NOTA INFORMATIVA OUTUBRO 2010

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Transcrição:

Saudade e Silva Serviços de Contabilidade, Ldª NOTA INFORMATIVA OUTUBRO 2010 FORMAÇÃO PROFISSIONAL - UMA RESPOSTA NECESSÁRIA À CRISE. Prezado cliente, segundo a Lei nº7/2009, de 12/02 (artigo 131º do Código do Trabalho), embora não seja do âmbito da contabilidade, fazemos o seguinte alerta: o Trabalhador tem direito a formação profissional com um número mínimo de trinta e cinco horas anuais. De salientar que, com a introdução do Relatório Único, estes dados serão oficiais. Com a necessidade de aumentar a produtividade e competitividade nas empresas a formação contínua dos trabalhadores é essencial, imprescindível e obrigatória. Melhor será, não olharmos para a formação como um mal necessário mas antes como, alguém disse, um antídoto para o desperdício. Desperdício no sentido de que devemos tentar eliminar ou reduzir as actividades que não acrescentam valor e que contribuem para o aumento dos custos, designadamente de tempo, da não satisfação do cliente, etc., etc., sendo que a vantagem competitiva mede-se pelo valor que as organizações criam e que é percebido pelo cliente. A Formação Contínua é, mais do que nunca, um instrumento fundamental que as empresas deverão utilizar para melhorar as suas práticas profissionais, aperfeiçoar e actualizar novos conhecimentos, elevando a qualidade da sua oferta, maiores serão as hipóteses de vencer no mercado. De acordo com informação já divulgada em Notas anteriores, relembramos mais esta obrigação que terá de ser prestada daqui a meia dúzia de meses, com referência aos elementos obtidos em 2010. Há semelhança deste ano, entre 16 de Março e 15 de Abril de 2011, as empresas estão obrigadas a enviar, por meio informático, com rigor e detalhe o designado Relatório Único, composto pelos diversos anexos, sendo que, o d) e o h) entram em vigor a partir de 2011. Este relatório reúne as informações respeitantes a: a) Quadro de pessoal; b) Comunicação trimestral de celebração e cessação de contratos de trabalho a termo; c) Relação semestral dos trabalhadores que prestam trabalho suplementar; d) Relatório da formação profissional contínua (2011) de que anexamos mais informação; e) Ao relatório da actividade anual dos serviços de segurança e saúde no trabalho; f) Ao balanço social; (só para médias e grandes empresas); g) Às greves; h) Aos prestadores de serviços (2011); O relatório deve ser entregue somente por empregadores. Assim, o Trabalhador Independente só estará obrigado à entrega do relatório se tiver trabalhadores ao seu serviço, o mesmo já não se verifica para as empresas com contabilidade organizada, nomeadamente sociedades. Nesta situação o sócio/gerente, ou seja, aquele que exerce, de facto, funções na empresa é obrigado a ter formação mas apenas no domínio da Higiene e Segurança no Trabalho. Existem diversas entidades criadas para suprir esta necessidade, na nossa zona, temos a AIRO, o CENCAL, o CENFIM, o GABINAE, entre outras. Normalmente estas formações são subsidiadas pelo Fundo Social Europeu, algumas são gratuitas e podem dar direito ao recebimento de subsídio de alimentação correspondente aos dias de formação. Nos tempos que correm, com tanta exigência, quem nos dera poder fazer como o nosso amigo, acima, resta-nos andar em frente e cara alegre!... Saudade e Silva-Serviços de Contabilidade, Lda Nota Informativa de Outubro 2010 1

FORMAÇÃO PROFISSIONAL - Anexo d) - SÍNTESE AS OBRIGAÇÕES PREVISTAS NO CÓDIGO DO TRABALHO E NA SUA REGULAMENTAÇÃO O Código do Trabalho e posteriormente a Lei nº 35/2004, e 29 de Julho que o veio regulamentar, estipulam princípios e normas sobre formação profissional. A grande novidade encontra-se, não ao nível dos princípios gerais preexistentes na legislação anterior mas ao nível da obrigatoriedade de concretização do dever de formação profissional. OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL Proporcionar qualificação inicial a jovem que ingresse no mercado de trabalho sem essa qualificação; Assegurar a formação contínua dos trabalhadores da empresa; Promover a integração socioprofissional de trabalhador pertencente a grupo com particulares dificuldades de inserção. Quais os deveres do empregador para com o trabalhador na área da formação Promover o desenvolvimento e a adequação da qualificação do trabalhador; Assegurar a cada trabalhador o direito individual à formação, através de um número mínimo anual de horas de formação; Organizar a formação na empresa, estruturando planos de formação anuais ou plurianuais; ( ) Documento Único Com a entrada em vigor da Portaria n.º55/2010 de 21 de Janeiro, o empregador passou a ter de prestar, anualmente, informações detalhadas quanto à actividade social da empresa num único documento, designado por Relatório Único (RU). Informações prestadas pelo Relatório Anual da Formação Continua -ANEXO C)? O empregador deve mencionar as seguintes informações, de cada trabalhador, no âmbito da formação contínua: A situação face à frequência de Formação Contínua Ex: Se frequentou formação contínua no ano em referência, ou se recebeu compensação monetária ou crédito de horas em substituição da frequência da formação, entre outras situações. O período de referência de formação Ex: Se frequentou formação profissional correspondente a direito adquirido no ano de referência, nos dois anos anteriores ou se frequentou formação por antecipação da aquisição; Áreas de Educação/ Formação de Acção Nível de Qualificação da Formação Modalidades da Formação Iniciativa da Formação Horário da Formação Entidade Formadora Tipo de Certificado Entre outros ( ) Saudade e Silva-Serviços de Contabilidade, Lda Nota Informativa de Outubro 2010 2

Sanções previstas para os empregadores que não entreguem o relatório no prazo requerido Segundo a Lei n.º105/2009, de 14 de Setembro, constitui contra-ordenação grave a falta de envio do relatório, no prazo legalmente previsto. Quais as ameaças da preterição dos deveres do empregador A violação dos deveres do empregador quanto: Formação Número mínimo de horas proporcionado Número mínimo de trabalhadores abrangidos na formação Divergência do conteúdo da formação da actividade prestada pelo trabalhador Valor das Coimas Constitui uma contra-ordenação grave, que poderá traduzir-se na aplicação de uma coima, que poderá ir desde 612,00 a 9.690,00, de acordo com a gravidade da infracção, o volume de negócios da empresa e a culpa do infractor. Breves exemplos: Contra-Ordenação Grave Empresa com um volume de negócios de 500.000, os valores aplicados podem ir desde 612,00 a 2.652,00; Empresa com um volume de negócios de 5.000.000, os valores aplicados podem ir desde 1.224,00 a 5.100,00; Empresa com um volume de negócios de 10.000.000, os valores aplicados podem ir desde 1.530,00 a 9.690,00 FORMAÇÃO EM HIGIENE, SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO- Anexo E) EM QUE CONSISTE? Saúde no Trabalho Vigilância médica; Higiene no Trabalho Prevenção de doenças profissionais; Segurança do Trabalho Prevenção de acidentes de trabalho. Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho Obrigatoriedade legal para todas as empresas em Portugal! A área da Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho, aplica-se a todas as empresas não só por imposição legal, mas também a todos que querem ser competitivos e que se querem manter no mercado de uma maneira sustentada e eficaz (D.L. nº 441/91 de 14 Novembro). As entidades empregadoras têm o dever de assegurar aos seus trabalhadores uma formação adequada e suficiente no domínio da segurança, higiene e saúde no trabalho, tendo em conta as respectivas funções e o posto de trabalho. Nº de Horas de Formação Não existem horas estipuladas na legislação, podendo as mesmas serem incluídas nas 35 horas obrigatórias de formação profissional. Nota: a última informação, sublinhada (não é vinculativa) foi-nos fornecida, recentemente, via/telefone por um profissional da ACT). Saudade e Silva-Serviços de Contabilidade, Lda Nota Informativa de Outubro 2010 3

Anexo à Nota Informativa de Outubro 2010- sobre Formação Profissional Conjunto de questões e respectivas respostas disponibilizadas pela nersant.pt - Associação Empresarial da Região de Santarém, no site da mesma. 1. As horas de formação proporcionadas pela empresa podem ser acumuladas para 2 anos? Sim, o empregador pode antecipar até dois anos a efectivação da formação anual imputando-se a formação realizada ao cumprimento da obrigação mais antiga. Caso esteja em causa o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) o período de antecipação é de cinco anos. 2. As despesas de deslocações para frequência das acções de formação profissional são da responsabilidade da empresa ou do trabalhador? As despesas de deslocações para frequência das acções de formação profissional, a existirem, são da responsabilidade da empresa, que é quem tem a obrigação de proporcionar formação. 3. Se a formação for ministrada por um fornecedor mas cuja empresa não é acreditada para dar formação, esta formação é considerada válida? Não. A formação profissional tem que ser desenvolvida por entidade formadora certificada para o efeito. 4. Empresários em nome individual também têm que fazer formação (apenas o empresário em nome individual é trabalhador)? A obrigação de promover o desenvolvimento da qualificação profissional é do empregador e tem como destinatário o trabalhador, pelo que só se aplica a empresas. Não se aplica aos trabalhadores em nome individual. 5. Os 10% de trabalhadores aos quais a entidade patronal tem que proporcionar formação profissional são calculados em relação à média anual ou refere-se a 31 de Dezembro de cada ano? A percentagem é calculada sobre os trabalhadores existentes a 31 de Dezembro do ano a que diga respeito. 6. Os trabalhadores a recibos verdes também contam para os 10% de trabalhadores que anualmente a entidade empregadora tem que proporcionar formação? Não. O empregador apenas tem obrigação de conceder as 35 horas anuais de formação aos trabalhadores do quadro permanente ou com contrato a termo. Quem passa recibos verdes é um prestador de serviços e não trabalhador no sentido estrito do Código do trabalho. 7. Uma empresa que apenas tenha dois trabalhadores, quantos têm que fazer formação anualmente e quantas horas por ano? Anualmente, nesta situação, um trabalhador terá que fazer 35 horas de formação. 8. Existe a obrigatoriedade de as entidades empregadoras definirem um plano de formação interno? Sim. O Código do Trabalho prevê que o empregador tem a obrigação de organizar formações na empresa, estruturando planos de formação anuais ou plurianuais, mas estão excluídas desta obrigatoriedade as micro empresas (que empreguem até 10 trabalhadores nº2 do art. 165). 9. Quando haja cessação do contrato de trabalho, o empregador que não tenha cumprido a obrigação de prestar ao trabalhador as 35 horas de formação, é obrigado a pagar essa formação? Sim. Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem direito a receber a retribuição correspondente ao número mínimo anual de horas de formação que não lhe tenha sido proporcionado, ou ao crédito de horas para formação de que seja titular à data da cessação. 10. Quando um trabalhador se recusar a frequentar acções de formação proporcionadas pela entidade empregadora, como deve esta proceder? O trabalhador tem obrigação de aceitar ordens da sua entidade patronal. A recusa a frequentar formação é uma violação dos seus deveres enquanto trabalhador, podendo a entidade patronal instaurar processo disciplinar ao trabalhador em causa com fundamento em desobediência. Saudade e Silva-Serviços de Contabilidade, Lda Nota Informativa de Outubro 2010 4

11. Como são pagas as horas quando a formação decorre em horário pós laboral? As horas de formação que ocorram fora do horário de trabalho e que não ultrapassem as duas horas diárias deverão ser pagas em singelo, pois este tempo não se insere na noção de trabalho suplementar. As horas seguintes são consideradas trabalho suplementar e devem ser pagas como tal. 12. No caso de um trabalhador que frequente o processo RVCC por iniciativa própria fora do horário normal de trabalho, essas horas são contabilizadas pela entidade patronal? Não. Apenas entra na contagem das 35 horas o tempo que o trabalhador despendeu durante o horário de trabalho. 13. Como se processa o cumprimento da obrigação de prestar formação profissional quando se trata de trabalhadores com horários por turnos? A formação terá que ser proporcionada no horário de trabalho do trabalhador, caso não seja possível e prestando-se a formação fora do horário de trabalho fica o trabalhador com direito a receber retribuição pelas horas de formação proporcionadas. Estas são pagas em singelo desde que não excedam as duas horas diárias. 14. As horas de formação fora do horário normal de trabalho são pagas obrigatoriamente ou só se exigidas pelo trabalhador? São pagas obrigatoriamente. 15. Se a obrigação de formação anual mínima é a 10% dos trabalhadores, ao fim de quantos anos a empresa tem que ter proporcionado formação a todos os trabalhadores? Ao fim de dois, uma vez que este é o período máximo que o empregador pode diferir a efectivação da formação anual. 16. As horas de formação contabilizadas por um trabalhador têm que ser numa área afim com a actividade desenvolvida na empresa? As horas de formação deverão ter correspondência com a actividade prestada ou respeitar a tecnologias de informação e comunicação, segurança e saúde no trabalho ou língua estrangeira. 17. As horas para prestação de provas/exames que podem ser contabilizadas nas 35horas de formação obrigatória, podem incluir os dois dias de faltas que estão previstas na lei? Não. Apenas são contabilizadas as horas de dispensa de trabalho para frequência de aulas e de faltas para a prestação de provas de avaliação. 18. Se a prova tem a duração de duas horas e o trabalhador tem o dia inteiro, quantas horas são contabilizadas como válidas para as 35 horas anuais? São contabilizadas apenas as duas horas, que é o correspondente à falta para prestação de prova de avaliação. 19. Um trabalhador que sai ½ hora mais cedo para chegar a horas às aulas ou a uma prova. Esse tempo conta para as horas de formação? Não. Apenas contam as horas efectivas de aulas ou de prova de avaliação. 20. A formação proporcionada por parte da entidade patronal tem ser realizada por formador certificado? Sim, a formação pode ser desenvolvida pelo empregador, por entidade formadora certificada, ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelo ministério. 21. Entrando um funcionário de baixa sem previsão para voltar ao serviço, contratando a empresa um trabalhador para o espaço de tempo que tal situação se mantiver, é obrigatório a empresa proporcionar formação a este trabalhador? Sendo um contrato a termo por um período igual ou superior a 3 meses, o empregador tem a obrigação de lhe proporcionar um número de horas proporcional à duração do contrato nesse ano. Se for por período inferior, não tem de proporcionar formação. 22. Se uma entidade contratar um trabalhador por 2 meses e, após 4 ou 5 meses, contratar o mesmo trabalhador por novo período de 2 meses, como proceder em termos de formação profissional? A obrigação de proporcionar formação profissional só existe quando estejam em causa trabalhadores do quadro permanente ou contratados a termo por um período igual ou superior a três meses. Saudade e Silva-Serviços de Contabilidade, Lda Nota Informativa de Outubro 2010 5

23. Uma empresa de prestação de serviços cujos trabalhadores fazem formação no posto de trabalho também é válida para as 35 horas anuais? Sim. A formação pode ser desenvolvida pelo empregador. 24. Uma entidade empregadora que tenha formadores internos com CAP e que ministrem formação interna, esta formação é considerada válida? Sim é. 25. O trabalhador pode recusar frequentar a formação profissional proporcionada pela empresa se a mesma decorrer fora do seu horário normal de trabalho? Pode. A entidade empregadora tem o dever de proporcionar formação dentro do horário de trabalho do trabalhador. 26. Quem suporta os custos com a formação por iniciativa do trabalhador, o próprio ou a entidade patronal? Em principio o próprio, a menos que por acordo individual seja estabelecido um subsídio para pagamento do custo da formação, tendo tal subsídio o limite do valor da retribuição do período de crédito de horas utilizado. 27. O ano passado realizei mais horas de formação do que as estipuladas por lei. As horas a mais já contam para o crédito da formação? As horas realizadas que excedam as 35 horas, entram na contagem das horas de formação para os anos seguintes, pois o empregador pode antecipar até dois anos a efectivação da formação anual, podendo tal período ser de cinco anos sempre que esteja em causa a frequência de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências. 28. No caso de dar uma formação de 50 horas aos meus trabalhadores, que é superior ao limite obrigatório definido por lei, o que acontece? As horas de formação que ultrapassem as 35 horas obrigatórias efectivam a formação obrigatória dos dois anos seguintes. Ou seja, as 15 horas a mais desse ano entraram na contagem das 35 horas do ano seguinte. Sendo assim no ano seguinte apenas faltariam 20 horas. 29. Eu tenho um caso já de 3 trabalhadores que se recusaram a ir à formação. Como deverei proceder? Constituindo tal situação uma violação dos deveres do trabalhadores poderá instaurar-lhe um procedimento disciplinar com esse motivo. Será também conveniente ter um documento escrito no qual o trabalhador afirma recusar-se a frequentar a formação. 30. Como se evidenciam as horas de aulas, provas e processos RVCC frequentados pelos trabalhadores? Através de declarações da entidade formadora/estabelecimento de ensino que atestem as referidas horas de aulas e realização de provas de avaliação. 31. Um trabalhador que preste serviços a duas entidades patronais, as horas de formação realizadas contam de igual modo para as duas entidades? Cada entidade patronal deverá proporcionar ao trabalhador as 35 horas de formação anual. Nota Informativa elaborada pelas estagiárias Vanessa Almeida e Tânia Franco Bibliografia: toda esta informação está disponível na Internet, nomeadamente, a formação realizada em Fátima em 18-09- 2010, pela entidade formadora Sentidos Dinâmicos; a disponibilizada pela AECOP, pela entidade apavt form. e pela nersant.pt. Saudade e Silva-Serviços de Contabilidade, Lda Nota Informativa de Outubro 2010 6