PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 252/XII/1ª (PSD) Recomenda ao Governo a promoção de incentivos ao empreendedorismo jovem

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Transcrição:

PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 252/XII/1ª (PSD) Recomenda ao Governo a promoção de incentivos ao empreendedorismo jovem I - Exposição de motivos Enquadramento Socioeconómico Portugal enfrenta hoje uma difícil situação, quer do ponto vista económico, quer do ponto de vista social, resultado de uma acumulação de desequilíbrios macroeconómicos e de fragilidades estruturais. Portugal endividou-se, nos últimos anos, a um ritmo desenfreado, quer a nível público, quer na esfera do privado, paralelamente a uma economia de crescimento anémico. Os jovens portugueses são os principais afectados, no âmbito da situação austera em que se encontra actualmente, fruto dos sucessivos erros cometidos pelas políticas públicas seguidas ao longo dos últimos anos. A falta de trabalho, o facto de cada vez mais jovens estarem sujeitos a condições laborais menos favoráveis e mesmo para aqueles que ainda mantem o seu emprego, acabam por ver aumentada a probabilidade de ficarem com cada vez menos recursos económicos e financeiros, recursos que lhes possibilitem a oportunidade de singrar nas suas vidas profissionais e ter a possibilidade de construir alicerces seguros para estabelecer de forma equilibrada as suas vidas pessoais, de forma cada vez menos dependente dos seus pais. Desemprego Jovem Nestes termos, a taxa de desemprego em Portugal, segundo dados mais recentes do Eurostat já atinge os 14,8%, sendo que a taxa de desemprego jovem já ronda os 35,4%. Neste particular, destaque ainda para o desemprego de jovens licenciados, cuja taxa é já uma das maiores da União Europeia. Dado este bastante paradigmático e ainda mais preocupante, quando temos níveis muito baixos de qualificação da nossa mão-de-obra.

De uma forma mais abrangente, a própria emancipação jovem revela-se cada vez mais tardia e com dificuldades acrescidas, pondo em causa não apenas a realização pessoal dos jovens, como também a sua mobilidade e o desenvolvimento do seu contributo laboral, sócio-económico e cultural. Face aos números preocupantes do desemprego entre os jovens, acima referidos, e perante o crescimento económico anémico a que assistimos no nosso País, urge criar condições e mecanismos que incentivem e mobilizem os jovens portugueses, nesta área em concreto, na criação de riqueza e na geração de emprego, considerando que o empreendedorismo seja no momento presente uma alavanca, um meio e um fim para atingir os objectivos pretendidos pelos jovens que enfrentam este que é o maior flagelo da actualidade, o desemprego. A preocupação com o crescimento económico deve ser uma constante, daí que se deva apostar no potencial dos jovens e reforçar o estímulo à criação de micro, pequenas e médias empresas, dinamizar o recurso a fundos de capital de risco, a business angels e ao microcrédito, assim como, reforçar a ajuda técnica, por exemplo através de gabinetes de inserção profissional para jovens desempregados, essencialmente com o objectivo de dar a conhecer quais as possibilidades, incentivos e meios existentes para a criação do próprio emprego. Face ao exposto e sem minimizar a urgência ou necessidade de outras medidas, o presente projecto de resolução visa, de uma forma geral a promoção da formação e a criação de mecanismos legais que incentivem o empreendedorismo, a gestão de risco e a criação de projectos base de prospecção de mercado que potenciem a internacionalização do produto gerado por jovens empreendedores. Aposta no Empreendedorismo Jovem Há muito tempo que o empreendedorismo jovem deixou de ser uma questão de moda e passou a ser essencial a uma nação e às suas economias regionais e esta realidade assume de facto e cada vez mais uma real importância na sociedade portuguesa. É imperioso que os jovens tenham ao seu dispor ferramentas e os meios possíveis e necessários para que tenham oportunidade de começar o seu negócio, individualmente ou em conjunto com outros e de o gerir nos primeiros tempos da sua existência. No âmbito dos países desenvolvidos, nos quais se insere Portugal, é ilustrativo constatar que muitas pessoas reconhecem a existência de oportunidades de negócio, falamos de cerca de 35% da população

activa, mas apenas uma pequena parte manifesta a intenção de começar um negócio. Neste sentido o incentivo ao empreendedorismo, a formação e informação sobre empreendedorismo, proporcionará a uma maior proporção das pessoas estarem melhor informadas, melhor formadas e que vendo nesta área uma oportunidade de negócio decidam aproveitá-las, sendo válido e profícuo para todas as regiões e para o próprio País. O Programa do XIXº Governo Constitucional dedica um capítulo à Inovação e ao Empreendedorismo onde estipula que o fomento do empreendedorismo é um dos objectivos prioritários do Governo, lançando a possibilidade de ser criada, em articulação com o sector privado, uma rede nacional de incubadoras de negócios de nova geração e de um pacote dirigido a start-ups, incluindo crédito de pequeno montante e micro capital de risco, assim como, pretende uma aproximação definitiva entre as universidades e a comunidade empresarial, transformando o modelo de gestão de recursos associados a programas de inovação. Neste campo, manifesta-se a intenção de criar novos incentivos à colaboração entre empresas e universidades, a inclusão de metas para a criação de spin-offs, o registo e licenciamento de patentes nos contratos com as universidades, a introdução de métodos de ensino transversais a todas as disciplinas de modo a que promovam a criatividade e o empreendedorismo nos planos curriculares e extra-curriculares, assim como, a criação de incubadoras de nova geração que permitam a pré-incubação e incubação de tecnologias e produtos com diferenciação e elevado potencial nos mercados nacional e internacional. Reafirmamos o papel crucial na nossa sociedade do empreendedorismo jovem e, neste particular, há que salientar a quinta jornada do Roteiro para a Juventude organizada pela Presidência da República, onde ficou demonstrado o papel fundamental que os jovens empreendedores assumem, nos dias de hoje, através das suas capacidades de investigação, inovação, criatividade e espírito empresarial. Nessa jornada, foram dados a conhecer projectos de empreendedorismo de excelência quer em inovação quer em criatividade, considerando que a economia portuguesa só tem a ganhar com empresários mais qualificados, inovadores, criativos, cosmopolitas, independentes e abertos a novas áreas de negócio. De acordo com os objectivos daquela iniciativa, chegou-se rapidamente à conclusão que o apoio aos jovens com iniciativa e novas ideias pode servir para criar e multiplicar novos modelos de referência, abrindo caminho para um ambiente renovador.

A este propósito, realce para os dados resultantes de uma consulta sobre emprego jovem organizada em Abril, do ano passado, pelo Conselho Nacional de Juventude, que constatam que a proporção de jovens empreendedores e criadores do seu próprio emprego, em Portugal, é ainda muito baixa e que continuam a observar-se dificuldades na elaboração de candidaturas aos apoios existentes. Pode ler-se inclusive nas recomendações e conclusões deste estudo que, no âmbito das políticas de educação, deve incentivar-se a promoção de competências e de uma atitude empreendedora desde os vários graus de ensino; que existe uma deficiente divulgação dos programas de empreendedorismo nacionais e europeus existentes; que escasseiam incentivos fiscais à criação por parte dos jovens de novas empresas; que existem poucas linhas de crédito com bonificações para jovens empreendedores e que os apoios existentes estão demasiados focados em determinadas áreas, sendo que o empreendedorismo social, cultural e artístico ou o empreendedorismo verde continuam pouco fomentados quando estes possuem um elevado potencial de criação de emprego, de inclusão e de reforço da coesão social. Nestes termos, a principal conclusão para que se possa inverter a actual tendência, é que devemos promover a mudança de mentalidades que tende a assumir poucos riscos e a desvalorizar e desqualificar iniciativas empreendedoras mal sucedidas ou com resultados aquém do esperado. No que concerne ao Orçamento de Estado para 2012, reitera-se a prioridade do Governo no reforço da capacidade de inovar e de transformar a investigação aplicada em valor económico, estimulando o trabalho em rede (universidades, centros de investigação, incubadoras e empresas), sendo que esta é uma das prioridades endereçadas no programa +Empreendedorismo, +Inovação que se deve centrar também na criação de condições favoráveis ao empreendedorismo e no reforço de competências nestas áreas. Destaque, igualmente, para a prioridade vertida no orçamento de Estado para 2012, de apostar na investigação aplicada e na transferência tecnológica para o tecido empresarial, promovendo, por um lado, a introdução de medidas nos programas de formação de recursos humanos que estimulem o empreendedorismo dos investigadores e a sua integração nas empresas e, por outro lado, reforçando as atividades de divulgação de Ciência e Tecnologia junto dos jovens do ensino básico e secundário, de forma a estimular a escolha de carreiras profissionais nas áreas da Ciência e Tecnologia; Entre os resultados que se esperam do empreendedorismo estão sem dúvida a criação de emprego, o crescimento da economia e o aprofundamento de uma cultura empresarial baseada na inovação.

II - Recomendações: Assim, em coerência com as razões anteriormente expostas, ao abrigo do disposto na alínea b) do art. 156º da CRP e da alínea b), do nº. 1, do art. 4º, do Regimento, a Assembleia da República recomenda ao Governo o seguinte: 1- Proceda à criação de incentivos ao Empreendedorismo Jovem, incluídos numa estratégia nacional de incentivo ao Empreendedorismo e Inovação; 2- Promova uma maior sensibilização para o empreendedorismo em contexto escolar, desde o ensino básico e secundário até às instituições de ensino superior, de modo a criar, desde cedo, oportunidades na escola para que os jovens se sintam empreendedores e motivados para o empreendedorismo através, por exemplo, da realização de concursos ou feiras de empreendedorismo, atribuição de prémios nacionais e internacionais relativos aos vários ciclos de ensino, realização de um concurso a nível nacional para a criação de uma empresa virtual, entre outras iniciativas semelhantes. 3- Promova a introdução de conteúdos de gestão de projecto, gestão de risco, empreendedorismo e internacionalização de forma transversal aos vários cursos leccionados no ensino universitário e politécnico (ciências sociais, ciências exactas) como forma de dotar os alunos de maior conhecimento e capacidade de gestão, para que estes possam aplicar o seu conhecimento a casos práticos. 4- Estimule a criação de fundos de capital de risco, em ligação com o meio académico, para participação em empresas (Spin-Off das instituições de ensino superior) e fomente a criação de empresas de capital de risco e de incubadoras de empresas, e estreita articulação com as autarquias locais;

5- Proceda ao reforço da ajuda técnica ou à criação de gabinetes de apoio à elaboração de candidaturas, como por exemplo, na estruturação da ideia e na definição de business e marketing plans, bem como no acompanhamento ao desenvolvimento do negócio nos primeiros anos aceleradores de negócio; 6- Aposte na promoção e maior divulgação do programa Erasmus para jovens empreendedores recentemente criado pela Comissão Europeia; É importante que se conjuguem ainda mais esforços ao nível da divulgação. 7- Incentive a criação de linhas de crédito bonificadas para projectos promovidos por jovens empreendedores ou criem emprego para jovens. 8- Valorize o papel desempenhado pelos business angels, criando incentivos e o reconhecimento claro que devem merecer do Estado e da sociedade; 9- Estimule uma bolsa de tutores de sucesso do meio empresarial que possam acompanhar e apoiar o nascimento e desenvolvimento de novas start ups, de forma individualizada e gratuita; 10- Alargue a possibilidade de ser definida a atribuição de subsídio de desemprego aos gestores/empresários de empresas que sejam encerradas, por forma a corrigir a injustiça que actualmente se verifica de um empresário que investiu, criou emprego e gerou valor, não ter direito a qualquer apoio do Estado, ao contrário do que sucede com os seus antigos colaboradores; 11- Estimular a especialização das instituições de ensino superior em determinadas áreas do conhecimento, concentrando saber e investimento, criando clusters locais, envolvendo entidades e empresas, permitindo um mais fácil spin-off de soluções que acrescentem valor e permitam a criação de novos negócios e empregos associados a essa área; 12- Promova, através do QREN, uma linha financeira dirigida ao empreendedorismo de base local promovendo a criação de Centros de Inovação e Empreendedorismo nos municípios com menos de

30.000 habitantes, dinamizando e requalificando espaços desocupados (e.g.: fábricas antigas, escolas); 13- Promova a afectação de 5% das receitas próprias das instituições de ensino superior para apoio a projectos de spin-offs universitários que promovam o auto-emprego; 14- Aposte na formação para a internacionalização, ou seja, disponibilizando aos jovens empreendedores as ferramentas necessárias para que possam estudar os mercados, as estruturas existentes, antes de procederem à internacionalização da marca, bem ou serviço que pretendem exportar, articulando com as potencialidades de programas já existentes como o InovContacto ou o Programa ERASMUS. 15- Promova a reforma do Estatuto da Carreira Docente e de Investigação, no sentido de estimular a procura de resultados científicos que tenham aplicabilidade na criação de valor nas instituições e no nosso tecido empresarial; 16- Sensibilização para a importância do associativismo como alavanca do empreendedorismo; 17- Desenvolva incentivos à investigação, permitindo envolver os jovens investigadores bolseiros em projectos de empreendedorismo e inovação, mesmo que não sejam totalmente coincidentes com o seu objecto específico de investigação; 18- Criação de uma bolsa de empreendedores a nível europeu para a criação de sinergias e troca de serviços com outros empreendedores ou com empresas do espaço europeu, no seguimento da iniciativa europeia Erasmus para os jovens empreendedores. 19- Promova a adopção de políticas municipais, intermunicipais e regionais de fomento do empreendedorismo, em particular, de incentivos ao empreendedorismo juvenil; 20- Promover a criação de estágios curriculares para os alunos do ensino secundário que frequentem as vias profissionalizantes, em empresas e instituições locais. Estes estágios devem ter um forte envolvimento das empresas da respectiva área escolar.

21- Promover uma plataforma de partilha de ideias e de projetos, com ligação a potenciais investidores, para os jovens empreendedores dos países de língua oficial portuguesa e dos jovens portugueses espalhados pelo mundo. Assembleia da República, 2012 Os Deputados do GP-PSD