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Transcrição:

A Valorização de CDR s, uma Oportunidade Gestão e Comunicação na Área dos Resíduos EMAC Empresa de Ambiente de Cascais Estoril, 22 de Setembro de 2009 A LIPOR 8 Municípios Área - 648 km 2 População - 1 milhão habitantes Produção Resíduos (2008) - 505.665 ton Capitação - 1,4 kg/hab/dia 1

A Lipor no Panorama Nacional Área geográfica Portugal Continental População Lipor 1 % Portugal Continental Lipor 10 % Produção de RSU Portugal Continental Lipor 12 % RECOLHA SELECTIVA PRODUÇÃO RECOLHA INDIFERENCIADA Deposição Voluntária CENTRAL VALORIZAÇÃO ENERGÉTICA energia metais escória COMPOSTAGEM FLUXOGRAMA DO SISTEMA composto REJEITADOS cinzas inertizadas verdes PLATAFORMA vidro madeiras outros ATERRO SANITÁRIO CENTRO DE TRIAGEM papel plástico metais 2

O principal enquadramento da Política de Gestão de resíduos urbanos é dar cumprimento ao PERSU II. Desenvolver a valência da prevenção de resíduos; Reforçar a recolha selectiva de resíduos; Potenciar a valorização material dos resíduos recicláveis contidos nos resíduos indiferenciados; Valorizar os rejeitados resultantes das opções de tratamento Objectivos Orientadores Operacionalizar o PERSU II Promover a gestão sustentável de resíduos e recursos Dar destino a fracções de resíduos resultantes de TM/TMB Potenciar a valorização de RU e de outras origens Diminuir a dependência energética externa Desviar resíduos de aterro 3

RECOLHA INDIFERENCIADA PRODUÇÃO TMB DIGESTÃO ANAERÓBIA composto COMPOSTAGEM? energia composto CDR recicláveis combustível alternativo REJEITADOS VALORIZAÇÃO ENERGÉTICA ENERGIA escória cinzas inertizadas ATERRO SANITÁRIO 4

Consideram-se Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR) os combustíveis preparados a partir de resíduos não perigosos, cuja utilização visa a recuperação de energia em unidades de incineração ou de co-incineração reguladas pela legislação ambiental. NOTA: preparado significa processado, homogeneizado e/ou melhorado a uma qualidade que permita a sua troca / comercialização entre produtor e utilizador Os CDR são classificados como resíduos, de acordo com o Código 19 12 10 Resíduos combustíveis (combustíveis derivados de resíduos) da Lista Europeia de Resíduos (LER). Especificações e Classes Parâmetro Medida estatística Unidades Classes 1 2 3 4 5 Poder Calorífico Inferior (PCI) Média MJ/kg (t.q.) 25 20 15 10 3 Classes Parâmetro Medida estatística Unidades 1 2 3 4 5 Teor de Cloro (Cl) Média % (b.s.) 0,2 0,6 1,0 1,5 3 Parâmetro Medida estatística Unidades Teor de Mercúrio (Hg) Mediana Percentil 80 mg/mj (t.q.) mg/mj (t.q.) Classes 1 2 3 4 5 0,0 0,0 0,0 0,1 0, 2 3 8 5 50 0,0 0,0 0,1 0,3 1, 4 6 6 0 00 Parâmetros de Especificação Obrigatória e Voluntária Garantia de Qualidade, com certificação recomendada (NP 4486:2008) 5

30-40% (composto + energia) RESÍDUO URBANO TMB DIGESTÃO ANAERÓBIA COMPOSTAGEM 45-55 % CDR 5 % recicláveis 10 % rejeitados Estimativa Produção: 1,0 1,2 Mt CDR As novas unidades de TM e TMB deverão entrar em funcionamento em 2012 2013, perspectivando-se que nesse ano a produção de CDR a partir de refugos de unidades de triagem, de TM e de TMB de resíduos urbanos se encontre no seu pleno. (fonte: PERSU II, PAPERSU) Perspectiva de Mercado 6

A valorização energética (do ponto de vista de emissões equivalentes, por substituição de quantidade equivalente de energia primária) apresenta vantagens, que poderão representar redução de emissões entre 30% a 57% em função do combustível substituído. fonte: Estratégia para os Combustíveis Derivados de Resíduos 7

Do ponto de vista da energia final (energia eléctrica) produzida, enquanto substituto de combustíveis fósseis para produção de electricidade, a valorização energética de CDR apresenta vantagens (apenas superadas pela utilização de gás natural) na sua utilização e possibilitará reduções de emissão de GEE acima dos 30%. Emissões específicas (gco2e/kwh) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 896 784 713 549 360 carvão fuelóleo gás natural RU CDR Combustível fonte: Estratégia para os Combustíveis Derivados de Resíduos Constrangimentos Falta de regulação sobre os requisitos de qualidade para aquisição de confiança no mercado; A deficiente capacidade instalada para o consumo de CDR; A eventual necessidade de adaptação de instalações existentes ao cumprimento dos requisitos da Directiva Incineração ; A necessidade de revisão do tarifário das energias renováveis para incentivar a produção; Adaptação da TGR às novas exigências; 8

Oportunidade Potenciar a valorização dos resíduos e a utilização de recursos energéticos endógenos; Dinamizar o processo de desclassificação do CDR como resíduo, o que permitiria regulamentar a produção e liberalizar o consumo de um combustível; Assegurar a harmonização na oferta e procura; Necessidade de potenciar a concorrência existindo um subaproveitamento do regime das PPPs. Para mais informação www.consumosustentavel.com www.lipor.pt www.hortadaformiga.com www.futurosustentavel.org www.eunaofacolixo.com www.semente.com.pt www.agenda21grandeporto.com 9

Abilio de Almeida abilio.almeida@lipor.pt LIPOR Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto Apartado 1510 4435-996 BAGUIM DO MONTE Tel: +351 229 770 100 Fax: +351 229 756 038 E-mail: lipor@lipor.pt www.lipor.pt 10