CARACTERIZAÇÃO DO MAPA DE KERNEL PARA AVALIAR A DISTRIBUIÇÃO DO MOGNO (Swietenia macrophylla King.) NA FLORESTA ESTADUAL DO ANTIMARY

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Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO DO MAPA DE KERNEL PARA AVALIAR A DISTRIBUIÇÃO DO MOGNO (Swietenia macrophylla King.) NA FLORESTA ESTADUAL DO ANTIMARY Izabele Domingues Soares¹ Altemir da Silva Braga² Resumo: A espécie Swietenia macrophylla King, mogno, da família Meliaceae, constitui-se em uma das madeiras mais apreciadas e de maior valor comercial, que durante algumas décadas foi intensamente explorada, tornando-se umas das espécies florestais em risco de extinção. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar a distribuição espacial da espécie na Floresta Estadual do Antimary (FEA) Acre, utilizando o estimador de intensidade Kernel. Essa técnica estatística é uma alternativa simples para analisar o comportamento de pontos e estimar a intensidade pontual do processo em toda a região de estudo. Algumas aglomerações foram identificadas através da superfície gerada pelo mapa de Kernel, demonstrando que a técnica foi aplicada com sucesso. Palavras-chave: Técnica Estatística; Distribuição Espacial; Estimador de Intensidade. CHARACTERIZATION OF THE KERNEL MAP TO EVALUATE THE SPATIAL DISTRIBUTION OF MAHOGANY (Swietenia macrophylla KING.) IN THE STATE FOREST ANTIMARY. Abstract: The species Swietenia macrophylla King, mahogany family Meliaceae, is in one of the most prized woods and high commercial value, which for decades has been heavily exploited, becoming one of the forest species at risk of extinction. Some agglomerations have been identified through surface map generated by the kernel. Keywords: Technical Statistics; Spatial Distribuition; Estimator Intensity. 1 Introdução O mogno (Swietenia macrophylla King.), pertencente à família Meliaceae, é uma espécie que apresenta grande porte na América Tropical, comumente com altura acima de 30 m, com fuste retilíneo e cilíndrico (TEREZO, 1999). As folhas são alternas, usualmente, ¹ Graduando em Engenharia Florestal/UFAC e-mail: cristiano.corea@gmail.com ² NAEPE /UFAC e-mail: altemir.bragra@ufac.br empinadas, com folíolos opostos ou ocasionalmente alterados. A madeira possui alburno com coloração branca amarelada e cerne variando de marrom escuro a pardo amarelado ou

avermelhado (ALVARADO, 2009). O fruto da espécie é uma cápsula lenhosa e ovóide medindo de 10 cm a 22 cm de comprimento e as sementes são aladas e leves, quase do tamanho do fruto. A queda de sementes da espécie ocorre durante o meio e o final da estação seca. A chuva de sementes adquire um formato parabólico, a partir da árvore que está frutificando. A distância de dispersão pode ser bem maior, onde os ventos são comuns (CARVALHO, 2007). O mogno possui um alto valor comercial, podendo ser utilizado em móveis de luxo, objetos de adorno, decorações de interiores, instrumentos musicais, embarcações leves, construção civil, painéis, compensados, etc, além de produtos não madeireiros e na ornamentação de parques e jardins. O seu valor comercial extraordinário tem estimulado a sua extração na Amazônia brasileira há muitos anos, mas com maior intensidade desde o inicio da década de 70. Dessa foram, neste trabalho, foi utilizado a técnica de estatística espacial conhecida por processo com apenas as propriedades de primeira ordem utilizando-se o estimador de intensidade de Kernel com o objetivo de caracterizar a distribuição das árvores de mogno na Floresta Estadual do Antimary. 3 Material e Método 3.1. Material 3.1.1. Descrição da área de estudo Neste estudo a região onde estão localizados os indivíduos de mogno apresenta uma área de aproximadamente 3.760 ha que corresponde ao Plano de Operação Anual 2010, com um total de 184 indivíduos (Figura 2). Figura 2: Floresta Estadual do Antimary com a área de estudo em destaque onde estão localizados os indivíduos de mogno. 3.2. Método 3.2.1. Estimador de intensidade Kernel

O estimador de intensidade Kernel é uma alternativa simples para analisar o comportamento de pontos e estimar a intensidade pontual do processo em toda a região de estudo. Segundo Câmara et al. (2002), essa função realiza uma contagem de todos os pontos dentro de uma região de influência, ponderando-os pela distância de cada um a localização de interesse, como mostrado na Figura 3. Os parâmetros básicos desse estimador são: (a) um raio de influência (τ 0) que define a vizinhança do ponto a ser interpolado e controla a suavização da superfície gerada; (b) uma função de suavização do fenômeno. A escolha do raio de influência é crucial, pois com um raio muito grande a superfície parecerá plana, amaciada, desse modo as características locais serão ocultadas, enquanto que para um raio pequeno a superfície tenderá a picos centrados gerando uma superfície muito descontinua. Foi adotado um raio de incidência do mogno de 750m, portanto na geração do mapa foi adotado o mesmo valor para o raio de influência. A função algorítmica utilizada foi o quártico com uma grade sobre a região com 50 colunas. Figura 3: Caracterização do Estimador de Intensidade 4.0. Resultados e Discussão Para a apresentação dos resultados do intensificador de Kernel realizou-se, primeiramente, uma análise exploratória dos pontos de Mogno e, depois, a visualização da distribuição dos pontos por meio do intensificador de Kernel. 4.1. Análise exploratória da distribuição dos pontos de mogno Analisando a distribuição dos pontos dos mognos ressalta-se que, aparentemente, eles estão distribuídos de forma aleatória não apresentando informação sobre agrupamento. Dessa forma, fica difícil verificar por meio de uma análise descritiva uma possível agregação de pontos, como mostra a Figura 4. Os indivíduos em destaque na figura são as possíveis árvores-matrizes, apresentando valores entre 400 cm e 660 cm de CAP (circunferência a altura do peito). Há regiões de bastante concentração das possíveis árvores-mães, contudo, na região central da área de estudo não se observa muito a presença de árvores com um CAP superior a 400 cm.

Figura 4: Localização dos indivíduos de mogno e as possíveis árvores matrizes. 4.2. Intensificador de Kernel para os pontos de Mogno Pode-se observar que nas regiões em destaque da Figura 5, três regiões apresentam pontos que estão mais próximos. Várias superfícies foram ajustadas pela estimativa kernel em função do raio de influência com auxílio do aplicativo TerraView. Para este estudo foi escolhido o raio de valor = 750 m que melhor representou a variação, isto é, não muito suave e sem picos muito elevados. Conforme a Figura 5, pode-se, afirmar que o intensificador de Kernel conseguiu identificar algumas informações em relação a uma possível concentração de árvores de mogno em três regiões conforme destacado na figura por: Área 1, Área 2 e Área 3. Sendo que a maior concentração do intensificador ocorreu na Área 1 com, aproximadamente, 30 árvores. Constata-se, ainda, que nesta região os pontos de árvores de mogno estão mais próximos uns dos outros do que os observados na Área 2. Destaca-se, ainda, a Área 2 com, aproximadamente, 22 árvores de mogno. Nesta área o intensificador de Kernel apresentou intensidade um pouco menor do que a Área 1. Isso ocorreu devido os pontos ao fato de que os pontos estarem mais distantes uns dos outros em relação a Área 1. E, por fim, destaca-se, a Área 3 com, aproximadamente, seis árvores de mogno. Esta área foi a que apresentou, conforme o estudo, a menor intensidade. Dessa forma, pode-se, afirmar de forma descritiva que a distribuição de mogno na Floresta Estadual do Antimary apresenta três aglomerados. Sendo o de maior intensidade está localizado ao leste, o de intensidade média no centro e o de menor intensidade a oeste da região de estudo. Os clusters observados no Mapa de Kernel podem ser justificados pela maior proximidade entre as árvores, onde a presença de possíveis árvores-mães pode ter influenciado, mas não foi determinante para a formação dos aglomerados.

Figura 5: Superfície gerada pelo estimador Kernel com os indivíduos de mogno. 5.0. Conclusão Os resultados obtidos pelo presente estudo permitem concluir que o intensificador de Kernel foi aplicado com sucesso para avaliar a distribuição de mogno na Floresta Estadual do Antimary. Em que foi possível verificar por meio da técnica três áreas de concentração de mogno: A de maior intensidade localizado ao leste, o de intensidade média no centro e o de menor intensidade a oeste da região de estudo. Referências Bibliográficas ALVARADO, J. R., Dendrocronologia de árvores de mogno, Swietenia macrophylla King., Meliaceae, ocorrentes na floresta tropical Amazônica do Departamento de Madre de Dios,Peru. Piracicaba, 2009. 131 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2009. CÂMARA, G; MONTEIRO, A. M.; FUCKS, S. D.; CARVALHO, M. S. Introdução à ciência da geoinformação. São Jose dos Campos: INPE, 2002. 186 p. CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Mogno Swietenia macrophylla. Circular Técnica 140. Embrapa Florestas. Colombo: PR, 2007. TerraView 4.o.0. São José dos Campos, SP: INPE, 2010. Disponível em: www.dpi.inpe.br/terraview. Acesso em: maio de 2011.