Modelo de indução de lesão no ligamento suspensório equino com utilização de punch para biópsia cutânea

Documentos relacionados
USO DE CÉLULAS-TRONCO COMO TRATAMENTO DE TENDINITE E RUPTURA DE TENDÃO EM EQUÍNOS.

Comparação de diferentes doses de colagenase em modelo de indução de tendinite para equinos: estudo clínico e ultra-sonográfico

UTILIZAÇÃO DE MEMBRANA BIOSINTÉTICA DE HIDROGEL COM NANOPRATA NO PROCESSO CICATRICIAL DE QUEIMADURA DÉRMICA CAUSADA DURANTE TRANS-OPERATÓRIO

Novo modelo de indução de tendinite equina Avaliação clínica e ultrassonográfica

Anais Expoulbra Outubro 2015 Canoas, RS, Brasil

Da bancada ao mercado: a experiência da CellMed (Terapia celular na Medicina Veterinária)

Archives of Veterinary Science v.7, n.2, p.45-51, 2002 Printed in Brazil ISSN: X

DESMOTOMIA DO ACESSÓRIO DO TENDÃO FLEXOR DIGITAL SUPERFICIAL NO TRATAMENTO DAS TENDINITES RECIDIVANTES EM EQUINOS: RELATO DE TRÊS CASOS RESUMO

TÍTULO: USO DO PLASMA SANGUÍNEO EM GEL NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

Gerais. Recebido: 25 de Janeiro de 2018; Revisado: 11 de março de 2018.

VARIAÇÃO DO NERVO DIGITAL PALMAR EM EQUINO DA RAÇA CRIOULA: RELATO DE CASO 1. INTRODUÇÃO Ao longo de milhares de anos os animais do gênero Equus,

Grupo de Medicina do Esporte e do Exercício HCFMUSP

INCIDENCIA AJSM 2000; VOL28 JOGOS > TREINOS OFICIAIS > AMISTOSOS CONTATO FÍSICO EM 2/3 DAS LESÕES GRAVES NO FUTEBOL 20% DAS LESÕES SÃO POR OVERUSE

Uso de células mononucleares da medula óssea no tratamento de tendinites induzidas experimentalmente em equinos

Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.57, n.2. p , 2005

Neurectomia digital em eqüinos: comparação das técnicas guilhotina e stripping

REPARO TECIDUAL COM PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP) -Emprego no tecido ósseo-relato de caso

USO DE FIXADOR ESQUELÉTICO EXTERNO TIPO II NA OSTEOSSÍNTESE DE TÍBIA E FÍBULA DE CADELA

Modelo experimental de falha óssea por meio de ostectomia do rádio em coelhos

ESTUDO ANATÓMICO DA INERVAÇÃO DA PORÇÃO DISTAL DO MEMBRO TORÁCICO EM EQÜINO

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( ) Resumo (X) Relato de Caso WING TIP OEDEMA EM CORUJA MOCHO-DIABO (ASIO STYGIUS)

RELATORIO DE PROJETO PROJECT REPORT

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Ultrassom terapêutico como tratamento na cicatrização de feridas em equinos

Reunião Científica do Grupo de Medicina Esportiva. 28 de maio de 2010 Cassio Trevizani

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS CEUA-UFT FORMULÁRIO PARA SUBMISSÃO DE PROJETO DE PESQUISA COM ANIMAIS

Resumo: Anais do 38º CBA, p.1725

AVALIAÇÃO DOS ACHADOS MAMOGRÁFICOS CLASSIFICADOS CONFORME SISTEMA BI RADS¹. Beatriz Silva Souza², Eliangela Saraiva Oliveira Pinto³

FUNDAMENTOS E CLÍNICA EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA I. Profº Ms. Marcos Antonio P. Brito 6ºTermo UniSalesiano Araçatuba

Departamento de Clínica Cirúrgica

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

TÍTULO: EFEITO DA IRRADIAÇÃO DO LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA SINOVITE AGUDA EM RATOS WISTAR

PLANOS DE TRATAMENTO MENOS INVASIVOS. Straumann Biomaterials> Biológicos. Straumann Emdogain FL Cultivando a regeneração periodontal.


TÍTULO: NÃO HÁ APLICABILIDADE PARA A HASTE DE POLIAMIDA PARA CORREÇÃO DE FRATURAS EM AVES?

Programa para Seleção Clínica Cirúrgica e Obstetrícia de Pequenos Animais

FREQUÊNCIA DE LESÕES ULTRASSONOGRÁFICAS E RADIOGRÁFICAS NA REGIÃO METACARPO/TARSOFALANGEANA DE BOVINOS JOVENS CONFINADOS: RESULTADOS PARCIAIS

Mv. Msc. Dr. Luiz Henrique L. Mattos. Equilife Fisioterapia e Reabilitação Equina.

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

TRATAMENTO DE DESMITE SUPRA E INTERESPINHOSA EM EQÜINOS UTILIZANDO A TERAPIA POR ONDAS DE CHOQUE EXTRACORPÓREAS RESUMO

ANEXO I. Página 1 de 6

Plasma rico em plaquetas no tratamento de tendinite induzida em eqüinos: avaliação ultra-sonográfica 1

EPICONDILITES LATERAL E MEDIAL

ULTRASSONOGRAFIA PEQUENOS ANIMAIS

Leva oxigênio e nutrientes para as células; Retira dos tecidos as sobras das atividades. respiração celular); Conduz hormônios pelo organismo.

Consistência de agrupamentos de acessos de alho via análise discriminante

FÁRMACOS USADOS EM AMINAIS DE LABORATÓRIO ANESTÉSICOS E ANALGÉSICOS

ULTRASSONOGRAFIA PEQUENOS ANIMAIS

DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO SUPLEMENTADOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE RACTOPAMINA NA DIETA

Profª. Stephani de Almeida Graduada em Fisioterapia pela Universidade São Francisco (USF) Analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - IBRAMED

Características da carcaça e da carne de tourinhos terminados em confinamento com dietas contendo grão de milheto e inclusão de glicerina bruta

Uso profilático de Antimicrobianos em Cirurgia. Adilson J. Westheimer Cavalcante Sociedade Paulista de Infectologia

ASSOCIAÇÃO DE FIXADOR ESQUELÉTICO EXTERNO COM PINO INTRAMEDULAR EM CONFIGURAÇÃO TIE-IN NO TRATAMENTO DE FRATURA DE ÚMERO EM CÃO RELATO DE CASO

UNIPAC. Universidade Presidente Antônio Carlos. Faculdade de Medicina de Juiz de Fora PATOLOGIA GERAL. Prof. Dr. Pietro Mainenti

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

RETALHOS ÂNTERO-LATERAL DA COXA E RETO ABDOMINAL EM GRANDES RECONSTRUÇÕES TRIDIMENSIONAIS EM CABEÇA E PESCOÇO

Análise bromatológica da cana-de-açúcar armazenada e hidrolisada com óxido de cálcio

AVALIAÇÃO DE CK, AST e LACTATO DE EQUINOS SUBMETIDOS À PROVA DE LAÇO COMPRIDO

Exérese Percutânea de Lesões Benignas de Mama Assistida à Vácuo

Tendinopatia Patelar

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE MUDA FORÇADA EM POEDEIRAS COMERCIAIS

uterino com o objetivo de promover a redução volumétrica do leiomioma e GnRH. No entanto, CAMPUSANO et al.(1993), referem maior facilidade na

Redalyc. Sistema de Informação Científica. de Lyra, Victor N.; de Mendonça, Lígia B. R.; Câmara, Diogo R.

TÉCNICAS DE VARREDURA ABDOMINAL ULTRASSONOGRAFIA

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA EM CIRURGIA PLÁSTICA E ESTÉTICA

RELATORIO DE PROJETO PROJECT REPORT

UNIDADE ELETROCIRÚRGICA. Maria da Conceição Muniz Ribeiro

BELO HORIZONTE - MG BRASIL

Avaliar a viabilidade de retalhos cutâneos randômicos por meio da. Avaliar os efeitos individuais e em associação da N-acetilcisteína

COMUNICAÇÃO ENTRE A BURSA SINOVIAL DO OSSO NAVICULAR E A ARTICULAÇÃO INTERFALANGEANA DISTAL EM EQÜINOS

Patologia Clínica e Cirúrgica

TÍTULO: TRATAMENTO DE ÚLCERA VENOSA: A APLICAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL COMO TERAPIA COMPLEMENTAR

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE ANESTESIA GERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA NÍVEL MESTRADO

ANDRÉ IVAN BRADLEY DOS SANTOS DIAS. Enteromiotomia helicoidal no rato: um modelo experimental de alongamento do intestino.

Dissertação de mestrado

Clínica Dr. Alfredo Toledo e Souza. Avenida Condessa de Vimieiros, 395 Centro, Itanhaém, SP. Fone (13) e (13)

O USO DO ULTRA-SOM TRANSCUNEAL NOS EQUINOS ACOMETIDOS PELA SÍNDROME DO NAVICULAR

TÉCNICA CIRÚRGICA DE ABLAÇÃO TOTAL DO CONDUTO AUDITIVO DE CÃO ACOMETIDO POR OTITE. Introdução

Medicina Veterinária

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA Trabalho de Conclusão de Curso

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

ULTRASSONOGRAFIA TESTICULAR NA AVALIAÇÃO DA IDADE À PUBERDADE DE BOVINOS EM CRESCIMENTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

EFEITO DA LASERTERAPIA EM TENDINITE EXPERIMENTAL NO TENDÃO FLEXOR DIGITAL SUPERFICIAL EM EQÜINOS: ESTUDO HISTOLÓGICO E ULTRA-SONOGRÁFICO

Laserterapia em feridas Dra. Luciana Almeida-Lopes

CAPÍTULO 18. MIOMAS SUBMUCOSOS: ESTADIAMEnTOS PARA TRATAMEnTO HISTEROSCÓPICO. 1. INTRODUçãO

MÉDICO VETERINÁRIO CLÍNICA MÉDICA VETERINÁRIA LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES

FRATURA DE MANDÍBULA SECUNDÁRIA À DOENÇA PERIODONTAL EM CÃO: RELATO DE CASO

Relevância da ultra-sonografia dos tendões flexores em cavalos Puro Sangue de corrida na adaptação ao treinamento

Lesões Traumáticas da Cintura Escapular. Prof. Reinaldo Hashimoto

CRIOTERAPIA. Prof. Msc. Carolina Vicentini

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA

FÍSTULA EM FACE LATERAL DE MEMBRO PÉLVICO DE CADELA, CAUSADA POR REAÇÃO AO FIO DE SUTURA UTILIZADO EM OVÁRIO-HISTERECTOMIA

Fraturas dos metacárpicos acessórios e a incidência da desmite do suspensório de boleto em cavalos de pólo: estudo retrospectivo de 35 casos

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

1/100. Residência /1 PROCESSO SELETIVO DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DE 2ª FASE: PROFISSÃO 7: MEDICINA GRANDES ANIMAIS

PROTOCOLO PARA USO DE ANIMAIS EM PESQUISA/AULA PRÁTICA

Prevenção de lesão por pressão (LP)

ULTRACAVITAÇÃO NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE AVALIADO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Corpo estranho metálico na falange proximal de cavalo pantaneiro - Relato de caso

Transcrição:

Ciência Rural, Modelo Santa de indução Maria, v.40, de lesão n.5, no p.1121-1127, ligamento suspensório mai, 2010 equino com utilização de punch para biópsia cutânea. ISSN 0103-8478 1121 Modelo de indução de lesão no ligamento suspensório equino com utilização de punch para biópsia cutânea Suspensory ligament lesion model in horses using a skin biopsy punch Anamaria Santos Soares I Geraldo Eleno Silveira Alves I Luis Alberto do Lago I Odael Spadeto Junior I Deliene de Oliveira Moreira I Rafael Resende Faleiros I* RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar um novo modelo de lesão no ligamento suspensório (LS). Sob anestesia geral, um punch para biópsia cutânea de 0,6cm de diâmetro foi utilizado para criar uma lesão no centro do LS de ambos os membros torácicos e pélvicos, em seis equinos. Todos os animais se recuperam da cirurgia sem nenhuma complicação importante. Realizaram-se avaliações clínicas e ultrassonográficas no período pós-operatório. Durante as primeiras duas semanas, no local da lesão, houve redução no edema de leve para discreto e da dor de discreta para ausente. As lesões foram facilmente observadas ao exame ultrassonográfico 72 horas após a cirurgia como áreas anecoicas homogêneas, representando uma média (± erro padrão) de 33,5±5% da área do LS. Não houve alteração significativa na área de lesão durante as primeiras duas semanas (P=0,77). Concluiu-se que o modelo proposto foi eficiente para promover lesões controladas e homogêneas simultaneamente nos quatro LS, sem causar desconforto importante aos equinos. Esses achados, associados à possibilidade de se avaliar previamente o LS por meio de biópsia, demonstram que esse modelo de indução de lesões ligamentosas se apresenta com um método útil, principalmente se aplicado ao estudo de terapias destinadas a melhorar o processo de reparo do LS. Palavras-chave: ligamento suspensório, desmite, equino, modelo experimental. ABSTRACT The aim was to study a novel model of suspensory ligament (SL) lesion. Under general anesthesia, a punch for skin biopsy (0.6cm of diameter) was used to create a circular lesion in the middle of SL simultaneously in the four members of six horses. All horses recovered without any important complication. Clinical and ultrasonographic evaluations were made during the post operative period. During the first two weeks, edema changed from mild to discreet, and pain changed from discreet to none around the surgical site. The lesions were easily observed by ultrasonography 48h after surgery as a homogenous anechoic area representing a mean (± SEM) 33.5±5% of the SL area, and did not change size during the first two weeks (P=0.77). In conclusion, the proposed model was efficient to promote controlled and homogeneous lesions in the four SL simultaneously without causing important discomfort to the horses. Taking in account these findings together with the possibility of evaluation of the ligament biopsy previously to any treatment, this method may be useful especially in studies testing therapies for tissue repair. Key words: suspensory ligament, desmitis, horse, experimental model. INTRODUÇÃO O estudo das claudicações em equinos é uma das áreas de maior importância para a espécie, pois os problemas do sistema locomotor estão entre os mais comuns nos equinos. Entre as afecções mais frequentes, destaca-se a desmite do suspensório, uma enfermidade que acomete os membros torácicos e/ou pélvicos dos cavalos atletas. Grandes perdas econômicas ocorrem, pois o animal pode diminuir seu desempenho mesmo antes de os sinais clínicos se tornarem evidentes. Durante o longo período de tratamento, o animal necessita de repouso, ficando afastado de competições e treinamento. Alguns autores consideram que essa seja a maior causa de claudicação e perda da função nos cavalos atletas (HERTHEL, 2001). I Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil. Av. Antonio Carlos, 6627, 30123-970, Belo Horizonte, MG, Brasil. E-mail: faleiros@ufmg.br. *Autor para correspondência. Recebido para publicação 31.07.09 Aprovado em 03.03.10

1122 Soares et al. Apesar dos diversos tratamentos utilizados na desmite do suspensório, o prognóstico dessa afecção ainda é reservado para retorno à atividade atlética. Mesmo com tratamento adequado, o índice de recorrência varia de 20% para os membros torácicos e 65% para os pélvicos (COWLES, 2000). Verifica-se assim um grande interesse da sociedade ligada ao esporte esquestre e da comunidade científica no estudo de novas opções terapêuticas, o que demanda a utilização de um modelo que produza lesões homogêneas e que cause mínimo desconforto aos animais. Atualmente, no modelo de indução de lesão em tendões e ligamentos, utiliza-se a injeção de colagenase. Nos tendões flexores (YAMADA et al., 2009) e no LS, a colagenase tem sido usada em diversas doses. McCLURE & EVANS (2002) recomendaram injeção local de 4.000UI de colagenase, já CAMINOTO (2003) utilizou 0,6mL de colagenase (2,5mg ml -1 ) no LS e não obteve sucesso, sendo necessária uma segunda aplicação, na dose de 0,5mL (5mg ml -1 ), no mesmo local da primeira aplicação. Verifica-se que ainda não existe consenso com relação à melhor dose a ser utilizada. Talvez em razão da ação enzimática contínua e da grande reação inflamatória promovida, as lesões produzidas por colagenase podem demorar até três semanas para estabilizar, havendo grande variação entre indivíduos e doses (CAMINOTO, 2003; YAMADA et al., 2009). Segundo YAMADA et al. (2009), a dose de 2,5mg de colagenase apresenta resultados mais condizentes com os casos clínicos. Os objetivos do presente estudo foram propor um novo modelo para induzir lesão no LS equino, por meio da utilização de punch para biópsia cutânea, e avaliar, por meio de exames clínicos e ultrassonográficos, seus efeitos sobre os animais. MATERIAL E MÉTODOS Utilizaram-se seis equinos sem raça definida (um macho castrado e cinco éguas), com idade entre 4,5 e 16 anos e pesando 375±75kg. Os animais passaram por um período de adaptação de 15 dias, com dieta padronizada, tratamento de verminoses (moxidectina 0,4mg kg -1 ) e vacinação contra tétano. Após jejum de alimentos sólidos por 12 horas, os animais foram pré-medicados com acepromazina (0,03mg kg -1, IV), xilazina (0,5mg kg -1, IV) e cetamina (2mg kg -1, IV). Após decúbito lateral, foram intubados com sonda orotraqueal e indução e manutenção anestésicas feitas por aparelho de anestesia inalatória, com vaporizador compensado em circuito semifechado. Foi utilizado isofluorano volatilizado em 15mL kg -1 min -1 de oxigênio de forma que os pacientes permaneceram no segundo plano do terceiro estágio anestésico. O LS de ambos os membros torácicos e pélvicos foram expostos cirurgicamente por incisão de pele de aproximadamente 3cm na região lateral dos membros, 3cm proximal à bifurcação, em que se originam os ramos medial e lateral que seguem em direção aos sesamoides proximais. No centro do LS, uma lesão circular foi realizada com a utilização de um punch para biópsia cutânea de 0,6cm de diâmetro (Figura 1A). A pele foi suturada com pontos simples separados com fio mononáilon 0. Foram utilizadas rifamicina tópica nas feridas cirúrgicas e bandagem com algodão e atadura de crepom. Logo após a cirurgia, os animais receberam sulfadiazina (20mg kg -1, PO) mais trimetoprim a (5mg kg -1, PO), tratamento que continuou por quatro dias. Também foi administrado fenilbutazona b (4,4mg kg -1 IV) imediatamente ao final da cirurgia e a cada 24 horas por um total de sete dias. Foram realizados exames clínicos e ultrassonográficos para avaliar a tolerância dos animais ao método, as alterações clínicas, a extensão da lesão obtida, a região do LS que foi lesionada, a qualidade da imagem ultrassonográfica obtida diante daquela lesão e a possibilidade de padronização das lesões. Os exames clínicos consistiram de mensuração do perímetro dos membros com fita métrica (como forma objetiva de avaliar aumento de volume na região), avaliação da dor, temperatura e presença de edema na região da lesão. Essa avaliação foi realizada de forma subjetiva, mas sempre pelo mesmo observador, que determinava um escore (0 ausente, 1 discreto, 2 leve, 3 moderada e 4 intensa) para cada uma das variáveis, de forma semelhante ao realizado por MAIA et al. (2009). Os exames foram realizados diariamente entre o 2 o e o 17 o dia de pós-operatório. O exame ultrassonográfico foi realizado com aparelho portátil c, com transdutor linear multifrequencial (5 a 10MHz), operando na frequência de 7,5MHz. As avaliações foram realizadas antes e aos três, oito, doze e dezessete dias após indução da lesão. Foram avaliados os planos transversais e longitudinais do LS e da lesão, e as imagens obtidas foram digitalizadas e transferidas para um microcomputador portátil, para posterior avaliação morfológica. As avaliações morfológicas do LS e sua lesão, em cada uma das imagens capturadas, foram realizadas por um programa computacional de análise de imagens d. Foram avaliados os seguintes parâmetros nas lesões: diâmetro de Ferret da lesão, área total da lesão, área do ligamento e área percentual da lesão.

Modelo de indução de lesão no ligamento suspensório equino com utilização de punch para biópsia cutânea. 1123 Figura 1 - A) Fotografia do procedimento cirúrgico demonstrando o punch de biópsia inserido no ligamento suspensório por acesso latero-plantar do membro pélvico esquerdo de equino em decúbito dorsal. B) Fragmento removido do ligamento suspensório para produção de lesão. C) Imagem digitalizada de exame ultrassonográfico palmar transversal de membro torácico esquerdo equino. Observa-se, no centro do ligamento suspensório (seta), lesão obtida 48 horas antes, por meio de punch para biópsia de 0,6cm diâmetro. Os dados paramétricos foram avaliados por análise de variância em blocos ao acaso a fim de se determinar o efeito do tempo sobre cada variável. Os dados não paramétricos foram avaliados pelo teste de Friedman. Em ambos os casos, para comparação das médias de cada tempo, utilizou-se o teste de Tukey, considerando-se P<0,05. RESULTADOS E DISCUSSÃO No presente estudo, verificou-se que o modelo proposto foi capaz de causar lesões homogêneas, simultaneamente nos quatro membros, sem produzir alterações clínicas que prejudicassem os animais a realizar suas atividades normais. A biópsia de LS já havia sido previamente utilizada para avaliação de lesões induzidas por colagenase (CAMINOTO, 2003): desse modo, a inovação proposta no presente estudo foi utilizar essa técnica para promover lesões controladas e homogêneas, por meio de um punch normalmente usado para biópsia cutânea. O acesso cirúrgico ao LS foi simples de ser realizado, principalmente nos membros torácicos, onde a maior distância entre os metacarpianos II e IV permitiu maior mobilidade dos tendões flexores superficial e profundo durante a manobra para exposição do LS. O punch se mostrou de fácil manuseio (Figura 1A). Em todos os membros, recuperou-se uma porção circular de LS que foi desde sua face volar até a cranial (Figura1B). Em estudo-piloto, realizado antes do experimento, no qual um animal foi submetido à eutanásia 24h após a indução da lesão, observou-se uma lesão circular, uniforme, de aproximadamente 0,5cm de diâmetro completamente preenchida por coágulo sanguíneo. Em um membro pélvico direito de um dos equinos do experimento, observou-se, junto ao material ligamentar colhido com o punch, um segmento de aproximadamente 0,5cm de vaso com características de artéria. Contudo, não houve hemorragia profusa durante o procedimento, e o animal se recuperou normalmente no pós-cirúrgico. Não se observaram quaisquer complicações na recuperação anestésica, e os animais deambularam com facilidade em direção às baias. Durante o período pós-cirúrgico, o apetite e a capacidade de locomoção não foram alterados, assim como não foi notado sinal de prostração em nenhum momento. Nenhum dos animais apresentou claudicação evidente ao passo: contudo, no presente estudo, uma avaliação completa e criteriosa de claudicação como empregada por outros autores (CAMINOTO, 2003; MAIA et al., 2009) não foi realizada. A decisão de não avaliar esses animais para claudicação ao trote e em movimento circular foi tomada em função de evitar manipulação excessiva dos animais, uma vez que as cirurgias foram realizadas concomitantemente nos quatro membros. Apesar de serem observadas variações estatisticamente significativas nos escores das variáveis dor, temperatura e edema, estas não foram suficientes para causar manifestações clínicas relevantes nos animais. A dor e o aumento de temperatura no local da cirurgia foram classificados como discretos (não atingindo o escore 2) e cederam ao longo do período de experimentação (Figura 2), sem causar sequelas e maiores prejuízos aos animais. A

1124 Soares et al. Figura 2 - Médias (+erros padrões) do perímetro e dos escores para edema, dor e temperatura obtidos em membros de equinos submetidos à lesão do LS. * Difere do valor registrado no dia zero, P<0,05. presença de edema foi de discreta a leve, não sendo suficiente para alterar inicialmente o perímetro do membro. Nessa variável, aumento discreto (2,5%) só foi observado ao fim do experimento, possivelmente relacionado ao processo cicatricial, em razão da cirurgia e do aumento da área do LS no local da lesão (Figuras 2 e 3). O edema e o aumento de temperatura observados logo após a indução da lesão eram esperados devido à manipulação cirúrgica. Uma possível explicação para a manifestação de dor entre oito e doze dias após a indução da lesão foi o final do tratamento com fenilbutazona no dia 7, apesar de que a diferença estatística se tornou existente já no dia 6. Não foi encontrada explicação para o aumento da dor antes do final do tratamento com fenilbutazona. De forma interessante, a dor, quando presente, nunca atingiu grau superior a discreto, demonstrando que o modelo proposto não trouxe desconforto importante aos animais. A fenilbutazona foi escolhida para uso durante o período pós-operatório, pois é o principal agente terapêutico utilizado nas afecções dolorosas e inflamatórias do sistema musculoesquelético do equino, sendo, na maioria das vezes, o primeiro fármaco a ser aplicado por veterinários e mesmo tratadores, frente ao aparecimento de sinais de desmite. Considerou-se assim que o tratamento com tal antiinflamatório seria adequado, podendo ser esse utilizado no futuro como tratamento adicional ou controle nos estudos de novos produtos terapêuticos. BARREIRA (2005) verificou que o tratamento com meloxicam (0,6mg kg -1, 24/24h, 15 dias) não interferiu nos efeitos benéficos de terapia celular (aspirado de medula óssea), em animais submetidos a lesões induzidas por colagenase no tendão flexor superficial. Comparando os resultados do presente estudo em relação à presença de dor e edema com resultados obtidos por meio do uso da colagenase em ligamentos e tendões, observou-se que, aparentemente, o modelo proposto associado ao uso de fenilbutazona apresenta menor reação inflamatória. Ao ser aplicada no tendão flexor superficial, a colagenase promoveu dor à palpação de leve a intensa e claudicação de grau 1 a 3 em uma escala de 1 a 4 (FERNANDES et al., 2003; MARXEN et al., 2004; YAMADA et al., 2009). CAMINOTO (2003), ao injetar colagenase no LS, observou aumento de volume por três semanas e de sensibilidade e temperatura por duas semanas após a injeção. McCLURE et al. (2004) observaram edema após a injeção de colagenase no LS, além de dor à palpação por uma semana e claudicação por duas semanas. As lesões promovidas pela biópsia foram facilmente detectadas ao exame ultrassonográfico em corte transversal, como uma área anecoica no centro do LS (Figura 1C). No terceiro dia após a indução, as lesões apresentaram em média (± erro padrão) 0,9±0,05cm de diâmetro (maior medida) e 0,3±0,03cm 2 de área, representando 33.5±5% da área do LS (Figura 3). Não houve alterações significativas nas medidas

Modelo de indução de lesão no ligamento suspensório equino com utilização de punch para biópsia cutânea. 1125 Figura 3 - Médias (± erros padrões) de medidas obtidas de imagens ultrassonográficas em corte transversal obtidas em membros de equinos submetidos à lesão do LS. * Difere do valor registrado no dia zero, P<0,05. das lesões no período estudado, mas observou-se aumento significativo na área do LS, que aumentou em média 38% (P=0,007). A eficiência do presente modelo em produzir lesão no centro do LS de forma rápida e estável contrasta com os resultados de estudos utilizando a colagenase para produzir lesão em tendões (REDDING et al., 1999; BARREIRA, 2005) e no LS (McCLURE & EVANS, 2002; CAMINOTO, 2003; McCLURE et al., 2004). Enquanto o modelo de colagenase por vezes demanda repetição na aplicação (CAMINOTO, 2003) e demora até três semanas para produzir lesão de dimensões estáveis (McCLURE & EVANS, 2002), o atual modelo produziu lesões estáveis num único procedimento. Para CLAYTON et al. (2000), o efeito da colagenase depende da quantidade e do tipo de colagenase (potencial enzimático), do volume injetado (difusão próximo-distal e dispersão para o paratendão) e do grau de pureza da solução. Outra vantagem desse modelo frente à colagenase é a possibilidade de se obter uma amostra prévia do tecido em estudo, possibilitando selecionar indivíduos livres de alterações ligamentares anteriores, permitindo uma base de comparação para os achados cicatriciais no tecido. Além disso, no presente modelo, mostrou-se ser viável a indução de lesões de forma simultânea nos quatro membros, tornando-se interessante por permitir que diferentes tratamentos sejam usados no mesmo indivíduo, reduzindo a interferência da variação individual na análise estatística dos dados experimentais. Obviamente há de se considerar que o modelo proposto aparentemente resulta em menor reação inflamatória do que a que ocorre em casos clínicos. Já no modelo de colagenase, a enzima de origem bacteriana destrói as moléculas de colágeno, com consequente destruição de células e matriz não colágena (FOLAND et al., 1992). Em tendões equinos, esse modelo gera edema, hemorragia com formação de hematomas, infiltração neutrofílica e linfocitária e deposição de fibrina no local lesionado (ALVES, 1998), o que o torna possivelmente mais próximo de um quadro clínico de tendinite. Também devem ser consideradas as alterações ultrassonográficas. Com o uso da colagenase, acredita-se que área anecoica ocorra em razão da ruptura de fibras, da hemorragia e do edema (BARREIRA, 2005). Já no presente modelo, a área anecoica está associada basicamente à ausência de

1126 Soares et al. fibras ligamentares, cujo espaço se preenche por um coágulo. Assim, por causar lesão homogênea e controlada, a biópsia por punch se mostra interessante principalmente para o estudo de terapias destinadas à reparação tecidual. Em resumo, o protocolo do presente estudo aparenta ser mais efetivo do que o da colagenase em produzir lesões estáveis e homogêneas. Em um único procedimento anestésico, criaram-se, por meio de biópsias, lesões simultâneas nos quatro membros, de fácil visualização e avaliação ao exame ultrassonográfico. CONCLUSÃO Concluiu-se que o modelo experimental, com a utilização do punch para biópsia cutânea, se mostrou eficiente em produzir lesões padronizadas nos quatro membros. Acredita-se que esse novo modelo seja uma opção interessante para o estudo de terapias destinadas ao tratamento de lesões no ligamento suspensório de equinos. AGRADECIMENTOS E APRESENTAÇÃO Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de mestrado do primeiro autor, e à Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo apoio financeiro. O presente trabalho é parte da Dissertação da primeira autora, Anamaria Santos Soares, realizada para obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. COMITÊ DE ÉTICA E BIOSSEGURANÇA Aprovado pelo CETEA-UFMG (protocolo número 19/07) e executado de acordo com os princípios Éticos em Experimentação Animal. FONTES DE AQUISIÇÃO a - Tridiazin Pasta, Vansil Indústria Veterinária, Brasil b - Fenilvet, Vansil Indústria Veterinária, Brasil. c - Honda HS 2000 V, Honda Electronics, Japão. d - Image J, National Institute of Health, EUA. REFERÊNCIAS ALVES, A.L.G. Influência da beta-aminopropionitrila associada à atividade física na reparação tendínea de equinos após agressão pela colagenase. Análise ultrasonográfica e morfológica. 1998. 92f. Tese (Doutorado em Patologia) - Faculdade de Medicina Veterinária e zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP. BARREIRA, A.P.B. Implante autólogo de células mesenquimais no tratamento de tendinites induzidas em equinos: avaliação clínica, ultra-sonográfica, histopatológica e imunoistoquímica. 2005. 86f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP. CAMINOTO, E.T.C. Efeito das ondas de choque extracorpóreas na desmite experimentalmente induzida em equinos. 2003. 97f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP. CLAYTON, H.M. et al. Kinematics and ground reaction forces in horses with superficial digital flexor tendonitis. American Journal of Veterinary Research, v.61, n.2, p.191-196, 2000. Disponível em: <http://avmajournals.avma.org/doi/abs/10.2460/ ajvr.2000.61.191>. Acesso em 20 fev. 2010. doi: 10.2460/ ajvr.2000.61.191 COWLES, R.R. Proximal suspensory desmitis a qualitative survey. In: AMERICAN ASSOCIATION OF EQUINE PRACTITIONERS, 46., 2000, San Antonio. Proceedings... Lexington, KY: AAEP, 2000. p.143-144. Disponível em: <http://www.ivis.org/proceedings/ AAEP/2000/143.pdf>. Acesso em 20 fev. 2010. FERNANDES, M.A.L. et al. Efeito do ultra-som terapêutico em tendinite experimental de equinos: estudo clínico, ultrasonográfico e histopatológico de dois protocolos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.55, n.1, p. 27-34, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-09352003000100005>. Acesso em 20 fev. 2010. doi: 10.1590/ S0102-09352003000100005. FOLAND, J.W. et al. Effect of sodium hyaluronate in collagenase induced superficial digital flexor tendonitis in horses. American Journal of Veterinary Research, v.53, n.12, p.2371-2376, 1992. HERTHEL, D.J. Enhanced suspensory ligament healing in 100 horses by stem cells and other bone marrow components. In: AMERICAN ASSOCIATION OF EQUINE PRACTITIONERS, 47., 2001, San Antonio. Proceedings... Lexington, KY: AAEP, 2001. p.319-321. Disponível em:<http://www.ivis.org/ proceedings/aaep/2001/91010100319.pdf>. Acesso em 20 fev. 2010. MAIA L. et al. Platelet-rich plasma in the treatment of induced tendinopathy in horses: histologic evaluation. Journal of Equine Veterinary Science, v.29, n.8, p.618-626, 2009. Disponível em: <http://www.j-evs.com/article/s0737-0806(09)00543-7/abstract>. Acesso em 20 fev. 2010. doi:10.1016/j.jevs.2009.07.001. MARXEN, S. et al. Intralesional polysulphated glycosaminoglycan as treatment of equine collagenase induced tendinitis: clinical, ultrasonographic and histopathologic evaluation. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.56, n.6, p.701-708, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v56n6/a02v56n6.pdf>. Acesso em 20 fev. 2010. doi: 10.1590/S0102-09352004000600002. McCLURE, S., EVANS, R.B. In vivo evaluation of extracorporeal shock wave therapy for collagenase induced suspensory ligament desmitis. In: AMERICAN ASSOCIATION OF EQUINE PRACTITIONERS, 48., 2002, Orlando. Proceedings... Lexington, KY: AAEP, 2002. p.378-380.

Modelo de indução de lesão no ligamento suspensório equino com utilização de punch para biópsia cutânea. 1127 Disponível em: <http://www.ivis.org/proceedings/aaep/2002/ 910102000378.pdf>. Acesso em 20 fev. 2010. McCLURE, S.R. et al. The effects of extracorporeal shockwave therapy on the ultrasonographic and histologic appearance of collagenase-induced equine forelimb suspensory ligament desmitis. Ultrasound in Medicine & Biology, v.30, n.4, p.461-467, 2004. Disponível em: < http://www.umbjournal.org/ article/s0301-5629(04)00015-8/abstract>. Acesso em 20 fev. 2010. doi:10.1016/j.ultrasmedbio.2003.12.005. REDDING, W.R. et al. The effects of poysulphated glycosaminoglycan on the healing of collagenase induced tendonitis. Veterinary Compendium Orthopedic Traumatology, v.12, p.48-55, 1999. YAMADA, A.L.M. et al. Comparação de diferentes doses de colagenase em modelo de indução de tendinite para equinos: estudo clínico e ultra-sonográfico. Ciência Rural, v.39, n.4, p.1124-1130, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ cr/2009nahead/a141cr493.pdf>. Acesso em 20 fev. 2010. doi: 10.1590/S0103-84782009005000035.