Documentos relacionados
ANÁLISE EXPERIMENTAL DA QUALIDADE DO ETANOL HIDRATADO COMERCIALIZADO NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA VARIAÇÃO DE MASSA DA GASOLINA COMERCIALIZADA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB DEVIDO OS EFEITOS DA DILATAÇÃO TÉRMICA

DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA GASOLINA COMUM UTILIZADA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE - PB

AVALIAÇÃO DA GASOLINA ADITIVADA UTILIZADA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE - PB ATRAVÉS DA DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS

ANÁLISE DE PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DA GASOLINA E ÓLEO DIESEL COMERCIALIZADOS EM AREIA BRANCA/RN, CONFORME ESPECIFICAÇÕES DA ANP

9º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

APOSTILA DO FRENTISTA

ANÁLISE QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA DE COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS COMERCIALIZADOS NOS MUNICÍPIOS DO ENTORNO DE CAMPINA GRANDE-PB.

PARÂMETROS DE QUALIDADE DE COMBUSTÍVEIS COMERCIALIZADOS NO MUNICIPIO DE CAMPINA GRANDE - PB: UMA ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA

ADULTERAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

(com até 0,7% em massa de água) na mistura com gasolina pura (gasolina A). A meta almejada era de 20% de adição de etanol anidro à gasolina (gasolina

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE UBERABA

Das Definições. Art. 2º Para efeitos desta Resolução define-se:

RESOLUÇÃO ANP Nº 9, DE DOU RETIFICADA DOU

EXPERIÊNCIA 04: DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS

PESQUISA EXPERIMENTAL SOBRE O TEOR DE ÁLCOOL ETÍLICO ANÍDRICO COMBUSTÍVEL PRESENTE NA GASOLINA COMERCIALIZADA EM CAMPINA GRANDE - PB

RESOLUÇÃO ANP Nº 9, DE DOU RETIFICADA DOU

AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DA GASOLINA UTILIZADA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE - PB

Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União e permanecerá em vigor até 30 de abril de 2011.

RESOLUÇÃO ANP Nº 9, DE DOU RETIFICADA DOU

Resolução ANP Nº 30 DE 29/06/2015

OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ETANOL E ÓLEO RESIDUAL DE FRITURAS EMPREGANDO CATÁLISE MISTA: EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE CATALISADORES

Química Geral Experimental - Aula 4

I) Comparação da precisão em medidas volumétricas

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP

11. O uso de pérolas ou pedaços de vidro ou ainda de cerâmica porosa no aquecimento de soluções tem por objetivo:

Química. APL 2.5 Síntese de biodiesel a partir de óleo alimentar

AVALIAÇÃO DA EXATIDÃO E INTERFERÊNCIAS NA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ETANOL ANIDRO COMBUSTÍVEL NA GASOLINA AUTOMOTIVA PELO TESTE DA PROVETA (NBR ABNT

Química Geral Experimental - Aula 4

Técnicas de Trabalho com Material Volumétrico

Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis. Comercialização de Combustíveis. Destaques. Gasolina C. Etanol Hidratado. [ Edição nº 07/2018]

SOLUBILIDADE DE SÓLIDOS EM LÍQUIDOS

QMC 5119 II Semestre de 2014 EXPERIÊNCIA Nº1 MEDIDAS E TRATAMENTO DE DADOS

DETERMINAÇÃO DA GRANULOMETRIA

Síntese do Biodiesel a partir de óleo vegetal Procedimento experimental (adaptado de 1 )

Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos Departamento de Físico-Química. Medidas de Massa, Volume e Temperatura

ACTIVIDADE LABORATORIAL QUÍMICA 10º Ano

Determinação de amido em farinha de mandioca, produtos amiláceos e outros

QUI095 - Análise Volumétrica

Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis

MANUAL DE TESTE. Especificações Determinadas por Lei

Preço dos combustíveis mantém queda no mês de abril nas principais cidades Catarinenses

Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES FRUTAS PARA EXTRAÇÃO DE DNA: REVISITANDO AS AULAS PRATICAS DE BIOQUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

Unidade São Judas Tadeu

TRANSPORTES E OBRAS DE TERRA

Preço do etanol volta a ter queda nas principais cidades de Santa Catarina

SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

SELEÇÃO E MANUSEIO DE REAGENTES E OUTROS PRODUTOS QUÍMICOS

Municípios de Santa Catarina apresentam diferença de R$ 0,32 por litro de gasolina em dezembro de 2014

Título do Vídeo: Burn your calories! Nome dos participantes: Evgeniya Sitchikhina, Tatiana Sitchikhina. Professor responsável: Ana Anjos

Práticas de. Química Geral e Orgânica. para Engenharia Ambiental

Após aumento, preço do combustível praticado pela maior parte das principais cidades Catarinenses apresenta queda em março

TEOR DE ETANOL ANIDRO DE DIFERENTES PROCEDÊNCIAS NA REGIÃO DE RONDONÓPOLIS-MT

ANÁLISE METALOGRÁFICA DA CORROSÃO POR ÁLCOOL E GASOLINA EM CHAPAS DE AÇO DO TANQUE DE COMBUSTÍVEL SEM TRATAMENTO SUPERFICIAL

Munícipios de Santa Catarina apresentam aumento nos preços da gasolina em novembro de 2014

Santa Catarina inicia com altas nos preços da gasolina em fevereiro

PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO PADRÃO POP

Departamento de Física - ICE/UFJF Laboratório de Física II

Preço da gasolina praticado pelas principais cidades Catarinenses apresenta variação de R$ 0,497 por litro

BOLETIM CLIMATOLÓGICO TRIMESTRAL DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO IAG/USP - JJA INVERNO -

FUVEST ª Fase (Questões 1 a 7)

Ano CLI Nº 249 Brasília DF, quarta-feira, 24 de dezembro de 2014 págs. 88 e 89 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS COMO FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DA QUÍMICA

Laboratório de Física I. Experiência 2 Determinação de densidades. 1 o semestre de 2017

PALAVRAS-CHAVE: Biodiesel. Metanol. Óleo de fritura.

MATERIAIS BÁSICOS DO LABORATÓRIO DE QUÍMICA. Tópicos de Química Experimental. Débora Alvim/ Willian Miguel

mol / kg de água do mar NaCl 0,4186 MgCl 2 0,0596 Na 2 SO 4 0,02856

2. Qual é o cronograma para implantação do diesel de baixo teor de enxofre?

Laboratório de Física I. Experiência 2 Determinação de densidades. 1 de fevereiro de 2018

Munícipios de Santa Catarina apresentam queda nos preços da gasolina no mês de maio de 2014

2 Procedimento experimental

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis

Unidade Curricular: Física Aplicada

DESSULFURIZAÇÃO ADSORTIVA DO CONDENSADO ORIUNDO DA PIRÓLISE DE PNEUS INSERVÍVEIS

Entre os levantamentos de preços divulgados pela ANP, Balneário Camboriú apresenta maior variação no preço da gasolina em janeiro

Aprender a preparar soluções aquosas, realizar diluições e determinar suas concentrações.

MAL CLORO LÍQUIDO - DETERMINAÇÃO DE RESÍDUO NÃO VOLÁTIL - GRAVIMETRIA

AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS GRÃOS DE MILHO E DE SOJA ARMAZENADOS EM SILOS BAG

02/05/2016. Normas de laboratório INTRODUÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO NORTE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO:

Preço médio do etanol varia em até R$ 0,47 entre cidades de Santa Catarina

Preço da gasolina varia R$ 0,406 entre os municípios catarinenses analisados pela ANP

23/03/2017 Química Licenciatura Prof. Udo Eckard Sinks PESAGEM, MEDIDAS DE TEMPERATURA E MANUSEIO COM RECIPIENTES VOLUMÉTRICOS

LISTA DE EXERCÍCIOS DE RECUPERAÇÃO 1º TRIMESTRE QUÍMICA

7ª Semana de Licenciatura Educação Científica e Tecnológica: Formação, Pesquisa e Carreira De 08 a 11 de junho de 2010

XVI Maratona Cearense de Química º Ano. Experiência 1

CARACTERIZAÇÃO E TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS DO LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA DA UFCG/CES

MF-431.R-1 - MÉTODO TURBIDIMÉTRICO PARA DETERMINAÇÃO DE SULFATO

A Estratégia da ANP para o Controle de Qualidade do Biodiesel

Figura 2: Surgimento do menisco nos equipamentos volumétricos.

Complemento das Aulas 13 e 14: Os principais equipamentos presentes em um laboratório

Química Geral Experimental - Aula 5

ANALISE DE RENDIMENTO DO CATALISADOR HETEROGÊNEO ÓXIDO DE ALUMÍNIO (Al2O3) NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL DE SOJA (glycine max)

Unidade Curricular: Física Aplicada

EQUIPAMENTO BÁSICO DE LABORATÓRIO

Análise qualitativa dos combustíveis comercializados nos municípios de Macau, Alto do Rodrigues e Guamaré. Área de Conhecimento QUÍMICA.

EFEITOS DA LUBRIFICAÇÃO REDUZIDA NO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL E NA VIDA ÚTIL EM MOTOSSERRA DE PEQUENO PORTE

RESPOSTAS AOS RECURSOS AO CARGO DE TÉCNICO DE LABORATÓRIO Área: QUÍMICA D

Experiência 04 Rigidez Dielétrica de Óleo Mineral

Transcrição:

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA GASOLINA COMERCIALIZADA EM CAMPINA GRANDE, INCLUINDO A INFLUÊNCIA DO HORÁRIO DE ABASTECIMENTO E A LOCALIZAÇÃO DO POSTO DE COMBUSTÍVEL. Leonardo Figueiredo Dias Emerenciano 1 ; João Manoel de Oliveira Neto 2 ; Marcelo Bezerra Grilo³ 1 Universidade Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica leo.emerenciano@hotmail.com 2 Universidade Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica john_hc3m@hotmail.com.br 3 Universidade Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica griloufcg@yahoomail.com.br RESUMO A indústria petrolífera é caracterizada desde a descoberta do petróleo até a sua comercialização em um setor específico, um dos setores finais é a comercialização da gasolina. O objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade da gasolina comercializada na cidade de Campina Grande-PB, permitindo fazer alguns comparativos, tais como: Os resultados obtidos entre a gasolina analisada na região central e periférica da cidade e a variação da massa específica da gasolina em função do abastecimento noturno e diurno. O estudo foi dividido em duas partes: Coleta e em seguida a análise das amostras de gasolina. O universo pesquisado foi de 24 postos (50% do total existente atualmente na cidade). Em cada posto foram realizadas duas coletas, uma foi realizada de acordo com a norma da ANP (A gência nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a outra coleta fora da referida norma. As amostras foram avaliadas experimentalmente de acordo com as seguintes propriedades: Aspecto visual, teor de álcool etílico anidro combustível (AEAC) presente e massa específica. Os experimentos foram realizados no Laboratório Experimental de Máquinas Térmicas (LEMT) da Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica (UAEM) da UFCG. A partir dos testes realizados, foi constatado que apenas 8,7% das amostras apresentaram não conformidade quanto ao teor de AEAC. A gasolina coletada durante a noite apresentou um aumento médio de 0,0053 g/ml em uma variação média de -6,7ºC, com relação a gasolina coletada durante o dia, concluindo assim que é melhor abastecer o veículo durante a noite. 1. INTRODUÇÃO O crescente poder aquisitivo do cidadão brasileiro tem sido notado em vários setores do comércio, inclusive o de veículos automotivos, que vem crescendo significativamente, e consequentemente ocorre um aumento no consumo de combustíveis. Nota-se que a disputa envolvendo os postos de combustíveis muitas vezes não é feita de forma ética, ou seja, em alguns casos a não conformidade do combustível vendido acontece de forma a proporcionar um maior lucro. Daí a importância do controle de qualidade dos mesmos. Tal controle é realizado pela ANP, diretamente ou mediante convênios com outros órgãos públicos. A comercialização de uma gasolina não conforme, comumente denominada, adulterada", ocasiona inúmeros malefícios para a sociedade, que vai desde prejuízos financeiros até problemas

de saúde. Dentre estes, pode-se destacar: aumento do consumo e queda do desempenho do motor; dificuldade em dar partida pela manhã; antecipação da combustão e aumento da emissão e do número de poluentes, segundo Almeida Silva (2014). É de grande relevância combater esses malefícios ocasionados a sociedade, oriundos de práticas incorretas no processo pertencente a cadeia produtiva de petróleo e gás, problemas esses que podem ser evidenciados no transporte, característica observada através do deslocamento do combustível da distribuidora até o posto de combustível, ou na própria comercialização final para os consumidores, dentro dos pontos de distribuição. Essas duas etapas são as mais propícias a descaracterização da gasolina. Para isso, é de extrema importância a atuação contínua e eficaz das fiscalizações, com objetivo de efetuar coletas e análises nos postos de gasolina e, por conseguinte, repassar integralmente os resultados para a ANP, e dessa maneira, coibir a prática ilegal de adulteração. A gasolina comercializada é uma mistura de gasolina com álcool etílico anidro combustível (AEAC). O Ministério da Agricultura, através da portaria MAPA nº105, estabelece o teor obrigatório de AEAC em 25%, sendo permitida uma variação de ±1%. O estudo realizado vem com objetivo de analisar de forma quantitativa e qualitativa a gasolina comercializada na cidade de Campina Grande-PB, permitindo inferir sobre conformidade ou não da mesma, bem como quantificar as diferenças de massa no ato do abastecimento nos diferentes horários de coleta resultantes da influência da temperatura e observar a interferência da posição geográfica do posto (centro x periferia) no mapa da cidade. 2. METODOLOGIA 2.1. Coletas das amostras As coletas das amostras foram realizadas em Julho de 2014, do dia 15 ao dia 24 do referido mês em duas etapas para cada posto, em um universo de 24 pontos, onde os primeiros pontos visitados foram os periféricos, e posteriormente, os centrais. Em uma primeira etapa, com o que estabelece a norma (NBR) da ABNT 13992:2008, o combustível foi coletado entre 18 horas e 8 horas do dia seguinte, para que seja evitada a perda de pequenas frações por evaporação. Estas amostras foram armazenadas cada uma em um frasco âmbar de volume 1L (reservatórios os quais estão sobre a mesa, ilustrados na Figura 1), previamente limpos, secos e de fácil identificação. Para que pudesse efetuar a coleta sem grandes problemas, foi pedido aos frentistas que enchessem um reservatório em bom estado de conservação e isento de vazamentos, de cor branca, como exemplificado na Figura 1, e ao sair do posto era transferido o conteúdo do reservatório para o frasco (âmbar) com o auxílio de um funil. Figura 1: Material utilizado para coleta. 2.2. Materiais e equipamentos utilizados Os materiais e equipamentos utilizados para a realização desse trabalho foram: 240 g de cloreto de sódio (100 g/litro de água destilada);

48 amostras de gasolina tipo C (comum); Água destilada (2,4 Litros); Béquer de 100 ml graduado; Béquer de 250 ml graduado; Densímetro de vidro de escala 0,700 a 0,800g/ml, com variação de 0,001g/ml; EPI s (luvas de látex, óculos de segurança, máscara, jaleco); Funil; Lupa; Pipeta de plástico; Proveta de 100 ml graduada com boca esmerilhada; Proveta de 250 ml graduada com boca esmerilhada; Termômetro; Reservatório (INMETRO). 2.3. Ensaios Em cada amostra de gasolina, executaram-se testes experimentais para a análise do aspecto visual e da cor, segundo as normas ABNT NBR 13992:2008 ( teste de proveta) para determinação do teor % de AEAC, e ABNT NBR 14065:2006 para a determinação da massa específica. 2.3.1. Aspecto visual da amostra A inspeção do aspecto visual das amostras foi realizada logo após a coleta, no Laboratório Experimental de Máquinas Térmicas (LEMT) da UFCG. Procedendo - se da seguinte forma: Primeiramente verte-se a amostra na proveta esmerilhada de 250 ml, agita-se a amostra de modo a formar um redemoinho, ou seja, um escoamento turbulento, com o objetivo de verificar a possível existência de impurezas em precipitação, observados com o auxílio de uma lupa. O fluido é depositado em um becker de acordo com a Figura 2. Se houver a presença de impurezas, ela já será classificada como não conforme, mesmo antes dos outros testes terem sido realizados. Figura 2: Aspecto visual. 2.3.2. Determinação da massa específica da gasolina Esse teste também foi realizado no LEMT, logo após as amostras serem coletadas. Ele foi realizado da seguinte maneira: Mede-se primeiramente a temperatura da amostra com o auxílio de um termômetro, ilustrado na Figura 3, e logo após, cuidadosamente o densímetro,de escala 0,700 a 0,800 g/ml, é imerso em uma proveta de 250 ml, limpa e seca, sem tocar as paredes da proveta até que o mesmo se estabilize, efetua-se a medida do nível correspondente à massa específica da amostra, como está na figura 4. Figura 3: Medição da temperatura.

Figura 4: Medição da massa específica. Foi relacionada a temperatura encontrada com o intervalo permissível de massa específica da amostra, conforme uma tabela de correção, e verifica-se se está de acordo com o intervalo recomendado. Caso esteja fora desse intervalo, a amostra será classificada como não conforme. 2.3.2. Procedimento quanto ao teor de AEAC Os testes foram realizados logo após a coleta, no LEMT. Primeiramente é preparada uma solução composta por 100 g de NaCl para cada 1000 ml de água destilada. A porção de NaCl foi devidamente pesada, descontando a tara, por uma balança de precisão, conforme mostrado na Figura 5. Foi apresentado um cuidado especial com a limpeza e umidade das provetas, evitando a contaminação com a amostra a ser analisada. Figura 5: Pesagem do NaCl. Esse processo permite, através da função catalisadora do NaCl, o AEAC ser absorvido pela solução (água destilada+ NaCl), restando a gasolina acima da mistura de NaCl e etanol devido a diferença de densidade. A leitura do resultado obtido deve ser feita no nível adequado, diminuindo a percentagem de erros por paralaxe. Foram adicionados 50 ml da amostra de gasolina na proveta de 100 ml. Em seguida foi adicionado 50 ml da solução de NaCl, completando, dessa forma, os 100 ml. A proveta foi tampada e invertida cerca de 10 vezes, evitando forte agitação, para que não se formassem bolhas, e posta sobre uma superfície plana por um período 5 a 10 minutos, como ilustrado na Figura 6. O procedimento foi repetido para as demais amostras de gasolina, sempre partindo da proveta limpa e seca. Figura 6: Processo de mistura e proveta em repouso para efetuar a leitura do teor de AEAC na gasolina.

A computação da análise é realizada conforme ilustra a Figura 7: 18 25 Periférico Ipiranga 19 25 Periférico Ipiranga 22 24 Periférico Ale 23 25 Periférico Ipiranga 24 24 Periférico Branca 26 24 Periférico Ipiranga 27 25 Periférico Branca 30 25 Periférico Petrobrás 31 25 Periférico Branca Figura 7: Visualização do resultado. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após realizados os testes, todas as amostras foram tidas como límpidas e isentas de impurezas, assim como para a densidade também não houve problemas, diferentemente do teor de AEAC. 32 24 Central Ipiranga 47 25 Periférico Ipiranga 08 25 Central Branca A partir da Tabela 1, o gráfico do teor de AEAC foi construído, e mostrado na Figura 8. Posto 3.1. Teor de AEAC na gasolina Tabela 1. Teor de AEAC das amostras. Teor de AEAC (%) Região Bandeira 01 25 Periférico Ipiranga 02 25 Central Branca 03 25 Central Ale 06 25 Central Ipiranga 07 25 Central Ale 09 25 Periférico Petrobrás 10 23 Central Ipiranga 11 25 Central Ipiranga 12 25 Periférico Branca 13 25 Central Ipiranga 14 23 Central Branca 15 - Central Branca Figura 8: Teor de AEAC (%) nas amostras. De acordo com a figura 8, constatase que os postos 10 e 14 apresentaram não conformidade, no que diz respeito ao teor de álcool etílico anidro contido na gasolina. Representando um valor de 8,7% do total de estabelecimentos pesquisados. Os postos que apresentaram não conformidade quanto ao teor de AEAC estão localizados na região central da cidade (postos 10 e 14).

O posto de combustível intitulado pelo número 15 esteve fechado todos os dias da coleta, por tal motivo não foi possível a análise do mesmo. 3.2. Massa específica da gasolina Na tabela 2 e 3 são mostradas as massas específicas das coletas realizadas no período noturno e diurno respectivamente. Tabela 2. Massa específica das amostras coletadas no período noturno. Posto T (ºC) (Noturno) Massa específica (noturno) (g/ml) Região Bandeira 01 16,5 0,753 Periférico Ipiranga 02 17,0 0,749 Central Branca 03 21,0 0,747 Central Ale 06 18,5 0,748 Central Ipiranga 07 20,5 0,745 Central Ale 09 19,0 0,752 Periférico Petrobrás 10 17,5 0,750 Central Ipiranga 11 22,0 0,746 Central Ipiranga 12 21,0 0,748 Periférico Branca 13 18,0 0,746 Central Ipiranga 14 18,5 0,747 Central Branca 15 - - Central Branca 18 22,0 0,747 Periférico Ipiranga 19 19,0 0,751 Periférico Ipiranga 22 20,0 0,746 Periférico Ale 23 17,5 0,750 Periférico Ipiranga 24 16,5 0,750 Periférico Branca 26 17,0 0,749 Periférico Ipiranga 27 19,0 0,745 Periférico Branca 30 19,5 0,747 Periférico Branca 31 17,5 0,750 Periférico Branca 32 19,0 0,746 Central Ipiranga 47 18,5 0,746 Periférico Ipiranga 08 17,0 0,748 Central Branca Posto Tabela 3. Massa específica das amostras coletadas no período diurno. T (ºC) (Diurno) Massa específica (diurno) (g/ml) Região Bandeira 01 29,0 0,747 Periférico Ipiranga 02 26,0 0,743 Central Branca 03 27,0 0,741 Central Ale 06 27,0 0,742 Central Ipiranga 07 24,0 0,741 Central Ale 09 28,0 0,742 Periférico Petrobrás 10 23,5 0,742 Central Ipiranga 11 27,0 0,742 Central Ipiranga 12 29,0 0,744 Periférico Branca 13 24,5 0,741 Central Ipiranga 14 24,0 0,743 Central Branca 15 - - Central Branca 18 28,0 0,742 Periférico Ipiranga 19 27,0 0,743 Periférico Ipiranga 22 24,0 0,741 Periférico Ale 23 27,0 0,744 Periférico Ipiranga 24 24,0 0,744 Periférico Branca 26 24,0 0,741 Periférico Ipiranga 27 24,5 0,742 Periférico Branca 30 23,0 0,744 Periférico Branca 31 24,0 0,741 Periférico Branca 32 24,0 0,743 Central Ipiranga

47 24,5 0,743 Periférico Ipiranga 08 23,0 0,745 Central Branca A partir das Tabelas 2 e 3 analisa-se os dados referentes a coleta noturna x diurna, com os quais foi construído o gráfico da Figura 9. Figura 9: Massa específica (g/ml) das amostras das coletas noturnas e diurnas. De acordo com o gráfico da Figura 9 pode-se constatar que nenhum dos postos apresentou valores de massa específica fora da faixa recomendada para suas temperaturas, representando assim um valor de 100% do total de postos pesquisados. 3.3. Simulações abastecimento diurno x noturno É possível afirmar, como apresentado nas Tabelas 2 e 3 que o abastecimento noturno apresentou uma variação média de -6,7º C quando comparado ao abastecimento diurno. Esta variação representou um aumento médio da massa específica das amostras de 0,0053 g/ml. 3.4. Variação média da massa específica em função das estações do ano Um fato interessante ocorrido na análise, se refere a variação média da massa específica, que por sua vez apresentou um valor menor que outro trabalho realizado no LEMT por Almeida Silva (2014). O mesmo foi realizado em meados de março, quando a estação meteorológica era o verão, que em Campina Grande-PB, é caracterizado por dias com elevadas temperaturas e noites com temperaturas consideravelmente baixas. Consequentemente, a amplitude térmica apresentada nessa época é maior quando comparada com a estação em que esse trabalho foi realizado, ou seja, no inverno, que se caracteriza por dias com baixas temperaturas, devido as chuvas, e noites também com temperaturas baixas, como consequência tem-se uma amplitude térmica menor quando comparado com o verão. O principal impacto notado foi a redução do aumento médio da variação de massa específica quando comparado os dois períodos do dia (noturno e diurno), a variação da massa específica no inverno entre os turnos diurnos e noturnos não são tão significativos quando comparamos com as coletas sendo realizadas no verão, a explicação para isso se fundamenta no fato que a temperatura influencia diretamente na massa específica da gasolina analisada no verão, em particular no período diurno, no qual as temperaturas são elevadas, obtém-se valores de massa específica menores, pois as altas temperaturas, implicam em expansão do volume e perdas de frações leves da gasolina (volatilização) e por conseguinte uma diminuição considerável na massa específica. Então, a diferença entre a massa específica da gasolina entre o período diurno e noturno em um posto x será maior quando comparados no período mais frio. Porém, nota-se que um aumento médio de 0,0053 g/ml no período noturno é um valor significativo. Portanto há um ganho de massa considerável ao se

abastecer no período noturno no decorrer de um determinado tempo. 4. CONCLUSÕES A gasolina coletada e analisada foi a gasolina S-50 (concentração de enxofre de cinquenta partes por milhão). Anteriormente o teor de enxofre não tinha limite estabelecido, com isso os valores de enxofre (ppm) eram muito elevados. Com essa redução de enxofre a massa específica da gasolina obteve uma diminuição, pelo fato desse composto causar o aumento dessa propriedade. A partir dos dados observados foi possível traçar um comparativo e concluir que, ao contrário do esperado pelo senso comum, a qualidade da gasolina comercializada nos bairros periféricos apresentaram melhores resultados quanto o teste de AEAC. E em relação ao teste de massa específica, nenhuma das áreas apresentou não conformidades, conforme dados já apontados anteriormente. Essa isenção de não conformidades acompanha a tendência do estado da Paraíba, segundo Almeida Silva (2014), Além disso, pode-se concluir que o número de amostras que apresentaram teor de álcool anidro abaixo do permitido, se deve a grande alta, nos últimos anos, no preço do mesmo. A comparação entre o abastecimento diurno e noturno revelou que a variação da massa específica da gasolina, entre estes períodos são relativamente significativos, pode ser constatado através dos dados revelados no item 3.3 do presente trabalho. Supondo que se abasteça um automóvel no período noturno com 40 litros de gasolina, estaria levando 212 gramas a mais de gasolina, comparado ao abastecimento no período diurno. em Campina Grande e da Variação de sua Massa Específica em função do Horário de Abastecimento. 2014, 38p. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica. Campina Grande- PB. Portaria nº105, de 28 de Fevereiro de 2013 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasilia, 2013. NBR 13992. ABNT. Gasolina automotiva - Determinação da massa específica e do teor de alcóolico, Rio de Janeiro, 2008. NBR 14065. ABNT. Petróleo e produtos de petróleo - Determinação da massa específica, densidade relativa e API - Método do densímetro, Rio de Janeiro, 2006.. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F. A. da S. Estudo sobre a Qualidade da Gasolina Comercializada