A GEOPOLÍTICA NA SALA DE AULA: REFLETINDO SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

Documentos relacionados
FORMAÇÃO INICIAL E CONTÍNUA NA DOCÊNCIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DO PIBID/GEOGRAFIA/UEPB NA E.E.E.F.M. SÃO SEBASTIÃO, CAMPINA GRANDE/PB.

Subprojeto: Geografia

BANDEIRA, Ana Maria Canuto- UEPB MELO, Josandra Araújo Barreto de - UEPB Subprojeto: Geografia

OFICINAS PEDAGOGICAS: COMO FORMA DE AUXILIO NO APRENDIZADO DOS EDUCANDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

O ENSINO DE BOTÂNICA COM O RECURSO DO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS.

OFICINA DE PRODUÇÃO DE MAPAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Materiais e métodos:

O OLHAR DOS FUTUROS PROFESSORES DE FÍSICA SOBRE O PAPEL DO PIBID EM SUA FORMAÇÃO

PIBID Relações entre a Escola Básica e a Universidade a Partir da Perspectiva de um Professor Supervisor

O ENSINO DE GEOGRAFIA E A VIVÊNCIA DA EQUIPE PIBID NA ESCOLA POLIVALENTE, CAMPINA GRANDE-PB

EXPERIÊNCIA A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DE MAQUETES E PAINÉIS COMO RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

A IMPORTÂNCIA DAS OFICINAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA: UMA PROPOSTA DO PIBID NA ESCOLA ESTADUAL ANA JÚLIA DE MOUSINHO

Do Espaço Geográfico ao Cinematográfico: Um estudo de caso no Ensino Médio Inovador (ProEMI)

O USO DE METODOLOGIAS ALTERNATIVAS NAS AULAS DE GEOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE COMPREENSÃO DO ESPAÇO URBANO

CONSTRUÇÃO/DESCONSTRUÇÃO: REELABORANDO NOÇÕES CARTOGRÁFICAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA NO NÍVEL MÉDIO.

PIBID PEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS E EXPECTATIVAS

O ENSINO DA GEOGRAFIA DA PARAÍBA E A ABORDAGEM DO LUGAR E DA ANÁLISE REGIONAL NO ESTUDO DA GEOGRAFIA DO ESTADO NO ENSINO BÁSICO.

CAMPINA GRANDE E SUAS SINGULARIDADES: OLHARES SOBRE A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA ZONA LESTE POR MEIO DA INTERVENÇÃO DO PIBID DE GEOGRAFIA DA UEPB

2. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS

O DIÁLOGO ENTRE DOIS MUNDOS: O PIBID COMO MEDIADOR DO ESPAÇO ACADÊMCO E DAS INSTIUIÇÕES DE ENSINO BÁSICO

O PIBID DIVERSIDADE NA ESCOLA DO CAMPO: O CASO DAS ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS VOLTADAS PARA A OBMEP

GT 1: Ensino de Geografia

PIBID GEOGRAFIA NA MEDIAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE COMO ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DOCENTE

O PAPEL DO PIBID PARA A FORMAÇÃO INICIAL, ENSINO DE GEOGRAFIA E ALUNOS DA ESCOLA BÁSICA

O NÚCLEO AUDIOVISUAL DE GEOGRAFIA (NAVG) TRABALHANDO A GEOGRAFIA COM CURTAS: EXPERIÊNCIA DO PIBID SUBPROJETO DE GEOGRAFIA.

ENSINO DE GEOGRAFIA: POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO DO LEITOR CONSCIENTE A PARTIR DA CORRELAÇÃO ENTRE MAPAS FÍSICOS E POLÍTICOS DO BRASIL

A IMPORTÂNCIA DA AULA DE CAMPO COMO MÉTODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO-APRENDIZAGEM NA GEOGRAFIA

A INSERÇÃO DA LITERTURA DE CORDEL EM AULAS DE GEOGRAFIA: RELATO DE EXPERIÊNCIAS DO PIBID/UEPB

A CONCEPÇÃO DOS MAPAS MENTAIS NO ENSINO DE GEOGRAFIA, O CONHECIMENTO DO LUGAR ATRAVÉS DA VIVÊNCIA DO ALUNO

ABORDAGENS DA HISTÓRIA DA ÁFRICA NO CURRÍCULO REFERÊNCIA DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS

TEATRO E ENSINO DE GEOGRAFIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DO PIBID, SUBPROJETO DE GEOGRAFIA/UEPB

O ENSINO DE GEOGRAFIA: TRABALHANDO O RELEVO ATRAVÉS DAS CATEGORIAS GEOGRÁFICAS LUGAR E PAISAGEM

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA NO ESPAÇO ESCOLAR

Palavras-chave: Formação docente. ensino de História. metodologia. técnica de seminário.

TRABALHANDO O LIVRO DIDÁTICO: Com produção de maquetes no Ensino de História Medieval

SUBPROJETO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PIBID UFG/CAMPUS JATAI

O MEIO LÚDICO COMO ESTRATÉGIA EM SALA DE AULA: JOGO EDUCATIVO SOBRE FONTES DE ENERGIA NO COTIDIANO

ENSINO DE GEOGRAFIA: A UTILIZAÇÃO DA LITERATURA DE CORDEL COMO UM RECURSO DIDÁTICO NO ESTUDO DO SEMIÁRIDO

FORMAÇÃO INICIAL E CONTÍNUA: O PIBID/GEOGRAFIA/UEPB NA E.E.E.F.M. SÃO SEBASTIÃO, CAMPINA GRANDE/PB.

O TRABALHO COM LEITURA E ESCRITA NA SALA DE AULA: A EXECUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA EM TURMAS DE 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: UMA RELAÇÃO INTENSA ENTRE AS CRIANÇAS E O MEIO AMBIENTE

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Conteúdos e Metodologia de Geografia. 1 - Ementa (sumário, resumo) 2 - Objetivo Geral.

A experiência do Projeto de Iniciação a Docência na Escola Vilma Brito Sarmento: as implicações na formação do professor supervisor

MONITORIA ACADÊMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA DISCIPLINA FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS, METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL II

DESENVOLVENDO A HABILIDADE CRÍTICA DO ALUNO SOBRE OS 4RS (REPENSAR, REUSAR, REUTILIZAR, RECICLAR) ATRAVÉS DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

A ARTE TRANSVERSAL ATRAVÉS DA MATEMÁTICA. CAMARGO, Fernanda 1 SOUZA, Michele²

LITERATURA DE CORDEL COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA O TRABALHO NA SALA DE AULA.

INSERÇÃO LÚDICA: O TEATRO COMO FERRAMENTA DE ENSINO NA GEOGRAFIA

PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ACERCA DA GEOGRAFIA ESCOLAR

Sérgio Camargo Setor de Educação/Departamento de Teoria e Prática de Ensino Universidade Federal do Paraná (UFPR) Resumo

LEI / 2003: NOVAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DA CULTURA AFRICANA E AFROBRASILEIRA.

FUNDAMENTOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR

Ingrid Janaína dos Santos Ferreira 1 ; Paulo Cézar Pereira Ramos 2 ; Maria Aparecida dos Santos Ferreira 3 INTRODUÇÃO

O PIBID DE QUÍMICA E PESQUISA NO COTIDIANO ESCOLAR: DIÁLOGO ENTRE UNIVERSIDADE, O PROFESSOR E A ESCOLA

RELAÇÃO ENTRE A CONTEXTUALIZAÇÃO E A EXPERIMENTAÇÃO ACERCA DAS QUESTÕES DO ENEM EM QUÍMICA

UTILIZANDO ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE FÍSICA: A OFICINA DIDÁTICA NUMA PERSPECTIVA PROBLEMATIZADORA

PROJETO INSTITUCIONAL PIBID/UFF: EIXOS NORTEADORES AO SEU DESENVOLVIMENTO

O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE EQUILÍBRIO QUÍMICO E VALORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

UTILIZAÇÃO DE MAPAS MENTAIS E MAQUETES NA REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO DE VIVÊNCIA

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA PARA O INGRESSO DE ESTUDANTES NO NÍVEL SUPERIOR ATRAVÉS DO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO ENEM

PIBID E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: O DIFERENCIAL NA VIDA ACADÊMICA DOS ALUNOS DE LICENCIATURA 1

APRENDENDO A ENSINAR MATEMÁTICA POR MEIO DOS RECURSOS DIDÁTICOS: MONITORIA, JOGOS, LEITURAS E ESCRITAS E LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA.

ANEXO II EDITAL Nº 80/2013/PIBID/UFG PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

OFICINA TEMÁTICA: A EXPERIMENTAÇÃO NA FORMAÇÃO DOCENTE

ESPAÇO E GLOBALIZAÇÃO: DINAMIZANDO AS AULAS DE GEOGRAFIA POR MEIO DA CONSTRUÇÃO DE VÍDEOS REPORTAGENS

OS MAPAS SAEM DO ARMÁRIO E VÃO PARA SALA DE AULA: UMA EXPERIÊNCIA NAS ESCOLAS DO CAMPO NO CARIRI PARAIBANO. Fabiano Custódio de Oliveira 1

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÃO DOS DISCENTES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL DOS LICENCIANDO EM QUÍMICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

1-INTRODUÇÃO. O Projeto PIBID Diversidade da UFCG possui subprojetos nas áreas de: Linguagens e

O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA POR PROFESSORES NO ENSINO FUNDAMENTAL

O ENSINO DE MATEMÁTICA COM O AUXÍLIO DO SOFTWARE GEOGEBRA: UMA AÇÃO DO PIBID/MATEMÁTICA/CCT/UFCG

USO DE ATIVIDADES INVESTIGATIVAS NAS AULAS DE FÍSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA PARA O ESTUDO DA GRAVITAÇÃO

I Seminário de Educação Geográfica Práticas curriculares e Educação Geográfica 10 a 12 de junho de 2015 João Pessoa - Paraíba

ANEXO II EDITAL Nº 80/2013/PIBID/UFG PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

A UTILIZAÇÃO DE MAQUETES EM SALA DE AULA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

CURSOS / OFICINAS DE ENSINO 1º SEMESTRE 2017 (2016.2)

ANEXO A REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAPITULO I DA REGULAMENTACAO CAPITULO II

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DOS CURSOS DE LICENCIATURA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIAS DO AMAZONAS IFAM

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR DIRETORIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PRESENCIAL DEB

A CONCEPÇÃO DO BOM PROFESSOR PARA OS BOLSISTAS DO PIBID SUBPROJETO EDUCAÇÃO FÍSICA

ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA

PIBID PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO Á DOCÊNCIA FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS FIFE

PERSPECTIVAS E ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO PIBID/SOCIOLOGIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

As contribuições das práticas laboratoriais no processo de Ensino-Aprendizagem na área de Química

CASTRO, Hianny Renally Pereira de - Aluna do ensino básico PESSOA, Pedro Henrique Costa -Aluno do ensino básico

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

O ESTUDO DA FUNÇÃO DO 1º GRAU ATRAVÉS DA ANÁLISE DA CONTA DE ENERGIA ELÉTRICA

Prática sócio-espacial dos alunos da Escola Municipal Guilherme Miranda de Saraiva. Arthur L. Alburquerque, Professor PME - Itaboraí

ABORDAGEM LÚDICA NAS AULAS DE FÍSICA: UTILIZAÇÃO DE UM JOGO SOBRE ASTRONOMIA

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA: DESENVOLVENDO NOVAS COMPETÊNCIAS PARA O ENSINO

A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL: DESAFIOS A ENFRENTAR NO CONTEXTO DA ESCOLA PÚBLICA 1

JOGO LOGARITMONENCIAL, EXPLORANDO OS CONCEITOS DE LOGARITMO E EXPONENCIAL COM A UTILIZAÇÃO DE JOGOS.

ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO INVESTIGATIVO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO EXPERIMENTAL DE QUÍMICA

Conflitos entre o professor de Geografia e o livro didático na Educação de Jovens e Adultos: um breve relato de uma nova abordagem para a EJA.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DOCENTE: ALESSANDRA ASSIS DISCENTE: SILVIA ELAINE ALMEIDA LIMA DISCIPLINA: ESTÁGIO 2 QUARTO SEMESTRE PEDAGOGIA

A CONCEPÇÃO DE ESPAÇO E OS REFLEXOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA

PIBID FURG E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE PEDAGOGOS

A ATUAÇÃO DO PIBID/QUÍMICA/UFMT NA ESCOLA PLENA: FOMENTANDO AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS JATAÍ

A contribuição do PIBID na melhoria do ensino de Geografia Verônica Amparo Medeiros

Transcrição:

A GEOPOLÍTICA NA SALA DE AULA: REFLETINDO SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID PARA A FORMAÇÃO DOCENTE Gislayne Aparecida Barbosa Miranda PIBID/UEPB (Bolsista do PIBID de Geografia) gislayne2012.1@hotmail.com Juliana Nóbrega de Almeida PIBID/SEEPB (Professora Supervisora do PIBID de Geografia) julianageografia@hotmail.com Orientadora: Josandra Araújo Barreto de Melo - PIBID/UEPB (Coordenadora do PIBID de Geografia) ajosandra@yahoo.com.br 1. INTRODUÇÃO O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência- PIBID, subprojeto de Geografia da Universidade Estadual da Paraíba, tem se revelado uma ação importante tanto para a formação docente, quanto para a valorização dessa profissão, pois possibilita a inserção dos graduandos no contexto das escolas públicas, nas quais desenvolverão atividades didático-pedagógicas, tendo assim a oportunidade de vivenciar situações reais de ensino e aplicar os saberes adquiridos na academia. Em outros termos, ao participarmos do PIBID na condição de bolsistas temos a oportunidade de verificar a articulação entre teoria e prática. Desse modo, a partir de uma experiência vivenciada no Subprojeto de Geografia no âmbito do projeto PIBID/CAPES/UEPB, buscamos, neste artigo, refletir sobre o ensino da geopolítica no ensino médio. Tal área de conhecimento da geografia apresenta uma proposta curricular espacial, sobretudo no Ensino Médio, abordando no 3º ano o estudo da Geopolítica Mundial, o que engloba seus desafios, contrastes e dialéticas. A delimitação da temática para este estudo teve como principal motivação a escassez de materiais didáticos que realizem uma abordagem profunda desse tema, fazendo com que os alunos tenham um aprendizado superficial a esse respeito. Assim, em uma das nossas intervenções em sala de aula, através do subprojeto geografia do PIBID de Geografia da UEPB, foram desenvolvidas algumas atividades didáticas, nas quais, a partir da proposta do livro didático, adotamos procedimentos capazes de fazer uso da observação e da descrição, o que possibilitou aos

discentes do ensino médio um melhor aprendizado e compreensão a respeito dos processos de construção dos diferentes tipos de espaço, paisagens, territórios e lugares, e por seguinte aos assuntos relacionados à geopolítica. 2. BASES TEÓRICAS De acordo com as OCEM (2006, p.44), um dos objetivos do ensino de Geografia no ensino médio é orientar a formação de um cidadão no sentido de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, reconhecendo as contradições e os conflitos existentes no mundo". Para tanto, uma das temáticas inclusas no currículo da disciplina é o ensino da geopolítica. O enfoque didático da geopolítica intensificou-se a partir da década de 1980, quando as reformas educacionais implementadas em sistemas de ensino estaduais sugeriram propostas pedagógicas e curriculares para as disciplinas que compunham o currículo escolar, dentre elas a geografia. Tal área do saber constitui uma ciência multidisciplinar ligada às ciências sociais e humanas, cujo intuito maior é discutir as relações políticas estabelecidas entre Estados seus conflitos e tratados, relacionando-se, assim, diretamente com as categorias geográficas, a saber: espaço, lugar, paisagem e território. Nas palavras de Vesentini (1988, p.08), a geopolítica não é uma caricatura e nem uma pseudogeografia; ela seria na realidade o âmago da geografia, a sua verdade mais profunda e recôndita. Nesse sentido, ela é vista como uma ciência dinâmica preocupada com as estratégias políticas que possam promover a obtenção de poder sobre um território, que abrigue em sua extensão recursos naturais ou que ocupe uma posição geográfica capaz de dar ao Estado administrador desse território poder, sendo ele através de guerra ou não. A esse respeito Danelli (2007, p.196), ao retomar os postulados de Ratzel, assegura que a geopolítica é um instrumento da política externa de um determinado espaço ou território como forma de exercer a hegemonia mundial. Tais postulados retificam e evidenciam, portanto, a importância da abordagem didática dessa temática no ensino da geografia. Contudo, como se sabe, muitas

vezes, a abordagem dessas questões e de tantas outras referentes ao ensino dessa ciência é reducionista e limitada, visto que não promove a reflexão, nem tão pouco promove o desenvolvimento da criticidade dos educandos. 3. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa, ainda em desenvolvimento, realizada numa perspectiva qualitativa, através das intervenções pedagógicas realizadas por graduandos do curso de Geografia da UEPB, bolsistas do PIBID/CAPES, na E.E.E.F.M Assis Chateaubriand, Campina Grande PB. Tais intervenções têm como objetivo maior possibilitar a associação dos conhecimentos teóricos adquiridos na graduação à prática docente. Nesse sentido, buscamos neste artigo apresentar algumas reflexões a respeito do ensino da Geopolítica, evidenciando como o professor pode ir além da abordagem conteudística do livro didático e desenvolver atividades que promovam a reflexão e o desenvolvimento da criticidade dos alunos, possibilitando, assim, a real formação política e cidadã dos discentes. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na escola onde desenvolvemos as intervenções do PIBID, o livro didático adotado é a coleção Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil, da Editora Moderna, autoria de Terra, [et al] (2010). Ao analisarmos a obra, foi possível perceber que poucos capítulos abordam a temática geopolítica. Para o presente estudo, adotamos como objeto de análise o capítulo 17, que aborda o tema, África: Unidade e diversidade. Nessa seção, os autores se propõem a trabalhar os conflitos geopolíticos, diversidade cultural e regional e a economia dos países africanos. Na primeira parte, realizam uma abordagem sucinta da nova dinâmica econômica da África, ressaltando o grande desenvolvimento econômico atual do país, seguindo pelos seus aspectos naturais e culturais. Em seguida, tentam expor a relação da África com os países vizinhos e mostrar como ele está se comportando diante das questões econômicas. Por fim, citam de forma muito resumida os conflitos Geopolíticos.

Nesse momento, percebemos que os autores deixam muito a desejar, pois, limitando-se a ressaltar que os países africanos passaram por um processo de imperialismo europeu, no final do século XIV, que modificou fronteiras e territórios e trouxe elementos culturais novos como religiões e línguas. Eles pecam ainda mais por não retratar o processo descolonização, que marcou a saída dos europeus do continente e a eclosão de diversos processos de independência marcados por sangrentos conflitos civis e disputas por soberania, reflexo das divisões arbitrárias feitas de acordo com os interesses coloniais, colocando etnias e grupos rivais num mesmo território. Percebemos ainda que as atividades apresentadas não cobram dos discentes uma reflexão crítica sobre assunto. Além disso, é perceptível a ausência de conceitos fundantes da Geopolítica, sendo alguns apenas distribuídos no texto sem a menor explicação do que venham a ser e o que representam para a geopolítica. Dada à limitação do livro didático, buscamos, juntamente com a professora supervisora, desenvolver alternativas metodológicas que possibilitassem uma melhor explanação do conteúdo. Para tanto, além de buscarmos informações em outras fontes, como livros acadêmicos e sites da internet, nos esforçaram em levar os alunos a associarem o conteúdo abordado com os acontecimentos do dia-a-dia, explorando o conhecimento de mundo deles, o que proporcionou um maior envolvimento dos educandos nas aulas. Percebemos, portanto, que a real intenção da Geopolítica no livro didático não fica clara e cabe ao professor buscar outros meios que lhe permitam realizar uma abordagem didática mais eficaz e que possibilite uma melhor interação e participação dos alunos, favorecendo uma melhor compreensão e aprendizagem eficaz. Como explica Vesentini (1989, p.167), O professor não pode e deve encarar o manual não como o definidor de todo o seu curso, de todas as suas aulas, mas fundamentalmente como um instrumento que está o seu serviço, a serviço de seus objetivos e propostas de trabalho. Trata-se de usar criticamente o manual, relativizando-o, confrontando-o com outros livros, com informações de jornais e revistas, com a realidade circundante. Em suma, cabe ao professor selecionar os melhores recursos, a fim de facilitar o entendimento do conteúdo para os alunos. Para isso, deve se utilizar de

todos os recursos possíveis, estejam eles vinculados à tecnologia ou não. Pois, só assim, poderemos tornar o processo ensino-aprendizagem mais prazeroso e atrativo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora saibamos que o livro didático constitui um valioso recurso didático para o acesso à cultura e o desenvolvimento da educação, e acreditemos que ele pode configurar uma ferramenta importante para auxiliar o professor nas aulas, a experiência obtida através dessa intervenção nos permite ressaltarmos a necessidade e importância de o professor repensar alguns conceitos difundidos por um bom tempo pela escola, não limitando-se ao livro didático. Além disso, é essencial percebermos que não cabe ao professor à reprodução de verdades prontas, tampouco ao aluno a assimilação de saberes dissociado da prática educativa e da sua realidade, visto que o processo de ensino-aprendizagem deve ser visto como uma troca de saberes, na qual o aluno traz consigo uma bagagem de conhecimentos que é fundamental para a sua formação política e cidadã. 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DANELLI, S. C. S. Geografia. 8º ano. Projeto Araribá. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2007. VESENTINI, José William. [ et al.]. Geografia e ensino: Texto críticos. Campinas. SP: Papirus, 1989.. Apresentação. In: LACOSTE, Yves. A geografia - isso serve em primeiro lugar para fazer guerra. Campinas, SP: Papirus, 1988. p. 7-13. TERRA, L.; ARAÚJO, R.; GUIMARÃES, R.B. Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2010. BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Ciências humanas e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, 2006. 133 p. (Orientações curriculares para o ensino médio; volume 3)