SOBREVIVÊNCIA DE ESTACAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM SUBSTRATOS COM DIFERENTES DOSES DE AIB PLANTADAS EM TUBETE

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Transcrição:

5ª Jornada Científica e Tecnológica e 2º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 06 a 09 de novembro de 2013, Inconfidentes/MG SOBREVIVÊNCIA DE ESTACAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM SUBSTRATOS COM DIFERENTES DOSES DE AIB PLANTADAS EM TUBETE SILVA, C. H. P (1) ; Lilian V. A. PINTO (2) RESUMO Este trabalho visa avaliar a sobrevivência de estacas de seis espécies florestais utilizando diferentes doses do hormônio enraizador (AIB) aos 30 dias do plantio em tubetes. Recomenda-se o uso de AIB nas concentrações de 4000 ou 8000 mg.l -1 para a produção de mudas de M. tinctoria, de 2000 ou 6000 mg.l -1 para Hedyosmum brasiliense e de 2000 mg.l -1 para Dendropanax cuneatum. Na produção de mudas por estaquia de Croton urucurana não houve a necessidade de hormônio enraizador. A técnica de estaquia para as espécies E. falcata e S. commirsoniana não foi viável. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email:charleshpsilva@gmail.com; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: lilianvap@gmail.com. INTRODUÇÃO A estaquia vem sendo utilizada no Brasil desde a década de setenta e é uma alternativa para a recuperação de áreas desmatadas ocasionando em muitas propriedades a falta de cobertura vegetal em áreas de preservação permanente e reserva legal, áreas que necessitam ser recuperadas com a maior diversidade e qualidade de mudas de espécies arbóreas (Poggiani e Suiter Filho, 1979). A rapidez no processo de produção de mudas e a sua qualidade despertam o interesse dos produtores, sendo fatores beneficiados com o enraizamento satisfatório das estacas. Segundo Fachinello et al. (1995) citado por Tofanelli et al. (2003), o enraizamento das estacas é influenciado por fatores internos, tais como: condição fisiológica da matriz, tipo de estaca, idade da planta, balanço hormonal e fatores externos, tais como: temperatura, luz, umidade, e condicionamento. O adequado manejo desses fatores permitirá maior probabilidade de sucesso na produção de mudas por estaquia. Assim, o presente estudo tem como objetivo geral estudar a produção de mudas de espécies arbóreas nativas paludosas e espécies de floresta seca pela

técnica da estaquia. Como objetivos específicos buscou-se i) avaliar o efeito das diferentes doses do hormônio de enraizamento (AIB) na brotação das espécies; ii) avaliar a necessidade do uso de hormônio de enraizamento nas diferentes espécies; e iii) avaliar se a técnica da estaquia é viável para a produção de mudas das espécies estudadas. MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo de produção de mudas por estaquia foi realizado no viveiro do IFSULDEMINAS, Câmpus Inconfidentes, MG. A casa de vegetação era de 50% de sombreamento, condições de umidade com média de 55% e temperatura entre 25 e 30ºC. O percentual de estacas vivas com brotação das espécies plantadas (C. urucurana: sangra-d água; E. falcata: moxoco; S. commirsoniana: capixaba; M. tinctoria: taiuveira; Hedyosmum brasiliense: espirradeira; e Dendropanax cuneatum: maria-mole) em tubete foi avaliado aos 30 dias do plantio. Utilizaram-se estacas apicais e sub-apicais de 20 cm de comprimento (Tabela 1) que foram colhidas de árvores matrizes do município de Ouro Fino e Inconfidentes, MG e repicadas em tubete plático de 150 cm³. O substrato utilizado para preencher os tubetes consistiu no composto de casca de pinus bioestabilizada proveniente de fonte renovável e manejada, corretivo de acidez e fertilizantes minerais. Tabela 1 Diâmetro médio das estacas das diferentes espécies submetidas a diferentes doses do hormônio enraizador (AIB). Doses do hormônio enraizador Espécies sangra-d água taiuveira capixaba Moxoco maria-mole espirradeira 0 (testemunha) 8,71 7,24 8,65 10,24 5,51 5,73 2.000 mg.l -1 7,81 8,02 7,29 11,54 6,16 4,7 4.000 mg.l -1 8,94 7,78 6,2 11,16 5,88 5,71 6.000 mg.l -1 10,36 7,46 10,14 13,86 5,93 5,2 8.000 mg.l -1 8,69 7,42 7,51 8,88 4,84 5,22 Média total 9,9 7,58 7,96 11,14 5,66 5,13 As mini estacas apicais, logo após terem sido coletadas foram preparadas e banhadas por 10 segundos na solução AIB (ácido indolbutirico) nas concentrações de 2.000, 4.000, 6.000, 8.000 mg.l -1 e plantadas nos tubetes.

O manejo do jardim clonal constituiu-se principalmente de irrigações diárias visando manter o status nutricional adequado nas estacas para a produção de material vegetativo. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), constituído por cinco tratamentos de doses diferenciadas de AIB em mg.l -1 : 0 (testemunha), 2.000, 4.000, 6.000 e 8.000, com oito repetições. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas pelo teste de Skott-Knott, a 5% de probabilidade, usandose o programa SISVAR 4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A produção de mudas por estaquia em tubetes foi estudada em seis espécies arbóreas das quais apenas quatro espécies sobreviveram nos primeiros 30 dias após o plantio das estacas. As espécies sobreviventes foram Croton urucurana (sangra d água), Maclura tinctoria (taiuveira), Hedyosmum brasiliense (espirradeira) e Dendropanax cuneatum (maria-mole) (Figura 1). A mortalidade de 100% das estacas de E. falcata (moxoco) e S. commirsoniana (capixaba) pode ter acontecido porque talvez as estacas pudessem estar lignificadas, condição que segundo Fachielo et al. (1995) citado por Tofanelli et al. (2003) possibilita a presença de um anel de esclerênquima altamente lignificado que dificultaria a emissão dos primórdios radiculares, dificultando a sobrevivência. A espécie D. cuneatum (maria-mole) apresentou maior sobrevivência (90%) no substrato contendo 2.000 mg.l -1 de AIB, diferindo estatísticamente das mudas submentidas as concentrações de 0, 4.000, 6.000, 8.000 mg.l -1 de AIB, hormônio enraizador (Figura 1). A espécie H. brasiliense (espirradeira) apresentou sobrevivência estatisticamente superior quando submetidas a 2.000 mg.l -1 de AIB (63%) e 6.000 mg.l -1 de AIB (80%) e não sobreviveu quando submetidas a 4.000 mg.l -1 de AIB (Figura 1). As diferentes doses do hormônio enraizador não interferiram na sobrevivência das estacas de C. urucurana (sangra d água) de forma significativa. Já a espécie M. tinctoria (taiuveira) não sobreviveu a níveis de 6.000 mg.l -1 de AIB, todavia nas demais concentrações do hormônio apresentou sobrevivência das estacas de no mínimo 40% (Figura 1).

Figura 1: Brotação das espécies em tubetes aos 30 dias após a repicagem das estacas sob diferentes doses de hormônio enraizador (AIB). As letras minúsculas comparam as brotações sob os diferentes hormônios dentro de cada espécie e as letras maiúsculas comparam as brotações das diferentes espécies dentro de cada hormônio pelo teste de Scott-knott a 5% de probabilidade. Quanto à sobrevivência das diferentes espécies em diferentes doses de AIB verificou-se que no tratamento 1 (testemunha) que utilizou como substrato apenas o composto comercial Mecplant R, as espécies M. tinctoria (taiuveira) e D. cuneatum (maria-mole) apresentaram sobrevivência estatisticamente superior às duas outras espécies que também apresentaram sobrevivência neste substrato (C. urucurana e H. brasiliense) (Figura 1). A dose de 2000 mg.l 1 de AIB promoveu uma boa sobrevivência das estacas de M. tinctoria (taiuveira), H. brasiliense (espirradeira) e D. cuneatum (maria-mole), todas as espécies com mais de 60% de sobrevivência, valores significativamente superiores à falta de sobrevivência observada para a espécie C. urucurana (sangra d água). Tofanelli et al. (2003) afirma que a porcentagem de 54,62% de enraizamento de estacas de ameixeira com a aplicação de AIB é um valor que torna viável o uso da técnica da estaquia para a produção de mudas dessa espécie. Sendo assim, pode-se afirmar que a dose de 2000 mg.l 1 de AIB pode ser recomendada para a produção de mudas de M. tinctoria (taiuveira), H. brasiliense (espirradeira) e D. cuneatum (maria-mole).

Embora a D. cuneatum (maria-mole) tenha se destacado com 90% de sobrevivência quando submetida a 2000 mg.l¹ de AIB, não verificou-se diferença estatística entre as espécies sobreviventes submetidas a essa concentração de AIB (Figura 1). As espécies C. urucurana (sangra d água), M. tinctoria (taiuveira) e D. cuneatum (maria-mole) não apresentaram diferença significativa entre si quando submetida a 4000 mg.l 1 de AIB, mas apresentaram diferença sob a H. brasiliense (espirradeira) que não sobreviveu no período de 30 dias na dosagem de AIB acrescida ao substrato (Figura 1). A concentração de 6000 mg.l¹ mostrou-se efetiva para a produção de estacas de D. cuneatum (maria-mole) e H. brasiliense (espirradeira), com sobrevivência de 40% e de 75% respectivamente (Figura 1). Dentre as diferentes concentrações de AIB, a de 8000 mg.l -1 foi a única que promoveu a sobrevivência das quatros espécies que tiveram sobrevivência (Figura 1). A espécie que apresentou maior sobrevivência foi D. cuneatum (maria-mole) quando submentida a 2000 mg.l -1 de AIB (90%), seguida da H. brasiliense (espirradeira) na concentração de 6000 mg.l -1 (75%), por M. tinctoria (taiuveira) na ausência de AIB e na concentração de 2000 mg.l -1 (62%) e por C. urucurana (sangra d água) quando submetida a 4000 mg.l -1 (62%) (Figura 1). CONCLUSÕES Recomenda-se o uso de hormônio enraizador (AIB) nas concentrações de 4000 ou 8000 mg.l -1 para a produção de mudas de M. tinctoria (taiuveira), de 2000 ou 6000 mg.l -1 para Hedyosmum brasiliense (espirradeira) e de 2000 mg.l -1 para Dendropanax cuneatum. Na produção de mudas por estaquia de Croton urucurana (sangra-d água) não houve a necessidade de hormônio enraizador. A produção de mudas por estaquia das espécies estudadas é viável, com exceção para as espécies E. falcata e S. commirsoniana.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS POGGIANI. F; FILHO. W, S. Importância da nebulização intermitente e efeito do tratamento hormonal na formação de raízes em Estacas de eucalipto. IPEF, n.9, p.119-129, 1974. TOFANELLI, M.B.D.; RODRIGUES, J.D.; ONO, E.O. Enraizamento de estacas lenhosas de pessegueiro cv. Okinawa em diferentes diâmetros de ramos, substratos e recipientes. Ciência Rural, Santa Maria-RS, v.33, n.3, p.437-442, 2003.