatas e outros quadros do setor público, empresários e militares. A criação do GACint antecede a existência do IRI e do Bacharelado em Relações Internacionais. O grupo, constituído por convidados, reúne-se quinzenalmente em atividade fechada, mas o resumo das apresentações e discussões é feito no boletim eletrônico Debates Gacint, amplamente distribuído pela mailing-list do IRI e disponível também no site. Neste momento, a coordenação é exercida pelo prof. Ricardo Sennes, que não pertence aos quadros do IRI. Nas suas tarefas é auxiliado por alunos de pósgraduação do IRI, que atuam como assistentes voluntários. A direção do IRI dá grande valor ao GACint como ponte entre a universidade e a comunidade de RI. Embora o grupo esteja consolidado e funcione há muitos anos, seria recomendável que contasse com recursos para cobrir despesas com convidados e com o boletim. A segunda forma de extensão realizada é o Projeto Educar para o Mundo, que trabalha com imigrantes bolivianos na cidade de São Paulo, por meio da atuação em uma escola de bairro. O projeto, no qual participam estudantes de graduação, é coordenado pela profa. Deisy Ventura e trata de informar os imigrantes de seus direitos básicos. 8
A direção do IRI, embora valorize a atividade de extensão, considera que não será possível estendê-la para além das duas atividades já existentes e recomenda que se procure fortalecer o que já vem sendo feito. PROPOSTAS 1. Concretizar o acordo com o Ministério da Justiça para apoiar Educar para o Mundo. 2. Buscar recursos para financiar a operação do GACInt. IRI, abril de 2012. Maria Hermínia Tavares de Almeida Diretora 9