Boletim. Trabalhismo. Manual de Procedimentos. Considerações gerais sobre o segurodesemprego. Legislação Trabalhista e Previdenciária 3.



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Transcrição:

Boletim Manual de Procedimentos Trabalhismo Considerações gerais sobre o segurodesemprego SUMÁRIO 1. Introdução 2. Finalidade 3. Direito 4. Comprovação dos requisitos necessários à obtenção do benefício 5. Concessão 6. Plano de Demissão Voluntária 7. Valor do benefício 8. Empregador - Documentos a fornecer 9. Documentação a ser apresentada pelo trabalhador 10. Pagamento 11. Primeira parcela 12. Suspensão 13. Cancelamento 14. Encaminhamento do trabalhador ao mercado de trabalho 15. Parcelas recebidas indevidamente 16. Contrato em aberto na CTPS 17. Vigência - Revogação - Formulários 1. INTRODUÇÃO O programa do seguro-desemprego é regulado pela Lei n o 7.998/1990 e pelas Resoluções do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Neste texto analisaremos tão-somente as considerações gerais estabelecidas pela Resolução Codefat n o 467/2005, a qual estabeleceu critérios relativos à integração das ações de concessão do benefício e de assistência aos trabalhadores dispensados em face das alterações introduzidas na mencionada Lei n o 7.998/1990 e na legislação trabalhista. 2. FINALIDADE O programa do seguro-desemprego tem por fi nalidade: a) prover assistência fi nanceira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta; e b) auxiliar os trabalhadores na busca de emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualifi cação profi ssional. 3. DIREITO O segurodesemprego é o benefício concedido ao trabalhador desempregado, dispensado sem justo motivo, que tem por objetivo assegurarlhe a assistência fi nanceira temporária, bem como auxiliar o trabalhador na busca de novo emprego O trabalhador terá direito a perceber o segurodesemprego no caso de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, desde que comprove: a) ter recebido salários consecutivos no período de 6 meses imediatamente anteriores à data da dispensa de uma ou mais pessoas jurídicas ou físicas equiparadas às jurídicas; b) ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à jurídica durante, pelo menos, 6 meses nos últimos 36 meses que antecederam a data de dispensa que deu origem ao requerimento do seguro-desemprego; c) não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada previsto no Regulamento da Previdência Social, excetuando-se o auxílio-acidente e a pensão por morte; e d) não possuir renda própria de qualquer natureza sufi ciente à sua manutenção e de sua família. Ressalte-se que é considerado como 1 mês de atividade, para efeito da letra b, a fração igual ou IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2007 - Fascículo 17 CT 1

Manual de Procedimentos superior a 15 dias, nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). É considerada pessoa física equiparada à jurídica o profi ssional liberal inscrito no Cadastro Específi co do Instituto Nacional do Seguro Social (CEI). 4. COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO BENEFÍCIO A comprovação dos requisitos necessários à percepção do seguro-desemprego deverá ser feita: a) mediante as anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); b) pela apresentação do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) homologado, quando o período trabalhado for superior a 1 ano; c) mediante documento utilizado para levantamento dos depósitos do FGTS ou extrato comprobatório dos depósitos; d) pela apresentação da sentença judicial transitada em julgado, acórdão ou certidão judicial, em que constem os dados do trabalhador e da empresa e se o motivo da dispensa foi sem justa causa; e e) mediante verifi cação a cargo da Auditoria Fiscal do Trabalho, quando for o caso. A comprovação dos demais requisitos será feita mediante declaração fi rmada pelo trabalhador no Requerimento do Seguro-Desemprego (RSD). 5. CONCESSÃO O seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado, por um período máximo variável de 3 a 5 meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 meses, observando-se a seguinte relação: a) 3 parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 6 meses e, no máximo, 11 meses nos últimos 36 meses; b) 4 parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 12 meses e, no máximo, 23 meses no período de referência; e c) 5 parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 24 meses no período de referência. O período aquisitivo de 16 meses é contado da data de dispensa que deu origem à última habilitação e não pode ser interrompido quando a concessão do benefício estiver em curso. A concessão do seguro-desemprego poderá ser retomada a cada novo período aquisitivo, desde que atendidas as condições estabelecidas no item 3 deste texto. A primeira dispensa que habilitar o trabalhador determinará o número de parcelas a que este terá direito no período aquisitivo. 6. PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA A adesão a Planos de Demissão Voluntária ou similar não dará direito ao benefício, por não caracterizar demissão involuntária. 7. VALOR DO BENEFÍCIO O valor do benefício será fi xado em moeda corrente na data de sua concessão e corrigido anualmente por índice ofi cial, não podendo ser inferior ao valor do salário mínimo, e será calculado com base na Lei n o 7.998/1990, art. 5 o, e reajustado de acordo com a legislação em vigor. Para cálculo do valor do benefício do seguro-desemprego, segundo as faixas salariais a que se refere o art. 5 o da Lei n o 7.998/1990, serão aplicados os seguintes critérios: a) para a média salarial até R$ 627,29 obtida por meio da soma dos 3 últimos salários anteriores à dispensa, o valor da parcela será o resultado da aplicação do fator 0,8; b) para a média salarial compreendida entre R$ 627,30 e R$ 1.045,58, deve-se aplicar o fator 0,8 até o limite da letra anterior e, no que exceder, o fator 0,5. O valor da parcela será a soma desses 2 valores; c) para a média salarial superior a R$ 1.045,58, o valor da parcela será igual a R$ 710,97, não podendo ultrapassar esse valor. 2 CT Manual de Procedimentos - Abr/2007 - Fascículo 17 - IOB

Manual de Procedimentos Assim, temos o seguinte quadro de cálculo e valores do seguro-desemprego: Faixas de salário médio Valor da parcela Até R$ 627,29 Multiplica-se o salário médio por 0,8 (80%) Mais de R$ 627,29 até R$ 1.045,58 Acima de R$ 1.045,58 Multiplica-se R$ 627,29 por 0,8% (80%) e o que exceder a R$ 627,29 multiplica-se por 0,5 (50%) e soma-se os resultados O valor da parcela será de R$ 710,97 invariavelmente O valor do benefício será igual ao valor de unidades de moeda corrente, excluídas as partes decimais. 7.1 Apuração Para fi ns de apuração do benefício, será considerada a média aritmética dos salários dos últimos 3 meses de trabalho. O salário será calculado com base no mês completo de trabalho, mesmo que o trabalhador não tenha trabalhado integralmente em qualquer dos 3 últimos meses. 7.2 Salário fixo e variável No caso de o trabalhador perceber salário fi xo com parte variável, a composição do salário para o cálculo do seguro-desemprego tomará por base ambas as parcelas. 7.3 Salário por quinzena, semana ou hora Quando o trabalhador perceber salário por quinzena, por semana ou por hora, o valor do segurodesemprego será calculado com base no que seria equivalente ao seu salário mensal, tomando-se por parâmetro, para essa equivalência, o mês de 30 dias ou 220 horas, exceto para quem tem horário especial, inferior a 220 horas mensais, caso em que o benefício será calculado com base no salário mensal. 7.4 Média dos dois últimos salários ou valor do último salário - Exceção Para o trabalhador em gozo de auxílio-doença ou convocado para prestação do serviço militar, bem como na hipótese de não ter percebido do mesmo empregador os 3 últimos salários, o valor do benefício terá como base a média dos 2 últimos salários ou, ainda, o valor do último salário. 7.5 Recebimento por dependente, curador ou representante legal - Hipóteses O seguro-desemprego é pessoal e intransferível, salvo nos casos de: a) morte do segurado, para efeito de recebimento das parcelas vencidas, quando será pago aos dependentes mediante apresentação de alvará judicial; e b) grave moléstia do segurado, comprovada pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), caso em que serão pagas as parcelas vencidas ao seu curador ou ao seu representante legal, na forma admitida pela Previdência Social. 8. EMPREGADOR - DOCUMENTOS A FORNECER O Requerimento do Seguro-Desemprego (RSD) e a Comunicação de Dispensa (CD) devidamente preenchidos com as informações constantes da Carteira de Trabalho e Previdência Social serão fornecidos pelo empregador no ato da dispensa ao trabalhador dispensado sem justa causa. 8.1 Requerimento - Prazo Os documentos deverão ser encaminhados pelo trabalhador a partir do 7 o e até o 120 o dias subseqüentes à data da sua dispensa ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por intermédio dos postos credenciados das suas delegacias, do Sistema Nacional de Emprego (Sine) e das Entidades Parceiras. Nas localidades onde não existam os referidos órgãos, o RSD poderá ser encaminhado por outra entidade autorizada pelo MTE. IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2007 - Fascículo 17 CT 3

Manual de Procedimentos 9. DOCUMENTAÇÃO A SER APRESENTADA PELO TRABALHADOR O trabalhador, para requerer o benefício, deverá apresentar os seguintes documentos: a) documento de identifi cação: Carteira de Identidade ou Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento com o protocolo de requerimento da identidade (somente para recepção), Carteira Nacional de Habilitação (modelo novo), Carteira de Trabalho (modelo novo), Passaporte e Certifi cado de Reservista; b) Cadastro de Pessoa Física (CPF); c) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); d) Documento de Identifi cação no Programa de Integração Social (PIS) ou Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); e) Requerimento do Seguro-Desemprego (RSD) e Comunicação de Dispensa (CD); f) Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), homologado quando o período de vínculo for superior a 1 ano; g) documentos de levantamento dos depósitos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou extrato comprobatório dos depósitos; h) no caso de o requerente não ter recebido as verbas rescisórias, deverá apresentar certidão das Comissões de Conciliação Prévia/Núcleos Intersindicais (certidão da justiça ou relatório da fi scalização). 9.1 Comprovante de entrega No ato da entrega do requerimento, o agente credenciado ao programa do seguro-desemprego conferirá os critérios de habilitação e fornecerá ao trabalhador o comprovante de recepção. 9.2 Atendimento dos requisitos de habilitação Se atendidos os requisitos de habilitação, o MTE enviará a autorização de pagamento do benefi cio do seguro-desemprego ao agente pagador. 9.3 Indeferimento do pedido Caso não sejam atendidos os critérios e na hipótese de não ser concedido o seguro-desemprego, o trabalhador será comunicado dos motivos do indeferimento. Do indeferimento do pedido do seguro-desemprego, caberá recurso ao MTE por meio das Delegacias Regionais do Trabalho, no prazo de 2 anos contados a partir da data de dispensa que deu origem ao benefício, bem como para os casos de notifi cações e reemissões. 10. PAGAMENTO Ressalvados os casos previstos no subitem 7.5, o pagamento será efetuado em espécie ao trabalhador, por meio do uso do Cartão do Cidadão ou dos documentos abaixo relacionados: a) documento de identifi cação (Carteira de Identidade ou Carteira Nacional de Habilitação - Modelo novo ou Carteira de Identifi cação Profi ssional ou que contenha o número do PIS/ Pasep); e b) comprovante de inscrição no PIS/Pasep. 10.1 Autenticação em documento próprio Os pagamentos efetuados nas agências da Caixa sem utilização do Cartão do Cidadão terão sua comprovação por meio de autenticação em documento próprio, arquivado na Caixa, fi cando à disposição do MTE durante o prazo de 5 anos, conforme Tabela de Temporalidade constante da Portaria n o 5/1995. 10.2 Utilização do Cartão do Cidadão - Registro eletrônico Os pagamentos efetuados com a utilização do Cartão do Cidadão terão sua comprovação por meio do registro eletrônico da transação, fi cando à disposição para consulta pelo MTE durante o prazo de 5 anos. O Cartão do Cidadão será fornecido ao segurado pela CAIXA. No ato do cadastramento da senha, o caixa executivo solicitará identifi cação pessoal do segurado, assinatura no formulário Termo de responsabilidade para uso do Cartão/Senha do Cidadão e cadastramento da senha, que é pessoal e intransferível. 4 CT Manual de Procedimentos - Abr/2007 - Fascículo 17 - IOB

Manual de Procedimentos O valor a ser pago ao segurado corresponderá ao valor total da parcela disponível. Caso haja impedimento para o pagamento, será impresso comprovante com mensagem impeditiva (notifi cação), que fi cará à disposição para consulta pelo MTE durante o prazo de 5 anos. 11. PRIMEIRA PARCELA O pagamento da primeira parcela corresponderá aos 30 dias de desemprego, a contar da data da dispensa. O trabalhador fará jus ao pagamento integral das parcelas subseqüentes para cada mês, por fração igual ou superior a 15 dias de desemprego. A primeira parcela será liberada 30 dias após a data do requerimento e as demais a cada intervalo de 30 dias contados da emissão da parcela anterior. 11.1 Liberação por recurso Em caso de liberação por recurso, a primeira parcela será liberada no lote imediatamente posterior ao processamento do recurso, desde que a data do recurso tenha pelo menos 30 dias da data do requerimento. Para os casos de processos judiciais em que são expedidos mandados judiciais para liberação do seguro-desemprego, as parcelas serão liberadas em um único lote. 12. SUSPENSÃO O pagamento do seguro-desemprego será suspenso nas seguintes situações: a) admissão do trabalhador em novo emprego; e b) início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente e a pensão por morte. Assegura-se o direito ao recebimento do benefício e/ou à retomada do saldo de parcelas quando ocorrer a suspensão motivada por reemprego em contrato temporário, experiência, tempo determinado, desde que o motivo da dispensa não seja a pedido ou por justa causa, observando que o término do contrato ocorra dentro do mesmo período aquisitivo e tenha pelo menos 1 dia de desemprego de um contrato para outro. 13. CANCELAMENTO O seguro-desemprego será cancelado: a) pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua qualifi cação e remuneração anterior; b) por comprovação da falsidade na prestação de informações necessárias à habilitação; c) por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desemprego; d) no caso de morte do empregado. Nos casos previstos nas letras a, b e c, o seguro-desemprego será suspenso por 2 anos, dobrando-se este prazo em caso de reincidência. Para efeito do seguro-desemprego, considera-se emprego condizente com a vaga ofertada aquele que apresente tarefas semelhantes ao perfi l profi ssional do trabalhador, declarado/comprovado no ato do seu cadastramento. 13.1 Salário compatível - Definição Para defi nição do salário compatível, deverá ser tomado como base o último salário recebido pelo trabalhador. 13.2 Recusa de novo emprego No caso de recusa de novo emprego sem justifi cativa, no ato do cadastramento, o benefício será cancelado. Caso o trabalhador seja convocado para um novo posto de trabalho e não atender à convocação por 3 vezes consecutivas, o benefício será suspenso. Após o cancelamento do benefício em decorrência de recusa pelo trabalhador de novo emprego, o trabalhador poderá recorrer por meio de Processo Administrativo, no prazo de 2 anos contados a partir da data de dispensa que deu origem ao benefício. 14. ENCAMINHAMENTO DO TRABALHADOR AO MERCADO DE TRABALHO O encaminhamento do trabalhador ao mercado de trabalho, no ato do requerimento, não representará impedimento para a concessão do benefício nem IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2007 - Fascículo 17 CT 5

Manual de Procedimentos afetará a sua tramitação, salvo por comprovação de reemprego e quando não houver resposta do encaminhamento para a vaga ofertada, no prazo de 30 dias, a contar da data do requerimento. 15. PARCELAS RECEBIDAS INDEVIDAMENTE As parcelas do seguro-desemprego recebidas indevidamente pelo segurado serão restituídas mediante depósito em conta do Programa Seguro-Desemprego na Caixa Econômica Federal (Caixa), exceto nos casos de restituição por determinação judicial, que será efetuada mediante Guia de Recolhimento da União (GRU). O valor da parcela a ser restituída será corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a partir da data do recebimento indevido até a data da restituição. O prazo para o segurado solicitar o reembolso de parcelas restituídas indevidamente será de 2 anos contados a partir da data da efetiva restituição indevida. 16. CONTRATO EM ABERTO NA CTPS Nos casos de contrato em aberto na CTPS, o trabalhador poderá requerer o benefício do seguro-desemprego, desde que o empregador não seja localizado pela fiscalização do trabalho nem apresente movimento há mais de 2 anos no Caged, observando-se que o período relativo à situação de contrato em aberto não será considerado para a contagem de tempo de serviço para fins de obtenção do seguro-desemprego. 17. VIGÊNCIA - REVOGAÇÃO - FORMULÁRIOS A Resolução Codefat n o 467/2005, objeto desse texto, revogou a Resolução Codefat n o 392/2004. Os modelos de formulários de Requerimento do Seguro-Desemprego e Comunicação de Dispensa aprovados por meio das Resoluções Codefat n o s 393/2004 e 469/2005 encontram-se no Site do Cliente (www.iob.com.br), em Legislação Federal. (Resoluções n o s 393/2004, 469/2005 e 467/2005 - DOU 1 de 26.12.2005, todas do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - Codefat) 6 CT Manual de Procedimentos - Abr/2007 - Fascículo 17 - IOB

Boletim Informativo IOB Atualiza ATUALIZAÇÃO MENSAL FGTS - Edital Eletrônico da Caixa Coeficientes de JAM a serem creditados nas contas vinculadas em 10.04.2007 Reproduzimos adiante parte do Edital Eletrônico s/n o da Caixa Econômica Federal (Caixa), publicado no DOU de 09.04.2007, Seção 3, pág. 39. Lembramos que a íntegra desse Edital se encontra disponível no site www.caixa.gov.br, em versão eletrônica, ou nas agências da Caixa, em todo o território nacional. Para efetuar a pesquisa do Edital no referido site, proceda da seguinte forma: a) ao acessar o site, na página principal, clique na palavra download; b) ao visualizar Arquivos por Assunto, clique em FGTS ; c) na página do FGTS, clique em Índices ; d) em FGTS - Índices, clique no Edital Eletrônico e posteriormente em uma das opções disponíveis para acesso, seguindo as instruções de pesquisa. SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DO FGTS COMUNICADO A Caixa Econômica Federal torna público que, em conformidade com a Lei n o 8.036, de 11 de maio de 1990, com redação dada pela Lei n o 9.964, de 10/04/2000 e com a Lei Complementar n o 110, de 29/06/2001, foi baixado Edital Eletrônico do FGTS, com validade para o período de 10/04/2007 a 09/05/2007. Estão disponíveis as seguintes informações: 1 - Orientações - aplicação, com recurso de auto-apresentação, que descreve os coefi cientes próprios do FGTS, as respectivas fi nalidades e forma de utilização, com destaque para aqueles necessários à efetivação dos recolhimentos em atraso, em consonância com as Circulares CAIXA relativas. 2 - Coefi cientes de Remuneração de Conta Vinculada: - JAM mensal - JAM acumulado 2.1- Os coeficientes de JAM a serem creditados nas contas vinculadas do FGTS em 10/04/2007, conforme tabela abaixo, incidindo sobre os saldos existentes em 10/03/2007, deduzidas as movimentações ocorridas no período de 11/03/2007 a 09/04/2007: (3% a.a.) 0,004346 (4% a.a.) 0,005155 (5% a.a.) 0,005957 (6% a. a.) 0,006752 conta referente a empregado não optante, optante a partir de 23/09/1971 (mesmo que a opção tenha retroagido), trabalhador avulso e optante até 22/09/1971 durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa; conta referente a empregado optante até 22/09/1971, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa; conta referente a empregado optante até 22/09/1971, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa; conta referente a empregado optante até 22/09/1971, a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa. 3 - Coefi cientes para recolhimento em atraso: - para recolhimento mensal, a ser efetuado através de GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, por data de pagamento; - o arquivo de índices a ser utilizado pelo aplicativo SEFIP, de uso obrigatório para o recolhimento mensal, encontra-se disponível para download em opção própria do Edital Eletrônico; - para recolhimento rescisório, a ser realizado por meio de GRFC - Guia de Recolhimento Rescisório e da Contribuição Social. 4 - Coefi cientes adicionais: - depósito e JAM acumulado - correção monetária O referido Edital encontra-se disponível no site www.caixa. gov.br, da Rede Mundial de Computadores - Internet, em versão eletrônica, ou, alternativamente, nas agências da CAIXA em todo território nacional. NELSON ANTÔNIO DE SOUZA Superintendente Nacional A legislação a seguir consta nos seguintes Boletins, do Caderno de Textos Legais observadas as alterações posteriores: - Lei Complementar n o 110/2001 - n o 28/2001, pág. 16, Cad. TL; - Lei n o 9.964/2000 - n o 16/2000, pág. 10, com retifi cação nos de n o s 18/2000, pág. 7, e 32/2000, pág. 43. (Edital Eletrônico s/n o da Caixa Econômica Federal - DOU 3 de 09.04.2007, pág. 39, íntegra na Edição n o 16/2007, pág. 17, do Caderno de Textos Legais) IOB - Informativo - Abr/2007 - N o 17 CT 1

Informativo PREVIDÊNCIA SOCIAL Benefícios previdenciários - Reajuste a contar de 1 o.04.2007 A Portaria n o 142/2007, em vigor desde 12.04.2007, do Ministro de Estado da Previdência Social, dispõe sobre o reajuste dos benefícios mantidos pela Previdência Social, a contar de 1 o.04.2007. Os benefícios previdenciários serão reajustados a contar de 1 o.04.2007 em 3,30%, sendo que para os benefícios que sofreram majoração devido à elevação do salário mínimo o referido aumento será descontado por ocasião da aplicação desse percentual. Para os benefícios concedidos pela Previdência Social, de 1 o.04.2006 a 31.03.2007, o reajuste será efetuado de acordo com os percentuais indicados na tabela a seguir: FATOR DE REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS DE ACORDO COM AS RESPECTIVAS DATAS DE INÍCIO Data de Início do Benefício Reajuste (%) até abril de 2006 3,30 em maio de 2006 3,17 em junho de 2006 3,04 em julho de 2006 3,11 em agosto de 2006 3,00 em setembro de 2006 3,02 em outubro de 2006 2,85 em novembro de 2006 2,41 em dezembro de 2006 1,98 em janeiro de 2007 1,36 em fevereiro de 2007 0,86 em março de 2007 0,44 (Portaria n o 142, de 11.04.2007, do Ministro de Estado da Previdência Social - DOU 1 de 12.04.2007, íntegra nesta Edição do Caderno de Textos Legais) PREVIDÊNCIA SOCIAL Limite máximo do salário-decontribuição e do salário-de-benefício - Reajuste a contar de 1 o.04.2007 A Portaria n o 142/2007, em vigor desde 12.04.2007, do Ministro de Estado da Previdência Social, dispõe que a contar de 1 o.04.2007 o limite máximo do saláriode-contribuição e do salário-de-benefício passa a ser de R$ 2.894,28. (Portaria n o 142, de 11.04.2007 do Ministro de Estado da Previdência Social - DOU 1 de 12.04.2007, íntegra nesta Edição do Caderno de Textos legais) IOB Entende TRABALHISMO O trabalho temporário no âmbito rural Muito se discute acerca da possibilidade de contratação de trabalhadores temporários no âmbito rural. A dúvida crucial dos empregadores rurais acerca do assunto diz respeito à existência ou não da possibilidade legal dessa forma de contratação no âmbito rural. Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço. A relação de trabalho temporário entre a empresa contratada, o trabalhador e a empresa tomadora é regida, observadas as alterações posteriores, pela Lei n o 6.019/1974 e regulamentada pelo Decreto n o 73.841/1974. De acordo com a mencionada legislação, empresa de trabalho temporário é a pessoa física ou jurídica, necessariamente urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores devidamente qualifi cados, por elas remunerados e assistidos. A empresa tomadora dos serviços ou cliente é a pessoa física ou jurídica que, em virtude de necessidade transitória de substituição de seu pessoal permanente ou em decorrência de acréscimo de serviço, contrata a locação de mão-de-obra com a empresa de trabalho temporário. A legislação é silente quanto à necessidade de a empresa cliente ser urbana ou não. Considerando as determinações legais anteriormente analisadas e especialmente que a Lei n o 6.019/1974 já na sua ementa esclarece dispor sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas, entendemos que não só a empresa de trabalho temporário 2 CT Informativo - Abr/2007 - N o 17 - IOB

Informativo (fornecedora da mão-de-obra) deve ser urbana, conforme determina o art. 3 o do Decreto n o 73.841/1974, como também deve ser urbana a empresa cliente, isto é, a empresa tomadora da mão-de-obra. Por essas razões, defendemos o posicionamento de que o trabalho temporário regido pela Lei n o 6.019/1974 não tem aplicação no âmbito rural. Ademais, a legislação que rege o trabalho rural (Lei n o 5.889/1973, regulamentada pelo Decreto n o 73.626/1974) prevê a possibilidade de o empregador rural fi rmar contrato de safra com os trabalhadores a fi m de atender à necessidade de acréscimo de mãode-obra em determinados períodos da safra. Considera-se contrato de safra o que tenha sua duração dependente de variações estacionais e sazonais da atividade agrária, assim entendidas as tarefas normalmente executadas no período compreendido entre o preparo do solo para o plantio e a colheita. Trata-se de contrato por prazo determinado, haja vista ser fi rmado para atender a serviço cuja natureza justifi ca a predeterminação do prazo. Isto não signifi ca, no entanto, que as partes devam pactuar a data exata para a sua extinção (dia específi co), uma vez que esta, apesar de previsível, é incerta. É necessária, entretanto, a inserção de cláusula contratual que preveja a extinção do pacto laboral por fato condicional, como o término da safra ou o término de determinada atividade a ser executada no período da safra. Dessa forma, constata-se que a legislação específica que rege o trabalho rural disciplina, expressamente, a contratação a prazo, portanto, temporária, para atender às necessidades transitórias do empregador rural. Considerando que a legislação rural já cuida especifi camente do tema em comento no seu âmbito de atuação (rural), não há que se falar na utilização de trabalho temporário regido pela Lei n o 6.019/1974, o qual tem aplicação somente no âmbito urbano. Para melhor compreensão do tema, reproduzimos a seguir algumas decisões judiciais. Contrato temporário - Rurícola safrista - Inaplicabilidade da Lei n o 6.019/74 - Aos empregados rurais safristas, regidos pela Lei n o 5.889/73, não é aplicável o contrato temporário de trabalho previsto na Lei n o 6.019/74. (TRT 12 a Região - RO-V 02660-2002-007-12-00-4 - (05125/2005) - Florianópolis - 1 a Turma - Rel. Juiz Edson Mendes de Oliveira - J. 03.05.2005) Rurícola - Empresa urbana - Relação de emprego - Impossibilidade - Trabalhador rural - E carecedor de ação, por impossibilidade jurídica do pedido, o empregado rural que demanda somente contra empresa de trabalho temporário, pois segundo os artigos 4, da Lei n o 6019/74 e 3, do Decreto n o 73.841/74, esta empresa e necessariamente urbana, e o artigo 2, da Lei n o 5.889/73 veda a relação empregatícia entre ambos. (TRT 9 a Região - RO 592/88-2 a Turma - Ac. 60/89 - Rel. Juiz Tobias de Macedo Filho - DJPR 11.01.1989) Empresa de trabalho temporário - Natureza urbana - É inadmissível a contratação de rurícolas através de empresa de trabalho temporário, por abranger apenas pessoas físicas ou jurídicas de natureza urbana, à luz da defi nição contida no art. 4 o da Lei n o 6.019/74. (Acórdão unânime da 2 a Turma do TRT da 12 a Região - RO 3.297/97 - Rel. Juíza Maria Aparecida Caitano - j 14.10.97 - DJ SC 14.11.1997, pág. 184) Trabalho temporário - Rurícola - Inaplicável é a contratação de trabalhador rural por intermédio de interposta pessoa para atender ao recrutamento da demanda de mão-de-obra em condições emergenciais, safra de alho, haja vista a existência de previsão legal específi ca para a hipótese, qual seja, o contrato de safra, ex vi do artigo 19 do Decreto n o 73.626, de 12.02.74. (Acórdão da 2 a Turma do TRT da 12 a Região - mv, no mérito - RO 7.336/98 - Red. Designado Juiz Jorge Luiz Volpato - j 12.04.99 - DJ SC 20.04.1999, pág. 133) Locação de mão-de-obra - Contrato de safra - Empresa de trabalho temporário - Distintas são as hipóteses de trabalho temporário e de safra. A Lei n o 6.019/74 prevê a possibilidade de contratação por interposta pessoa, para atender a acréscimo extraordinário de serviços. Por outro lado, a Lei n o 5.589/73, no parágrafo único, do artigo 14, conceitua o contrato de safra como sendo aquele que tenha sua duração dependente de variações estacionais da atividade agrária. Da interpretação do art. 3, do Decreto 73.841/74 que regulamentou a Lei n o 6.019/74 em confronto com a Lei n o 5.589/73 decorre que não há possibilidade de contratação através de interposta pessoa, no meio rural. Recurso a que se nega provimento. (TRT 9 a Região - RO 5.542/89-1 a Turma - Ac. 6.348/90 - Rel. Juiz Silvonei Sérgio Piovesan - DJPR 23.11.1990) Empregado temporário (Lei 6.019/74) - Estabelece o art. 4 o da Lei n o 6.019/74 que a empresa de trabalho temporário será necessariamente urbana, logo não se admite trabalho dessa natureza no âmbito rural. (TRT 9 a Região - RO 474/89-2 a Turma - Ac. 352/90 - Rel. Juiz Ernesto Trevizan - DJPR 17.01.1990) Empresa de trabalho temporário - Natureza urbana - É inadmissível a contratação de rurícolas através de empresa de trabalho temporário, por abranger apenas pessoas físicas ou jurídicas de natureza urbana, à luz da defi nição contida no art. 4 o da Lei n o 6.019/74. (Acórdão unânime da 2 a Turma do TRT da 12 a Região - RO 3.297/97 - Rel. Juíza Maria Aparecida Caitano - DJ SC 14.11.1997, pág. 184) Apesar do posicionamento adotado pelo Conselho Técnico IOB, o empregador deverá acautelar-se diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, caso em que é aconselhável, por medida preventiva, consultar antecipadamente o Ministério do Trabalho e Emprego, bem como o sindicato da respectiva categoria profi ssional, e lembrar que caberá ao Poder Judiciário a decisão fi nal da controvérsia, caso seja proposta ação nesse sentido. As informações publicadas nesta Seção trazem o entendimento do Conselho Técnico IOB, que leva em consideração os posicionamentos adotados pela doutrina e pela jurisprudência, quando for o caso. Entretanto, para adotar o entendimento exposto, recomendamos que os Clientes procurem orientação de profi ssional especializado, para que sejam analisadas todas as peculiaridades de cada situação e o contexto geral em que se apresentam. Gostou do texto deste IOB Entende? Envie seus comentários para: boletimiob@iob.com.br IOB - Informativo - Abr/2007 - N o 17 CT 3

Informativo IOB Perguntas e Respostas Seguro-desemprego - Parcelas - Apuração da base de cálculo 1) Quais os critérios a serem observados na apuração da base de cálculo das parcelas do benefício seguro-desemprego? R: Para fi ns de apuração do benefício do segurodesemprego será considerada a média aritmética dos salários dos últimos 3 meses de trabalho, os quais serão calculados com base no mês completo, mesmo que o trabalhador não tenha trabalhado integralmente em qualquer dos 3 últimos meses. No caso de o trabalhador perceber salário fi xo com parte variável, a composição do salário para o cálculo do seguro-desemprego tomará por base ambas as parcelas. Quando o trabalhador perceber salário por quinzena, por semana ou por hora, o valor do seguro-desemprego será calculado com base no que seria equivalente ao seu salário mensal, tomando-se como referência, para essa equivalência, o mês de 30 dias ou 220 horas, exceto para empregados que observam jornada de trabalho especial, inferior a 220 horas mensais, caso em que será calculado com base no salário mensal. (Resolução Codefat n o 467/2005, art. 9 o ) Empregado dispensado sem justa causa e com menos de 6 meses de trabalho - Concessão de formulários 2) A empresa está obrigada a fornecer os formulários do seguro-desemprego ao empregado dispensado sem justa causa que contar com menos de 6 meses de trabalho? R: Sim. Embora para fazer jus ao benefício do seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa precise comprovar, entre outros requisitos, ter recebido salários consecutivos no período de 6 meses imediatamente anteriores à data da dispensa, de uma ou mais pessoas jurídicas ou pessoas físicas equiparadas às jurídicas, ocorrendo a dispensa sem justa causa de trabalhador que conte com menos de 6 meses de trabalho, o empregador estará obrigado à emissão e ao fornecimento dos formulários para o requerimento seguro-desemprego, posto que cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego verifi car se o trabalhador tem ou não o direito ao benefício. (Lei n o 7.998/1990, art. 3 o, e Resolução Codefat n o 467/2005, art. 13) Seguro-desemprego - Recebimento indevido de parcelas - Restituição 3) O empregado que percebeu indevidamente parcelas do seguro-desemprego está obrigado a restituílas? Qual o procedimento e o prazo desta restituição? R: Sim. O benefi ciário que indevidamente recebeu parcelas do seguro-desemprego está obrigado a restituí-las. A restituição será realizada mediante depósito em conta do Programa Seguro-Desemprego, na Caixa Econômica Federal, exceto nos casos de restituição por determinação judicial, que será efetuada mediante Guia de Recolhimento da União (GRU). O valor da parcela será corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a partir da data do recebimento indevido até data da restituição, e o prazo de prescrição para a restituição é de 5 anos, sendo que a inobservância de tal prazo sujeita o infrator às penalidades previstas no 2 o do art. 25 da Lei n o 7.998/1990. (Lei n o 7.998/1990, art. 25, 2 o ; Resoluções Codefat n o s 467/2005, art. 21, e 91/1995) Empregado dispensado sem justa causa - Direito ao seguro-desemprego 4) Quais os requisitos exigidos para que o trabalhador dispensado sem justa causa tenha direito ao benefício do seguro-desemprego? R: Terá direito a perceber o seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa, inclusive a indireta, que comprove: a) ter recebido salários consecutivos no período de 6 meses imediatamente anteriores à data da dispensa de uma ou mais pessoas jurídicas ou físicas equiparadas às jurídicas; b) ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à jurídica durante pelo menos 6 meses nos últimos 36 meses que antecederam a data de dispensa que deu origem ao requerimento do seguro-desemprego; c) não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento da Previdência Social (RPS), excetuando o auxílio-acidente e a pensão por morte; d) não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família. (Resolução Codefat n o 467/2005, art. 3 o ) 4 CT Informativo - Abr/2007 - N o 17 - IOB