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Transcrição:

ANO 6 NÚMERO 53 OUTUBRO DE 2016 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS As quedas observadas nas taxas mensais de inflação no período recente dão sinais de que é possível a obtenção de uma taxa anual próxima à margem superior de 6,5% estabelecida pelas metas de inflação do governo. Por outro lado, após um período relativamente longo da manutenção do valor da SELIC (taxa básica de juros), o COPOM dá sinalização de que é possível terminar o ano com uma taxa básica próxima a 13%. Em momentos de crise esses fatos surgem como um pequeno alento, principalmente para as classes de renda mais baixas, que são afetadas mais diretamente pela inflação. Em Agosto a produção industrial voltou a apresentar resultados negativos, revertendo o crescimento do início do ano. Apesar das expectativas positivas, os dados preliminares de setembro e outubro indicam a persistência desta tendência de recuo na produção. 2 INFLAÇÃO DÁ UMA TRÉGUA E SINALIZA QUEDA Prof. Flávio Riani Após os impactos inflacionários tempestivos ocorridos no início do ano, por ocasião dos ajustes nos preços dos serviços e bens administrados pelo governo, a inflação dá sinais de enfraquecimento e de que ainda é possível imaginar uma taxa anual bem próxima ao teto máximo de 6,5%. Conforme destaca o gráfico 1, a taxa de 0,08% apurada em setembro é bem inferior às observadas no período em tela. Gráfico 1 - Brasil Taxas Mensais de Inflação IPCA 1,5 1 0,5 0 EXPEDIENTE Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais: Grão-Chanceler Dom Walmor Oliveira de Azevedo Reitor Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Vice-Reitora Professora Patrícia Bernardes Assessor Especial da Reitoria Professor José Tarcísio Amorim Chefe de Gabinete do Reitor Professor Paulo Roberto Souza Chefia do Departamento de Economia Professora Ana Maria Botelho Coordenação do Curso de Ciências Econômicas Professora Ana Maria Botelho Coordenação Geral Professor Flávio Riani e Professor Ricardo F. Rabelo Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais: Prédio 14, sala 103 Avenida Dom José Gaspar, 500 Bairro Coração Eucarístico CEP: 30535-901 Tel: 3319.4309 www.pucminas.br/iceg/conjuntura icegdigital@pucminas.br

A taxa de inflação observada em setembro foi inferior à de agosto e, também, abaixo à do mesmo mês do ano anterior. Ressalte-se ainda, que ela foi a menor taxa registrada para um mês de setembro desde 1998. Tal comportamento serviu para contribuir para a reversão nas expectativas da taxa anual, com possibilidades de se atingir o teto máximo previsto para o ano. Conforme destaca o gráfico 2, depois de alcançar uma taxa de 10,7% no início desse ano, devido principalmente aos efeitos das correções dos preços administrados, a inflação volta a apresentar trajetória decrescente, desta vez muito influenciada pelo arrefecimento da demanda no país, decorrente da elevação das taxas de desemprego e da consequente diminuição no rendimento médio real. 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 Gráfico 2 -Brasil -IPCA acumulado últimos 12 meses 10,71 7,14 7,00 O comportamento recente dos preços no país gerou uma acumulação inflacionária em 2016 inferior à do mesmo período do ano passado. Enquanto em 2016 a taxa acumulada até setembro atingiu 5,15%, em 2015, no mesmo período, ela alcançou 7,64%. Do ponto de vista dos grupos inflacionários alguns segmentos têm apresentado comportamento de crescimento bem acima de um padrão normal, pressionando, de certa forma, para que não tivesse havido uma taxa mensal ainda menor. Como exemplo disso pode-se citar os acréscimos nos preços observados nos segmentos de Cereais, Leguminosas e Oleaginosa (49,90),Leite e Derivados (29,05%), Açucares e Derivados (17,63%), Farinha, Féculas e Massas (15,25%), Produtos Farmacêuticos (12,13%), Frutas (15%), entre outras. A taxa de inflação acumulada até setembro de 2016, de acordo com os grupos que fazem parte da metodologia de apuração do IPCA, está destacada no gráfico 3.

10,00 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 0,91 Gráfico 3 -Brasil -IPCA Por Grupos Acumulado até setembro 2016 5,51 9,40 Os dados que compõem o gráfico 3, mostram que dos 9 grupos utilizados para a apuração das variações nos preços que geram o IPCA, quatro apresentaram variações bem superiores à taxa média do IPCA. Desatacam-se os gastos com Saúde e Cuidados Pessoais que foram os que mais cresceram no acumulado do ano, cuja taxa de 9,40% está 70% acima da taxa média registrada pelo IPCA. Por outro lado, as distorções dos itens que apresentaram taxas de crescimento acumulados no ano abaixo à do IPCA geraram índices bem inferiores. O que mais aproximou do índice foi o grupo de Artigos de Residência cujo percentual de 4% é 28,5 % inferior ao médio. Porém, vale ressaltar que parte desse comportamento é resultado da diminuição na demanda por bens e serviços que, além de trazer consequências negativas decorrentes da diminuição do consumo individual, afeta diretamente a economia do país através do setor produtivo, gerando um círculo vicioso de diminuição no emprego, na renda, no consumo, na produção, na arrecadação tributária, etc. A baixa taxa de inflação de setembro, associada à diminuição da demanda registrada para o país no período recente, foram fatores que influenciaram na decisão do COPOM em diminuir a taxa básica de juros (SELIC). A redução de 0,25%, na taxa básica de 14,25% ao ano, apesar de modesta, dá sinalizações de que é possível esperar ainda algumas reduções nos próximos meses, levando a acreditar numa taxa de final de ano próxima a 13%, ainda elevada quando comparada a padrões internacionais.

3- A PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA REGISTRA QUEDA EM AGOSTO Prof. Ricardo Rabelo Ao contrário d que pareceu mostrar em junho, quando cresceu 1,1%, ou em julho, com acréscimo de 0,1%, ambos em relação ao mês anterior, em agosto de 2016 a produção industrial nacional revelou novamente sua volatilidade. Os dados divulgados pelo IBGE mostram queda de 3,8% frente ao mês imediatamente anterior, encerrando o período de cinco meses de resultados favoráveis seguidos, em que a produção industrial acumulou crescimento de 3,7%. Este pequeno ciclo de alta não foi capaz de compensar as perdas anteriores, que determinaram uma queda de 8,2% nos oito meses de 2016 e uma redução de 9,3% no acumulado de 12 meses, não muito diferente do apresentado em junho (-9,8%) e julho (- 9,6%). Esta foi uma queda muito forte, só menor que a ocorrida em janeiro de 2012 que ficou em 4,9%. Ela abrangeu três das quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE. Na análise setorial vê-se que a redução da produção atingiu setores importantes como o de produtos alimentícios, que apresentou uma expressiva queda de 8,0% e o de veículos automotores, reboques e carrocerias, um dos que mais cresceu no período anterior apresentando recuo de 10,4%. Dessa forma, o setor de produtos alimentícios anulou o crescimento de 1,9% obtido em julho; e o de veículos enfrentou a segunda queda consecutiva, acumulando nesse período a perda de 14,0%. Considerando a comparação com o mês anterior, também vão apresentar desempenho negativo as grandes categorias econômicas, sendo que o setor de bens de consumo duráveis, apresentou queda de 9,3%, e o de bens intermediários quase a metade de recuo: 4,3%. Isto significa que o setor de bens de consumo duráveis teve a maior queda desde junho de 2015, quando registrou -13,5%, anulando parte do avanço de 12,0% acumulados entre maio e julho. Já o setor de bens intermediários teve a maior grande queda desde dezembro de 2008 (-11,3%), e pôs a perder o avanço de dois meses seguidos de crescimento na produção, período em que acumulou crescimento de 2,9%. Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, que tem uma demanda relativamente maior das classes de baixa renda, teve queda de 0,9% e mostrou perda de 3,2% em dois meses seguidos de queda na produção.

Gráfico 4 Produção Industrial - Agosto de 2016 - Brasil (%) 6 4 2 Variação Percentual 0-2 -4-6 -8 Agosto 2016/Julho 2016 Agosto 2016/Agosto 2015-10 -12-14 B. Capital B. Intermed B. Consumo Duráveis Semiduráveis e não Duráveis Grandes Categorias Econômicas/ Geral Indústria Geral Fonte: IBGE O dado mais positivo diz respeito ao setor de bens de capital, que teve acréscimo de 0,4%, o único resultado positivo nesse mês. O setor recuou 2,1% em julho último, quando interrompeu seis meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou avanço de 14,8%. Embora seja possível constatar uma queda significativa da produção industrial ao se comparar os dados do mês de agosto com julho, os problemas do setor se revelam ainda maiores quando se faz a comparação com agosto de 2015. Assim, na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial registrou queda de 5,2% em agosto de 2016, mostrando uma performance cheia de recuos na produção, que atingiu três das quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 26 ramos. Considerando-se as principais atividades, os piores desempenhos foram das indústrias extrativas (-11,7%) e da indústria de derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,5%) mas é muito importante registrar também a queda da produção de veículos(- 9,0%) e de máquinas equipamentos(-6,3%). Esta performance negativa também pode ser detectada pela análise das grandes categorias econômicas. O setor mais importante, o de bens de consumo duráveis, apresentou uma queda expressiva de 12,4%. Note-se que a base de comparação é 2015,

ano em que a economia apresentou uma recessão econômica grave. De qualquer forma, esta queda foi menor que a registrada no mês anterior (-15,9%). Esta queda é explicada principalmente pela grande redução da produção de automóveis (-19,7%), que decorre da grande crise do setor determinada pelas reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. As empresas do setor são oligopolistas e preferem reduzir a produção e manter os preços, que no Brasil são extraordinariamente maiores que os internacionais. Da mesma forma agem as produtoras de motocicletas, que apresentou queda de 17,6% na produção e de eletrodomésticos da chamada linha marrom que recuou 3,1%. Os principais resultados positivos foram observados naqueles setores um pouco menos concentrados como o de eletrodomésticos da linha branca (+8,7%), de outros eletrodomésticos (+11,4%) e de móveis (+2,4%). O setor de bens intermediários também teve uma queda também expressiva, de 6,9% o que significou a vigésima nona taxa negativa seguida no índice mensal e com recuo maior do que o observado no mês anterior (-4,8%). Os dados resultam fundamentalmente dos recuos nos produtos relacionados com as atividades de indústrias extrativas (-11,7%), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-14,1%), de máquinas e equipamentos (-25,7%), de produtos de minerais não-metálicos (-11,2%), de produtos alimentícios (-5,5%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,8%), de metalurgia (-0,9%), de produtos de metal (-1,3%), de produtos de borracha e de material plástico (-0,5%) e de celulose, papel e produtos de papel (-0,5%), enquanto as pressões positivas foram registradas por outros produtos químicos (2,0%) e produtos têxteis (4,1%). Também nessa categoria econômica, pode-se incluir os resultados observados nos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-7,9%), que registrou o trigésimo recuo seguido na comparação com igual mês do ano anterior, e de embalagens (0,9%), que interrompeu dezenove meses de taxas negativas consecutivas. Há alguns resultados, no entanto, que mostram melhor desempenho da produção industrial. É o caso do setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis que inclui a indústria de alimentos, por exemplo, que apesar de ter apresentado queda de 1,9%, ficou abaixo da média nacional, que foi de -5,2%. Em desempenho que destoa do conjunto, o setor de bens de capital, registrou a única taxa positiva, com expressivo crescimento de 5,0%, tendo interrompido vinte e nove meses de taxas negativas consecutivas no índice mensal. Esse resultado inusitado do setor foi influenciado pelo crescimento registrado na demanda de equipamentos para a produção agrícola (21,9%), puxada, em grande parte, pela maior fabricação de máquinas para colheita, silos metálicos para cereais e tratores agrícolas. As restantes taxas positivas foram registradas por bens de capital para construção (17,4%), para equipamentos de transporte (1,9%) e para energia elétrica (11,5%). Por outro lado, os bens de capital cuja demanda se origina da própria indústria, ou seja, os bens de capital para fins industriais tiveram quedas expressiva de 10,7% e os de uso misto também tiveram queda de 9,2%. Ao consideramos os resultados acumulados para o período janeiro-agosto de 2016, em relação a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 8,2%, com as quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 72,4% dos 805 produtos pesquisados registrando quedas na produção. Foram as indústrias

extrativas, que tiveram queda de 13,1%, e veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,8%) que mostraram as maiores tendências negativas na geração da média da indústria. As indústrias extrativas foram influenciadas, em grande parte, pelos itens minérios de ferro. Já a indústria automobilística foi afetada pela redução da produção dos próprios veículos automóveis e caminhões - e também autopeças. Analisando as grandes categorias econômicas, o conjunto dos resultados para os oito meses de 2016 mostrou menor desempenho para bens de consumo duráveis (-20,2%) determinado especialmente pela queda na fabricação de automóveis (-20,7%) e de eletrodomésticos (-20,1%), e bens de capital (-15,9%) fortemente influenciada pela queda na produção de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,5%). Os setores de bens intermediários também registraram taxas negativas no índice acumulado do ano, com queda de 8,0%, abaixo do percentual observado na média nacional de queda de 8,2%. Já os bens de consumo semi e não-duráveis registraram a queda mais moderada entre as grandes categorias econômicas, de 2,7%. Considerando os dados do período, em síntese, o setor industrial, em agosto de 2016, novamente exibe uma redução na produção, manifestada pela queda de 3,8% na comparação com o mês imediatamente anterior, mas também por representar a maior queda desde janeiro de 2012 (-4,9%). Analisando o resultado acumulado para os oito meses de 2016, o total da produção industrial (-8,2%) continuou registrando queda, mas mostrou ligeira redução na amplitude do recuo em relação ao resultado do primeiro semestre do ano (-9,0%), sempre na comparação com igual período do ano anterior. Por outro lado, os dados já disponíveis para setembro e outubro não apontam para uma breve recuperação. No que diz respeito à confiança do empresariado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da CNI atingiu 52,3 pontos em outubro, em comparação com 53,7 pontos em setembro. Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (ICEI-SP) da FIESP passou de 53,2 em setembro para 51,2 pontos no mês de outubro. Segundo dados divulgados pela ANFAVEA a produção de veículos no Brasil em setembro caiu 19,7% em comparação com agosto, para 261,2 mil unidades. As vendas no mercado interno caíram 4,9% sobre agosto, enquanto as exportações foram em valor 3,7% menor que o vendido ao exterior em agosto.