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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO CARTORIO DA 06 ZONA ELEITORAL - CACERES PUBLICAÇÃO EM MURAL ELETRÔNICO Nº 10860/2016 CONTEÚDO DA DECISÃO RCAND Nº 77-20.2016.6.11.0006 - Classe REGISTRO DE CANDIDATURA REQUERENTE: COLIGAÇÃO CÁCERES PARA TODOS I (PP / PMDB / PSB / DEM) CANDIDATO: LUIS DA GUIA CINTRA DE ALCANTRA JUIZ: WLADYS ROBERTO FREIRE DO AMARAL SENTENÇA Requerimento de Registro de Candidatura nº 77-20.2016.6.11.0006 Vistos etc. Trata-se de Requerimento de Registro de Candidatura RCC - Pedido Coletivo formulado pela Coligação Cáceres para Todos I em favor de Luiz da Guia Cintra de Alcantara, devidamente qualificado no pedido, para concorrer ao cargo de vereador nas eleições de 2016, neste município de Cáceres/MT. Juntou os documentos de fls. 02/29. Às fls. 30/31 o Ministério Público Eleitoral apresentou Ação de Impugnação ao Registro de Candidatura de Luiz da Guia Cintra de Alcantara, sob a alegação de que o impugnadorequerente se enquadra na hipótese prevista no art. 1º, inciso I, alínea o, da Lei Complementar n. 64/90, com redação dada pela Lei Complementar n. 135/2010, segundo o qual são inelegíveis os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 08 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário. Aduziu o impugnante que o impugnado-requerente foi demitido do cargo de Fiscal de Obras, por decisão prolatada pelo Prefeito Municipal de Cáceres/MT, na data de 19/02/2016 (Decreto n. 057, de 19/02/2016), não existindo qualquer notícia apontando a existência de provimento jurisdi-cional suspendendo ou anulando a aludida decisão administrativa de demissão do serviço público. Postulou seja julgada totalmente procedente a Impug-nação, para o fim de indeferir o registro de candidatura do impugnado-requerente. Acostou aos autos os documentos de fls. 32/33. Às fls. 36/39 a Coligação Proporcional Trabalho, Transparência e Resultado II

igualmente apresentou Impugnação ao Registro de Candidatura do requerente Luiz da Guia Cintra de Alcantara, sob alegação de inelegibilidade em decorrência de demissão do serviço público, nos termos do art. 1º, inciso I, alínea o, da Lei Complementar n. 64/90, bem como eventual ausência de condição de registrabilidade, pela falta de comprovação da quitação eleitoral, nos termos do art. 11, 1º, inciso VI da Lei de Eleições. Juntou os documentos de fls. 40/125. Às fls. 129/136 o impugnado-requerente contestou a Impugnação de Registro de Candidatura movida pelo Ministério Público Elei-toral, aduzindo que para ser vedado o registro da sua candidatura seria neces-sária a condenação criminal com trânsito em julgado ou a prova insofismável de ter cometido improbidade administrativa, nos termos da previsão contida na Constituição Federal, em seu art. 15, incisos III e IV, não existindo, portanto, razões para ser acolhida a impugnação, já que não fora condenado criminal-mente, tampouco possui decisão transitada em julgado de improbidade administrativa. Afirmou que ajuizou Ação Declaratória de Nulidades de Inquérito Administrativo, Atos do Mesmo, e de Decreto de Demissão c/c Ação Ordinária de Reintegração na Posse de Cargo e Indenização por Danos Morais, em tramitação no Juízo da Quarta Vara Cível desta Comarca de Cáceres, sob o número 1000216-84.2016.811.0006, objetivando a concessão de tutela provisória para suspender os efeitos da decisão de demissão do serviço público, sem lograr êxito, haja vista que o pedido restou indeferido pela Juíza titular da referida Vara. Acostou os documentos de fls. 137/176. É o necessário. Decido. Segundo a dicção do art. 1º, inciso I, alínea o, da Lei Complementar nº 64/90: São inelegíveis: I - para qualquer cargo: (...) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário. No caso em análise, o requerente-impugnado foi demitido do serviço público em decorrência de processo administrativo, conforme faz prova o Decreto nº 057 de 19/02/2016, onde o Prefeito Municipal de Cáceres, Estado de Mato Grosso, resolveu: Demitir, o senhor LUIÍZ DA GUIA DE ALCÂNTARA, Fiscal de Obras, 40 horas lotado na Secretaria de Obras e Serviços Urbanos do Município de Cáceres, Estado de Mato Grosso, por infração ao art. 178 incisos I, IV e X c/c artigo 198 inciso III e IV, todos da Lei Complementar Municipal nº 25, de 27.11.1997, a partir desta data (fl. 33). Vale ressaltar que não existe nos autos qualquer informação a respeito de suspensão ou anulação judicial do ato demissionário do requerente, razão pela qual forçoso concluir que o requerente-impugnado está inelegível, devendo, por isso, ser indeferido o seu requerimento de registro de candidatura. Nem se argumente sobre a existência de eventuais irregularidades ou vícios no procedimento administrativo disciplinar que culminou na demissão do requerente do serviço público, tampouco no acerto ou desacerto da decisão judicial proferida nos autos da Ação Declaratória de Nulidades de Inquérito Administrativo, Atos do Mesmo, e de Decreto de Demissão c/c Ação

Ordinária de Reintegração na Posse de Cargo e Indenização por Danos Morais em tramitação perante a Quarta Vara Cível desta urbe, onde fora indeferido o pedido de tutela provisória para suspender os efeitos da decisão de demissão do serviço público, haja vista que tais arguições não são cognoscíveis em sede de Registro de Candidatura, devendo ser apreciadas na seara própria. A propósito, orienta o Tribunal Superior Eleitoral, litteris: ELEIÇÕES 2014. REGISTRO DE CANDIDATURA. INDEFERIMENTO. CARGO. DEPUTADO FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. INELEGIBILIDADE. DEMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. ART. 1º, I, O, DA LEI COMPLEMENTAR Nº 64/1990. SUPOSTOS VÍCIOS FORMAIS OU MATERIAIS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DEVIDO EXAME NA SEARA PRÓPRIA. REITERAÇÃO DOS ARGUMENTOS JÁ EXPOSTOS NO RECURSO ORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO INFIRMADOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 182 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A demissão de servidor de cargo público em decorrência de processo administrativo ou judicial atrai a hipótese de inelegibilidade insculpida no art. 1º, inciso I, alínea o, do Estatuto das Inelegibilidades (LC nº 64/90), salvo se houver decisão judicial determinando a suspensão ou a anulação de tais efeitos. 2. Os vícios formais ou materiais eventualmente existentes no curso do procedimento administrativo disciplinar não são cognoscíveis em sede de registro de candidatura, devendo ser apreciados na seara própria. Precedentes (AgR- REspe nº 27595/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, PSESS de 27.11.2012; e AgR-REspe nº 42558/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, PSESS de 11.10.2012). 3. In casu, a) Trata-se de demissão de servidor de cargo público em decorrência de processo administrativo ou judicial atraindo a hipótese de inelegibilidade insculpida no art. 1º, inciso I, alínea o, do Estatuto das Inelegibilidades (LC nº 64/90). b) A inexistência de decisão judicial determinando a suspensão ou a anulação dos efeitos do ato demissionário inviabiliza a pretensão do Agravante no sentido de afastar a aplicação da hipótese de inelegibilidade encartada na alínea o, do inciso I, do art. 1º, da LC nº 64/90 (incluída pela LC nº 135/2010). c) A demissão da Agravante do serviço público é inequívoca, não havendo, ademais, notícia nos autos de suspensão ou anulação dessa decisão. 4. O agravo regimental deve ser desprovido quando a sua fundamentação não impugna especificamente as razões que constam na decisão agravada, impondo, bem por isso, a sua manutenção in totum por seus próprios fundamentos. 5. Incidência, na espécie, do enunciado da Súmula nº 182 do Superior Tribunal de Justiça. 6. Agravo regimental desprovido. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, desproveu o agravo regimental, nos termos do voto do Relator.. (TSE. Agravo Regimental em Recurso Ordinário nº 39519 - São Luís/MA. Relator(a) Min. LUIZ FUX. Acórdão: 30/09/2014. Publicação: 30/09/2014) No mesmo sentido, manifesta-se o TRE/SP: RECURSO ELEITORAL. Registro de Candidatura. Eleições de 2012. Impugnação. Sentença pela qual acolhidas impugnações para, assim, indeferir-se o registro de candidatura. Aplicação do artigo 1º, I, "o", da Lei Complementar 64/1990, com a redação dada pela Lei Complementar 135/2010. Candidato demitido do cargo de agente fiscal municipal por meio de decisão promanada de processo administrativo.. (RE - RECURSO nº 17032 - gavião peixoto/sp. Acórdão de 27/08/2012. Relator(a) JOSÉ ANTONIO ENCINAS MANFRÉ. Publicação: 27/08/2012) Ademais, revelam-se impertinentes as teses do requerente-impugnado quanto à necessidade de condenação criminal com trânsito em julgado ou a prova insofismável de ter cometido improbidade administrativa, nos termos da previsão contida na Constituição Federal, em seu art. 15, incisos III e IV, para o indeferimento do seu Requerimento de Registro de Candidatura,

na medida em que Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), que deu nova redação ao art. 1º, inciso I, alínea o, da Lei Complementar nº 64/90, e previu a inelegibilidade daqueles que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, teve a sua constitucionalidade reconhecida em decisões proferidas pela Suprema Corte, com efeito erga omnes e vinculante, nas ADCs nº 29 e 30 e ADIn nº 4.578 (j. 16.02.2012), não havendo qualquer ilegalidade na sua aplicação. Assim, o simples fato de o requerente-impugnado ter sido demitido do serviço público em decorrência de procedimento administrativo disciplinar e estar inelegível no período dos 08 (oito) anos seguintes à publicação do ato demissionário, sem a comprovação de suspensão ou anulação judicial dos seus efeitos, é o quanto basta para ter indeferido o seu requerimento de registro de candidatura. Por derradeiro, vale ressaltar que, embora o requerente-impugnado não tenha instruído o pedido de registro com a certidão de quitação eleitoral, conforme previsão contida no art. 11, 1º, inciso VI, da Lei de Eleições, informou a este Juízo Eleitoral sobre o parcelamento da multa junto a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em data anterior ao RRC, tendo comprovado o pagamento parcelado desde a data de 31/03/2016 (fl. 13), razão pela qual não existe irregularidade nos documentos que instruíram o pedido de registro. Nesse sentido: Ação de Impugnação ao Registro de Candidatura. Eleições 2010. Deputado Estadual. Quitação Eleitoral. Comprovação. Parcelamento de Multa Eleitoral. Improcedência. - Julga-se improcedente a Ação de Impugnação ao Registro de Candidatura proposta por ausência de quitação eleitoral, quando o impugnado demonstra o parcelamento do débito junto a Fazenda Nacional em data anterior ao pedido de registro. Requerimento de Registro de Candidatura. Elegibilidade. Condições Comprovadas. Ausência de Causas de Inelegibilidade. Deferimento. (TRE/PB. Processo: RCAND 468578 PB. Relator(a): JOÃO BATISTA BARBOSA. Julgamento: 02/08/2010. Publicação: 02/08/2010) Posto isso e por tudo mais que dos autos consta, ACOLHO as impugnações ofertadas para, assim, INDEFERIR o Requerimento de Registro de Candidatura Coletivo formulado pela Coligação Cáceres para Todos I em favor de Luiz da Guia Cintra de Alcantara, haja vista a constatação da sua inelegibilidade decorrente da demissão do serviço público levada a efeito em procedimento administrativo (art. 1º, inciso I, alínea o, da Lei Complementar nº 64/90). Sem custas e verba honorária. estilo. Certificado o trânsito em julgado, arquivem-se, com as baixas e anotações de P. R. I. C. Cáceres/MT, 02 de setembro de 2016. Wladys Roberto Freire do Amaral Juiz Titular da 6ª Zona Eleitoral

(original assinado) DR. WLADYS ROBERTO FREIRE DO AMARAL Certifico que a(o) presente SENTENÇA, proferido(a) em 2 de Setembro de 2016, foi publicado(a) em Mural Eletrônico, sob nº 10860/2016, com fundamento no(a) Resolução TRE- MT nº 1468/2014. Do que eu, JOANA DARC FREITAS GONÇALVES, lavrei em 5 de Setembro de 2016 às 10:24 horas.