LUDOQUÍMICA: brincando e aprendendo com o jogo trilha das misturas químicas

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Transcrição:

LUDOQUÍMICA: brincando e aprendendo com o jogo trilha das misturas químicas Rômulo Wilker Neri de Andrade 1, Jorge Gonçalo Fernandez Lorenzo 2, Márcia de Lourdes Bezerra dos Santos 2, Maria Laiz de Fátima Cabral Pontes 3 1 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/IFPB. e-mail: romulo_wilker@hotmail.com 2 Coordenadores do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/IFPB. e-mail: jgflorenzo@hotmail.com; mlbs_cefetpb@yahoo.com.br 3 Aluna do Curso de Licenciatura em Química do IFPB Campus João Pessoa. e-mail: laizinhajp@hotmail.com Resumo: O ensino de química, na maioria das escolas é realizado através de memorização de fórmulas e de conhecimentos isolados, isso faz com que a química se torne, para o aluno, uma área de conhecimento árido e desinteressante. O jogo é uma atividade através da qual o aluno, conscientemente, presta atenção sobre a situação apresentada pelo professor, interpretando, identificando, organizando e reconstruindo as informações para solucionar os problemas apresentados. Este trabalho aborda a importância da aplicação de jogos lúdicos nas salas de aula de escolas públicas, como um instrumento significativo no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, dinamizando as aulas de química, tornando-as mais atrativas, favorecendo a aquisição e socialização do conhecimento de maneira divertida e funcional, sendo uma eficiente ferramenta para despertar e estimular o interesse dos alunos. O jogo didático titulado Trilha das Misturas Químicas foi aplicado em uma turma do 1 ano do ensino médio, na Escola Estadual Cônego Luiz Gonzaga de Oliveira, como recurso metodológico, visando suprir algumas dificuldades encontradas na compreensão dos conteúdos de misturas, separação de misturas e segurança em laboratório químico, explorados em sala, complementando a formação do conhecimento. Os resultados demonstram uma ótima aceitação em relação ao método proposto, que, segundo a grande maioria da turma, torna a aula mais interessante e divertida, facilitando o aprendizado e despertando interesse pela disciplina química. Assim, foi possível concluirmos através da experiência em sala de aula que a metodologia lúdica possibilita a melhoria da aprendizagem. Palavras-chave: ensino de química, jogos didáticos, processo ensino-aprendizagem Introdução Numa época em que os alunos têm sua atenção desviada para outras atividades, devido às demandas de uma sociedade cada vez mais tecnológica e em permanente transformação, o professor precisa buscar alternativas atraentes que faça o aluno ter prazer em aprender. Ao fazer uso de metodologias mais próximas da vivencia diária dos alunos, o professor provoca maior interesse pela aprendizagem. Uma das maiores dificuldades encontradas atualmente no ensino de química é o nível de abstração em que são trabalhados os conteúdos, sendo a memorização a forma mais utilizada para aprendizagem. Para superar o modelo de ensino atual, é necessário o desenvolvimento de um trabalho sistemático, evitando-se ações pontuais dentro das escolas, com o objetivo mostrar para o futuro docente do ensino médio que o cotidiano da disciplina química é possível de despertar interesse e envolvimento. Mas, para que a aprendizagem de química seja tão eficiente quanto possível, são necessárias modificações principalmente no que se refere à compreensão de assuntos abstratos. Os métodos tradicionais de ensino como as leituras, os seminários e aulas expositivas, geralmente centram-se no esforço do professor, expositor ou apresentador da disciplina ou seminário, sendo necessário mudar essa realidade. O professor criativo permite ao aluno pensar, desenvolver ideias e pontos de vista, fazer escolhas, criando um clima em que a experiência de aprendizagem seja prazerosa, ou seja, é aquele que está aberto a novas experiências, sendo apaixonado pelo que faz. Assim, o educador necessita assumir seu papel efetivo de modificador social, capaz de propor mudanças que despertem no aluno o desejo de aprender e buscar conhecimentos novos, além de darlhe condições de adquiri-lo de forma agradável e prazerosa, explorando situações condizentes com a realidade do cotidiano. O professor mais do que qualquer outro profissional da educação tem enormes

possibilidades de ser um agente de transformações educacionais, sendo ele o responsável pela melhoria da qualidade do processo de ensino/aprendizagem, cabendo a ele desenvolver as novas práticas didáticas permitindo ao aluno maior aprendizado. Cabe ao professor estimular o lado criativo dos alunos. Dessa forma é evidenciada a importância de se aplicar metodologias alternativas, como jogos lúdicos no ensino-aprendizagem como forma de dinamizar as aulas, estimular o interesse dos alunos pelas aulas de química, melhorando sua compreensão, como também enriquecendo o espectro de meios e metodologias para alcançar uma aprendizagem concreta. Conforme Melo (2005), o lúdico é um importante instrumento de trabalho, o professor deve oferecer possibilidades na construção do conhecimento, respeitando as diversas singularidades. Essas atividades quando bem exploradas oportunizam a interlocução de saberes, a socialização e o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo. O lúdico constitui uma técnica direta em que o centro das atenções se localiza no grupo de participantes, provocando com isto uma situação de motivação, ou seja, o jogo é um método ativo de ensino aprendizagem, onde o ator principal do processo é o aluno e onde o professor, mais do que um veículo de ensinamentos, é um facilitador do processo de aprendizagem. O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado, nas práticas escolares, como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações de jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos (KISHIMOTO, 2001). Um material lúdico-pedagógico não é apenas um jogo onde os alunos brincam, mas uma atividade onde se aprende com diversão, além de trabalhar o desenvolvimento social, ético e moral do discente. Como menciona Schwartz (2004) o lúdico é uma filosofia pedagógica, uma forma de sentir o ensino-aprendizagem, não é somente um método ou uma técnica de ensino. O professor que utiliza as práticas lúdicas envolve o aluno em pontos essenciais e o leva a gostar dos conteúdos ministrados, buscando o conhecimento sem ser pressionado. Neste contexto, foi desenvolvido o jogo Trilha das Misturas Químicas (Figura 1), utilizado como ferramenta facilitadora, complementar e alternativa para o ensino dos conceitos de misturas químicas, separação de misturas e técnicas de segurança em laboratório. A proposta de utilizar o lúdico como elemento facilitador no processo de ensino-aprendizagem nasceu do projeto de pesquisa e extensão, PIBID, do curso de licenciatura em Química. O PIBID- IFPB, objetiva construir junto aos professores das escolas estaduais e bolsistas novas metodologias de ensino de química a partir da prática cotidiana dos mesmos e das dificuldades geradas pelo confronto entre a proposta curricular e a realidade da sala de aula (SANTOS e LORENZO, 2008). Material e métodos O jogo Trilha das Misturas Químicas foi aplicado em uma turma do 1 ano do ensino médio da EEEM Cônego Luiz Gonzaga de Oliveira, sendo composto por um tabuleiro, confeccionado com papelão, cartolina e plastificado ao final com papel contact, contendo 36 casas coloridas, animadas com figuras e 90 cartas, com perguntas e figuras relacionadas ao conteúdo de misturas químicas, separação de misturas e técnicas de segurança em laboratório, que foram feitas de cartolina e plastificadas (Figura 1). As perguntas contidas nas cartas foram retiradas de livros e provas de vestibulares, uma ampulheta de 30 segundos, dois dados e seis pinos completam o jogo. A aplicação se deu após a aula expositiva, sendo explicado aos alunos o funcionamento do jogo e suas regras, que se encontram na parte de trás do tabuleiro. A turma foi dividida em seis equipes, cada equipe com posse de um pino. Para começar o jogo, as equipes têm que jogar o dado, quem tirar o número maior começa e quem tirar o menor número será o último a entrar no jogo. A equipe iniciante tira uma carta e terá 30 segundos para responder à pergunta, se acertar a resposta a carta de pergunta irá dizer quantas casas devem avançar, errando a carta também irá dizer quantas casas devem voltar. Existem casas pretas e nelas as perguntas ganham uma dificuldade maior. Ganha o jogo a equipe que chegar primeiro ao final da trilha.

Figura 1 Jogo Trilha das Misturas Químicas Resultados e discussão O método utilizado para a avaliação da atividade fez uso de um questionário avaliativo antes e após a utilização do jogo. Antes do jogo, um questionário com cinco questões objetivas foi aplicado, com o objetivo de se verificar os conhecimentos adquiridos somente com a aula teórica. Em seguida, após todos terem participado da atividade lúdica, foi aplicado um questionário com cinco questões objetivas e duas questões da aceitação da atividade (subjetivas), verificando se houve melhora no aprendizado e a aceitação do método. Durante a aplicação do jogo os alunos se mostraram bastante motivados e interessados, apresentando, assim, maior facilidade em responder as perguntas expressas nas cartas, o que corrobora os dados obtidos por Soares et al. (2003). Analisando o comparativo das cinco questões dos dez questionários aplicados, obtiveram-se os seguintes resultados: Ao perguntar o que é uma substância pura e uma mistura, no questionado pós pode-se observar que os alunos apresentaram uma melhora, tendo o percentual de erros diminuído de 30 para 10% e o número de alunos que responderam parcialmente certo quadriplicado (Gráfico 1). Gráfico 1 Comparação do antes e depois para a questão de substância pura e mistura Quando questionados sobre o nome das vidrarias e utilização dos equipamentos de um sistema de filtração simples, observou-se um excelente resultado, todos acertaram 100% no segundo questionário (Gráfico 2).

Gráfico 2 - Comparação do antes e depois para a questão do sistema de filtração simples Solicitados a associar práticas do cotidiano com técnicas de laboratório, observou-se um grande aumento no número de respostas certas, evidenciando a eficácia do método lúdico (Gráfico 3). Gráfico 3 - Comparação do antes e depois para a questão da associação das práticas do cotidiano com as técnicas de laboratório Questionados sobre como separar uma mistura de três substâncias: água, óleo e sal de cozinha, pode-ser verificar que ocorreu uma pequena melhora na aprendizagem do conteúdo de separação de misturas (Gráfico 4). Gráfico 4 - Comparação do antes e depois para a questão de separação de misturas Nas questões discursivas foi perguntado se o jogo ajudou a compreender melhor o assunto e todos responderam que sim. Alguns comentários: Aprendi um mais sobre misturas e vidrarias ; Aprendi o que se pode e não se pode fazer no laboratório ; Algo mais dinâmico sempre ajuda ; Por ser um jogo de perguntas acabamos aprendendo mais. Questionados também sobre sugestões que possam melhorar o jogo, alguns responderam que o jogo está ótimo assim, outros deram a ideia de premiar os vencedores com um prêmio (como exemplo: chocolate) e pediram para fazer jogos com outros assuntos. A proposta de utilização e aplicação do jogo a trilha química como recurso complementar, alternativo e facilitador na aquisição e socialização do conhecimento foi de grande relevância para os

alunos, pois a aplicação do jogo proporcionou uma melhor compreensão dos conhecimentos explorados, preenchendo algumas lacunas no desenvolvimento da aprendizagem, ficando evidente nos gráficos já mencionados e nas respostas das questões sobre a aceitação da atividade apresentadas pelos alunos. A aplicação do lúdico possibilitou uma melhor interação entre os alunos, pois eles se divertiram ao participar do jogo didático, estimulando a discussão dos conteúdos e o interesse em responder corretamente as perguntas contidas nas cartas visando a continuidade da equipe na brincadeira, resultado semelhante ao obtido por Beneditti Filho et al. (2009). Os resultados observados com aplicação de questionários antes e depois do jogo, mostraram que os alunos compreenderam melhor o conteúdo, apresentando uma melhora nas respostas das questões do questionário pós jogo, escrevendo respostas mais completas e respondendo a um maior número de questões, ou seja, resultados positivos e objetivos alcançados, resultado bastante semelhante ao obtido por Beneditti Filho et al. (2009). Conclusões Sendo a química considerada uma disciplina difícil pela maioria dos discentes, principalmente em escolas públicas, tem-se urgência na mudança dos métodos de ensino, os discentes necessitam de aulas dinâmicas, atraentes, interessantes, que promovam a interação, a motivação da turma e desperte o interesse deles em estudar. Pôde-se perceber que a aplicação do jogo Trilha das Misturas Químicas mostrou ser uma excelente alternativa para atuar como instrumento facilitador no processo ensinoaprendizagem, de grande potencial motivador e atrativo, permitindo uma atmosfera produtiva, com grande envolvimento e participação dos alunos, algo normalmente não alcançado nos métodos tradicionais. O lúdico merece um espaço maior na prática pedagógica, pois são excelentes facilitadores do processo ensino-aprendizagem. Literatura citada BENEDETTI FILHO, E., FIORUCCI, A. R., BENEDITTI, L. P. S. e CRAVEIRO, J. A. Palavras Cruzadas como Recurso Didático no Ensino da Teoria Atômica. Química Nova na Escola, v. 31, n. 2, 2009 KISHIMOTO, T. M. (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2001. MELO, C. M. R. As atividades lúdicas são fundamentais para subsidiar o processo de construção do conhecimento. Información Filosófica, v.2, n. 1, p. 128-137, 2005. SANTOS, M. L. B. e LORENZO, J. G. F. Projeto Institucional do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, IFPB, 2008. SCHWARTZ, G. M. (Org). Dinâmica lúdica, novos olhares. Barueri, São Paulo: Editora Manole, 2004. SOARES, M. H. F. B., OKUMURA, F. e ÉDER TADEU GOMES CAVALHEIRO, E. T. G. Proposta de um Jogo Didático para Ensino do Conceito de Equilíbrio Químico. Química Nova na Escola, v. 18, 2003