PENSO, LOGO FILMO: O PROTAGONISMO JUVENIL NO MINUTO LUMIÈRE 1 Fancinalda Maia Rodigues da Rocha Acadêmica do cuso de Pedagogia e Meste em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI Leonam Costa Oliveia Pofesso Meste do cuso de Medicina da UFPI Samuel Pies Melo Pofesso Douto do cuso de pedagogia da UFPI RESUMO Esse tabalho é pate das vivências do Pojeto de Extensão Cinema e Educação: despontando cidadania paa além dos muos da UFPI, do cuso de Licenciatua em Pedagogia. Desde 2014, vem possibilitando uma eflexão nos espaços fomais e não fomais do litoal piauiense, atavés de diálogo com a podução cinematogáfica de difeentes categoias e gêneos. Em 2016, pocuou dialoga com as escolas do Ensino Médio de Panaíba e Luís Coeia, estado do Piauí, buscando contibui paa o potagonismo juvenil po meio do cinema, usando da peogativa de coloca em pática a Lei nº 13.006/14, que obiga que todas as escolas de educação básica exibam duas hoas de cinema nacional po mês. Com a execução da oficina foi popocionado a juventude ealiza páticas iniciais do cinema pelo "minuto Lumièe". O elato possibilitou obseva que os paticipantes demonstaam que sabem enquada sua ealidade de maneia a faze um diecionamento desse olha. PALAVRAS-CHAVE: Cinema. Educação. Juventude. INTRODUÇÃO O cinema pemite uma apoximação da nossa ealidade a pati do que se vivifica no outo, onde se pode te e compatilha um conhecimento de maneia singula e intensa. Assim, com esse elato de expeiência seá possível veifica como a juventude faz a elação do ambiente em que vive ou que está inteagindo de alguma foma e que dimensões são pioitáias paa elas, de maneia a dieciona pistas paa o tabalho fomal e não fomal com os jovens na áea da 7ª ate e de outas cultuas, pois se pecebeá o que estão vendo e como veem o mundo. Nesse sentido, concodamos com Feie (1996), que o papel da educação se dá paa popociona a mudança nas pessoas e estas tansfomaem o mundo. O que culmina com o estudo com a juventude que tem assumido elevância po sua pesença em difeentes espaços e no seu papel tansfoma deles. Mas, o que é a juventude? Nesse estudo levaemos em consideação o temo juventudes abodado po Boudieu (1983), que considea a tentativa de defini as múltiplas juventudes que estão localizadas nos espaços fomais e infomais, a possibilidade de distinção ente jovens que vivem os mesmos espaços de sociabilidades, como nas escolas que apesentam um conjunto de subjetividades impossíveis de seem segmentados no gupo. Dento desse pocesso de constução é veificado que a taefa da educação contibui paa o diecionamento do olha, ou seja, ensina a ve, pois quando o educando tem seu olha educado, este 1 Pojeto de Extensão Cinema e Educação: despontando cidadania paa além dos muos da UFPI/ Campus Ministo Reis Velloso. www.fipedbasil.com.b
passa a olha o mundo de maneia que veem aquilo que pecisa se tansfomado. E isso vem fotalecido pela egulamentação da lei 13.006/14 que tona obigatóio a exibição de filmes po, no mínimo, duas hoas mensais, de podução nacional pesente no componente cuicula integado à poposta pedagógica da escola (FRESQUET, 2016). É conhecido que pouco se tem valoizado sobe o cinema nacional, pincipalmente po não se te um local apopiado paa a exibição de filmes. E muitas vezes, assisti filmes em casa ou na escola se configuava como a pate ilustativa do conteúdo cuicula da escola (SILVA, 2013). Nessa dieção, o estudo compeende a análise dos esultados da constução da podução audiovisual a pati da metodologia do Minuto Lumièe, nos mais divesos espaços, a pati de uma oficina com a juventude, e como a influência desse espaço pode popociona uma essignificação do seu olha e assim passa a econhece o cinema não simplesmente como conteúdo cuicula ou de entetenimento da indústia cultual. Juventude, Cinema e Educação Ao quee entende o etato ciado pelos jovens e suas difeentes fomas de vivencia o pocesso de aquisição de novas linguagens, vislumba-se que ao mesmo tempo que os jovens são sujeitos, eles são objetos do discuso (des)constuidoes dos olhaes. É pensando nisso que se pode obseva o quanto os imãos Louis e Auguste Lumièe possibilitaam cia um dispositivo que deu um novo diecionamento a ate. Pincipalmente quando se vê na elação social com o uso da imagem e com a ealidade po meio de divesos discusos que se aticulam em tono da decifação dos sabees científicos que instiga a juventude (FREIRE FILHO& HERSCHMANN, 2006). Assim, sugiu o cinema no século XVIII. Com a técnica da fotogafia, que a pati de uma combinação de lantena mágica com imagens fixas de filmes sem movimento foi consideada a invenção do século. Com a invenção do cinema, divesos cientistas contibuíam paa o desenvolvimento e o apefeiçoamento da película fotogáfica. Poém, os pimeios a fazeem e pojetaem filmes (fotogafia animada) foam os imãos fanceses Louis e Auguste Lumièe em 1895 (FERRAZ & CABRAL, 2013). A maneia como o cinema vem se pojetando possibilita elaciona com a juventude, que paa Boudieu (1983), a juventude é constuída socialmente, não se podendo fala do jovem como se ele fosse uma unidade social, mas um gupo constituído com inteesses comuns, intinsecamente elacionados com as imagens em movimento. www.fipedbasil.com.b
Assim, esse inteesse comum em tono do cinema gia pelo mundo que se filma que está em constante mudança, e aquele que o filma utiliza um novo luga paa a câmea, com cote, sobeposição que nunca antes estiveam juntos e nem ensinado nas páticas tansfomadoas e ciativas. Po isso, as páticas com cinema possibilita a alteidade ente a juventude que tabalham e inventam juntos, pois pemite que se descuba a foça que existe em cia um ponto de vista sobe o mundo ou um luga e depois da uma paada paa ouvi e ve o que nunca antes havíamos paado paa escuta ou olha. O Minuto Lumièe cooboa com esse execício, pois antecipa boa pate de uma séie de desafios da linguagem e da elação com o outo. Po meio dele é possível estimula uma pecepção e uma ciação em tono do cinema. Em que mesmo sem o uso da câmea é possível desenvolve uma atividade de enquadamento levando em consideação os mesmos pincípios. Nessa pespectiva, ao se coloca em pática um Minuto Lumièe, o maio inteesse não é domina e fixa códigos da linguagem cinematogáfica, mas pecebe que a maneia como se filma desnatualiza e elaboa novos sentidos da imagem e do cotidiano. Segundo Miglioin (2014, p. 40) o jovem deveá utiliza tês gestos fundamentais paa sua execução: METODOLOGIA a escolha - o que se que filma? Pessoas, gestos, sons, coes, luzes?; a disposição - o posicionamento das coisas em elação umas às outas: onde coloco a minha câmea paa capta esses elementos que escolhi filma? De que foma disponho esses elementos diante da câmea paa que sejam mais significativos, o que incluo ou deixo de foa do quado?; O ataque - efee-se a agi, detemina o momento peciso paa inicia um minuto de filmagem. Qual é o momento paa aciona o botão de gavação? A metodologia utilizada consistiu no elato de expeiência de uma fase do Pojeto de Extensão Cinema e Educação: despontando cidadania paa além dos muos da UFPI, nas escolas do Ensino Médio estaduais de Panaíba - PI. As atividades foam desenvolvidas a pati da paceia ealizada com as escolas do Ensino Médio estaduais de Panaíba e de Luís Coeia (PI) e a Pimeia Regional de Educação. Essas paceias possibilitaam a ealização de uma oficina de podução de documentáio. Inicialmente, os paticipantes foam questionados se gostavam de assisti filmes e se conheciam a Lei 13006/14 que tona obigatóio a exibição de filmes po duas hoas nas escolas de Ensino Básico. Em seguida discoemos a expeiência com Cinema no ensino fomal e depois com a técnica de podução de filmes, com explicações e exibições de documentáios. www.fipedbasil.com.b
RESULTADOS E DISCUSSÕES Quando foi peguntado se gostavam de assisti filmes, todos espondeam positivamente. E ao seem questionados se conheciam da Lei 13.006/14 que se efee a obigatoiedade da exibição de filmes nacionais nas escolas, de pelo menos duas hoas mensais, todos espondeam negativamente, pois desconheciam completamente. Com essa falta de infomação dos educadoes e educandos como podeão implementa essa Lei? E como seleciona os filmes nacionais paa exibidos na escola? Nesse sentido, concodamos com Fesquet (2016, p. 8) quando diz que se desejamos o cinema na escola é poque imaginamos que a escola é um espaço, um dispositivo, em que é possível inventa fomas de ve e esta no mundo [...] A pimeia pate da oficina se deu com a apesentação da expeiência do Cinema no contexto educacional que ficou na esponsabilidade de um pofesso de uma escola publica do município de Panaíba (PI) que apesentou o pojeto desenvolvido po quato anos na escola que tabalha e a dificuldade que encontou paa da continuidade após a mudança da gestão da escola e a falta de apoio po pate dos outos pofessoes e da pópia Geência Regional de Educação. Na pate pática foam apesentados alguns estudantes que paticipaam da expeiência com depoimentos e os filmes e documentáios poduzidos. Segundo Hall (1997) é atavés do uso que fazemos das coisas, o que dizemos, pensamos e sentimos como epesentamos que damos significado. Ou seja, em pate damos significado aos objetos, pessoas e eventos atavés da estutua de intepetação que tazemos. E, em pate, damos significado atavés da foma como as utilizamos, ou as integamos em nossas páticas do cotidiano. Na segunda pate da oficina foi convesado sobe o Meu olha sobe a Cidade, com um poduto local que tentou motiva os paticipantes paa se apaixonaem pelo cinema. Basta te uma ideia, uma vontade, uma deteminação paa faze cinema. O filme nos divete, nos inquieta, nos chama atenção paa esse olha cítico. Use sua câmaa paa egista tudo que acontece ao edo de você, pois tudo é motivo de filmagem. Ao assisti filmes apendeão a enquada e a poduzi seus pópios filmes (COMUNICAÇÃO ORAL DO PALESTRANTE). Em continuidade foi possível compeende os passos paa elaboação de um filme/documentáio. O que filma? Po que filma? Quando filma? Onde filma? Como filma? Tudo começa com uma ideia de documenta. Po meio do cinema, um acontecimento ou fato despeta sua atenção. www.fipedbasil.com.b
Ao se apesentado como se deu o minuto Lumièe com a exibição dos pimeios documentáios poduzidos no cinema, os paticipantes foam diecionados paa que fizessem a sua podução de vídeo de um minuto, com a câmea paada, usando como instumento celula, câmea fotogáfica simples. Assim, se deslocaam paa divesos ambientes que passaam a filma o que lhe chamava atenção. Como esultado teve a podução de 41 filmes que foam exibidos e convesados sobe o que se via na imagem paa seem enfatizadas as técnicas que foam convesadas duante o enconto. Com as apesentações foi possível pecebe que cada pessoa escolhe uma imagem a pati do seu olha, emboa tabalhando em gupo o que pevalecia ea a identidade de cada um. Com os esultados sepaamos po categoias do que foi poduzido paa intega os documentáios. Assim, ficou a classificação: um na categoia espote; dois em edificações; tês sobe escolas e um de sinal de aleta; nove sobe elementos da natueza; 10 pessoas nas mais divesas atividades; e 13 avenida, com suas distintas implicações. Nos esultados foi possível ve filmagens de lagatas; uns dos outos; avenida onde passavam caos, motos; Escola Liceu; Hotel; univesidade - UFPI. Enfim, com esse momento pode-se pecebe o entusiasmo da juventude paa o faze ao apesenta o seu olha além do que se ea filmado. A qualidade técnica da podução das imagens fechou o apendizado. Nesse sentido, compatilhamos as ideias de Fesquet (2016, p. 16) quando se efee à podução pópia da juventude: CONSIDERAÇÕES FINAIS Ve cinema, em alguma medida, nos coloca na disposição de cia. Se no início ciamos apenas imagens, ideias, sentimentos a pati da pojeção, ativamos a nossa imaginação, em beve estaemos sendo tomados pela necessidade de filmamos. Ve e faze são fente e veso de uma mesma páxis. Pimeio mentalmente, mas em beve, na ação, na escita com e sobe os filmes. Mesmo com ecusos tão simples como um celula ou uma câmea fotogáfica, apostamos na potência dessa ate paa pomove o ato ciativo. O sonho de tona possível a aplicabilidade da Lei é impescindível pelo papel fomado da escola e ao mesmo tempo do social. Assim, com o uso de oficina paa podução de documentáio foi possível veifica a vontade da juventude em estabelece a conexão com o cinema e a educação e encaminha a possível poposta local com a podução de cutas da egião, tendo a juventude, como potagonista. Mas, a implementação vai além do tabalho com a juventude, pois pecisa de políticas publicas que ajudem a democatiza o acesso aos filmes nacionais e a valoização das ações existentes locais. www.fipedbasil.com.b
Potanto, aceditamos em um cinema que, no enconto com a escola, venha a poduzi apendizagens significativas de maneia a apende e a desapende e que não pessuponha um sabe ponto e que seja capaz de ofeece espaço de expeiência ente sujeitos e ente eles o conhecimento. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA BOURDIEU, P. A juventude é apenas uma palava! Questões de sociologia. Rio de Janeio: Maco Zeo, 1983. FERRAZ, A. F.; CABRAL, O. Além das telas: educando atavés da linguagem cinematogáfica. In: LINHARES, R. N. (Og.) Anais do 4º Simpósio de Educação e Comunicação. Aacaju - Univesidade Tiadentes UNIT, 2013. FREIRE FILHO, J. & HERSCHMANN, M. As cultuas jovens como objeto de fascínio e epudio da mídia. In: ROCHA, Eveado et al. (Ogs) Comunicação, consumo e espaço ubano: novas sensibilidades nas cultuas jovens. Rio de Janeio: MAUD X/ Ed. PUC-Rio, 2006, p. 143-154. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: sabees necessáios à pática educativa. 9ª ed. São Paulo: Paz e Tea, 1996. FRESQUET, A [og.]. Cinema e educação: A Lei 13.006. Reflexões, pespectivas e popostas. Belo Hoizonte: Univeso Podução. http://www.cineop.com.b. Acesso em 13.03.2016. HALL, S. The wok of epesentation. In: HALL, Stuat (og.) Repesentation. Cultual epesentation and cultual signifying pactices. London/Thousand Oaks/New Delhi: Sage/Open Univesity, 1997. MIGLIORIN, C. [et al.]. Inventa com a difeença: cinema e dieitos humanos. Niteói: Editoa da UFF, 2014. SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma intodução às teoias do cuículo. 3. Ed. Belo Hoizonte: Autêntica, 2013. www.fipedbasil.com.b