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Pensamentos de Dewey DEWEY, John. Democracia e educação: introdução à filosofia da educação. 4.ed. São Paulo: Nacional, 1979, p. 149-150.

[...] a maioria dos seres humanos ainda não goza de liberdade econômica. Suas ocupações são escolhidas pelo acaso e pela premência das circunstâncias; não são a expressão normal de suas aptidões em atuação recíproca com as necessidades e recursos do ambiente.

As nossas condições econômicas ainda reduzem muitos homens a uma condição servil. A consequênciaénão ser liberal a inteligência daqueles que são os senhores da situação, na vida prática. Em vez de pugnarem resolutamente pela submissão do mundo aos fins humanos eles dedicamse a utilizar-se dos outros homens para fins tanto mais anti-humanos, quanto mais egoístas.

Semelhante estado de coisas explica muitos fatos de nossas tradições históricas educacionais; projeta luz sobre a contradição de objetivos entre as diferentes partes do sistema escolar, sobre a natureza estreitamente utilitarista da educação elementar e sobre o caráter estreitamente disciplinar ou cultural da educação superior.

[...] Mas, por outro lado, esse estado de coisas contribui para definir o problema particular da educação hodierna. A escola não pode refugirdiretamente aos ideais implantados pelas anteriores condições sociais.

Mas a escola pode contribuir para a melhoria dessas condições, por meio do tipo de mentalidade intelectual e sentimental que formar.

Pensamentos de Morin MORIN, Edgar. Pour une réforme de la pensée (entrevista de Cahiers Pedagogiques n. 268). In: PETRAGLIA, Izabel Cristina. Edgar Morin: a educação e a complexidade do ser e do saber. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995, p. 81-82.

[...] para mim, o pensamento sistêmico éum pensamento-chave; o pensamento que se funda sobre o conhecimento complexo daquilo que quer dizer a palavra sistema. Um sistema não é simplesmente um todo constituído de partes; um sistema équalquer coisa como sabem muito bem os sistêmicos que tem qualidades, propriedades que não existem no nível das partes isoladas.

Ou seja, o todo émais que a soma das partes. Mas, hátambém e eu me permito insistir nisso qualidades e propriedades das partes que são frequentemente inibidas pelo todo: portanto, o todo étambém menos que a soma das partes.

Dessa forma, o que háde notável num sistema éque ele tem suas qualidades próprias, que chamamos emergentes; essas qualidades sóemergem quando o sistema se constitui. Quando a vida surge, por exemplo, as partes são macromoléculas agrupadas umas às outras, mas as propriedades do todo é a reprodução, a possibilidade de se mover, se alimentar etc.

Essas qualidades do todo que emergem retroagem também sobre as partes. Por exemplo, nós, seres sociais, fazemos parte de uma sociedade, mas a sociedade sópode se constituir pelas interações entre os indivíduos que somos.

Dessas interações nasceram qualidades emergentes, a cultura, a educação, e são elas que fazem de nós verdadeiros indivíduos. Ou seja, se não houvesse essa rotação dos indivíduos para a sociedade e da sociedade para os indivíduos, nós seríamos apenas primatas de última linha, nós não poderíamos desenvolver nossas qualidades individuais.

As qualidades emergentes, portanto, não são observadas somente no nível do todo, elas intervêm também no nível dos indivíduos e das partes.

Para pensar e discutir... 1.Explique por que o século XX apresenta características únicas que determinaram mudanças radicais no processo de educação. 2. A respeito da Escola Nova, responda: a) Quais são as críticas feitas pela Escola Nova à escola tradicional? b) Compare as diversas tendências da Escola Nova e selecione o que háde comum entre elas. c) Analise a característica que você considera mais importante no movimento escolanovista e justifique sua escolha. 3.Como você percebe a educação brasileira no nível superior (localmente, regionalmente ou nacionalmente)? 4.O que faz, na sua opinião, um bom professor? 5.Que perspectivas você visualiza, neste momento, para sua futura atuação profissional? Ela engloba, em algum momento, a docência?