ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ PR

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Transcrição:

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ PR Andréa Eduardo Toledo Maciel 1, Vanessa Guedes Pereira da Silva 2, Lucas Paulo Jacinto Saavedra 3, Rose Mari Bennemann 4 ¹ Acadêmica do Curso de Nutrição do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR, Maringá-PR. Bolsista PROBIC-UniCesumar. andreatmaciel@gmail.com 2,3 Acadêmicos do Curso de Nutrição, UNICESUMAR 4 Orientadora, Doutora, Docente do Curso de Nutrição e do Programa de Mestrado em Promoção da Saúde, UNICESUMAR RESUMO O período de idade escolar é uma fase de grande desenvolvimento físico e de importantes mudanças na composição corporal. O objetivo do presente estudo foi avaliar o estado nutricional de escolares da rede municipal de ensino de Maringá-Paraná, no ano de 2014. O estado nutricional foi determinado a partir de indicadores antropométricos índice de massa corporal para idade (IMC/I) e peso para a idade (P/I). O estudo foi transversal, retrospectivo, com utilização de dados secundários. Foram avaliados 987 escolares, de ambos os sexos, com idade entre 6 a 13 anos. Verificou-se que a maior parte dos escolares tanto do grupo masculino quanto feminino apresentaram, segundo o IMC e P/I, peso adequado para a idade. O percentual de excesso de peso e obesidade, nos dois indicadores antropométricos, foi maior no sexo masculino quando comparado ao feminino. Pelo IMC o grupo etário dos 8 aos 9 anos de idade apresentou o maior percentual (25,19%) de escolares com excesso de peso, e o grupo etário dos 6 aos 7 anos o maior percentual (9,45%) de escolares com obesidade (p<0,001). Segundo o índice P/I, os escolares de 6 a 7 anos apresentaram o maior percentual (33,07%) de escolares com peso elevado para a idade. A análise mostrou, que embora a maioria dos escolares apresente estado nutricional adequado para a idade, percentuais importantes de escolares apresentaram distúrbios nutricionais (excesso de peso e obesidade), ressaltando a necessidade de intervenções que promovam a melhora do estado nutricional. PALAVRAS-CHAVE: antropometria; escolares; estado nutricional. 1 INTRODUÇÃO apresentado impor processos citados anteriormente e mais pobres (ALMEIDA; SILVA; CYRINO, 2009). No Brasil, a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) (2008-2009), mostrou que 33,5% das crianças de 5 a 9 anos estavam com excesso de peso e 21,5% dos adolescentes apresentavamsobrepeso ou obesidade, indicando aumento progressivo da prevalência do excesso de peso em crianças e jovens nas últimas décadas, quando comparado com resultados anteriores (BRASIL, 2010). A obesidade na infância e na adolescência estácrescendo rapidamente, ultrapassando adesnutrição, que até então, era considerada um dos maiores problemas de saúde, na pediatria. (MORARU et al., 2006).

O exc psicossociais, pois muitas vezes leva ao isolamento social e afastamento discriminação e a rejeição saúde, a obesidade pode acarr arterial, dislipidemias, entre outros distúrbios (EBBELING; PAWLAK; LUDWIG, 2002). Segundo Conceição et al. (2010) as crianças e adolescentes são mais suscetíveis a apresentar desequilíbrios nutricionais não só pelo aumento das necessidades energéticas e nutrientes em função do desenvolvimento físico, mas também pela maior suscetibilidade perante as mensagens publicitárias das indústrias de alimentos e modismo alimentares. De acordo com a POF (2008-2009), essa população além de consumir menos frutas e hortaliç - biscoitos recheados, sorvetes, refrigerantes, pizzas, salgados fritos e assados, salgadinhos de pacote e sanduíches (IBGE, 2011). a fim de determinar com maior clar (REIS; VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2011). O presente estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de escolares do ensino fundamental das escolas na rede municipal de ensino de uma cidade no norte do Paraná, no ano de 2014. 2 MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi transversal, retrospectivo, com utilização de dados secundáríos. Foram avaliados escolares, de ambos os sexos, com idade entre 6 a 13 anos, matriculados no ensino fundamental, nas escolas da rede municipal da cidade de Maringá PR, no ano de 2014. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, do Centro Universitário de Maringá-UniCesumar pelo parecer número 1.213.220. Os dados antropométricos foram coletados nas escolas pelos alunos estagiários do 4 ano do curso Nutrição do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR, como parte das atividades de na disciplina de Estágio em Nutrição Social, no ano de 2014. Os dados demográficos foram fornecidos pelas secretarias das escolas. O estado nutricional foi determinado a partir de indicadores antropométricos peso para a idade (P/I) e IMC para idade (IMC/I). Como referência foram utilizados os valores de P/I e IMC propostos pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2006-2007), em z- escore. A classificação do estado nutricional dos escolares foi realizada por meio dos pontos de corte estabelecidos pela WHO (2008). Deste modo os escolares foram classificados, segundo Pelo IMC os escolares foram classificados com: Muito baixo peso quando apresentaram valores de escore-z< -3; com baixo peso, quando apresentaram valores de escore-z -3 a < -2; peso adequado, quando apresentaram valores de escore-z -2 a +1; excesso de peso, quando apresentaram valores de escore-z > +1 +3; obesidade, quando apresentaram valores de escore-z > +3. Pelo P/I os escolares foram classificados com: muito baixo peso, quando apresentaram valores de P/I < escore-z -3; baixo peso, quando apresentaram valores escore-z -3 a < -2; peso adequado, quando apresentaram valores escore-z -2 a +1; peso elevado, quando apresentaram valores escore-z > +1.

Os dados foram organizados e tabulados com o auxílio do software Microsoft Office - Excel 2007 As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do pacote estatístico SPSS versão 20.0. Para investigar as associações entre as variáveis, aplicouse os teste de Qui-quadrado para tendência uma vez que o comportamento ordinal das variáveis era importante. Adotou-se p<0,05 como nível de significância. 3 RESULTADOS Foram avaliados ao fim do estudo 987 escolares, sendo 510 (51,7%) pertencentes ao sexo masculino e 477 (48,3%) ao feminino. Em relação aos grupos etários, verificou-se que 127 (12,87%) das crianças analisadas estavam no grupo etário entre 6-7 anos, 266 (26,95%) entre o grupo 8-9 anos, 286 (28,98%) no grupo de 10-11 anos e 308 (31,21%) eram do grupo etário de 12-13 anos. Na Tabela 1, pode-se verificar a distribuição dos escolares segundo estado nutricional pelo índice de massa corporal de acordo com o sexo. Pode-se observar maior percentual de excesso de peso e obesidade no grupo masculino (23,14% e 4,9%) quando comparado ao feminino (18,87% e 1,88%). Ainda assim constatou-se que a maior parte dos escolares tanto do grupo masculino quanto feminino apresentaram IMC adequado. Tabela 1 Distribuição dos escolares do ensino fundamental da rede municipal de ensino de Maringá, segundo estado nutricional pelo índice de massa corporal por idade (IMC/I) e sexo - Maringá-PR,2014. Estado nutricional Sexo Masculino Feminino Ambos sexos % % % Muito baixo peso 2,16 3,14 2,63 Baixo peso 5,68 5,66 5,67 Peso adequado 64,12 70,45 67,17 Excesso de peso 23,14 18,87 21,09 Obesidade 4,90 1,88 3,44 Em relação aos grupos etários (Tabela 2), verificou-se que o maior percentual de escolares com obesidade, segundo o IMC/I ocorreu no grupo etário de 6-7 anos, correspondendo a 9,45% dos escolares. Já o percentual de excesso de peso foi maior no grupo etário dos 8 aos 9 anos de idade, correspondendo a 31,96% dos escolares. Os escolares de 12 a 13 anos apresentam os maiores percentuais de escolares classificados com muito baixo peso (5,52%) e baixo peso (11,04%). Tabela 2 Distribuição dos escolares do ensino fundamental da rede municipal de ensino de Maringá, segundo estado nutricional pelo IMC/I e grupo etário, Maringá-Pr, 2014. Grupo etário (anos) Estado nutricional 6-7 8-9 10-11 12-13 Total N % N % N % N % N % p Muito baixo peso 01 0,79 - - 08 2,80 17 5,52 26 2,64 Baixo peso 01 0,79 03 1,13 18 6,29 34 11,04 56 5,67 Peso adequado 81 63,78 163 61,28 203 70,98 216 70,13 663 67,17 Excesso de peso 32 25,19 85 31,96 54 18,88 37 12,01 208 21,07 <0,001 Obesidade 12 9,45 15 5,63 03 1,05 04 1,30 34 3,45 Total 127 100,0 266 100,0 286 100,0 308 100,0 987 100,0 p <0,001 Qui-quadrado para Tendência

Na tabela 3 pode-se verificar a distribuição dos escolares, segundo estado nutricional pelo peso por idade (P/I) e sexo. Pode-se observar que o percentual de escolares classificados com peso elevado no sexo masculino é superior ao do feminino, apesar disso não foi verificado associação estatisticamente significativa (p=0,201) entre estado nutricional e sexo. Tabela 3 Distribuição dos escolares do ensino fundamental da rede municipal de ensino de Maringá, segundo estado nutricional pelo peso por idade (P/I) e sexo, Maringá-Pr, 2014. Estado nutricional Sexo Masculino Feminino Ambos os sexos N % N % N % P Muito baixo peso 17 6,30 09 3,47 26 4,91 Baixo peso 39 14,44 32 12,36 71 13,42 Peso adequado 148 54,82 163 62,93 311 58,80 0,201 Peso elevado 66 24,44 55 21,24 121 22,87 Total 270 100,0 259 100,0 529 100,0 p=0,201 Qui-quadrado para Tendência Em relação aos grupos etários, de acordo com o peso para idade pode-se verificar que os escolares de 6 a 7 anos apresentaram o maior percentual (33,07%) de escolares com peso elevado para a idade. O percentual de escolares classificados com muito baixo peso (13,97%) e baixo peso (25,74%) foi maior no grupo etário de 10-11 anos, sendo ainda este grupo o que apresentou o menor percentual de escolares classificados com peso adequado, segundo P/I. Associação estatisticamente significativa (p<0,001) foi verificada entre estado nutricional e grupo etário. Tabela 4 Distribuição de escolares do ensino fundamental da rede municipal de ensino de Maringá, segundo peso por idade (P/I) e grupo etário, Maringá-Pr, 2014. Estado nutricional Grupo etário (anos) 6 a 7 8 a 9 10* a 11 Total N % N % N % N % P Muito baixo peso 1 0,79 06 2,26 19 13,97 26 4,91 Baixo peso 5 3,94 31 11,65 35 25,74 71 13,42 Peso adequado 79 62,20 165 62,03 67 49,26 311 58,79 <0,001 Peso elevado 42 33,07 64 24,06 15 11,03 121 22,88 Total 127 100,0 266 100,0 136 100,0 529 100,0 *escolares com 120 meses.p<0,001 Qui-quadrado para Tendência 4 DISCUSSÃO O presente estudo avaliou o estado nutricional de escolares da Rede Pública Municipal de Ensino Fundamental de Maringá. Os resultados mostraram percentuais elevados de excesso de peso e obesidade. Dentre os fatores etiológicos da obesidade temos; Fatores neuroendócrinos distúrbios na produção hormonal por causas ambientais ou genética; Fatores iatrogênicos devido a utilização de medicamentos psicotrópicos ou corticosteróides; Fatores nutricionais dietas desequilibradas e ricas em gordura; Sedentarismo baixo gasto calórico, desfavorecendo o equilíbrio metabólico energético; Fatores genéticos características genéticas que favorecem o acúmulo de gordura (SOARES; PETROSKI, 2003).

De acordo com uma revisão realizada em 2012, altos níveis de obesidade (>15%) tem sido observados em crianças com idade escolar e adolescentes de países em desenvolvimento, como Brasil, Índia, Argentina e México (GUPTA et al., 2012). Com o S (1999) observaram em um estudo longitudinal realizado com escolares no Japão observaram que ao longo de 12 anos cerca de 50% das crianças que eram obesas no primário, continuavam obesas durante a adolescência (17 anos). A obesidade infantil está associada a uma série de comorbidades como a asma, fatores de risco metabólico (dislipidemia, hiperinsulinemia e hipertensão) e saúde dental. Além disso são apontadas outras potenciais doenças como distúrbios psicológicos, dentre eles o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade e a diminuição da qualidade e duração do sono das crianças obesas. (PULGARÓN, 2013). De acordo com os resultados do presente estudo verificou-se que o sexo masculino apresentou maiores percentuais de excesso de peso e obesidade quando comparado ao feminino. Estudos semelhantes realizados com escolares na cidade de Maringá, diferentemente do presente estudo, verificaram maior percentual de excesso de peso no grupo feminino em relação ao masculino (GILGLIONI, FERREIRA e BENNEMANN, 2011; FANHANI e BENNEMANN, 2011). Apesar disso, os resultados são condizentes com estudos, realizados em Florianópolis e Lages no estado de Santa Catarina (GIUGLIANO, MELO, 2012; VELÁSQUEZ et al.,2013). A distribuição de excesso de peso e obesidade de escolares, segundo o sexo, parece variar de acordo com a cidade, estado e ano, não apresentando uma distribuição uniforme. Nossos achados indicam baixa prevalência de baixo peso entre os escolares. Resultados semelhantes foram verificados por Jesus e Simões (2011), no estudo realizado na cidade de Mogi Guaçu com escolares, onde apenas 0,4% apresentaram magreza, 0,4% magreza acentuada e 65,9% dos escolares avaliados apresentaram peso adequado, indicando assim uma redução do déficit nutricional entre os escolares avaliados. A desnutrição e a obesidade definem uma característica marcante no processo de transição nutricional no Brasil, caracterizada pela redução da desnutrição infantil e aumento da prevalência do excesso de peso e obesidade (SALDIVA et al, 2004). O excesso de peso e a obesidade são, atualmente, um problema de saúde pública no Brasil, tendo em vista os riscos relacionados a saúde das crianças em idade pré-escolar, e problemas de saúde no futuro associados a propensão ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (BRASIL,2006). O conhecimento dos fatores de risco e da distribuição da desnutrição e da obesidade infantil se faz necessário para definir prioridades e estratégias de ações em Saúde Pública, especialmente na prevenção e no controle de morbidades, diminuindo o risco dessas crianças se tornarem adultos obesos. A importância da alimentação escolar e de orientação nutricional está comprovada em inúmeros estudos e pesquisas. Neste contexto o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tem implementado ações de educação alimentar e nutricional para os escolares das escolas públicas no Brasil (BRASIL, 2009). Entretanto diante do aumento da prevalência do excesso de peso e da obesidade, é muito importante que se busque alternativas que permitam o controle, a prevenção, a interação, o envolvimento por parte dos pais, da escola, e dos profissionais da saúde, na promoção da alimentação saudável e da atividade física, bem como a adoção de estratégias de monitoramento do perfil nutricional e implementação de intervenções adequadas às necessidades das crianças que frequentam a rede pública de ensino.

5 CONCLUSÃO Pode-se concluir com o presente estudo que a maior parte dos escolares apresentou peso adequado para a idade, segundo IMC/I e P/I. Os resultados encontrados demonstram ausência de deficiências nutricionais entre os escolares avaliados. Porém a ausência do déficit nutricional pode ser em decorrência da aceitação da merenda escolar, assim como da melhoria em atividades educativas que favorecem o desenvolvimento infantil. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Patricia Berbel Leme de; SILVA, Valter; CYRINO, Edilson Serpeloni. Perfil antropométrico de crianças e adolescentes atendidos por unidades educacionais na periferia do município de londrina-pr. R. Bras. Ci. e Mov., Londrina, v. 17, n. 3, p.1-8, nov. 2009. BRASIL, Ministério da Educação. Fundo nacional desenvolvimento da educação. Conselho deliberativo. Resolução nº 38, de 16 de julho de 2011. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos Familiares 2008-2009 POF. Rio de Janeiro, 2011. BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica, n. 12, Série A, Normas e Manuais Técnicos. Brasília, 108 p. II. 2006. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Rio de Janeiro, 2010, 130p. EBBELING, Cara B; PAWLAK, Dorota B; LUDWIG, Dr David S. Childhood obesity: publichealth crisis, common sense cure. The Lancet. Boston, v. 9331, n. 360, p.473-482, set. 2002. FANHANI, Khary Kelly; BENNEMANN, Rose Mari. Estado nutricional de escolares da rede municipal de ensino de Maringá, Estado do Paraná, Brasil: Acta Scientiarum: Health Sciences. Maringá, p. 77-82. jan. 2011. GALLO, Paulo R; AMIGO, Hugo; LEONE, Claudio. Fatores de risco ao retardo de crescimento estatural em crianças de baixo nível económico e social de São Paulo, Brasil. ALAN, Caracas, v. 50, n. 2, p. 121-125, jun. 2000. GILGLIONI, Eduardo Hideo; FERREIRA, Taiana Varela; BENNEMANN, Rose Mari. Estado nutricional dos alunos das escolas da rede de ensino Municipal de Maringá, Estado do Paraná, Brasil. Acta Scientiarum: Health Sciences. Maringá, p. 83-88. maio 2011. GIUGLIANO, Rodolfo; MELO, Ana L. P.Diagnosis of over weightand obesity in schoolchildren: utilization of the body mass index international standard. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 80, n. 2, p. 129-134, Apr. 2004.

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