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Transcrição:

1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL ALMÊ DE PAULA COSTA O EFEITO DA MICROGALVANOPUNTURA EM ESTRIAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Goiânia 2013

2 ALMÊ DE PAULA COSTA O EFEITO DA MICROGALVANOPUNTURA EM ESTRAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFIA Projeto apresentado ao curso de Especialização em Fisioterapia Dermato Funcional do Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, como critério de avaliação da disciplina de Metodologia Científica: Oficina de Projetos. Orientador: Prof. Ms. Alessandra Ferreira de Noronha Goiânia 201

3 RESUMO O efeito da microgalvanopuntura em estrias: Uma revisão bibliográfica O uso da microgalvanopuntura nas estrias atróficas trata-se de um recurso atualmente muito utilizado, contudo há poucas pesquisas realizadas em relação ao tema, protocolos e resultados de tratamentos. Foram colhidos dados referentes às características gerais das estrias, o uso e efeito da microgalvanopuntura, tendo como finalidade a melhora do aspecto da pele estriada. É consenso que não há tratamento que ofereça 100% de melhora, mas o aspecto da pele se apresenta muito próxima ao normal. Palavras-chaves: Microgalvanopuntura, estrias, pele.

4 INTRODUÇÃO A estria é uma atrofia tegumentar adquirida e caracteriza-se por adelgaçamento, pregueamento, secura, menor elasticidade, rarefação dos pêlos, tendência à bilateralidade. É de grande incidência em ambos os sexos, especialmente no feminino na região lombar e os glúteos Apresenta ainda um aspecto estético desagradável, sendo, portanto, causador de distúrbios emocionais (3). A estria é dita como uma atrofia, principalmente pela redução do volume e número de suas células, da espessura da pele e separação das fibras colágenas. As estrias são classificadas como lesões por apresentar perda da elasticidade e da compactação, mas histologicamente são diferenciadas das lesões senis ou cicatrizes porque nessas os fibroblastos se apresentam de forma estrelada e nas estrias atróficas a forma dos fibroblastos predominante é a globular. Logo, são alterações histológicas completamente diferentes, não podendo ser comparada com nenhuma outra lesão dérmica (GUIRRO E GUIRRO, 2002 e 2004 e KARIME 2006). O aparecimento de estrias está relacionado a diferentes situações clínicas como, por exemplo, o crescimento e/ou aumento de peso repentino, gravidez, alterações endocrinológicas, especialmente as associadas á corticóides e ao estrógeno, exercício vigoroso e algumas infecções como febre tifóide e hanseníase (MILANI et al, 2006). Geralmente são bilaterais e perpendiculares às fendas cutâneas (CAVALCANTI et al., 2007). Fonte: Trabalho de conclusão de curso de Fisioterapia da Universidade de Tuiuti do Paraná, Curitiba, 1999. 41 A fase inicial do aparecimento de uma estria atrófica, classificada anteriormente de estrias rubras, é o melhor momento para se dar início ao tratamento, principalmente porque

5 ainda existe a presença de células e corrente sanguíneo local onde a regeneração se torna mais fácil (VENTURA, 2003). Com o tempo ocorre a redução da microcirculação, diminuição acentuada de colágeno e fibras elásticas proporcionando um aspecto rugoso e de coloração esbranquiçada. As estrias tendem a diminuir sua sensibilidade com o tempo (AGNE, 2004). As abordagens terapêuticas existentes atualmente buscam a melhora do aspecto visual das estrias através da promoção da melhora histológica do tecido (WHITE, 2008). Desde os tempos antigos, a eletricidade vem sendo utilizada com fins terapêuticos. A utilização da eletroterapia tem mostrado resultados significativos no tratamento das estrias cutâneas, pois tem como objetivo a promoção do aumento do número de fibroblastos na região lesionada, a formação de novos vasos sanguíneos e a normalização da sensibilidade dolorosa (NAKANO E YAMAMURA, 2005). A principal indicação da microgalvanopuntura é o tratamento das estrias, buscando a reação inflamatória e daí desencadeado os fenômenos da reestruturação tecidual. (AGNE, 2004). Santos (2003) relata que o principal momento da inflamação é a vasodilatação responsável pela hiperemia e calor, aumentando com isso o fluxo sanguíneo que é fundamental nas alterações hemodinâmicas da inflamação aguda. A corrente galvânica é uma corrente contínua, direta, com fluxo constante de elétrons e unidirecional. Mantém sua polaridade definida durante a aplicação, com ação a nível mais superficial, e com intensidade que não varia na unidade de tempo (MACHADO, 2002). A corrente galvânica tem por objetivo promover um processo inflamatório agudo para haver a regeneração do tecido estriado (BORGES et al., 2007). Ocorre uma série de eventos complexos, envolvendo a migração das células originárias do tecido vascular e conjuntivo para o local da lesão. Esse processo é governado por substâncias quimiotáticas liberadas no local (KITCHEN, 2003). Logo, o estímulo da corrente, juntamente com o estímulo físico da agulha, desencadeia essa resposta inflamatória localizada gerando um processo de reparação tecidual com conseqüente fechamento das estrias (KARIME, 2006). A aplicação deve ser em media de 3 a 4 pontos por centímetros lineares, de forma que a introdução da agulha na pele seja paralela não em ângulo reto. O tempo de permanência da agulha em cada perfuração é variável, mas não devendo ultrapassar 3 segundos. Ressalta-se que a perfuração da agulha, forma fendas na pele a qual deverá ser preenchida por células epidérmicas o que não ocorre quando somente se raspa a agulha sobre a estria. (AGNE, 2004).

6 As estrias constituem, ainda hoje, um desafio terapêutico. É consenso que não há tratamento que ofereça 100% de melhora. A resposta ao tratamento varia de paciente para paciente, e também, da fase evolutiva em que se encontra a estria. São referidos na literatura poucos métodos de tratamento das estrias atróficas, sem ainda haver um consenso sobre sua utilização ou protocolo de tratamento. Logo, o objetivo deste trabalho foi de demonstrar o uso da microgalvanopuntura como um dos mais novos e eficazes métodos de tratamento da pele estriada.

7 MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia aplicada na realização deste trabalho, é a revisão bibliográfica, baseada em pesquisa de livros e periódicos, artigos em base de dados, Bireme (Lilacs e Medline) e Pubmed. Para a pesquisa dos artigos foram utilizadas as seguintes palavras-chave: fisiot$ corrente galvânica, estrias$, microgalvanopuntura, dermo$ e estetic$, sendo realizado o cruzamento posterior entre as mesmas. Os artigos foram pesquisados nas línguas portuguesa e inglesa, compreendidos entre o período de 1991 a 2013, visando um amplo estudo sobre o uso da microgalvanopuntura como tratamento para as estrias atróficas. Além disso, foram utilizados alguns trabalhos de conclusão de curso de outras áreas afins. Foram descartados os artigos que não correspondem aos objetivos do trabalho e incluídos aqueles relacionados com o tecido epitelial, a reparação tecidual, as estrias atróficas, e a corrente galvânica.

8 RESULTADOS Foram encontrados 27 artigos, todos tratavam sobre estrias e corrente galvânica, desmembrando da seguinte forma: 04 eram sobre a corrente galvânica e seus efeitos, 10 sobre tratamento de estrias com microgalvanopuntura, 01 associou o efeito da corrente galvânica com o efeito físico da agulha, 01 era sobre esfoliação da pele antes da aplicação da corrente galvânica, 02 eram sobre a importância da avaliação prévia do paciente, 03 eram sobre a intensidade da corrente utilizada. Dezesste foram estudos experimentais, 10 artigos foram de revisão bibliográfica.

9 DISCUSSÃO O presente trabalho foi realizado com o objetivo de demonstrar a importância do uso da microgalvanopuntura no tratamento das estrias atróficas, onde para isso foi abordado a reparação tecidual e o recurso eletroterápico. É de comum acordo entre os autores que o uso da corrente galvânica é um método eficaz e que possui aplicabilidade clínica, uma vez que proporciona a regeneração da pele ocasionada pelos efeitos intrínsecos da corrente contínua e dos processos envolvidos na inflamação aguda, obtidos pelo estímulo físico da agulha. (WHITE et al., 2007). O Striat Esthetic (ilustração 1) é o melhor método para o tratamento das estrias, pois seu estímulo elétrico está baseado na compilação dos efeitos intrínsecos da corrente contínua (corrente galvânica) que promovem uma inflamação aguda localizada, sem qualquer efeito sistêmico, mas extremamente eficiente na regeneração do tecido conjuntivo rompido, promovendo por sua contratura, o estreitamento das estrias e, assim, tornando-as imperceptíveis (GUIRRO E GUIRRO, 2002). Ilustração 1 Aparelho Estriat Esthetic Fonte: Imagens retiradas dia 29/01/2013 do site: http://www.institutosaopaulo.com.br/produtos. Em um trabalho realizado por Santos e Simões (2004), utilizou-se a corrente galvânica no tratamento das estrias em três pacientes do sexo feminino, onde a freqüência utilizada variou de 100 a 150 microamperes, tendo uma resposta satisfatória nos três casos. Segundo WHITE et al. (2007), observou-se uma epiderme mais espessa, maior quantidade de fibroblastos, fibras elásticas e colágenos e maior número de vasos após a aplicação da corrente elétrica.

10 Resina, Sotillo, Montes e Castro, em estudo realizado em 1975, já relatavam alterações sofridas na derme e epiderme na pele estriada. Em seu trabalho foi possível observar, através de microscopia ótica, das biópsias realizadas do tecido lesado, atrofia da epiderme, maior espaçamento entre as fibras colágenas na derme, fibras elásticas mais finas e alongadas, tanto na derme papilar quanto reticular, além de dilatação dos vasos sanguíneos. Pieraggi, Julian, Delmas e Bouissou, em 1982, observaram alterações semelhantes também ao microscópio ótico, como epiderme fina e atrofiada, as bandas de colágeno apresentaram-se finas, curtas e paralelas à epiderme, além de estiradas, fragmentadas e separadas por grande quantidade de substância fundamental. Com um eletrodo do tipo caneta são realizadas micropunturas subepidérmicas, diagonal à pele, de forma superficial sobre toda a extensão da estria. Pelo fato dos eletrodos possuírem tamanhos diferentes, a corrente se concentra no eletrodo de menor tamanho, que neste caso é a agulha. A intensidade pode variar de acordo com a sensibilidade da paciente. A faixa ideal para o tratamento das estrias concentra-se na faixa de 70 a 100 micro ampéres (ua).(guirro E GUIRRO, 2002). De acordo com KARIME (2006), o processo de regeneração da estria está fundamentado no estímulo físico da agulha, juntamente com a alcalose através do pólo negativo da corrente contínua, que irá desencadear uma resposta inflamatória aguda seguida do processo de reparação tecidual onde a finalidade do procedimento é a reestrutura, de forma satisfatória, da integridade da pele. Mas deve-se lembrar que para iniciar o tratamento, a causa do aparecimento das estrias devem estar abolidos. A fase inicial do aparecimento de uma estria atrófica, classificada anteriormente de estrias rubras, é o melhor momento para se dar início ao tratamento, principalmente porque ainda existe a presença de células e corrente sanguíneo local onde a regeneração se torna mais fácil (VENTURA, 2003).

11 Fonte: Trabalho de conclusão de curso de Fisioterapia da Universidade de Tuiuti do Paraná, Curitiba, 1999. 41 O estímulo físico da agulha desencadeia um processo de reparação com a finalidade de restaurar a integridade do tecido estriado. Esse estímulo físico associado com a corrente elétrica desencadeia o aumento da atividade metabólica local e uma inflamação aguda localizada, não apresentando qualquer efeito sistêmico (BORGES et al., 2007). A hiperemia e o edema que surgem no local estimulado ocorrem através das substâncias locais liberadas pela lesão da agulha, responsáveis pela dilatação dos vasos e aumento da sua permeabilidade (GUYTON, 1997). Cada espaço da lesão é preenchida por um exsudato inflamatório

12 composto de leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fáscias de fibrina. Daí ocorre um processo de epitelização, onde as células epidérmicas adentram no interior das fendas formadas pela agulha e formação de fibrina originada pela hemorragia da microlesão. A reação inflamatória e a epitelização formam os fibroblastos e capilares para a profundidade da lesão (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Em estudo realizado por Santos e Simões (2004), os sujeitos tratados com a microgalvanopuntura apresentaram bons resultados, pois o método, segundo as autoras, estimula uma inflamação provocada pela inserção da agulha e pela corrente galvânica, fazendo com que as estrias se suavizem pela regeneração celular. Para Agne (2004) o uso da microgalvanopuntura deverá ser precedido da esfoliação da pele, geralmente a técnica utilizada é a microdermoabrasão, removendo superficialmente células mortas ou pouco funcionais, em especial o extrato córneo. De acordo com NAKANO E YAMAMURA (2005), o uso da microgalvanopuntura melhora a profundidade das estrias logo nas primeiras sessões. Outras respostas ocorrem com a utilização desse método como a melhora do aspecto geral na região tratada, a normalização da coloração das estrias e a melhora da microcirculação regional das estrias (BORGES et al., 2007). A inserção da agulha deve ser subepidermicamente, paralela à pele, por toda a extensão da estria (VENTURA, 2003). É de extrema importância à avaliação prévia do paciente ao tratamento e aos fatores que interferem diretamente no seu resultado KARIME (2006). Em uma observação feita por VENTURA (2003), a resposta ao tratamento está diretamente ligada com o aspecto da pele, a idade do paciente, o tamanho e localização das estrias, a capacidade reacional da paciente, o tempo do aparecimento das lesões, a freqüência das sessões e também da escolha correta do tipo de tratamento. A técnica utilizada também possui suas contra-indicações como é o caso de pacientes portadores de diabetes, hemofilia, vitiligo, síndrome de Cushing, tendência a quelóides e uso de algumas medicações (esteróides e corticosteróides) (VENTURA, 2003). É indicado que o tratamento seja unilateral, para que se observe e compare a melhora do aspecto da pele (GUIRRO et al., 1991). É necessário manter a resposta inflamatória após o estímulo para que haja um resultado favorável (LIMA E PRESSI, 2005). A intensidade da corrente elétrica e a capacidade reacional do paciente é quem vão determinar a intensidade e a duração da reação inflamatória. Nenhum agente antiinflamatório deverá interromper o edema e a hiperemia durante o período de absorção do processo inflamatório. É necessário esperar

13 esse período, que dura entre 2 e 7 dias para que ocorra um novo estímulo, evitando assim a formação de um processo inflamatório crônico local (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Desde os tempos antigos, a eletricidade vem sendo utilizada com fins terapêuticos (NAKANO E YAMAMURA, 2005). A relutância na aceitação de tratamentos eficazes de estrias está baseada principalmente no fato de que a fibra elástica não se regenera. (GUIRRO, et al, 1991). Na literatura disponível sobre estrias, os autores são unânimes em considerá-las como sequela irreversível. Esta resistência esta embasada no próprio exame histológico da estria, onde se nota uma diminuição no número e volume dos elementos da pele, e o rompimento de fibras elásticas. (GUIRRO E GUIRRO, 2004).

14 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista que saúde não é unicamente a ausência de doença, mas sim um bemestar físico e psicológico, a estria passa a ter grande importância social. A estria, além de ser desagradável aos olhos do ponto de vista estético, acarreta grandes problemas emocionais. A limitação do tratamento das estrias atróficas está no fato de que não existe ainda protocolos definidos em relação ao tipo de estímulo, a freqüência e intensidade ideal, o tempo de permanência desse estímulo e a seqüência do tratamento. Para que se tenha um bom resultado é necessário que exista uma interação dos métodos utilizados para esse fim para que a escolha do protocolo seja o ideal, levando-se em conta que a resposta ao tratamento está diretamente ligada com as características da pele estriada e as características do próprio paciente. Mesmo sem protocolos definidos, é certo afirmar que o uso da microgalvanopuntura traz evidentes melhoras ao aspecto da pele tratada. Logo, com esta revisão bibliográfica, podemos concluir que a microgalvanocupuntura possui importante atuação na restauração da pele estriada. Conclui-se também através desse trabalho, que a falta de estudos metodologicamente adequados vem atrasando ainda mais o tratamento definitivo dessa alteração. Mais publicações deveriam ser desenvolvidas para maiores esclarecimentos, bem como aprimorar as formas de tratamento das estrias atróficas. Tal necessidade justifica-se pela sua alta incidência e prevalência, gerando um grande desconforto, principalmente por se tratar de uma lesão inestética.

15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6,9,15,28 AGNE, Jones E. Eletrotermoterapia: Teoria e prática. Santa Maria: Palotti, 2004. 12,25,30 BORGES, M L S; FREITAS, P V; FURTADO, R M; RODRIGUES, R B; MARIANO, J; LEMOS, S F. Comparação entre o striat e o tratamento com acupuntura em estrias pardas na região de flancos um estudo de casos. Disponível em: www.portalunisaude.com.br. Acesso em 04 jan. 2007. 4 CAVALCANTI, F H; TALHARI, S; FERREIRA, L C de L; ANDRADE, R V de. Elastose focal linear. Anais brasileiros de dermatologia. Disponível em: http://www.anaisdedermatologia.org.br/artigo_imprimir.php?id=10244. Acesso em: 27 set. 2007. 1,26,37 GUIRRO, ELAINE; GUIRRO, RINALDO. Fisioterapia Dermato-funcional.3.ed. rev. e amp. São Paulo: Manole, 2004. 2,17,22,40 GUIRRO, ELAINE; GUIRRO, RINALDO. Fisioterapia Dermato Funcional, 3ª ed. Editora Manole, SãoPaulo, 2002. 35,39 GUIRRO, E. C. O; FERREIRA, A. L.; GUIRRO, R. R.J. Estudos preliminares dos efeitos da corrente galvânica de baixa intensidade no tratamento de estrias atróficas da cútis humana. Anais do X Congresso Brasileiro de Fisioterapia, Fortaleza, CE, 1991. 2,14,23,32 KARIME, GÉSSICA K G de M. Estudo comparativo por meio do método de varredura e galvanopuntura. Revista Fisio & Terapia. Ano X, n. 51, jul/ago 2006. 13 KITCHEN, SCHEILA. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11ª ed. Editora Manole. Barueri, 2003. 36 LIMA, KÁTIA dos S; PRESSI, LISIANE. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas: análise comparativa do trauma mecânico e da microcorrente. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) Universidade de Passo Fundo. Disponível em: www.upf.br/feff/download/mono_lisiane_total.pdf. Acesso em: 27 set. 2007. 11 MACHADO, C. M. Eletrotermoterapia prática. 3ª ed. Ver e ampl. Editora Pancast. São Paulo, 2002.

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17 ABSTRACT The effect of microgalvanopuntura in stretch: A review bibliography The use of microgalvanopuntura the stretch marks this is a feature now widely used, yet there is little research done on the topic, protocols and treatment outcomes. We collected data on general characteristics of the stretch marks, the use and effect of microgalvanopuntura, intended for the improvement of skin appearance striated. The consensus is that there is no treatment that offers a 100% improvement, but the appearance of the skin appears very close to normal. Keywords: microgalvanopuntura, stretch marks and skin. Pesquisadores: Almê de Paula Costa Fisioterapeuta Alessandra Ferreira de Noronha Mestre em ginecologia (UNESP), Pós-graduada em Geriatria (UFMG), Fisioterapeuta, orientadora científica CEAFI.