Curso de Estruturação de Núcleos N. Introdução. Marli Elizabeth Ritter dos Santos Coordenadora do ETT/PUCRS. Fortaleza, 29 a 31 de agosto de 2007.

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Transcrição:

Curso de Estruturação de NITs Curso de Estruturação de Núcleos N de Inovação Tecnológica: Introdução Marli Elizabeth Ritter dos Santos Coordenadora do ETT/PUCRS Fortaleza, 29 a 31 de agosto de 2007.

Sumário A interação universidade-empresa e sua importância no desenvolvimento da inovação. Transferência de Tecnologia e o papel das Instituições de Ciência e Tecnologia. A gestão da inovação nas ICTs; a implantação de um NIT: condições básicas na ICT; diretrizes, objetivos, normas e procedimentos básicos para implantação de NIT.

Introdução Novo cenário mundial Produtos com maior valor agregado, com base no conhecimento científico e tecnológico incorporado; 80% da riqueza mundial concentrados em 29 países: 67% por capital intelectual (educação e P&D) Competitividade baseada em qualidade, produtividade e baixos custos de produção Fatores críticos de desempenho: Qualificação de recursos humanos Capacidade de pesquisa e inovação Acesso, processamento, uso e proteção da informação

Sociedade do conhecimento Mudança no modelo de produção: ênfase no uso do conhecimento como valor agregado dos produtos. Necessidade de uma maior articulação entre a produção do conhecimento e a produção de bens e serviços para responder mais efetivamente às demandas sociais. Emergência de um sistema de inovação apoiado na interação da academia com a indústria = inúmeras formas de melhor realizar o vínculo da ciência e da tecnologia com o desenvolvimento econômico. parceria entre universidades, empresas e governo = um dos mais bem sucedidos arranjos para vincular a tecnologia com o desenvolvimento econômico.

Propriedade Intelectual Importância econômica Acordo TRIPS visa harmonizar as legislações de propriedade intelectual dos países membros da Organização Mundial do Comércio OMC Contexto de maior valorização internacional dos ativos intangíveis Instrumento de regulação no comércio e na indústria Estímulo a P&D Estímulo à interação universidade-empresa

O papel da Universidade A universidade passou a exercer um papel relevante na promoção da inovação tecnológica, procurando ampliar sua contribuição efetiva à sociedade, deixando de ser somente um espaço de qualificação profissional e de realização da pesquisa básica. Scholze e Chamas, 1998

Interação Universidade-Empresa Importância reconhecida pelos governos: papel da pesquisa universitária no desenvolvimento econômico pelas empresas: na formação de recursos humanos e no desenvolvimento de produtos e processos Nas universidades - em alguns setores é vista como uma ameaça à sua autonomia e liberdade de pensar A inserção da Universidade na Sociedade do Conhecimento é uma tarefa fundamental, porém, cheia de perigos. Necessidade de construção de um equilíbrio no grau de interação que represente o consenso

Interação universidade-empresa empresa MODELO LINEAR Pesquisa básica Pesquisa aplicada Desenvolvimento experimental Novo produto no mercado Universidade= produção do conhecimento científico e tecnologico Empresa= desenvolvimento da inovação e de novas tecnologias

O Quadrante de Pasteur Busca de Entendimento Fundamental? (Pesquisa Básica) SIM NÃO Pesquisa Básica Pura (Bohr) Exploração Sistemática de Fenômenos Particulares Pesquisa Básica Inspirada pelo Uso (Pasteur, Langmuir) Pesquisa Aplicada Pura (Edison) Um problema ou uma barreira no mundo prático, cuja busca de solução leva ao desenvolvimento de novo entendimento fundamental. Considerações de Uso (Pesquisa Aplicada) Fonte: Stokes, D. O Quadrante de Pasteur: A Ciência Básica e a Inovação Tecnológica. Trad.: José Emílio Maiorino. Campinas, SP: Ed. Da Unicamp, 2005

O Quadrante de Pasteur: Exemplos Pesquisa básica pura: Bohr modelou a estrutura do átomo. Exemplo de pesquisa básica inspirada pelo uso: Pasteur: a busca de curas para doenças em humanos e animais (cólera, raiva) e para o aperfeiçoamento de processos produtivos (leite pasteurização; fermentação alcoólica em cerveja, etc.) elucidou a microbiologia e deu origem a um novo ramo da ciência. Pesquisa aplicada pura: Edison desenvolveu um sistema de iluminação elétrica comercialmente viável (além de inventar a lâmpada!)

Interação com empresas De informal a formal, freqüente e planejada; Relações regidas por contratos; Introdução de novos elementos: Exigência de sigilo Direitos de propriedade intelectual regulamentados por legislações específicas Necessidade de uma gestão institucional e profissional das atividades de interação

Importância da interação universidade-empresa empresa Possibilidade de utilização de um grande estoque de conhecimento e de uma infra-estrutura de pesquisa, de outro modo indisponível ; Ampla gama de possibilidades de interação: serviços tecnológicos, capacitação de recursos humanos, desenvolvimento de novos produtos e processos; projetos cooperativos de P&D. Meio de transformar resultados de pesquisa em benefício público.

O que as empresas buscam na universidade? Recursos humanos qualificados Meios (serviços, pesquisa) para a solução de problemas específicos Resultados de pesquisa comercializáveis Participação em seminários que possibilitem desenvolvimento profissional de seus funcionários...

O que as universidades buscam nas empresas? Fonte de financiamento para pesquisa Doações de equipamentos para laboratórios Pesquisa cooperativa Oportunidade de estágios para estudantes Parceria para levar um novo produto/processo ao mercado Novos problemas de pesquisa...

A Transferência de Tecnologia e o papel das Instituições de Ciência e Tecnologia.

CONCEITOS DE TECNOLOGIA Vários conceitos podem ser dados para tecnologia, mas estes sempre se referem ao fato de que o conjunto de diversos tipos conhecimentos que integram uma tecnologia devem ser aplicados para a produção e comercialização de bens e/ou serviços, com finalidade industrial.

Transferência de Tecnologia Negociação econômica e comercial que desta maneira deve atender a determinados preceitos legais e promover o progresso da empresa receptora e o desenvolvimento econômico do país. http://www.inpi.gov.br/tecnologia/tecnologia.htm

O que é transferência de tecnologia universidade-empresa? empresa? Em sentido amplo, a transferência de tecnologia não é um fenômeno novo nas universidades - publicação, treinamento de estudantes e programas de extensão. A transferência de tecnologia, por meio do licenciamento da propriedade intelectual das universidades a terceiros - nova dimensão educacional e oportunidades de pesquisa para estudantes e docentes.

Propriedade Intelectual Expressão genérica que corresponde ao direito de apropriação que o homem pode ter sobre suas criações, obras e produções do intelecto, talento e engenho. Dois princípios comuns: Os geradores da propriedade intelectual podem adquirir direitos como resultado de sua criação; Os direitos concedidos a essa obra podem ser objeto de uma cessão ou de uma licença a terceiros.

Comercialização de Tecnologia: UNIVERSIDADE X EMPRESA Conhecimento pelo conhecimento Gestão do Conhecimento para o lucro Pesquisa Serviços Ensino Desenvolvimento econômico Comercialização de tecnologia Lucro Pesquisa e Desenvolvimento Liberdade acadêmica Confidencialidade Discurso aberto Revelação pública limitada Fonte: Berneman e Denis, 1998.

Por que comercializar resultados de pesquisa? Para manter relações mais próximas com a indústria Para premiar a atividade criadora dos pesquisadores Para promover o desenvolvimento econômico Para gerar recursos para mais pesquisa Para criar inovações que resultem em produtos que beneficiem a sociedade.

Objetivo da transferência de tecnologia Facilitar o movimento das descobertas da pesquisa acadêmica, do laboratório até o mercado, visando o benefício público.

Como pode a universidade transferir tecnologia? UNIVERSIDADE EMPRESA Atividades de interação Serviços Tecnológicos Serviços de Capacitação Serviços de Informação Propriedade Intelectual Licenças de patentes Licenças de software ESTABELECIDA NO MERCADO (pequena, média ou grande) ESTABELECIDA EM UMA INCUBADORA DE EMPRESAS Projetos de P&D Projetos de Incubadoras de Empresas Projetos de Empresas Junior Licenças de cultivares Transferência de know-how ESTABELECIDA EM UM PARQUE TECNOLÓGICO START-UP

Processo de Transferência de Tecnologia Fatores determinantes: Insumos serviços, pesquisa, descoberta científica, relatório de invenção e o depósito da patente, e como etapas finais do processo, a negociação e o acordo de licenciamento (etapa mais crítica do processo) manutenção e renegociação, know-how. Variáveis ambientais instituições públicas ou privadas, cultura organizacional dos diferentes atores, capacidade das empresas locais em financiar atividades de P&D e absorver tecnologias geradas na universidade. Fatores organizacionais políticas institucionais, modelo jurídico, formas de governo e direção, procedimentos, autonomia financeira, experiência, profissionalismo das equipes, estratégia de negócios.

A inovação tecnológica no ambiente nacional Políticas Nacionais de Inovação + estruturas e mecanismos de implementação = Sistemas Nacionais de Inovação Diferenciam-nos nos países de acordo com a história e culturas nacionais e explicam seus diferentes desempenhos econômicos e industriais OCDE noção sistêmica de inovação Direitos de PI: condição estrutural fundamental para as inovações

Ambiente Brasileiro de C, T &I Anos 90 - programas específicos PADCT (TIB), FINEP-TEC, FAPERGS, FAPESP Programa de Apoio à Capacitação Tecnológica Industrial PACTI, PDTI/PDTA Lei de Informática 1996-1998 1998 - Leis de proteção à propriedade intelectual Programas governamentais - necessidade de superar o gap tecnológico - Fundos Setoriais novas formas de financiamento da pesquisa 2004 PITCE 2004 - Lei de Inovação Tecnológica ênfase na inovação e na propriedade intelectual 2006 Lei do Bem

Instituições de Ciência e Tecnologia no Brasil MCT MEC CAPES CNPq FINEP FAPs Universidades, Institutos de Pesquisa, Centros de P&D,...

Ministério de Ciência e Tecnologia Responsável pela formulação e implementação da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, o Ministério da Ciência e Tecnologia tem suas ações pautadas nas disposições do Capítulo IV da Constituição Federal de 1988 e foi criado em 15 de março de 1985, pelo Decreto nº 91.146, como órgão central do sistema federal de Ciência e Tecnologia. Sua área de competência abriga: o patrimônio científico e tecnológico e seu desenvolvimento; a política de cooperação e intercâmbio concernente a esse patrimônio; a definição da Política Nacional de Ciência e Tecnologia; a coordenação de políticas setoriais; a política nacional de pesquisa, desenvolvimento, produção e aplicação de novos materiais e serviços de alta tecnologia.

Ministério de Ciência e Tecnologia Estrutura Organizacional Órgãos colegiados Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia CCT Órgãos de assistência direta Gabinete do Ministro, Secretaria Executiva, Consultoria Jurídica e Assessoria de Assuntos Internacionais Órgãos específicos 4 Secretarias: Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED) Política de Informática (SEPIN) Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC) Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social (SECIS) 13 Unidades de Pesquisa 4 entidades vinculadas 5 organizações sociais

Ministério de Educação

CAPES A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pósgraduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação. As atividades da Capes podem ser agrupadas em quatro grandes linhas de ação, cada qual desenvolvida por um conjunto estruturado de programas: avaliação da pós-graduação stricto sensu; acesso e divulgação da produção científica; investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior; promoção da cooperação científica internacional. A Capes tem sido decisiva para os êxitos alcançados pelo sistema nacional de pós-graduação, tanto no que diz respeito à consolidação do quadro atual, como na construção das mudanças que o avanço do conhecimento e as demandas da sociedade exigem.

CNPq Criado em 1951, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos humanos para a pesquisa no país. Sua história está diretamente ligada ao desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil contemporâneo. A estrutura funcional do CNPq compreende uma Diretoria Executiva, responsável pela gestão da instituição, e um Conselho Deliberativo, responsável pela política institucional. Além de participar desses órgãos, a comunidade científica e tecnológica do país participa também em sua gestão e política por meio de Comitês Temáticos e Comitês de Assessoramento.

FINEP A FINEP é uma empresa pública vinculada ao MCT. Foi criada em 24 de julho de 1967, para institucionalizar o Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas, criado em 1965. Missão: Promover e financiar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades, institutos tecnológicos, centros de pesquisa e outras instituições públicas ou privadas, mobilizando recursos financeiros e integrando instrumentos para o desenvolvimento econômico e social do País.

Antes da Lei de Inovação Diferentes percepções acerca do papel da Universidade no processo de Inovação Interação Universidade-Empresa atividade marginal, não explicitada nas políticas institucionais Relações informais em detrimento de ações institucionais Ênfase na geração do conhecimento e na publicação de resultados de pesquisa Falta de preocupação com a proteção Inexistência de regulação específica para a transferência de tecnologia Diferentes interpretações levavam à busca de soluções independentes para contornar obstáculos

Lei de Inovação (10.973/2004) Reconhece o papel das ICTs no processo de inovação Institucionaliza e legitima as atividades relacionadas à geração da inovação e as parcerias entre ICTs e o setor privado Estabelece a necessidade da adequada gestão da inovação por meio de núcleos especializados (NITs) Estabelece mecanismos de estímulo à inovação nas empresas

Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) A ICT deverá dispor de um núcleo de inovação tecnológica para gerir sua política de inovação (Art.16). Competências mínimas: Zelar pela manutenção da política institucional de estímulo à proteção das criações, licenciamento, inovação e outras formas de transferência de tecnologia; Avaliar e classificar os resultados decorrentes de atividades e projetos de pesquisa para o atendimento das disposições da Lei; Avaliar solicitação de inventor independente para adoção de invenção; Opinar pela conveniência e promover a proteção das criações desenvolvidas na instituição, passíveis de proteção intelectual; Acompanhar o processamento dos pedidos e a manutenção dos títulos de propriedade intelectual da instituição.

O papel dos NITs O NIT constitui uma nova fase na institucionalidade da gestão da propriedade intelectual e da transferência de tecnologia em ICTs, criando-se uma nova interlocução entre o pesquisador e o parceiro empresarial. Cria-se uma instância para realizar a gestão da propriedade intelectual e da transferência de tecnologia. Atribuições estabelecidas na Lei conferem poder e legitimidade aos NIT. Abre-se um novo espaço de interlocução institucional das ICTs junto aos órgãos governamentais.

O que é o FORTEC? É um órgão de representação dos responsáveis nas universidades e institutos de pesquisa pelo gerenciamento das políticas de inovação e das atividades relacionadas à propriedade intelectual e à transferência de tecnologia. Foi criado em 1º 1 de maio de 2006. Site: www.fortec-br.org

Objetivos 1. Disseminar a cultura da inovação, da propriedade intelectual e da transferência de tecnologia; 2. Potencializar e difundir o papel das universidades e das instituições de pesquisa nas atividades de cooperação com os setores público e privado; 3. Auxiliar na criação e na institucionalização das Instâncias Gestoras de Inovação (IGI); 4. Estimular a capacitação profissional dos que atuam nas IGI; 5. Estabelecer, promover e difundir as melhores práticas nas IGI; 6. Apoiar as IGI, em suas gestões junto ao Poder Público e demais organizações da sociedade civil; 7. Mapear e divulgar as atividades e indicadores das IGI; 8. Apoiar eventos de interesse de seus integrantes; 9. Promover a articulação e o intercâmbio entre seus integrantes; 10.Promover a cooperação com instituições do país e do exterior; 11.Contribuir para a proposição de políticas públicas relacionadas à inovação tecnológica.

Âmbito de atuação Foco na gestão da Propriedade Intelectual e da Transferência de Tecnologia, como instrumentos de inovação Foco nas instituições produtoras de conhecimento: universidades e institutos de pesquisa públicos ou privados Abrangência nacional

Quem pode participar do FORTEC? Gestores de Instâncias Gestoras de Inovação (IGI), de universidades e institutos de pesquisa públicos ou privados, designados pelo dirigente máximo da instituição

Estrutura Coordenação Nacional 5 membros, dos quais 1 coordenador Eleita para um mandato de 2 anos Coordenações Regionais 5 coordenações regionais, obedecendo à distribuição geográfica do país Compostas de 3 membros: um coordenador, um vice-coordenador e um suplente Eleitas para um mandato de 2 anos Comissões Temáticas 3 membros titulares e 2 suplentes

Plano de Ações Mapeamento das IGI Levantamento e difusão de informações sobre as IGI e suas ICT, sob o ponto de vista de estrutura, atividades, equipes, resultados já obtidos, etc. Elaboração de projetos de cursos Articulação com as Coordenações Regionais

Plano de Ações Boas práticas de gestão Banco de documentos Políticas institucionais (normas e regulamentações internas) Procedimentos Modelos de contratos, termos de sigilo, trâmites em cada instituição, regras para elaboração de projetos Difusão por meio da home page

Plano de Ações Levantamento dos relatórios solicitados pela Lei de Inovação Criação da home-page Criação da identidade visual

Plano de Ações Eventos anuais O I FORTEC foi em junho de 2007, em Brasília Estabelecimento de estratégias visando à inserção política do FORTEC nos meios relevantes. Plano de sustentabilidade econômico-financeira.

A Gestão da Inovação nas Universidades: A implantação de um NIT: condições básicas na ICT

A Gestão da Inovação nas Universidades Introdução de novas funções e incorporação de novos elementos na rotina universitária Direito da propriedade intelectual Negociação em projetos cooperativos de P&D Licenciamento de tecnologias e patentes Nova dinâmica no tratamento da pesquisa universitária - busca de informação tecnológica em base de patentes Compartilhamento dos ganhos econômicos com os pesquisadores Sigilo - Acordos de Confidencialidade

Dilemas típicost PUBLICAR OU PATENTAR? Primazia da publicação sobre o patenteamento (Prestígio Acadêmico) Reconhecimento ainda incipiente da patente como produto acadêmico (Avaliação) Pouco conhecimento acerca da importância estratégica de uma patente para a Universidade (Patrimônio Institucional) Período de graça (Risco) Primeiro proteger, depois publicar (Articulação com Políticas Institucionais e Governamentais)

Dilemas típicost DOMINIO PÚBLICO X SIGILO Sigilo entendido como privatização do conhecimento Sigilo na pós-graduação Defesa de tese fechada Tradição: defesa pública Defesa de tese aberta Proteção antes da defesa Banca assina Termo de Confidencialidade Defesa pública sem detalhamento para garantir sigilo Tese não disponível para consulta

Dilemas típicost PÚBLICO X PRIVADO Mudanças nas formas de transferir o conhecimento Empreendedorismo e incubação de empresas redefinição dos limites do conhecimento público e do privado modus operandi jurídico-legal e administrativo Brasil - novas perspectivas com a Lei de Inovação Tecnológica

Confidencialidade na parceria com empresas Universidades preferem abrir irrestritamente o conhecimento em publicações cumprimento de sua missão disseminadora Empresas desejam limitar as publicações para proteger sua posição competitiva Necessidade de encontrar formas de conciliar as ambigüidades Compromisso com o sigilo nas questões fundamentais para as empresas Termos de Confidencialidade Assegurar o uso das informações genéricas para fins de ensino e pesquisa Compromisso negociado de revisar o artigo e/ou retardar sua publicação por um período, para depositar a patente antes de publicar

Escritórios rios de Transferência de Tecnologia Definição da OCDE (2003): São aquelas organizações ou partes de uma organização que auxiliam o staff de uma instituição de pesquisa pública a identificar, proteger, explorar e defender a propriedade intelectual. Características: Recentes, na maioria dos países - em torno de 15 anos Variedade de estruturas e tamanhos Staff: formação generalista, com especialização em um dado campo tecnológico Missão: transferir resultados de pesquisa à aplicação comercial para uso e benefício públicos

TT no Contexto Universitário rio Internacional Estados Unidos - Bayh-Dole Act (1980) e legislações complementares Permite à universidade reter os direitos de propriedade intelectual dos resultados de pesquisa desenvolvida com recursos federais Permite o licenciamento exclusivo instrumento estratégico de promoção da transferência de tecnologia provê um forte incentivo para as colaborações de pesquisa entre as universidades e empresas dever de proteger antes de publicar comercializar - obrigação legal (diminuição dos riscos e maximização dos benefícios à sociedade) Ênfase na criação de spin-offs 1995/1996 demais países: França, a, Espanha, Alemanha, Coréia, China, Japão, entre outros

Escritórios rios de Transferência de Tecnologia Experiências internacionais: Estados Unidos - a importância do Bayh-Dole Act na implantação de Escritórios de Transferência de Tecnologia e na criação da AUTM Espanha - Oficinas de Transferência de Resultados de Investigación (OTRIs) Inglaterra França: Bureaus de Valorization de la Recherche Redes: AUTM, Red de OTRIs, Réseau CURIE

Por que criar ETT/NITs NITs? Para premiar, reter e recrutar os melhores pesquisadores, e impedir a evasão de cérebros Para manter relações mais próximas com a indústria Para promover o desenvolvimento econômico e criar empregos Para comercializar pesquisa para o benefício público Gerar recursos adicionais para a pesquisa. (AUTM, 2004)

Condições básicas b na ICT para criar um NIT Possui a instituição um volume e qualidade de pesquisa que justifique a criação de um ETT/NIT? A administração da instituição apóia efetivamente a criação de um ETT/NIT? Há recursos disponíveis para apoiar as operações do ETT/NIT e de registro da propriedade intelectual? Possuem os profissionais as qualificações adequadas para administrar e desenvolver as atividades do ETT/NIT? (AUTM,2004)

ETT/NITs no Brasil Criados a partir da década de 90, por iniciativa de cada instituição, adequados às suas necessidades e condições locais - ausência de uma legislação federal Diferentes designações Mais de 90 ETT/NITs no conjunto das universidades Modelos centralizados, subordinados a instâncias superiores da Universidade Indefinição quanto ao seu papel nos contratos e na estratégia de pesquisa das instituições Carência de recursos humanos qualificados Atribuições: desde gestão de projetos ao registro e comercialização da propriedade intelectual

Objetivos dos ETT/NITs Estabelecer contatos com empresas em busca de oportunidades de parceria Identificar tecnologias existentes na universidade e oferecê-las a empresas Apoiar a negociação e elaboração de contratos de transferência de tecnologia Promover a comercialização de ativos intangíveis através do fornecimento de tecnologia e do licenciamento de patentes Apoiar a criação de empresas start-ups Apoiar as atividades de incubadoras de empresas e parques tecnológicos

Considerações preliminares Transferência de tecnologia é uma tarefa difícil e complexa. Muitas variáveis independem da ação do NIT. Requer-se tempo e paciência. Desempenhar com eficiência seu papel e produzir casos de sucesso é uma questão fundamental para a consolidação do NIT. A ação dos NITs envolve demandas de clientes muito diferentes e às vezes conflitantes. O sucesso dos NITs depende fundamentalmente da pesquisa realizada pelos pesquisadores.

Muito obrigada! elizabeth.ritter@pucrs.br