COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO

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Transcrição:

COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO

FICHA TÉCNICA TITULO: AUTOR: EDIÇÃO: TIRAGEM: ISBN: ISBN (13 dígitos): EXECUÇÃO GRÁFICA: INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000-2001 Inventar, Estudos e Projectos Unip. Lda. e CCDR-LVT. Equipa Técnica: Vitor Gois, Pedro Torres, Luisa Nogueira, Hugo Maciel e Cristina Almeida. Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Morada: Rua Braamcamp, nº 7, 1250-048 Lisboa Tel: +351 210 101 300 Fax: +351 210 101 302 http://www.ccdr-lvt.pt 1ª edição, Lisboa, Dezembro de 2006 1000 exemplares 972-8872-11-9 978-972-8872-11-3 Publitrade

ÍNDICE Nota Introdutória Historial Âmbito Metodologia Fontes Estacionárias Fontes Estacionárias Individualizadas Fontes Estacionárias em Área Fontes Móveis Emissões por via no Concelho de Lisboa Aviação Fontes biogénicas Resultados Emissões por Concelho Óxidos de Enxofre (SO x ) Óxidos de Azoto (NO x ) Compostos Orgânicos Voláteis não-metânicos (COVNM) Partículas PM10 (<10 µm) Documentos Relevantes Anexos - Emissões 04 06 08 09 10 10 11 12 12 15 16 18 18 19 19 20 21 22 22

NOTA INTRODUTÓRIA Os inventários de emissões atmosféricas são instrumentos que permitem analisar a quantidade, natureza e localização das emissões que ocorrem numa determinada área durante um período de tempo. Os resultados dos inventários colocam em evidência os sectores de actividade e os locais responsáveis pelas maiores emissões poluentes para a atmosfera e avaliam a sua contribuição respectiva para a qualidade do ar, auxiliando os decisores na selecção de estratégias de redução de emissões. A aplicação mais comum de um inventário de emissões atmosféricas é a sua utilização como dado de entrada na modelação atmosférica, juntamente com os dados meteorológicos. A modelação atmosférica permite, por exemplo, prever as concentrações de ozono ao nível do solo (ozono troposférico, prejudicial à saúde humana e à vegetação), o que possibilita o aviso e a tomada de medidas em tempo útil em caso de risco. Os inventários de emissões são, portanto, uma ferramenta fundamental de apoio à avaliação e gestão da qualidade do ar, quer a nível nacional quer a nível regional. A Directiva 96/62/CE, do Conselho Europeu, relativa à avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente, institui um novo quadro legislativo em matéria de gestão da qualidade do ar. Esta directiva foi transposta para o ordenamento jurídico nacional pelo Decreto-Lei n.º 276/99, de 23 de Julho, tendo sido cometidas competências às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), na sua área de jurisdição, no domínio da gestão e avaliação da qualidade do ar. No âmbito da aplicação deste diploma as CCDR podem avaliar a qualidade do ar através da monitorização permanente de poluentes em estações fixas, da realização de campanhas periódicas, da modelação de poluentes atmosféricos e da realização de inventários de emissões atmosféricas. Tendo como objectivo a definição de medidas tendentes a fazer cumprir os valores limite referentes a determinados poluentes no ar ambiente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) desenvolveu os Planos e Programas para Melhoria da Qualidade do Ar na Região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT). Neste contexto, o Inventário de Emissões Atmosféricas desempenhou um papel da maior importância na definição e avaliação das estratégias e medidas propostas para melhoria da qualidade do ar na RLVT. 04 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 5

HISTORIAL A elaboração de um inventário de emissões atmosféricas é um processo moroso e que envolve recursos significativos, tendo em consideração que a informação de base necessária se encontra dispersa, sendo por vezes de difícil obtenção, e que o seu tratamento é complexo. À escala regional é ainda importante a obtenção de um nível de detalhe espacial pormenorizado e a consideração de dados de fontes pontuais individualizadas. Assim, embora a realização de inventários na região de Lisboa e Vale do Tejo se tenha iniciado há um número razoável de anos, só recentemente foi possível a concretização de um inventário integrado, completo e consistente relativo aos anos de 2000 e 2001. Por essa razão, apesar de já existirem elementos parcelares para anos mais recentes, são agora apresentados os resultados para a situação média deste período. ENTIDADE ÂMBITO ANO DE REFERÊNCIA DAS EMISSÕES ANO DE REALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO Comissão de Gestão do Ar de Lisboa (CGA L) Comissão de Gestão do Ar do Barreiro e Seixal (CGA BS) Comissão de Coordenação Regional de LVT (CCR-LVT) - Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML) Inventário de Fontes fixas no concelho de Lisboa Inventário de Fontes fixas nos concelhos do Barreiro e do Seixal Inventário de Emissões na Área Metropolitana de Lisboa 1989 1993 1993-94 1997 1999 2001 Inventário detalhado de emissões atmosféricas rodoviárias na cidade de Lisboa 2000-2001 2005 CCDR LVT Inventário de emissões atmosféricas na RLVT, como contributo para os planos e programas Inventário detalhado de emissões rodoviárias nos concelhos de Oeiras e Cascais Inventário detalhado de emissões rodoviárias nos concelhos de Amadora, Odivelas, Loures e Vila Franca de Xira Actualização do inventário de emissões atmosféricas na RLVT 2000-2001 2005 2004 2006 2004-2005 Em curso 2004-2005 Em curso TABELA_1: ETAPAS REALIZADAS NO ÂMBITO DO INVENTÁRIO REGIONAL DE LVT 0 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 7

ÂMBITO O Inventário de Emissões Atmosféricas da região de LVT abrange 51 concelhos que compreendem uma área de cerca de 11 770 km 2. Embora este inventário abranja toda a Região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT), deu-se maior enfoque, em termos de recolha de informação individualizada, às zonas desta região definidas como aglomerações no âmbito da aplicação do Decreto-Lei n.º 276/99, de 23 de Julho. As zonas e aglomerações foram definidas a nível nacional em 2001. A região de LVT engloba cinco zonas das quais três são aglomerações. De acordo com o art. 2.º do Decreto-Lei n.º 276/99, de 23 de Julho, definese como: Zona, a área geográfica de características homogéneas, em termos de qualidade do ar, ocupação do solo e densidade populacional ; Aglomeração, a zona caracterizada por um número de habitantes superior a 250 000 ou em que a população seja igual ou fique aquém de tal número de habitantes, desde que não inferior a 50 000, sendo a densidade populacional superior a 500 hab./km 2. O Inventário de Emissões Atmosféricas compreende estimativas para um número alargado de poluentes, responsáveis por efeitos negativos na saúde humana (SO x, NO 2, CO, partículas, e metais pesados) e na vegetação (SO x NO x), por processos de acidificação (SO x, NO x e NH 3 ) e eutrofização (NO x e NH 3 ) e ainda para os precursores de ozono (NO x, COVNM, CO e CH 4 ) e partículas secundárias (NO x, SO x, NH 3 ) e também para substâncias carcinogénicas como o benzeno. SÃO NESTA FASE APRESENTADAS AS ESTIMATIVAS DE EMISSÃO PARA OS SEGUINTES POLUENTES: Óxidos de enxofre (SO x); Óxidos de azoto (NO x); Compostos Orgânicos Voláteis Não-Metânicos (COVNM); Partículas com diâmetro inferior a 10 µm (PM10). AS FONTES POLUIDORAS FORAM AGRUPADAS EM CINCO CATEGORIAS DE ACTIVIDADE: Produção de energia eléctrica em centrais térmicas; Indústria, compreendendo as emissões de combustão, uso de solventes e a emissão de gases e partículas que decorrem dos processos de fabrico. Incluem-se aqui também as emissões da incineração de resíduos sólidos urbanos; Doméstico e serviços, que inclui também as emissões de combustão em equipamentos de pequena e média dimensão e ainda as emissões do uso de produtos que contenham compostos voláteis; Transporte rodoviário, incluindo também as emissões evaporativas; Transporte aéreo, compreendendo as emissões que decorrem das aterragens e descolagens dos aviões; Fontes biogénicas, responsáveis pela emissão de COVNM que contribuem para a formação de ozono troposférico. 08 AGLOMERAÇÕES NA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

METODOLOGIA A REALIZAÇÃO DE UM INVENTÁRIO DE EMISSÕES ATMOS- FÉRICAS TEM DE RESPEITAR OS SEGUINTES ASPECTOS: As estimativas deverão ser completas, considerando todo o território e a totalidade das emissões; As estimativas deverão centrar-se nos poluentes mais relevantes em termos de qualidade do ar, pelos seus efeitos directos ou indirectos, tendo, no entanto, em consideração a disponibilidade de metodologias e de informação de base; As emissões deverão ser alocadas no espaço da forma o mais rigorosa possível, e com o maior nível de detalhe, sobretudo quando se pretende o seu uso em modelos de qualidade do ar a nível local e regional; As metodologias deverão ser consistentes entre as diversas fontes poluidoras, entre os diversos anos e para os vários poluentes; As estimativas produzidas, a que se associa sempre um erro, não deverão produzir resultados sub-estimados ou sobreestimados. O Inventário de Emissões Atmosféricas da Região de Lisboa e Vale do Tejo atribuiu especial importância às fontes poluidoras mais relevantes: Fontes Estacionárias Individualizadas (FEI) no caso das fontes fixas, e Fontes Lineares Individualizadas (FLI), no caso das fontes lineares dos transportes rodoviários. As emissões destas fontes foram localizadas de forma muito precisa e calculadas segundo um procedimento bottom-up, sendo as emissões estimadas fonte a fonte tendo em consideração as especificidades e detalhes das mesmas. Efectuou-se, paralelamente ao inventário das fontes individualizadas, a quantificação total das emissões de combustão por um processo top-down. As actividades não incluídas nas fontes individualizadas (FEI e FLI) são reportadas no inventário como fontes em área, recorrendo-se para tal à comparação da actividade das fontes individualizadas com os valores de estatísticas regionais. Este procedimento teve como objectivo assegurar que os resultados do inventário são completos. Para a elaboração do Inventário de Emissões Atmosféricas foi necessário proceder à recolha de informação de base para a caracterização dos níveis de actividade e para a localização das emissões. A tabela seguinte sintetiza as principais fontes de informação utilizadas, bem como a origem dos factores de emissão considerados. TIPO DE INFORMAÇÃO Fontes pontuais individualizadas Consumo de combustível População Coberto vegetal Área agrícola Fotografia aérea e Traçado das vias rodoviárias Contagens de tráfego rodoviário Tráfego Aéreo Factores de emissão FONTE CCDR-LVT (Inquéritos às indústrias) Direcção-Geral de Geologia e Energia (Vendas de Combustível por Concelho) Instituto Nacional de Estatística (Censos) Direcção-Geral dos Recursos Florestais (Inventário Florestal) Instituto Nacional de Estatística (Recenseamento Geral da Agricultura) Câmara Municipal de Lisboa TABELA_2: FONTES DE INFORMAÇÃO Estradas de Portugal AE Atlântico BRISA Câmara Municipal de Lisboa Faculdade de Ciências e Tecnologia Instituto Nacional de Aviação Civil CCDR LVT (Relatórios de monitorização de emissões) Instituto do Ambiente (INERPA) Agência Europeia do Ambiente (EMEP/CORINAIR) Agência de Protecção do Ambiente dos Estados Unidos (EPA-AP42) Comissão Europeia (Protecção e Controle Integrado da Poluição/EPER) 2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 0

FONTES ESTACIONÁRIAS FONTES ESTACIONÁRIAS INDIVIDUALIZADAS AS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS PROVENIENTES DAS FONTES INDIVIDUALIZADAS FORAM ESTIMADAS UTILIZANDO A SEGUINTE METODOLOGIA: Realização de um inquérito às principais unidades industriais a laborar na RLVT. Neste inquérito foi solicitada informação qualitativa e quantitativa sobre o processo produtivo, caracterização dos equipamentos e das chaminés e valores de emissões monitorizados; Validação da informação recebida; Cálculo das emissões atmosféricas recorrendo para tal a três metodologias distintas, de acordo com o nível de detalhe da informação recolhida: utilização de dados de monitorização, balanço de massas e aplicação de factores de emissão. De um total de 500 inquéritos enviados, foram recebidas respostas de 155 unidades industriais. Das respostas recebidas cerca de 25 não apresentaram dados suficientes para a estimativa das emissões atmosféricas. FIG_1: Localização das Fontes Estacionárias Inventariadas na RLVT UTILIZAÇÃO DE DADOS DE MONITORIZAÇÃO Emissão(t/ano) = CaudalVolumétrico(Nm 3 /h) x Concentração(mg/Nm 3 ) x Laboração(h/ano) x 10-9 BALANÇO DE MASSAS SOx (t/ano) = 2 x Consumo(t/ano) x TeorEnxofre (%) - RetençãoEnxofre(t/ano) 100 COVNM (t/ano) = ConsumoProduto(t/ano) x TeorSolventes (%) APLICAÇÃO DE FACTORES DE EMISSÃO 100 Emissão (t/ano) = FactorEmissão(g/t) x Produção(t/ano) x 10-6 Emissão (t/ano) = FactorEmissão(g/GJ) x ConsumoEnergia(GJ/ano) x 10-6 METODOLOGIAS UTILIZADAS NA ESTIMATIVA DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS COM ORIGEM NAS FONTES ESTACIONÁRIAS 10 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

SO x Termoeléctrica 80.7% Outras 1.9% Indústria da Alimentação 2.4% Indústria do Papel 4.6% Indústria do Cimento 27.6% Indústria do Vidro 4.1% Outras 6.3% Indústria do Papel 4.0 NO x Indústria Química 10.4% Termoeléctrica 58.0% COVNM Termoeléctrica 6.7% Indústria Química 9.0% Indústria do Papel 3.0% Indústria da Alimentação 51.4% Gráficas 27.8% Outras 2.1% Indústria Química 29.0% Indústria do Papel 20.7% Termoeléctrica 6.5% Indústria do Cimento 6.2% Outras 7.5% PM10 Indústria da Alimentação 30.1% EMISSÕES DAS FONTES ESTACIONÁRIAS ESTIMADAS A PARTIR DA INFORMAÇÃO FORNECIDA NO INQUÉRITO ÀS INDÚSTRIAS FONTES ESTACIONÁRIAS EM ÁREA NESTA CATEGORIA DISTINGUEM-SE DOIS TIPOS DE EMISSÕES: Emissões de combustão; Emissões evaporativas não industriais. Nas emissões de combustão consideraram-se os consumos de energia realizados na RLVT e que não foram tidos em conta no consumo de combustível das fontes individualizadas. O consumo de combustível nas fontes em área foi determinado, para cada tipo de combustível, através de uma subtracção do consumo do total das FEI ao consumo total da RLVT fornecido nas estatísticas da Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE). Posteriormente a emissão de poluentes atmosféricos foi determinada recorrendo a factores de emissão específicos do tipo de combustível. As emissões evaporativas não industriais incluem as emissões de COVNM resultantes da utilização de produtos que os contenham, tal como, por exemplo, a emissão por evaporação dos solventes existentes nas tintas e produtos de limpeza. Dada a ausência de inquéritos e estatísticas específicos para a região a estimativa destas emissões recorreu a taxas de uso per capita, assumindo que a percentagem de uso na RLVT não difere das condições médias nacionais. Foram assim estimadas as emissões destes compostos resultantes do uso de tintas, uso não industrial de produtos de limpeza e solventes, limpeza a seco e padarias. 2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 11

FONTES MÓVEIS TRAFEGO RODOVIÁRIO A relevância do sector terciário e a grande densidade populacional na RLVT explicam a prevalência das emissões do transporte rodoviário, quer em quantidade de emissões quer em termos do seu crescimento. Por outro lado, as emissões rodoviárias encontram-se concentradas no meio urbano contribuindo assim para uma maior exposição da população aos poluentes atmosféricos. Por este motivo, no inventário da RLVT, foi dada especial atenção à estimativa das emissões atmosféricas deste sector. AS EMISSÕES DAS FONTES RODOVIÁRIAS FORAM ESTIMADAS UTILIZANDO TRÊS NÍVEIS METODO- LÓGICOS: Emissões por via no concelho de Lisboa calculadas segundo uma metodologia que recorre a contagens de veículos em fotografia aérea e medições de velocidade no fluxo de tráfego; Emissões por via nas principais vias rodoviárias calculadas a partir da actividade rodoviária medida nos postos de contagem automáticos do Instituto de Estradas de Portugal e concessionários de auto-estradas; Emissões em área localizadas nos restantes concelhos da RLVT estimadas com base nas vendas de combustível por concelho. FIG_2: Emissão de NOx nas principais vias rodoviárias da RLVT Fotografia Aérea Medição de Velocidade (i) (km/h) Contagem de Veículos (i) (números de veículos) Rede Viária (SIG) Densidade de Veículos em Circulação (i) (veíc/km) TMH (i) (veíc/km) Comprimento (i) (km) Dados de Trafego (GERTRUDE, Estudos Municipais) Os factores de emissão utilizados para calcular as emissões do transporte rodoviário foram calculados de acordo com as metodologias europeias (EMEP/ CORINAIR), tendo em consideração o parque automóvel reginal. Movimentos Pendularesn (k,f) (veíc/dia) Venda Combustível (f,c) (t) Consumo de Combustível (f,k,c) (t) TMA (i,f,c) (veíc/km/ano) Factor de Correcção Temporal (c) EMISSÕES POR VIA NO CONCELHO DE LISBOA A metodologia utilizada no cálculo das emissões de origem rodoviária no concelho de Lisboa apresenta um nível de complexidade mais elevado quando comparada com a utilizada fora deste concelho. Exigiu-se em Lisboa uma atenção especial dada a sua importância relativa em termos de quantidade de emissões do tráfego rodoviário. 12 Parque Automóvel (k) (%) Fonte: Gois et al., 2005 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001 Factor Consumo (i,k,f) (g/km) Factor Emissão (i,k,f,p) (g/km) vkm (i,k,f,c) (vkm) Emissão (i,p) (ton) Legenda: i - troço rodoviário c - concelho k - classe de veículo f - tipo de combústivel p - poluente METODOLOGIA DE CÁLCULO DE EMISSÕES RODOVIÁRIAS NO CONCELHO DE LISBOA

Para determinar a localização dos veículos em circulação na cidade de Lisboa recorreu-se a fotografias aéreas do concelho. Os veículos foram registados nas fotografias e a partir desta informação as vias foram classificadas de acordo com o número de carros contados em cada via. A actividade rodoviária foi calculada a partir das contagens de veículos e de medições de velocidade. As velocidades foram medidas através de um GPS instalado num veículo que circulou nas principais vias rodoviárias de Lisboa. A amostragem decorreu durante vários dias, registando-se a velocidade nos dois sentidos da via e em diferentes períodos do dia. Nas restantes vias foram registadas velocidades médias medindose o tempo e os quilómetros realizados em zonas previamente definidas. A velocidade média obtida nas vias principais em Lisboa foi de 24 km/h. FIG_3: Pormenor da contagem de veículos em circulação em Lisboa Frequência (%) Intervalo de Velocidades (km/h) FIG_5: Velocidades medidas nas vias principais de Lisboa FIG_4: Classificação das vias rodoviárias (vias principais a negro) 2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 13

O volume do tráfego rodoviário estimado foi compatibilizado com a informação recolhida no sistema de regulação de tráfego da Câmara Municipal de Lisboa GERTRUDE. Finalmente as emissões foram calibradas com base no total de combustível vendido em Lisboa. Devido à importância dos movimentos pendulares diários, em Lisboa, o consumo de combustível difere do valor das vendas neste concelho. Há uma determinada quantidade de combustível que é vendido nos concelhos limítrofes e é transportado para Lisboa nos depósitos dos automóveis (importação oculta), sendo consumido efectivamente neste concelho. O tráfego médio que cruza as fronteiras do concelho foi obtido através do Instituto de Estradas de Portugal para as dez principais entradas em Lisboa. Estes dados, em conjunto com a percentagem de veículos que abastece combustível fora de Lisboa e a distância média que posteriormente estes percorrem no interior da cidade, permitiram aferir a quantidade de combustível que é efectivamente consumida no concelho. FIG_6: Variação diária típica do volume de tráfego GERTRUDE (Fonte: CML, 2004) FIG_7: Volume médio de tráfego que cruza as fronteiras de Lisboa FIG_8: Emissões de NO x no concelho de Lisboa 14 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

AVIAÇÃO Para efeitos de cálculo de emissões os movimentos aéreos decompõem-se numa sequência de quatro etapas que definem o ciclo LTO (Land and Take-off cycle). Este ciclo foi definido pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) e considera apenas as emissões que ocorrem abaixo dos mil metros de altitude. As emissões estimadas incluem apenas as provenientes do ciclo LTO uma vez que as emissões em cruzeiro não têm impacte directo sobre a qualidade do ar e a saúde humana a nível local e regional. As emissões do sector aéreo foram estimadas com base nos registos dos movimentos com informação sobre a origem/destino do voo e sobre o tipo de aeronave utilizada (FIG_10). FIG_9: Ciclo de voo para efeitos de alocação de emissões do sector aéreo A321 44% CNJ 10% B737 8% 100 7% A310 6% M80 4% B757 3% A340 2% BE1 Outros 2% 14% N 24% I 23% UE 53% FIG_10: LTO no aeroporto de Lisboa por tipo de aeronave FIG_11: Emissões de NO x da aviação por tipo de LTO 1. 1 Considera-se LTO internacional quando, por exemplo, um avião descola de um aeroporto nacional com destino a um país estrangeiro ou quando aterra num aeroporto nacional vindo de um país estrangeiro. Considera-se LTO doméstico quando um avião descola e aterra num aeroporto nacional. Tipo de LTO: I Internacional; UE Europeu; N Doméstico. 2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 15

FONTES BIOGÉNICAS A vegetação é uma fonte importante de compostos orgânicos voláteis. Estes incluem compostos como o isopreno, monoterpenos (α pineno, β pineno, limoneno, etc.) e compostos oxigenados como alcoóis e aldeídos. As emissões da vegetação dependem da espécie vegetal e das condições climáticas, sendo que a temperatura afecta as emissões de todas as espécies e todos os compostos, enquanto a luminosidade afecta sobretudo as emissões de isopreno e as emissões de monoterpenos de algumas espécies. Área (ha) FIG_12: Área Florestal e Agrícola (DGRF, 2001; INE, 2000) As emissões biogénicas da vegetação dependem da espécie vegetal, variando segundo o factor de emissão ( ε - µgc/g dm/yr) específico da espécie e do composto orgânico volátil para condições standard de luz (Q fluxo de PAR mmol/m 2 /s) e temperatura (T temperatura da folha, Ts temperatura padrão (303.15 K)). O factor de emissão é também função da densidade foliar (D - kg dm/m 2 ) e de um factor de ajuste climático ( γ ). FE = D x ε x γ γ = C L x C T Factor de Dependência Luminosa Factor de Dependência da Temperatura 0.0027 x 1.066 x Q C L = 1 + (0.027 x Q) exp C T = 1+exp 9500 x (T - T s ) R x T x Ts 230000 x (T - 314) R x T x Ts R é a constante de gás ideal METODOLOGIA DE ESTIMATIVA DAS EMISSÕES BIOGÉNICAS 1 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

RESULTADOS As emissões apresentadas para cada tipo de fonte, expressas em toneladas por ano, reportam-se ao valor médio de 2000 e 2001. ACTIVIDADE SO x NO x COVNM PM10 Produção de Energia 86 412 25 289 226 904 Indústria 45 864 22 706 3 310 14 113 Doméstico e Serviços 98 8 354 18 866 7 159 Transporte Rodoviário 1 320 44 948 11 917 3 245 Aviação 41 742 130 504 Vegetação 0 0 67 194 0 TOTAL 133 736 102 040 101 642 25 925 FIG_13: Emissões segundo o tipo de fonte e poluente EMISSÕES POR CONCELHO NA ALOCAÇÃO ESPACIAL DAS EMISSÕES DISTINGUIRAM-SE TRÊS TIPOS DE FONTES: Fontes pontuais individualizadas, cuja localização está perfeitamente definida; Fontes lineares individualizadas, como é o caso das principais vias rodoviárias da RLVT, onde foi necessário aplicar uma metodologia de conversão de fonte linear para fonte em área. Fontes em área, cujos dados de actividade se encontram desagregados à freguesia ou ao concelho o que permitiu realizar o cálculo de emissões por concelho; De uma maneira geral, os mapas das emissões dos diversos poluentes mostram uma maior concentração de emissões nos concelhos que integram as aglomerações da RLVT relativamente às restantes zonas da região. EXEMPLO DE ALOCAÇÃO DAS EMISSÕES DE UMA VIA RODOVIÁRIA AO CONCELHO No caso das vias rodoviárias individualizadas, o tipo de fonte não se coaduna com o limite territorial do concelho, podendo ocorrer emissões em vários concelhos que resultam de uma única via rodoviária. É portanto necessário avaliar qual a contribuição dessa via em cada um dos concelhos que atravessa. A alocação das emissões das fontes lineares ao concelho foi realizada com base na extensão de cada via, ou troço de via, em cada concelho. Troço Comprimento (km) Emissão NO x (kg/km) A 3.3 60.0 B 2.8 88.9 C 3.3 136.7 D 2.4 177.6 Emissão NO x (em kg) no Concelho X (Emi_X): Emi_X = 1.7 x 60.0 + 2.8 x 88.9 + 3.3 x 136.7 + 1.4 x 177.6 18 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

ÓXIDOS DE ENXOFRE (SO x) As emissões de SO x são sobretudo originadas na produção de energia eléctrica e nas actividades industriais (99%). As emissões mais elevadas ocorrem principalmente nos concelhos do Barreiro e Setúbal onde se localizam as seguintes indústrias: Produção de energia eléctrica; Indústria química; Indústria de pasta de papel. Indústria 34.3% Domésticos e Serviços 0.1% Transporte Rodoviário 1.0% Produção Energia 64.6% FIG_14: Emissões de SOx por sector FIG_15: Emissões de SO x por concelho (emissões por unidade de área) ÓXIDOS DE AZOTO (NO x) O sector dos transportes é a principal fonte de NO x na RLVT contribuindo com 44% das emissões. A actividade industrial, em particular a indústria do cimento, e a produção de energia contribuem com cerca de 47% das emissões de NO x, sendo que a maioria destas emissões (91%) resultam das estimativas feitas com base nos inquéritos à indústria - fontes estacionárias individualizadas. As emissões do sector Doméstico e Serviços representam cerca de 8% do total. Doméstico e Serviços 8.2% Transporte Rodoviário 44.0% Indústria 22.3% FIG_16: Emissões de NOx por sector Aviação 0.7% Produção Energia 24.8% FIG_17: Emissões de NO x por concelho (emissões por unidade de área) 2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 1

COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS NÃO-METÂNICOS (COVNM) A vegetação é a fonte mais importante de emissões biogénicas (naturais) de COVNM na região LVT, estimando-se que 66% das emissões destes compostos sejam de origem natural. Excluindo as emissões biogénicas, os transportes e as emissões fugitivas no sector Doméstico e Serviços são as fontes mais importantes de COVNM, contribuindo no seu conjunto com 90% das emissões antropogénicas. Por este motivo as emissões mais elevadas ocorrem nos concelhos com maior densidade populacional. Vegetação 66.1% Outras Fontes 0.1% Aviação 0.1% Transporte Rodoviário 11.7% Indústria 3.2% Produção Energia 0.2% Doméstico e Serviços 18.6% FIG_18:Emissões de COVNM por sector Transporte Rodoviário 34.6% FIG_20: Emissões antropogénicas de COVNM por concelho (emissões por unidade de área) Doméstico e Serviços 54.8% Indústria 9.4% Aviação 0.4% Produção Energia 0.7% Outras Fontes 0.3% FIG_19: Emissões de COVNM por sector, excluindo as emissões biogénicas 20 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

PARTÍCULAS PM10 (<10 µm) As emissões da indústria representam 54% das partículas emitidas na região. Para as restantes emissões (46%) contribuem mais significativamente os sectores: Doméstico e Serviços e Transportes. Relativamente às fontes que foram identificadas de forma individualizada, e que representam cerca de 93% do total das emissões na indústria, verifica-se que as que mais contribuem para o total de PM10 são a indústria da alimentação 2 (31%), a indústria química (29%), a indústria do papel (21%), as termoeléctricas (7%) e a indústria do cimento (6%). Os concelhos do Barreiro, Lisboa, Setúbal e Amadora são aqueles que apresentam valores de emissões mais elevados por unidade de área. As emissões mais elevadas no concelho de Lisboa devem-se aos sectores Doméstico e Serviços e Transportes. Não é significativa a emissão de PM10 de fontes estacionárias neste concelho. Doméstico e Serviços 27.6% Transporte Rodoviário 12.5% Indústria 54.4% Aviação 1.9% Produção Energia 3.5% FIG_22: Emissões de PM10 por concelho (emissões por unidade de área) FIG_21: Emissões de PM10 por sector 2 Inclui também as actividades ligadas à produção de rações, farinhas e torrefacção. 2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 21

DOCUMENTOS RELEVANTES Gois, V., Nogueira, L., Almeida, C., Maciel, H. e P. Torres (2005). Using aerial photographic data for inventory of air emissions from road traffic sources: case study in the city of Lisbon. WIT Transactions on Ecology and the Environment, Vol. 82, ISSN 1743-3541, pp. 337-347. (http://library.witpress.com) Instituto do Ambiente (2005). National Inventory Report 1990-2004. (http://www.iambiente.pt) CCDR-LVT e DCEA FCT/UNL (2005). Planos e Programas para a Melhoria da Qualidade do Ar na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa. (http://www.ccdr-lvt.pt) EEA (2002). EMEP/CORINAIR Emission Inventory Guidebook - 3rd ed. Update Technical report No 30, Environment European Agency (http://reports.eea.europa.eu/emepcorinair4) USEPA (2005). AP-42, Compilation of Air Pollutant Emission Factors, U.S. Environmental Protection Agency, Emissions Inventory Branch, Office of Air Quality Planning and Standards, Research Triangle Park, New York, USA (http://www.epa.gov/ttn/chief) ANEXOS EMISSÕES EMISSÕES (t/km 2 ) Zona Geográfica Área (km 2 ) SO x NO x COVNM 3 PM 10 Lisboa e Vale do Tejo 11 770.6 11.4 8.7 2.9 2.2 Grande Lisboa 1 090.0 15.7 42.8 16.9 11.8 Amadora 23.8 57.6 90.2 50.9 22.4 Cascais 97.2 13.3 23.3 14.3 5.4 Lisboa 84.6 53.0 176.0 71.7 52.3 Loures 169.0 17.4 36.6 9.7 5.8 Odivelas 26.6 38.1 64.2 36.1 15.8 Oeiras 45.8 27.4 73.7 48.1 12.8 Sintra 319.4 9.1 14.0 8.8 3.7 Vila Franca de Xira 323.5 5.9 36.1 6.5 13.0 Lezíria do Tejo 4 272.8 0.7 1.2 0.6 0.2 Almeirim 222.3 0.8 1.1 0.9 0.3 Alpiarça 96.5 0.6 0.3 0.6 0.2 Azambuja 256.1 1.6 3.6 1.2 0.4 Benavente 525.2 0.4 0.7 0.8 0.2 Cartaxo 156.8 1.2 3.9 1.7 0.7 Chamusca 746.0 0.1 0.2 0.1 0.0 Coruche 1 120.2 0.1 0.2 0.2 0.1 Golegã 76.1 0.6 0.6 0.7 0.2 Rio Maior 271.1 1.0 1.3 0.7 0.3 Salvaterra de Magos 240.9 0.6 1.0 0.7 0.3 Santarém 561.8 1.9 3.2 1.3 0.6 22 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 2000 2001

EMISSÕES (t/km 2 ) Zona Geográfica Área (km 2 ) SO x NO x COVNM 4 PM 10 Médio Tejo 2 306.1 11.5 6.3 1.0 0.5 Abrantes 715.3 33.0 15.8 0.6 0.4 Alcanena 127.1 0.9 4.5 1.6 0.5 Constância 80.1 12.8 3.4 0.4 0.7 Entroncamento 13.8 9.7 5.8 7.3 3.2 Ferreira do Zêzere 190.5 0.4 1.3 0.7 0.2 Ourém 416.1 0.9 1.9 1.2 0.5 Sardoal 92.1 0.3 0.5 0.5 0.1 Tomar 352.0 2.2 1.6 1.2 0.4 Torres Novas 269.3 1.7 2.2 1.2 0.5 Vila Nova da Barquinha 49.8 1.2 1.6 1.3 0.5 Oeste 2 520.7 5.9 3.4 1.5 0.8 Alcobaça 415.4 1.1 1.7 1.2 0.5 Alenquer 305.4 39.1 12.2 1.4 1.0 Arruda dos Vinhos 77.8 1.0 1.5 1.2 0.4 Bombarral 91.7 1.1 2.2 1.4 0.5 Cadaval 174.0 0.6 0.9 0.8 0.2 Caldas da Rainha 256.0 1.5 2.1 1.5 0.6 Lourinhã 146.8 1.2 2.4 1.6 0.5 Mafra 291.5 1.7 2.9 1.8 0.6 Nazaré 82.5 2.4 2.3 1.8 1.2 Óbidos 142.4 0.6 1.0 0.8 0.2 Peniche 77.7 3.6 4.1 3.3 1.1 Sobral de Monte Agraço 52.4 1.3 2.4 1.5 0.5 Torres Vedras 407.1 1.5 2.9 1.7 1.8 Península de Setúbal 1 581.0 45.6 17.1 4.6 5.7 Alcochete 132.8 0.8 2.0 0.9 0.3 Almada 70.2 27.9 27.3 30.9 8.9 Barreiro 32.0 502.4 87.9 24.8 42.7 Moita 54.6 9.3 12.1 8.6 3.5 Montijo 340.5 1.1 1.8 1.5 0.6 Palmela 465.9 0.9 3.4 1.3 0.5 Seixal 95.7 12.7 24.6 12.7 6.2 Sesimbra 195.7 1.4 2.0 1.7 0.6 Setúbal 193.6 264.6 85.3 5.7 29.1 3/4 Não inclui emissões biogénicas 2000 2001 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO 23