BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE Randia armata (SW.) DC.

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Transcrição:

BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE Randia armata (SW.) DC. Lorena da Paz Oliveira (1) ; Aline Pinto dos Santos (2) ; Taise Almeida Conceição (3) ; Teresa Aparecida Soares de Freitas (4) ; Josival Santos Souza (5) (1) Estudante Pós-Graduação Recursos Genéticos Vegetais, UFRB/Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, lore.poliveira@gmail.com; (2) Estudante Graduação Engenharia Florestal; UFRB/Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, apsantos_florestal@hotmail.com; (3) Estudante Pós-Graduação Recursos Genéticos Vegetais, taise_al@hotmail.com; (4) Professor adjunto, UFRB/Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, teresa@ufrb.edu.br; (5) Professor adjunto, UFRB/Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, jsouza@ufrb.edu.br. RESUMO O estudo foi realizado na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia no laboratório de dendrologia e ecologia florestal. Os frutos foram coletados na Área de Proteção Ambiental do Lago de Pedra do Cavalo em dois indivíduos de Randia armata, espécie nativa pertencente a família Rubiaceae. Os frutos foram separados em amostras de 10 unidades, obtendo-se na sequência a massa fresca. Para cada amostra de 10 frutos foi contabilizado o número de sementes por fruto. Utilizou-se uma amostra de 120 frutos para mensuração do comprimento e diâmetros em duas posições. Para as sementes foram obtidas 19 amostras de 100 sementes visando a obtenção do peso de 1000 sementes, sendo que uma amostra de 100 sementes foi sorteada para mensuração do comprimento e diâmetro em duas posições. Para os frutos e sementes foi calculado o grau de esfericidade (φ), a área (A) e o volume (V) da semente. Os frutos são aproximadamente elípticos (Figura 1), com esfericidade de entre 73,5% a 99,06%, área de 9,63 cm 2 ± 0,25 (α = 0,05) e volume de 3,31 cm 3 ± 0,25 (α = 0,05). As sementes variam a forma sendo aproximadamente elíptica (Figura 3), com esfericidade máxima de 69,51% e mínima de 42,98%. A área média das sementes foi de 1,61 cm2 ± 0.08 e o volume de 0,049 cm3 ± 0.006 (α = 0,05). Palavras-chave: Limão do mato, caracterização morfométrica, espécie nativa INTRODUÇÃO O limão do mato, Randia armata (SW.) DC. também conhecido como limão bravo, é uma espécie florestal nativa, que pertencente à família das Rubiaceae. Esta espécie possuia ampla distribuição em quase todo o território nacional, apresentando ampla distribuição geográfica (CARVALHO, 2003). Atualmente se caracteriza como espécie ameaçada de extinção, pois existem poucos exemplares que se encontram presentes na natureza. Esta espécie mesmo se encontrando em tal situação, ainda está distribuída em quase todo território brasileiro, com ocorrência desde Ceará até Rio Grande do Sul. Além de ser uma espécie nativa importante para reconstituição ambiental e formação de corredores ecológicos (PAULUS, R. I., 2005).

Segundo o autor a R. armata é considerada uma arvoreta apresentando espinhos lenhosos solitários no tronco, flores unissexuais, frutos carnosos de forma globosa, com as sementes envolta em mucilagem de consistência viscosa, e germinação do tipo epígea. O Centro de Referência em Restauração Florestal (CRRF) do bioma Mata Atlântica com sede na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia desenvolve atividades no sentido de conhecer a composição e estrutura da vegetação, marcação de matrizes para coleta de sementes para atender programas de recomposição, definir diversidade genética dentro e entre populações, estudar o comportamento das espécies com relação a produção de frutos e sementes e comportamento germinativo e estabelecer protocolos de produção de mudas para estas espécies. Sendo assim o objetivo deste trabalho é caracterização de R. armata quanto a produção e biometria de frutos e sementes. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização da área A Área Proteção Ambiental da Pedra do Cavalo, criada pelo Decreto estadual nº 6.548 de 18 de julho de 1997, com uma área total de 30156 hectares em torno do Lago da Pedra do Cavalo, entre as coordenadas 39º20 00 e 38º55 00 W-12º10 00 e 12º40 00 S, abrange os municípios de Feira de Santana, Antônio Cardoso, Santo Estevão, Cabeceiras do Paraguaçu, Governador Mangabeira, Muritiba, São Félix, Cachoeira, Conceição de Feira e São Gonçalo dos Campos. De acordo com Teixeira et al. (2009) a maior parte da área da APA, cerca de 50,8% é ocupada por vegetação pouco densa (Caatinga), seguido da superfície do Lago de Pedra do Cavalo (18,1%), vegetação densa que compreende florestas estacionais, matas ciliares e de galeria (18%) e solo exposto (13,1%). Conforme classificação de clima proposta por Alvares et al. (2013) o clima é tropical com verão seco (As), temperatura média anual 24 a 26 o C, com volume anual de chuvas de 700 a 1000 mm. Biometria dos frutos e sementes Os frutos foram coletados de dois indivíduos de R. armata na APA da Pedra do Cavalo no mês de setembro e novembro de 2015, sendo indivíduo I: Latitude (utm): 0502539; Longitude (utm): 8636790; Altitude: 154 m e indivíduo II: Latitude (utm): 0502535; Longitude (utm): 8636816; Altitude: 151 m. Os frutos colhidos foram conduzidos ao laboratório de dendrologia e ecologia florestal da UFRB, onde foram separados em amostras de 10 unidades, obtendo-se na sequência a massa fresca. Para cada amostra de 10 frutos foi contabilizado o número de sementes por fruto. Utilizou-se uma amostra de 120 frutos para mensuração do comprimento e diâmetros em duas posições, com paquímetro digital com precisão de 0,01mm. Para determinação do peso de 1000 sementes seguiu-se procedimentos descritos nas Regras de Análises de Sementes (BRASIL, 2009), sendo utilizadas 19 amostras de 100 sementes. Uma amostra de 100 sementes foi sorteada para mensuração do comprimento e diâmetro em duas posições. Para os frutos e sementes foi calculado o grau de esfericidade (φ), a área (A) e o volume (V) da semente de acordo com Guedes et al. (2011): φ= ((abc 1/3 )/a)*100; A= πab; V= 4/3*π*(abc/2), sendo: a = comprimento (ou diâmetro maior eixo), b= diâmetro intermediário e c= diâmetro menor. Para análise dos dados empregou-se estimação por intervalos de confiança (α=0.05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Um quilograma de frutos de R. armata contém cerca de 271 frutos e 4884 sementes, o que equivale a aproximadamente 276,45 g de sementes (Tabela 1). Tabela 1: Massa fresca e número de sementes em 100 frutos e peso de 1000 sementes de Randia armata Massa 10 frutos (g) Número sementes 10 frutos Peso 1000 sementes (g) Tamanho amostra (n) 13 13 19 Média 36.92 180.23 56.58 Desvio padrão (S) 9.63 44.16 5.44 Erro Padrão da média 2.67 12.25 1.25 Erro de amostragem 5.83 26.70 3.87 %Erro de amostragem 15.78 14.81 6.84 Limite inferior intervalo 31.09 153.53 52.71 Limite superior intervalo 42.74 206.93 60.45 Os frutos são aproximadamente elípticos (Figura 1), com esfericidade de entre 73,5% a 99,06%, área de 9,63 cm 2 ± 0,25 (α = 0,05) e volume de 3,31 cm 3 ± 0,25 (α = 0,05). Figura 1: Fruto de Randia armata (SW.) DC. O número de sementes por fruto variou de 6 a 27, com destaque para frutos com 16 sementes, representando 12,5% do total de frutos, e com 22 sementes que corresponde a 10% dos frutos (Figura 2). A moda foi de 16 sementes por fruto e a mediana igual a 19.

Figura 2: Distribuição do número de frutos por número de sementes por fruto As sementes variam a forma sendo aproximadamente elíptica (Figura 3), com esfericidade máxima de 69,51% e mínima de 42,98%. A área média das sementes foi de 1,61 cm 2 ± 0.08 e o volume de 0,049 cm 3 ± 0.006 (α = 0,05). Figura 3: Semente de Randia armata (SW.) DC. CONCLUSÕES Mediante este trabalho, afirma-se o papel da caracterização dos aspectos biométricos de frutos e sementes, como estratégia que auxilia no estabelecimento de protocolos de produção de mudas.

De forma que, com a caracterização de sementes de Randia armata (SW.) DC. obtém-se embasamento para a silvicultura da espécie, tendo em vista que com o presente trabalho, foi possível quantificar o número de frutos e sementes por quilograma de fruto de Randia armata (SW.) DC, bem como o número de sementes por fruto e forma das sementes da espécie em questão, informações estas, que são de suma importância para prever a quantidade de frutos a ser coletado para atender as demandas de produção de mudas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARES, C.A.; STAPE, J.L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVEZ, J.L.M.; SPAROVEK, G. Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6): 711-728, 2013. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS5 2009. 395 p. CARVALHO, P. E. R.; Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Florestas Colombo/PR, 2003. GUEDES, M. A.; MATA, M. E. R. M. C.; DUARTE, M. E. M.; FARIAS, P. A. Caracterização física de grãos de soja utilizando-se processamento digital de imagens. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.13, n.3, p.279-294, 2011. PAULUS, R. I. Caracterização morfológica e métodos para superação de dormência de sementes de Randia armata (De Candolle SW.) Pelotas, 2005. Dissertação (Mestrado Profissionalizante) Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Pelotas. 2005. TEIXEIRA, C. U.; SILVA, A. B.; LIMA, C. C. U. Utilização das imagens CBERS 2 na aplicação de modelos matemáticos para predição de perdas de solo. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, 25-30 abril 2009, INPE, p. 2249-2254. AGRADECIMENTOS A agência financiadora da bolsa de Pós-Graduação CAPES/CNPQ e ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos INEMA.