APRESENTAÇÃO... 3 INTRODUÇÃO CRÉDITO RURAL... 5

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... 3 INTRODUÇÃO... 4 1 CRÉDITO RURAL... 5 1.1 MONTANTE DE RECURSOS E TAXA DE JUROS... 5 1.2 LINHAS DE CRÉDITO PARA INVESTIMENTO... 6 1.2.1 Programa de Sustentação do Investimento - PSI / Aquisição de caminhões, máquinas e implementos... 6 1.2.2 Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras - Moderfrota... 7 1.2.3 Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais-Modeagro 8 1.2.4 Programa ABC...9 1.2.5 BNDES Automático... 9 1.2.6 Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária Prodecoop... 10 1.2.7 Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias - Procap-agro... 10 1.2.8 Programa de Capitalização das Cooperativas de Crédito - Procap-Cred... 11 1.3 CUSTEIO E COMERCIALIZAÇÃO... 11 1.3.1 Custeio Agrícola... 11 1.3.2 Acesso aos financiamentos e crédito rotativo... 12 1

2 APOIO A COMERCIALIZAÇÃO... 13 2.1 POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS - PGPM... 13 2.2 PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DE PREÇOS AO PRODUTOR... 14 3 GESTÃO DE RISCO RURAL... 14 3.1 PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL... 14 3.2 PROAGRO... 16 4 APOIO AO MÉDIO PRODUTOR... 19 4.1 PROGRAMA NACIONAL DO MÉDIO PRODUTOR RURAL - PRONAMP... 19 5 MEDIDAS SETORIAIS... 20 5.1 PROGRAMA DE APOIO À PRODUÇÃO DE HORTIFRUTIGRANJEIROS... 20 5.2 PROGRAMA DE FOMENTO TECNOLÓGICO E CIENTÍFICO NO MEIO RURAL... 21 5.3 FUNDO DE DEFESA DA ECONOMIA CAFEEIRA FUNCAFÉ... 21 5.4 RENEGOCIAÇÕES DE DÍVIDAS... 22 6 PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR - PRONAF... 23 2

APRESENTAÇÃO A política agrícola, com programas de qualidade, recursos suficientes, liberados em momento oportuno, é fundamental para mitigar riscos no campo, assegurar renda ao produtor rural e a produção de alimentos para a sociedade. O presente documento apresenta propostas de melhorias para a política agrícola federal relacionada ao apoio à produção, crédito de custeio, programas de investimento, seguro agrícola, apoio à comercialização, Proagro, Pronaf, medidas setoriais e emergenciais para a redução dos efeitos da estiagem da safra 2011/12. A elaboração das propostas contou com a participação de produtores, sindicatos, cooperativas, técnicos e entidades representativas do setor agropecuário paranaense, coordenados pela Associação das Empresas de Planejamento Agropecuário APEPA, Federação da Agricultura do Estado do Paraná FAEP, Organização das Cooperativas do Estado do Paraná OCEPAR e Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento SEAB. Esta contribuição não tem por objetivo esgotar todas as demandas do setor agropecuário, mas busca subsidiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA e o Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA na elaboração do Plano Agrícola e Pecuário e do Plano Safra, com mais de setenta propostas para a melhoria das condições de produção e renda da agropecuária nacional. 3

INTRODUÇÃO A agricultura é um setor estratégico para o Brasil. Tem a responsabilidade de garantir a produção de alimentos em quantidade e qualidade suficientes, de produzir considerável parte da energia consumida internamente e de gerar emprego e renda, no campo e na cidade. É um setor que movimenta uma economia equivalente a cerca de um quarto do PIB do país e gera também divisas, através dos excedentes de produção que são exportados. Sem as exportações do agronegócio, a balança comercial brasileira seria deficitária. O Estado do Paraná possui grande destaque na produção agrícola nacional. A agricultura e a pecuária movimentam uma economia equivalente a 1/3 do PIB estadual, através da transformação da produção e dos serviços associados à cadeia do agronegócio. Em uma área equivalente a apenas 2,3% do território nacional, a agricultura paranaense é responsável por 21% da produção de grãos e por cerca de 8% de toda produção agropecuária do país. Entretanto a agropecuária enfrenta enormes desafios para continuar se desenvolvendo. É uma atividade econômica vulnerável na mesma proporção de sua importância econômica e social. Primeiro, as variáveis climáticas são fundamentais nas decisões dos agricultores, por isso as previsões climáticas são sempre acompanhadas com muito interesse durante o ano todo. O Paraná produziu 32 milhões de toneladas de grãos na safra 2010/11 e na atual temporada as estimavas apontam para apenas 27 milhões de toneladas. O motivo da redução deve-se a severa estiagem que afetou as lavouras de soja, milho e feijão provocando prejuízos de R$ 3,3 bilhões. Desse modo, os preços nacionais e internacionais dos produtos agropecuários são acompanhados com muita preocupação. O agronegócio paranaense responde por cerca de 73% das exportações totais do estado, segundo dados de 2011 do MDIC/SECEX. Enfim, o cenário de risco da produção rural é ainda agravado pela deficitária infraestrutura de rodovias, ferrovias, portos e pela incidência de impostos em cascata que acarretam aumentos de custos e perda de competitividade da agropecuária. 4

1 CRÉDITO RURAL O crédito rural, em condições e valores adequados é vital para a viabilização da agricultura brasileira. Devido à sua frágil situação financeira, o produtor rural tem necessidade de crédito para custeio da safra. A existência de linhas de crédito com taxas de juros e recursos suficientes podem assegurar a produção no curto prazo. Por outro lado, a agropecuária busca o crescimento no médio e longo prazo, por isso, tem necessidade de constantes investimentos em melhorias das condições de produção, atualização tecnológica e agregação de valor à produção primária. Os programas de crédito rural do governo contemplam tanto o custeio quanto o investimento. Porém, para atender adequadamente a demanda do setor rural por recursos são necessários aperfeiçoamentos nesses programas, com a alocação de mais recursos em volumes e épocas compatíveis com os ciclos de exploração da atividade agropecuária e ampliação da cesta de produtos e projetos amparados pelos programas, conforme solicitado a seguir. 1.1 Montante de Recursos e Taxa de Juros O montante de recursos e as taxas de juros do crédito rural adequadas à atividade agropecuária são importantes medidas de incentivo e estímulo à produção. O aumento de 7,2% no total de recursos disponibilizado na safra 2011/12 (R$ 107,2 bilhões), em comparação a safra anterior, foi equivalente apenas a correção dos índices inflacionários de 2011. Para calcular o montante de recursos a ser disponibilizado na safra 2012/13 é de grande importância considerar, além do aumento da inflação, os fatores: o aumento do limite de crédito por produtor, a elevação dos custos de produção, que na safra 2011/12 foi em média 15% maior para os produtores paranaenses, a expectativa de ampliação na área a ser cultivada. Além do aumento dos recursos, pleiteia-se uma redução da taxa de juros, alinhada com as reduções ocorridas na taxa Selic, que em 2005 era de 19,12% e está estimada para 2012 em 9,5% ao ano, enquanto que, os juros controlados do crédito rural, eram de 8,75% 5

em 2005 e na última safra 2011/12 foram de 6,75% ao ano. Dessa forma, a redução da taxa Selic foi de 10 pontos percentuais enquanto que, a de juros controlados foi de apenas 2 pontos percentuais no mesmo período. Tabela 1 Comparativo da taxa Selic e juros controlados do crédito rural entre 2005 e 2012(%) Fontes: Banco Central e IBGE 1 Estimativa, segundo o relatório Focus Proposta: a) Aumentar a dotação de recursos para R$150,0 bilhões para o financiamento de custeio, comercialização e investimento na safra 2012/2013, destinando R$ 22,0 bilhões a Agricultura Familiar e R$ 128 bilhões a Agricultura Empresarial; b) Reduzir a taxa de juros do crédito rural de 6,75% para 5,75% ao ano. 1.2 Linhas de Crédito para Investimento 1.2.1 Programa de Sustentação do Investimento PSI / Aquisição de caminhões, máquinas e implementos Criado em 2009 para estimular os investimentos nos setores econômicos diante da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, o Programa BNDES de Sustentação do Investimento BNDES PSI atingiu aplicações significativas, de mais de 75% do total dos recursos programados desde a safra 2009/2010, contribuindo fortemente para renovação das máquinas no campo e consequente incrementos de produtividade. 6

A taxa de juro inicial de 4,5% ao ano reduziu as desvantagens em relação aos produtores de outros países, que conseguem comprar máquinas e implementos a um custo médio de 40% inferior aos produtores brasileiros, contribuindo assim para competitividade dos produtos agrícolas brasileiros. Diante de um cenário econômico internacional ainda problemático, a redução da taxa de juros e a continuidade do programa são de fundamental importância para assegurar os investimentos nos diversos setores da economia. a) Manter para a safra 2012/13 a linha de crédito do Programa de Sustentação de Investimentos (PSI BK), com recursos do BNDES da ordem de R$ 4 bilhões para aquisição de caminhões, máquinas e implementos; b) Tornar o PSI BK um Programa perene; c) Reduzir a taxa de juros para 4,5% ao ano como no início do programa. 1.2.2 Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras Moderfrota O Programa Moderfrota foi criado para melhorar as condições de mecanização no campo. Apesar do aumento verificado na venda de tratores agrícolas, implementos e colheitadeiras, as taxas de juros vigentes ainda são elevadas para muitos produtores rurais. Melhorias nas taxas de juros irão propiciar maior acesso dos produtores rurais a tecnologias e maquinários modernos. a) Reduzir as taxas de juros de 7,5% para 5,5% ao ano para os produtores beneficiários do Pronamp e para os demais produtores de 9,5% para 5,75% ao ano para itens novos ou usados; 7

1.2.3 Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais - Moderagro O Moderagro pode ser considerado como uma alternativa para investimento na diversificação da produção rural, propiciando fontes alternativas de renda e ocupação da capacidade da propriedade e do trabalho do produtor rural. a) Aumentar o limite para R$ 700.000,00 (setecentos mil reais) por beneficiário, e para R$ 2.100.000,00 (dois milhões e cem mil reais) para empreendimento coletivo, respeitado o limite individual por participante, independentemente de outros créditos contraídos ao amparo de recursos controlados do crédito rural (Res 3.986 art 7º); b) Incluir como itens financiáveis pelo Moderagro as benfeitorias e equipamentos para instalação, ampliação e modernização de unidades de produção de leitões (UPL), matrizeiros de recria de aves destinados à produção de ovos férteis e matrizeiros de produção de ovos férteis com o objetivo de fomentar a avicultura e suinocultura conforme condições abaixo: I. Estabelecer limite de investimento de R$ 9 milhões para matrizeiros de recria de ovos férteis e de R$ 1,3 milhão para matrizeiros de produção de ovos férteis; II. Estabelecer limite de investimento de R$ 5 milhões para UPLs e de R$ 2,5 milhões para crechários; III. Quando se tratar de financiamento para reposição de matrizes bovinas ou bubalinas no âmbito do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose - PNCEBT aumentar o limite de crédito para R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) por beneficiário e para R$3.500,00 (três mil e quinhentos reais) por animal (Res 3.979 art 1º); IV. Criar um fundo de aval para facilitar o acesso ao crédito de produtores que tiveram animais sacrificados no âmbito do PNCEBT; 8

V. Alterar texto da Res. 3979 seção 4 e no MCR 13-4-1 - MODERAGRO inserindo reprodutores e matrizes bovinas, bubalinas, ovinos, caprinos para leite e corte nos itens financiáveis, a aquisição de animais aparece apenas no âmbito do PNCEBT e este crédito precisa estar disponível para produtores que queiram aumentar ou aprimorar seus plantéis. 1.2.4 Programa ABC O Programa ABC Agricultura de Baixo Carbono foi instituído na safra 2010/11, com objetivo de apoiar práticas de produção sustentável, como integração lavoura pecuária, recuperação de pastagens degradadas, práticas conservacionistas de solo, plantio de florestas comerciais e recomposição de áreas de preservação permanente, entre outros itens. No entanto, dos R$ 2,3 bilhões previstos na Resolução 3979/2011, somente R$ 400 milhões foram aplicados até janeiro de 2012. Uma das formas de ampliar a utilização dos recursos é incluir entre os setores financiáveis a substituição da colheita manual pela mecanizada na produção de cana-de-açúcar, visando eliminar os prejuízos ambientais. a) Incluir como itens financiáveis no Programa ABC todas as operações necessárias para implantação do sistema de colheita mecanizada da cana-de-açúcar, tais como, colheitadeira, trator, equipamento de transbordo, cavalo mecânico, caminhão prancha, caminhão bombeiro entre outros equipamentos; b) Incluir também como itens financiáveis no MCR 13-7-1- C-III a manutenção e implantação de curvas de nível e aplicação de corretivos de solo em áreas agropecuárias; c) Aumentar o limite de financiamento por mutuário de R$ 1,0 para R$ 2,0 milhões. 1.2.5 BNDES Automático O Programa BNDES-automático oferece condições desburocratizadas para o crédito de investimento de pessoas jurídicas. No entanto, um aumento nos limites de crédito de financiamento possibilitaria o atendimento a um número maior de empresas. 9

Proposta: a) Aumentar o limite de financiamento no âmbito do BNDES-Automático de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões. 1.2.6 Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária - Prodecoop O Prodecoop tem como objetivo atender a necessidade de investimentos fixos e semi-fixos destinados às estruturas cooperativas, visando a agregação de valor à produção agropecuária. O programa atende por um lado a demanda das cooperativas, já que estas estão preocupadas em manter crescimento no médio e longo prazo. Esse tipo de investimento está em harmonia com as prerrogativas de crescimento para o país nos próximos anos. Entretanto, faz-se necessária a adequação de algumas condições do programa para que reflita a atual realidade econômica e a demanda das cooperativas. a) Aumentar o limite de financiamento de R$ 60 milhões para R$ 100 milhões por cooperativa; b) Aumentar o montante total de recursos do programa de R$ 2,0 bilhões para R$ 3,0 bilhões. 1.2.7 Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias - Procap-agro As cooperativas agropecuárias brasileiras contribuíram enormemente para a viabilização dos produtores rurais ao longo dos últimos anos. Entretanto, elas atuam no limite de suas capacidades de capital. Nesse sentido, o programa Procap-Agro demonstrou ser uma importante ferramenta à capitalização de cooperativas. Sugere-se a continuidade do programa, mas com algumas melhorias propostas abaixo. a) Aumentar o limite da modalidade de capital de giro dos atuais R$ 25 milhões para R$ 50 milhões por ano e ampliar o prazo de reembolso de 24 para 60 meses; b) Aumentar o volume de recursos do programa para R$ 3 bilhões. 10

1.2.8 Programa de Capitalização das Cooperativas de Crédito - Procap-Cred O Procapcred se revelou como importante mecanismo para a capitalização de cooperativas de crédito. Entretanto, para a maioria delas e de seus cooperados as condições de financiamento e prazos não são adequadas e devem ser revistas. a) Dotar Procap-Cred com recursos na ordem de R$ 3 bilhões; b) Estabelecer taxa de juros de 5,75% ao ano e prazo de 240 meses. 1.3 Custeio e comercialização 1.3.1 Custeio agrícola As fontes de recursos para a agricultura são limitadas e, em consequência, o produtor se obriga a buscar crédito junto a fornecedores de insumos e ao sistema financeiro, pagando encargos elevados. Para manter a trajetória de crescimento do setor agropecuário são necessários aprimoramentos nas políticas de crédito de custeio, conforme se apresenta abaixo. a) Reduzir as taxas de juros do crédito rural de custeio de 6,75% para 5,75% a.a.; b) Para a safra de 2012/2013 aumentar o limite de R$ 650 mil para R$ 750 mil, mantendo a excepcionalidade para o milho aumentando de R$ 500 mil para R$ 550 mil por CPF. c) Aumentar os limites de crédito às cooperativas para a aquisição de insumos de R$ 150 mil para R$ 200 mil na média por associado ativo e o teto de R$ 300 mil para R$ 400 mil por beneficiário (MCR 5.2.21 e 5.2.22); d) Isentar a taxação de IOF (0,38%) sobre as operações de crédito rural; e) Possibilitar o financiamento de milho para silagem, bem como, o seu enquadramento no Proagro. 11

1.3.2 Acesso aos financiamentos e crédito rotativo Atualmente, o produtor necessita fazer novo projeto a cada plantio para pleitear financiamentos no sistema nacional de crédito rural. Como a garantia é de livre escolha entre o agente financeiro e o financiado, verifica-se imposição de garantia acima de 200% do valor financiado, restringindo o acesso ao crédito pelos produtores e suas cooperativas, principalmente para aqueles que renegociaram as dívidas. Os aprimoramentos na política de custeio da produção são apresentados abaixo: a) Implantar opção de crédito rotativo automático para o custeio comercial com limite de R$200 mil por produtor/safra, no qual o produtor faz o registro de apenas um contrato com as garantias, denominado contrato principal, válido por 5 anos; b) Incluir no Sistema da Central de Risco de Crédito do BACEN informações cadastrais por CPF com todos os dados para emissões das certidões necessárias para a concessão do crédito rural, dispensando-se a entrega das certidões do mutuário no agente financeiro; c) Usar como garantia o penhor da safra esperada, condicionada à adesão a um plano de seguro ou ao Proagro; d) Criar uma opção de operação de custeio agropecuário com mecanismo de autoliquidez, acoplando-se ao instrumento de crédito um seguro contra risco climático e um contrato de opção de venda do produto financiado, pelo menos ao valor do preço mínimo; e) Aceitar o protocolo do INCRA de solicitação feita pelo produtor para obtenção do CCIR Certificado de Cadastro de Imóvel Rural atualizada para fins de liberação do crédito rural nos agentes financeiros. 12

2 APOIO A COMERCIALIZAÇÃO 2.1 Política de Garantia de Preços Mínimos - PGPM A PGPM tem por objetivo garantir a sustentabilidade da produção agropecuária, viabilizando uma renda mínima para o produtor se manter na atividade. Os atuais preços mínimos cobrem apenas os custos variáveis, indicando a necessidade de reajustá-los para ficarem compatíveis com conjuntura nacional e internacional dos preços agrícolas e dos custos de produção. a) Para a safra 2012/2013, reajustar os preços mínimos de acordo com a inflação no período. Para o feijão restabelecer o preço mínimo em R$ 80,00 a saca de 60 kg; b) Assegurar recursos de, no mínimo, R$ 7,5 bilhões para apoiar a comercialização da safra brasileira; c) Resgatar o EGF / COV garantindo ao produtor: O amparo de 100% da produção para agricultores familiares e do Pronamp; E pelo menos 50% da produção quando destinar-se a demais produtores. d) Garantir de forma antecipada os preços mínimos, mediante o lançamento de Contratos de Opção de Venda pela Conab, direcionados aos produtores, no período de pré-plantio e plantio das lavouras; e) Estender o prazo do desconto de títulos (Duplicata Rural e Nota Promissória Rural) para 240 dias, concedendo dessa forma o mesmo prazo a todos os produtos (MCR 3.4.10 b III); f) Reajustar os preços mínimos de café para R$ 400 por saca de 60 kg do tipo 6 bebida dura. 13

2.2 Programa de Equalização de Preços ao Produtor O governo Federal implementou nas últimas safras uma política de apoio à comercialização instituindo mecanismos como Prêmio para Escoamento do Produto - PEP e Prêmio Equalizador pago ao Produtor - PEPRO, com objetivo de melhorar o abastecimento nas diversas regiões brasileiras e a conseqüente redução dos estoques públicos. a) Manter os leilões de Prêmio para Escoamento de Produtos - PEP, vinculando ao preço de referência; b) Incluir o farelo de soja e a soja no rol de produtos beneficiados com o EGF; c) Implementar a concessão de EGF para as atividades de avicultura de corte e suinocultura exploradas em regime de parceria; d) Instituir Linha Especial de Crédito (LEC) para suinocultura de corte e avicultura exploradas sob o regime de integração. 3 GESTÃO DE RISCO RURAL 3.1 Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural O atual estágio de desenvolvimento do seguro rural mudou o cenário da política agrícola. Em experiências anteriores ao atual programa de subvenção do prêmio de seguro privado no país, ocorreram dificuldades na disseminação da cultura do seguro e na ampliação dos programas devido aos riscos da atividade agrícola. O fim do monopólio do mercado ressegurador, a entrada de novas seguradoras e resseguradoras, a Lei do Fundo de Catástrofe e o Programa de Subvenção que incentivou a contratação de seguros, contribuíram para que a demanda atual dos produtores superasse os R$ 700 milhões em 2012. No Brasil, atualmente menos de 10% das áreas destinadas a agricultura tem seguro. Considerando os riscos de catástrofe climática na produção agrícola que onera o custo de 14

contratação do seguro rural, o programa de subvenção é fundamental para aumentar a adesão dos produtores. Sem esse programa o seguro agrícola é inviável no País. Nos países, em que, a experiência com seguro rural obteve êxito, a participação do Estado com programas de subvenção ao prêmio foi fundamental para alavancar a contratação pelos produtores e despertar o interesse de seguradoras por um mercado de alto risco. O Programa de Subvenção brasileiro tem sofrido severa contingência de recursos nos últimos anos. A Lei de Orçamentária Anual - LOA de 2011 aprovou R$ 406 milhões para o seguro rural. No entanto, o governo Federal liberou apenas R$ 253,5 milhões para o seguro rural, exatamente na safra em que o Brasil sofreu prejuízos com a estiagem superiores a R$ 10 bilhões e que refletiu na economia dos Estados produtores. Apesar da reconhecida importância do seguro o futuro do programa é incerto. A demanda dos produtores para 2012 é de R$ 670 milhões, mas na Lei Orçamentária Anual (LOA) apenas R$ 174 milhões foram aprovados, sendo um dos menores valores dos últimos anos e reduz a cobertura do seguro para menos de 6% da área destinada para a agricultura no País. O fomento ao seguro rural poderá ser ampliado se for regulamentada a Lei Complementar 137, de 26 de agosto de 2010, que autoriza a participação da União no chamado Fundo de Catástrofe - FC. O fundo, quando for instituído, funcionará como um resseguro, fornecendo às seguradoras e resseguradoras cobertura suplementar em caso de catástrofes que atinjam grande número de segurados. Isso proporcionará maior oferta de seguro para atividades de maior risco e estabilidade ao sistema. Da mesma forma, o apoio do governo, ao abrir o mercado de resseguros em 2007, também possibilitou a atuação de resseguradoras estrangeiras no Brasil, fato este que está fortalecendo o programa. Sem elas, o programa terá dificuldades de ser consolidado. a) Alocar R$ 496 milhões para o programa da concessão de subvenção ao prêmio do seguro rural, que somado aos R$ 174 milhões da LOA, totalizará R$670 milhões para atender a demanda dos produtores rurais; 15

b) Regulamentar imediatamente a lei complementar nº 137, de 26 de agosto de 2010 que trata do fundo de catástrofe; c) Revisar o programa de subvenção ao prêmio de seguro rural, ampliando o montante de recursos para médio e longo prazo e buscando amparar com seguro 50% da área cultivada no Brasil até 2015; d) Readequar os percentuais de subvenção por cultura, visando à ampliação do programa para todos os produtores rurais; e) Criar um sistema de pagamento da subvenção que permita ao produtor rural escolher os produtos, modalidades e seguradoras; f) Criar uma central de informações e promover a divulgação através do site e outros meios de comunicação dos valores disponíveis para subvenção ao prêmio, bem como, dos prêmios cobrados, produtividade garantida por seguradora, corretores especializados em seguro rural e produtos disponíveis; g) Atuar junto às seguradoras para que a produtividade histórica cadastrada do produtor no agente financeiro seja aceita para efeitos de contratação do seguro; h) Criar um programa de subvenção de seguro rural para cobertura de perdas nos ajustes diários, visando incentivar a utilização dos instrumentos de mercado futuro. 3.2 Proagro O Proagro é um programa do Governo Federal administrado pelo Banco Central do Brasil, sendo um importante instrumento de garantia de renda do produtor rural e tendo como objetivo garantir o pagamento do financiamento em caso de perdas de safra por adversidades climáticas e/ou perdas por ataque de pragas e doenças sem método difundido de controle. A seguir são sugeridas algumas medidas para desburocratizar e tornar o programa mais atrativo ao produtor rural. Proposta: a) Estabelecer o limite de cobertura do Proagro de R$ 300 mil para cada uma das safras (verão, safrinha, inverno), ou seja, com independência de operação; b) Reduzir o adicional do Proagro em 1% (um ponto percentual) para as lavouras cultivadas com a adoção do sistema de plantio direto; 16

c) Reduzir a taxa de adesão ao Proagro para a cultura de feijão, dos atuais 6,7%, para 3,9%, aos moldes do adicional cobrado para milho e soja; d) Dar nova redação ao MCR 16.5.22-a e b, estabelecendo o percentual mínimo de cobertura de 80%, observado o histórico de 24 (vinte e quatro) meses anteriores à data de adesão ao Proagro, em todos os agentes. e) Para efeito de comprovação das receitas e perdas no Proagro, sugere-se a alteração do MCR 16.5.14 b, aceitando para fins de cálculo da receita do produtor o preço de venda do produto, indicado na primeira via da nota fiscal, que terá que ser apresentada pelo produtor ao agente financeiro antes da decisão do pedido de cobertura em primeira instância, mesmo que esse valor seja inferior ao preço utilizado quando do enquadramento da operação no programa. f) Unificar no Bacen os códigos de classificação de operações nos casos de plantio direto/convencional e variedade transgênica/convencional; g) Unificar no Bacen todos os produtos classificados como olerícolas num único código, deixando de ser necessária uma classificação e código para cada espécie contratada no custeio; h) Incluir no MCR 16-3 (adicional - referente à Resolução 3.224) os seguintes itens: 14 - O laudo da assistência técnica deve informar as condições de sanidade da cultura, eventual insucesso do plantio, a produção esperada após a emergência e se há recomendação de replantio. 15 - Ao receber a comunicação sobre a emergência do plantio, cumpre ao agente: a) calcular e informar ao produtor o montante de recursos que permanecem vinculados ao programa; b) exigir do produtor o pagamento do adicional, que deve ser efetivado na mesma data, incidindo apenas sobre o montante de recursos que permanecem vinculados ao programa; c) providenciar a fiscalização do empreendimento no prazo de 15 (quinze) dias. 16 - O replantio recomendado pela assistência técnica, se enquadrado no programa, permite a continuidade do enquadramento inicial, anulando a desvinculação por insucesso na emergência do primeiro plantio. 17 - Para efeito do disposto no item anterior, deve-se aditar o termo de adesão, atualizando o valor inicialmente enquadrado e agregando-lhe o montante de recursos necessários para o replantio, com observância do item seguinte. 18 - O montante de recursos para replantio deve ser quantificado em orçamento firmado pelo prestador da assistência técnica, pelo produtor e pelo agente, elaborado em valores correntes, sem qualquer acréscimo a título de previsão inflacionária, passando tal documento a fazer parte integrante do termo de adesão para todos os efeitos jurídicos e operacionais. 17

19 O aditamento ao termo de adesão só produz efeito, gerando direitos à cobertura, após emergência do replantio e pagamento do adicional devido, na forma dos itens 19 a 22. 20 - Se por qualquer motivo ocorrer insucesso total ou parcial na emergência do replantio, considera-se vinculada ao programa e, como tal, passível de cobertura apenas a parcela de recursos enquadrados proporcional à expectativa de produção final quantificada pela assistência técnica. 21 - Para efeito do disposto no item anterior, cumpre ao produtor comunicar ao agente a emergência do replantio, juntando à sua comunicação, laudo firmado pelo prestador da assistência técnica, no qual esse informe as condições de sanidade da cultura, eventual insucesso do replantio e a produção esperada após a emergência. 22 - Ao receber a comunicação sobre a emergência do replantio, cumpre ao agente: a) calcular e informar ao produtor o montante de recursos que permanecem vinculados ao programa; b) exigir do produtor a complementação do pagamento do adicional, a qual deve ser efetivada na mesma data, com observância do item seguinte; c) providenciar a fiscalização do empreendimento no prazo de até 15 (quinze) dias. i) Alterar no MCR 16-5-2-a (cobertura) os seguintes itens: I Incluir tromba d água como passível de cobertura; IX- doença fúngica ou praga com método difundido de combate, controle ou profilaxia, na ocorrência de evento que impeça a aplicação dos defensivos agrícolas ou comprometa a eficiência dos mesmos e comprometam a cultura, havendo então a necessidade de posicionamento por parte da pesquisa oficial. j) Alterar no MCR 16-5-13 (cobertura Resolução 3544) dando a redação conforme segue: 13 - O valor das receitas e das perdas não amparadas, para fins de dedução da base de cálculo de cobertura, deve ser aferido pelo agente na data da decisão do pedido de cobertura em primeira instância, com base no maior dos parâmetros abaixo: a) preço de mercado local; b) o preço indicado na primeira via da nota fiscal representativa da venda, se apresentada até a data da decisão do pedido de cobertura pelo agente em primeira instância, para a parcela comercializada; 18

k) Alterar no MCR 16 4-14 e 18 (comprovação de perdas) dando nova redação conforme segue: 14 - Para comprovação de perdas o técnico deve vistoriar o empreendimento efetuando pelo menos: (Res 3.747 art 3º IX) (*) a) 1 (uma) visita ao imóvel, no prazo de 5 dias úteis a contar da solicitação do agente, no caso de perda parcial por evento ocorrido na fase de colheita; b) 1 (uma) visita ao imóvel, no prazo de 10 dias úteis a contar da solicitação do agente, no caso de perda total e na situação prevista no item seguinte; c) 2 (duas) visitas ao imóvel, sendo a primeira no prazo de 10 dias uteis a contar da solicitação do agente e a outra na época programada para início da colheita, no caso de perda parcial por evento anterior à fase de colheita; d) 3 (três) fotos que retratem as condições do empreendimento e os efeitos prejudiciais acarretados pelo(s) evento(s) adverso(s), em cada visita realizada. 18 - No caso de perda total, os relatórios conclusos de comprovação de perdas relativos à lavoura, devem ser elaborados, quando efetivamente constatadas e dimensionadas as perdas. 4 APOIO AO MÉDIO PRODUTOR 4.1 Programa Nacional do Médio Produtor Rural - Pronamp Esse programa contempla a maioria dos produtores rurais brasileiros. Dentre as medidas mais importantes a serem adotadas destacam-se a necessidade de aumento do montante de recursos, elevação da renda bruta para enquadramento no programa e redução nas taxas de juros para que os produtores realizem os financiamentos de seus empreendimentos com custos compatíveis com a atividade. a) Elevar para R$ 950 mil a renda bruta para enquadramento dos produtores no Pronamp, mantendo o atual sistema de rebate; b) Incluir a aquicultura no sistema de rebate nos mesmos moldes da avicultura e suinocultura (100% da receita líquida) na produção integrada; 19

c) Reduzir a taxa de juros do médio produtor em 1,25 ponto percentual para custeio e investimento, passando dos atuais 6,25% para 5,0% a.a. inclusive para Moderfrota/Pronamp; d) Ampliar o volume de recursos do programa dos atuais R$ 8,3 bilhões para R$ 12 bilhões; e) Elevar, no âmbito do programa, o limite de financiamento de investimento de R$ 300 mil para R$ 400 mil por tomador, aumentando o prazo de pagamento de 8 para 12 anos e o limite de financiamento de custeio de R$ 400 mil para R$ 500 mil; f) Aumentar a dotação de recursos do programa Moderfrota (PRONAMP) no item investimentos de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão e os outros investimentos de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,5 bilhões. 5 MEDIDAS SETORIAIS 5.1 Programa de Apoio à Produção de Hortifrutigranjeiros O Manual de Crédito Rural foi elaborado para atender prioritariamente grandes culturas e criações. Entretanto, nos últimos anos o setor hortifrutigranjeiro tem se desenvolvido tornando-se importante atividade econômica geradora de empregos e renda. Nesse sentido sugerimos a adequação do MCR de acordo com as peculiaridades do setor. a) Intermediar junto aos agentes financeiros que as liberações dos recursos sejam feitas de acordo com as recomendações da pesquisa e da assistência técnica nos meses correspondentes as épocas de plantio, diferentemente do que ocorre atualmente em que a liberação de crédito ocorre predominantemente conforme as lavouras de verão; b) Criar planilhas especificas para as culturas de hortifrutigranjeiros, as quais farão parte do sistema informatizado de contratação do crédito rural, e resultarão em 20

orçamentos modais por faixa de produtividade, elaborados regionalmente pelos profissionais do agente financeiro; c) Unificar no Bacen todos os produtos classificados como olerícolas diversas num único código, deixando de ser necessário uma classificação e código para cada espécie contratada no custeio; d) Instituir o crédito de financiamento da propriedade de forma sistêmica para hortifrutigranjeiros; e) Adequar o prazo de carência das amortizações dos financiamentos compatibilizando-o com a comercialização da produção, sendo que, durante a carência os produtores amortizam somente os juros; f) Para efeitos de enquadramento de Proagro, no caso específico dos hortifrutigrangeiros de ciclo menor que um (1) ano, substituir a exigência do zoneamento agrícola pela recomendação técnica de órgão de pesquisa oficial. 5.2 Programa de Fomento Tecnológico e Científico no Meio Rural Assim como em outros setores da economia, o agronegócio brasileiro está sujeito às crescentes pressões de competitividade internacional. Países como Estados Unidos, França, Inglaterra e Alemanha investem elevados montantes de capitais em inovações que geram tecnologias aplicadas na produção de seus alimentos e também amplamente exportadas. Apesar do esforço interno de organizações como a Embrapa e instituições privadas, o Brasil ainda é bastante dependente dessas tecnologias importadas em várias cadeias produtivas. Assim, faz-se necessário a criação de um programa de governo para a formação de profissionais e fomento da produção científica e tecnológica voltada ao setor agropecuário. Proposta: a) Criar programa para inovação tecnológica no meio rural com recursos na ordem de R$ 1 bilhão. 21

5.3 Fundo de Defesa da Economia Cafeeira Funcafé A cafeicultura é importante atividade econômica e consequentemente políticas públicas de incentivo desta atividade se tornam necessárias. Outra característica desta cultura deve-se ao fato da produção ser predominantemente em pequenas propriedades geradoras de emprego e renda. a) Criar a modalidade de custeio alongado de 2 anos visando amparar produtores que pretendem fazer tratos culturais nos anos de safra bianual baixa; b) Reduzir as taxas 6,75% para 5,0% para produtores com renda bruta de até R$ 950 mil reais; c) Ampliar o plano de estocagem visando organizar a venda dos estoques dos produtores; d) Financiar a renovação de lavouras cafeeiras pelo programa ABC. 5.4 Renegociações de Dívidas A continuidade da produção agropecuária brasileira encontra-se em dificuldades, dado as adversidades climáticas da safra 2010/11, que causou prejuízos superiores a R$ 10,0 bilhões o que dificulta a liquidação dos financiamentos junto aos agentes financeiros e fornecedores de insumos. Diante desta situação o setor produtivo necessita de algumas medidas para restaurar a capacidade de pagamento do passivo. a) Reativar os programas de renegociação previstos na da Lei 11.775/2008, mantendo as condições iniciais do plano de renegociação ou liquidação dos débitos, concedendo um prazo de adesão de 12 meses; b) Estabelecer medida complementar, prevendo a possibilidade dos produtores que aderiram ao parcelamento de dívidas da Lei 11.775/2008 liquidarem suas operações adimplidas com a concessão de descontos originalmente proposto na lei e que vigorou até 30/06/2011; 22

c) Prorrogar as parcelas das dívidas com vencimento em 2012, oriundas da Securitização I e II, PESA, Recoop, Funcafé-Dação em Pagamento, FAT Giro Rural, Dívida Ativa da União (DAU) para o final do contrato, mantendo-se os benefícios iniciais. 6 PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR - PRONAF A agricultura familiar tem importante papel na produção de alimentos, contribuindo fortemente para o atendimento da demanda dos consumidores, bem como, na melhoria na qualidade de vida desses agricultores. Neste sentido as políticas públicas de apoio à produção dos agricultores familiares tem causado impactos positivos nos indicadores da economia nacional. Para dar continuidade aos bons resultados obtidos são necessárias alterações na política de crédito rural no âmbito do Pronaf. a) Aumentar em 30% o limite máximo das linhas de financiamento no âmbito do Pronaf (faixas I a III - custeio e investimento; Pronaf Mais Alimentos), inclusive o dos créditos emergenciais (MCR 10); b) Para efeitos de enquadramento no Pronaf, ampliar o rebate a 70% (setenta por cento) da renda bruta proveniente da cafeicultura, fruticultura e da cana-de-açúcar e em 90% para aquicultura integrada, permitindo que mais agricultores sejam beneficiários dos recursos do Pronaf; c) Elevar o limite de renda bruta para efeito de enquadramento no Pronaf para R$ 150.000,00; d) De forma excepcional, não considerar o limite de dois empregados permanentes nas atividades de floricultura, fruticultura, olericultura, cafeicultura, pecuária de leite, suinocultura e avicultura, que são atividades altamente demandadoras de mão de obra (MCR 10.2.1 V); 23

e) Estender o prazo de reembolso do financiamento de investimentos (PRONAF MAIS ALIMENTOS) para todas as culturas de 10 para até 12 anos (MCR 10.18 - f); f) Alterar a sistemática de enquadramento das cooperativas agropecuárias em projetos de investimentos com recursos do Pronaf, reduzindo a exigência do percentual de associados classificados como agricultores familiares de 70% para 50% e do volume de produção recebida da agricultura familiar de 55% para 45%; g) No financiamento de cotas partes para cooperativas, liberar exigência de patrimônio líquido (MCR 10.12.1-II); h) No caso de projetos do Pronaf Mais Alimentos relacionados à avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite, ampliar o limite de crédito de investimento para R$ 320 mil por tomador pois projetos da pecuária demandam maiores montantes de investimentos, mesmo quando desenvolvidos no âmbito da pequena propriedade rural/ agricultura familiar; i) Criar um fundo de aval para facilitar o acesso ao crédito de produtores que tiveram animais sacrificados no âmbito do PNCEBT. 24