Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo A INTEGRAÇÃO DA PASTORAL VOCACIONAL COM A CATEQUESE



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Transcrição:

Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo 1 o Curso por Correspondência às Equipes Vocacionais Paroquiais SEXTO TEMA: A INTEGRAÇÃO DA PASTORAL VOCACIONAL COM A CATEQUESE E A PASTORAL FAMILIAR: UMA PROPOSTA CONCRETA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DA PV COM A CATEQUESE: I. Preocupação da PV Para o bem da verdade, é preciso ressaltar que, nos últimos anos, a PV vem se preocupando em caminhar junto e de mãos dadas também com a catequese, e não só com a PJ. II. PV geral na Catequese De fato, a boa catequese também procura engajar os catequizandos, como também deve fazer a boa PJ. Uma catequese que não se preocupasse em engajar, isto é, em fazer dos catequizandos Igreja presente e atuante no mundo, não estaria cumprindo sua missão. Ora, o esforço em engajar os catequizandos é, de certo modo, fazer uma pastoral vocacional geral, como se dizia acima, ao falar da PJ. Mas a catequese não tem tempo suficiente para se aprofundar no campo vocacional dos catequizandos. Daí a necessidade de que ao lado da catequese haja também a pastoral vocacional. III. Como na prática o catequista fará a PV O catequista fará a PV junto aos catequizandos do mesmo modo como o assessor de PJ fará a PV junto aos jovens. Assim, o catequista: 1) observará os catequizandos para descobrir os rapazes e as moças que demonstraram sinais de vocação, para o sacerdócio ou para a vida religiosa, ou para o serviço missionário; 2) chamará logo e pessoalmente, pelo nome, os que mostram sinais de vocação para a vida consagrada; 3) encaminhará esses jovens para os encontros e as entrevistas organizados pela PV. 23

Em outras palavras, na catequese serão seguidas, de certo modo, as mesmas etapas que a PV deve fazer para se integrar na PJ. Por isso, parece suficiente apontar aqui apenas algumas balizas novas que nos guiarão com segurança e eficiência na integração da PV com a catequese. Contentemo-nos, agora, em analisar algumas destas balizas. 1. Amizade Humana, cristã e eclesial dos agentes de PV com os catequistas Os agentes de PV deverão, antes de mais nada, fazer-se amigos pessoais dos catequistas. Isso em todos os níveis: de comunidade, de paróquia, de decanato (forania, setor), de região episcopal, de diocese. Com uma amizade que seja humana, cristã e eclesial. Sem essa amizade, as duas pastorais dificilmente se integrarão. 2. Intercomunicação dos agentes de PV e catequistas A amizade humana, cristã e eclesial será a fonte e a base da intercomunicação dos agentes de PV com os catequistas. Tanto mais que, na prática comum, as pastorais têm muita dificuldade de se comunicar entre si. Cada uma se empenha em seu campo, sem dispor de tempo para se interessar pelas outras pastorais. Daí se requer uma consciente e programada aproximação e intercomunicação dos agentes de PV com os catequistas. 3. Visitas periódicas previamente programadas dos agentes de PV aos encontros de catequese Os encontros dominicais de catequese, com as crianças, os adolescentes e os jovens, ganhariam muito em termos de PV se, vez por outra, os agentes de PV comparecessem para falar explicitamente aos catequizandos sobre as vocações na Igreja e para convidar e até chamar os catequizandos que quisessem para os encontros vocacionais mensais de PV. Evidentemente, estas visitas deveriam ser programadas previamente. Nestas ocasiões, o agente de PV, ao falar para os catequizandos, estaria falando, quem sabe, muito mais para os catequistas que para os catequizandos. E o catequista, por sua vez, agora mais esclarecido, certamente se animaria a levar em frente a mensagem vocacional aos futuros encontros dominicais de catequese. Isto já seria multiplicar o trabalho vocacional pelos próprios catequistas. 4. Visitas periódicas dos agentes de PV aos encontros de catequese crismal Aqui se pretende sobretudo destacar com ênfase especial a catequese crismal. De fato, são os crismandos que deveriam ser orientados sobre as vocações na Igreja, com destaque particular. Pois costuma-se afirmar que o sacramento da crisma é o sacramento do apostolado. O sacramento da Crisma é o sacramento dos que se tornam adultos na Igreja. É o sacramento próprio da idade da decisão na vida. Estas afirmações supõem o costume crescente de ministrar o sacramento da crisma não antes dos 15 anos e após uma boa preparação pastoral dos jovens, até colocando o engajamento como parte do programa de preparação para a crisma e, como isso, de certo 24

modo, a necessidade de os jovens fazerem sempre mais responsavelmente a opção pelo seu estado de vida, o que é o mesmo que decidir sua vocação. A intenção destas considerações é alertar os catequistas da crisma no sentido de que o tempo da catequese crismal deve ser apontado fortemente como a ocasião mais favorável e até privilegiada para se fazer uma apresentação clara das vocações na Igreja. Nada mais acertado, então, que os catequistas da crisma convidem os agentes de PV a virem para um ou outro encontro da catequese crismal a fim de: 1) falar sobre as diferentes vocações na Igreja; 2) convidar os jovens para os encontros mensais de PV; 3) chamar os jovens que mostrarem sinais de vocação para a vida consagrada. 5. Testemunhos de pessoas que vivem as diferentes vocações na Igreja Para os jovens, os adolescentes e as crianças valem sempre as explicações teóricas sobre as diferentes vocações na Igreja. Essas explicações teóricas serão sempre necessárias e imprescindíveis. Mas as novas gerações estão fortemente habituadas ao ver. Daí a conclusão de que, talvez, melhor do que qualquer exposição brilhante sobre as vocações na Igreja, seria trazer pessoas que já assumiram uma das vocações na Igreja e a vivem com alegria. Assim ficaria bom se, por exemplo, para apresentar a vocação de leiga viessem três pessoas diferentes: uma que vive sua vocação leiga como solteira, outra que vive sua vocação leiga como casada e outra que vive a mesma vocação leiga como consagrada no mundo. Igualmente seria bom que viesse um padre, um diácono casado, uma religiosa, e não faltasse um religioso, para dizer que a vida religiosa não é só para mulheres, mas também para os homens, lembrando, por exemplo, que São Martinho de Lima era religioso dominicano, mas não era ordenado padre, como acontece com os Irmãos Maristas e os Irmãos Lassalistas e outros. Igualmente um missionário: um padre, um missionário religioso não sacerdote, uma missionária, missionários leigos solteiros e missionários casados. Pois todos estes são exemplos concretos das principais vocações na Igreja. Toda a apresentação das diferentes vocações na Igreja deveria ser coroada e rematada com o que é fundamental na PV, que é chamar. 6. Rever e completar os conteúdos da catequese Os conteúdos da catequese não costumam falar sobre as vocações na Igreja. Quando falam, seria interessante ver a linguagem com que se apresentam essas vocações. Basta lembrar um único fato. É geral identificar a vocação leiga com a vocação ao matrimônio, dando quase a entender com isso que o leigo só se realiza em sua vocação de leigo no casamento. Então, sem casamento não existe a vocação leiga? Onde está o solteiro que busca viver em plenitude o seu Batismo? Onde estão os leigos e leigas consagrados no mundo, que estão crescendo vertiginosamente na Igreja de nossos dias? Continuamente estão nascendo em todas as partes do mundo novos Institutos seculares. Por isso é preocupante o fato de que ainda não se tenha consciência de que a vocação leiga pode se concretizar em três estados de vida: como solteiro/a, como casado/a e como consagrado/a no mundo. Isso tudo a catequese pode ir esclarecendo ao longo dos anos. 25

7. Chamar também catequistas Refletindo sobre a integração da PV com a catequese, estamos tomando diante dos olhos apenas os catequizandos como possíveis vocacionados por Deus para a vida consagrada. Mas, e os próprios catequistas? Onde ficaram eles? Com efeito, devemos nos lembrar que bom número de sacerdotes, religiosos, religiosas e missionários descobriram sua vocação no tempo em que eram catequistas. Por que lembrar este fato? Pela simples razão de que, certamente, muitos catequistas, também eles estão, consciente ou inconscientemente aguardando o momento de serem chamados por nós, agentes de PV. CONCLUSÃO Aqui estão, a título de exemplos, algumas balizas que certamente podem indicar com muita clareza o itinerário que a PV deverá percorrer, se quiser se integrar com a catequese. Mas não basta ver as balizas de uma estrada. Elas devem ser seguidas e obedecidas. Igualmente as balizas ora indicadas para a PV se integrar com a pastoral catequética devem ser obedecidas, devem ser seguidas. Se isso acontecer, a PV se integrará na catequese, e a catequese, por sua vez, se tornará um fecundo jardim de vocações. PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DA PV COM A PASTORAL FAMILIAR I. Infra-estrutura da PV em família 1. A família é o primeiro seminário Já é proverbial a afirmação do Concílio Vaticano II, no documento sobre a formação dos presbíteros, Optatam Totius, de que a família é o primeiro seminário das vocações (OT 2). Ouçamos o próprio concílio: Para isto (para promover o incentivo das vocações) concorrem principalmente as famílias que, animadas pelo espírito de fé, de caridade e de piedade, se tornam como que um primeiro seminário (OT 2). Analisando este texto do VATICANO II, convém ressaltar que o Concílio afirma vários elementos que contribuem para a PV feita em família. São eles: 1) A família é como que o primeiro seminário. Isto significa que, se as dioceses e as congregações religiosas têm os seminários como lugar próprio para cultivar as vocações ao sacerdócio, antes dessas instituições existe uma outra instituição para o vocacionado que é anterior aos seminários. Esta instituição é a própria família. 2) A família tem a missão de promover o incentivo das vocações. Para promover o incentivo das vocações, concorrem principalmente as famílias. 26

3) Em que consiste, concretamente, esta promoção e incentivo das vocações? Consiste em três vivências, ou na vivência em família de três virtudes. São elas a fé, a caridade e a piedade. 1) A fé, a partir da qual a família vive na sensibilidade cristã, pondo deus acima de tudo, no qual confia plenamente, sabendo que dele depende em tudo e que Deus é o nosso próprio destino final na eternidade. 2) A caridade, a partir da qual se vive o maior mandamento, que é amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. Nisto conhecerão os meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo 13,35). 3) A piedade, a partir da qual a família reza como família, participa normalmente dos sacramentos, sobretudo da missa dominical, e da vida eclesial, ao longo do ano litúrgico. Segundo o Concílio, levar as famílias a viver as três virtudes da fé, da caridade e da piedade é prepará-las da melhor forma possível para que deus deposite nelas as sementes mais ricas e abundantes de vocações sacerdotais e vocações à vida consagrada. Pois onde o terreno é prometedor, aí o semeador tem gosto de lançar as sementes mais preciosas e abundantes. 2. Apoio dos pais aos filhos na escolha da vocação O mesmo Concílio Vaticano II, no documento sobre A Igreja no mundo contemporâneo, Gaudium et Spes, fala do apoio que os pais devem dar aos filhos para que estes assumam com responsabilidade sua vocação. Os filhos sejam educados de tal maneira que, ao atingir a idade adulta, possam seguir, com pleno senso de responsabilidade, sua vocação, inclusive a religiosa. O Concílio diz que os pais devem ir educando os filhos ao longo dos anos de seu crescimento, de modo que eles cheguem a uma responsabilidade plena tal que sejam capazes de seguir uma vocação que é própria deles, dos, filhos, isto é, possam seguir a vocação a que Deus os chamou, até mesmo a vocação religiosa. O Concílio não explicita o conteúdo da expressão vocação religiosa. Mas não será exorbitar se nele for incluída também a vocação sacerdotal. II. Algumas balizas práticas para a integração da PV com a Pastoral Familiar 1. As Equipes Vocacionais Paroquiais Com certeza são as EVPs o melhor instrumento de que a PV pode dispor para integrar a PV na Pastoral Familiar. Pois as EVPs têm por finalidade envolver a comunidade paroquial inteira no processo vocacional. 27

De fato: 1) A EVP trabalha devagar, mas trabalha sempre. E aí está a força dela; 2) A EVP não se restringe a um determinado grupo dos membros da família, mas a todos. Não se dirige só aos pais, nem só aos filhos, nem só aos jovens, nem só às crianças, nem só aos idosos, mas se dirige a todos. Isto é, dirige-se à família inteira. 2. Os movimentos familiares São instrumentos que podem ser muito eficientes para a PV. Entre eles, quem não conhece o célebre Movimento Familiar Cristão (MFC)? Depois de surgirem numerosos outros movimentos, sempre visando a santificação da família: Equipes de Nossa Senhora, Emaús, União dos Corações, Encontro de Casais com Cristo e outros. Todos esses movimentos, se quiserem ser inteiramente eclesiais, deverão ter sempre presente também a preocupação com as vocações na Igreja. 3. Tarefa dos agentes da PV junto aos movimentos familiares Os agentes de PV, sem falta, deverão estabelecer com os responsáveis pelos movimentos familiares os mesmos relacionamentos indicados no caso da integração da PV com a catequese: Conclusão 1) Amizade com seus animadores, coordenadores ou responsáveis; 2) intercomunicação com estas mesmas pessoas; 3) visitas periódicas aos encontros desses movimentos, com uso da palavra, ainda que breve; 4) testemunho pessoal dos próprios agentes da PV; 5) inspirar e ajudar os movimentos familiares a enriquecerem suas palestras com os aspectos vocacionais. Para concluir estas reflexões sobre o itinerário da PV com as pastorais afins, vale a afirmação de que a PV não é uma pastoral paralela às demais pastorais. Muito menos é uma pastoral estranha às demais pastorais. Muito menos ainda é uma pastoral intrusa quando se apresenta a todas as pastorais da Igreja. Antes, é a pastoral que mais plenamente pertence inteiramente a todas as pastorais. Pois sua missão é ajudar, na medida do possível, todos e cada um dos cristãos a descobrir sua vocação pessoal, única e intransferível, para que assim se realizem na máxima plenitude e perfeição, conforme o plano e a vontade do próprio Deus. Dom Joel Ivo Catapan Bispo auxiliar de São Paulo 28

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO 1. De que forma(s) sua EVP atinge a catequese e a pastoral familiar? Conte-nos algumas experiências concretas. 2. Quais são as dificuldades encontradas nesta tentativa de caminhar juntos com a catequese e a pastoral familiar? 3. Aponte outras maneiras que possam facilitar este trabalho conjunto. 4. No 1 o Encontro das EVPs, vimos a importância da EVP conhecer a família dos vocacionados. Não só conhecer, mas acompanhá-la quando possível. Isto aconteceu? 5. Planejar é indispensável. Gostaríamos que sua EVP planejasse as atividades para 1996 e nos enviasse o planejamento vocacional com a máxima urgência. 29