PERFIL VERTICAL DO VENTO DE UM CCMT DESENVOLVIDO EM AMBIENTE DE DIPOLO DE TSM

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Transcrição:

PERFIL VERTICAL DO VENTO DE UM CCMT DESENVOLVIDO EM AMBIENTE DE DIPOLO DE TSM Valner da Silva Nogueira 1, Virgínia de Fátima Bezerra Nogueira 2, Enilson Palmeira Cavalcanti 3, Maria de Fátima Araújo Alves 4, Gabriela Braga de Sá 5 1 Aluno de pós-graduação do DCA/UFCG, email:nvalner@hotmail.com 2 Professora do CCTA/UFCG, email:vbnogueira@ccta.ufcg.edu.br 3 Professor do DCA/UFCG 4,5 Alunos de Graduação do CCTA/UFCG INTRODUÇÃO Os sistemas sinóticos atuantes sobre o Nordeste do Brasil (NEB) muitas vezes são responsáveis pela gênese dos sistemas convectivos de mesoescala (SCM). Anos configurados com padrão de dipolo da temperatura da superfície do mar (TSM) sobre o oceano Atlântico Tropical, costuma-se observar variações na componente zonal e meridional do vento dos sistemas sinóticos (HASTENRATH, 1978). Por sua vez, as variações do vento dentro da escala sinótica podem influenciar diretamente a formação ou o decaimento dos sistemas precipitantes em mesoescala dentro da escala convectiva. Portanto, simula-se com alta resolução a componente meridional e zonal de um sistema convectivo de mesoescala, ocorrido sobre o Estado da Paraíba, inserido em um ambiente de grande escala configurado com o padrão de dipolo de TSM do oceano Atlântico Tropical. MATERIAIS E MÉTODOS Utilizou-se o modelo BRAMS inicializado com dados reanálises conjunto ERA- Interim (SIMMONS el al., 2007), do tipo full resolution de 0,75º de Latitude/Longitude.

Simulações dimensionadas com duas grades aninhadas com resolução espacial de 8 km (centrada em 7,5 S, 37 W e com 90 pontos em y e 120 pontos em x) e 2 km (centrada em 7,0 S, 37 W e com 150 pontos em y e 250 pontos em x, configurando o ponto de maior convergência - PMC), grades 1 e 2, respectivamente. O ambiente de mesoescala foi modelado para a data 01 de abril de 1993 dia que o SCM foi observado sobre o Estado da Paraíba (localizado entre 34 o 45 W e 38 o 45 W de longitude e 6 o 02 S e 8 o 19 S de latitude), em um ano sem a configuração de modos de variabilidade climática global (MVCG) segundo os índices da NOAA divulgados no sítio http://www.cpc.ncep.noaa.gov e Smith et al (2008). Em seguida, foram realizadas simulações, onde basicamente foi imposto ao modelo inicializar com condição de contorno a anomalia de TSM do Atlântico Tropical da região do dipolo de TSM da base de dados Optimum Interpolation Sea Surface Temperature Analysis version 2 - OISSTv2 (REYNOLDS et al., 2002), selecionada de acordo com o impacto dos MVCG sobre a precipitação mensal (1957 a 1999) na região de atuação do SCM, seguindo os critéirios: Anos com eventos das fases de dipolo de TSM não coincidentes com El Niño ou La Niña e anos em que as anomalias positivas - (negativas) de TSM do Atlântico Tropical coincidirem com a precipitação abaixo (acima) da média da quadra chuvosa (FMAM). Assim foi possível montar os cenários numéricos de mesoescala associado ao ambiente de dipolo positivo (CPOS) e ao ambiente de dipolo negativo (CNEG). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 01, durante a fase inicial do CCMT, observa-se na componente zonal um cisalhamento significativo na camada entre a superfície e o nível de 900 hpa e entre

800 hpa e 600 hpa. A predominância do vento de nordeste e de leste nos baixos níveis e de noroeste na alta troposfera evidencia um giro acentuado do escoamento com a altura. Em termos de variação do vento ao longo da vertical, o giro do vetor vento com a altura ultrapassa 90º. Configurações estabelecidas com essas características normalmente são acompanhadas de instabilidades convectivas que são extremamente necessárias para a gênese de sistemas precipitantes. Em relação ao estágio de maturação (Figura 01b) e de dissipação (Figura 01c) do processo evolutivo do sistema, as mesmas configurações são estabelecidas. No entanto, são mais suavizadas principalmente no estágio de dissipação. O que põe a vista o fato de que o intenso cisalhamento vertical da velocidade do vento é uma condição necessária na primeira hora do período de formação do sistema, decaindo com o decorrer das horas. A Figura 01 exibe os valores de CAPE em J.kg -1 fixados na latitude 7,2 S variando longitudinalmente sobre o raio de ação do CCMT. Os maiores valores de CAPE entre 1100 e 1330 J.kg -1 são claramente observados sobre a borda oeste em 38,9 W e no ponto de maior convergência em 37,25 W a 37 W do CCMT, respectivamente. As condições atmosféricas esperadas, segundo a classificação de Bluestein (1993), se referem à possibilidade de atividade convectiva de natureza moderada a raramente forte. Durante o CPOS, sobre o PMC, o cisalhamento do vento se mostra menos intenso (Figuras 02a a c). Os valores de CAPE mostram um ligeiro aumento e igualdade sobre a borda oeste e no PMC do CCMT, respectivamente (Figura 02d). Nas simulações do CNEG, observa-se aumento do cisalhamento vertical do vento (Figura 03), os movimentos ascendentes e descendentes provavelmente são potencializados tornando a atmosfera mais dinâmica no transporte de umidade dos baixos níveis para as camadas intermediárias da troposfera. Porém, a energia de flutuação disponível para convecção, medida pelo CAPE, diminui sobre a borda oeste

do sistema e mantém o mesmo sobre o PMC (Figura 03d). (a) (b) (c) (d)

Figura 01 Componentes (u) zonal e (v) meridional do vento (m.s -1 ) no PMC na simulação CN dos estágios (a) início, (b) maturação e (c) dissipação do CCMT. (d) Valores de CAPE (J.kg -1 ) fixado na latitude 7,25 S variando longitudinalmente sobre o raio de ação do SCM. (a) (b) (c) (d)

Figura 02 Componentes (u) zonal e (v) meridional do vento (m.s -1 ) no PMC no CPOS dos estágios (a) início, (b) maturação e (c) dissipação do SCM. (d) Valores de CAPE (J.kg -1 ) fixado na latitude 7,25 S variando longitudinalmente sobre o raio de ação do CCMT. (a) (b) (c) (d)

Figura 03 - Componentes (u) zonal e (v) meridional do vento (m.s -1 ) no PMC na simulação CNEG dos estágios (a) início, (b) maturação e (c) dissipação do CCMT. (d) Valores de CAPE (J.kg -1 ) fixado na latitude 7,25 S variando longitudinalmente sobre o raio de ação do CCMT. CONCLUSÕES O SCM se organizou e desenvolveu-se em um ambiente em que o dipolo de TSM do Atlântico Tropical estava configurado. O perfil vertical das componentes zonal e meridional do vento mostra decaimento durante a fase positiva do dipolo e intensificação nos episódios de fase negativa do dipolo. Isto pode direcionar para um período de atuação maior do SCM durante a fase negativa do dipolo de TSM. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REYNOLDS, RICHARD, W.; 2002. An Improved In situ and satellite SST analysis for Climate. Journal of Climate, 15 1609-1625.

SMITH, T.; M.; 2008. Improvements to NOAA s historical merged land-ocean surface temperature analysis (1880-2006). Journal of Climate, 21 2283-2296. SIMMONS, A.; UPPALA, S.; DEE, D.; KOBAYASHI, S.; 2007. ERA-Interim: New ECMWF reanalysis product from 1989 onwards. ECMWF NEWSLETTER 110: 29. HASTENRATH, S. On modes of tropical circulation climate anomalies. Journal of the Atmospheric Sciences, 35, p. 2222-2231, 1978.