Líderes em Gestão Escolar 2º seminário Currículo, padrões educacionais e legislação. Guiomar Namo de Mello 06 de outubro de 2009

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Transcrição:

Líderes em Gestão Escolar 2º seminário Currículo, padrões educacionais e legislação Guiomar Namo de Mello 06 de outubro de 2009

CURRÍCULO: O ALINHAMENTO NECESSÁRIO 1

A educação escolar básica como política pública. Obrigatória: interesse público, gestão pública ou privada. Transversal: necessária às demais políticas públicas. Universal: massiva, sistemática e estruturada. Certificadora: geradora de direitos. Regulada pelo Estado: constituída, institucionalizada e burocratizada. Intencional: impregnada de valor. 2

Escola de Educação Básica: instituição complexa Tempo e espaço. Pessoas com papéis definidos. O que se espera que os alunos aprendam. Conteúdos a serem trabalhados para promover essa aprendizagem. Recursos pedagógicos e didáticos para apoiar o ensino e a aprendizagem. Capacitação e apoio técnico aos professores e demais membros da equipe. Avaliação e recuperação. 3

O currículo alinha esses elementos na escola e mais... Conecta com o ambiente institucional. Conecta com a realidade. Transparece. Equilibra a prescrição fechada e a prescrição aberta. Abre espaço de negociação e consenso para viabilizar o Projeto Pedagógico. 4

Alinhamento curricular em países unitários Orientações curriculares nacionais. Currículo em ação na escola. Financiamento e colaboração municipal não incide sobre temas curriculares exceto em grandes cidades como Londres. Exemplos: Uruguai, Chile, França, Inglaterra. 5

Definição curricular em países federais Exemplo dos EUA e da Alemanha: esferas locais não são entes federativos; esferas sub-nacionais politicamente fortes; maior peso das orientações curriculares sub-nacionais. Exemplo do México e da Itália: esferas locais não são entes federativos; esferas sub-nacionais não tão fortes; maior peso das orientações curriculares nacionais. Brasil: esferas locais e sub-nacionais são entes federativos; definição curricular politicamente difícil; regime de colaboração. 6

Definição curricular possível no Brasil Estado nacional: marco regulatório (Lei 9394/1996 LDB) e Diretrizes Curriculares DCNs (Lei 9131/1995). Governo federal: coordenação, apoio e assistência técnica para os sistemas de ensino público estaduais e municipais na construção de seus currículos (PCNs); correção de desequilíbrios regionais. Sistemas de ensino público estaduais e municipais: planos ou propostas curriculares, assistência técnica para as escolas na implementação. Escolas: currículo em ação com apoio técnico do sistema de ensino público estadual ou municipal. 7

A LDB e o direito à aprendizagem Paradigma curricular referenciado não nos conteúdos mas nas competências para aprender, de precrição muito aberta, viabiliza o regime de colaboração:...a União incumbir-se-á de estabelecer... em colaboração com os Estados, o DF e os municípios, competências e diretrizes para a EI, o EF e o EM, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum. As competências da LDB, entre outras: Capacidade de aprendizagem e de continuar aprendendo. Autonomia intelectual e pensamento crítico. Relação entre teoria e prática. Domínio dos princípios que presidem a produção moderna. Compreensão do significado da ciência, das letras e das artes. 8

Competências para aprender e conteúdos curriculares ou, da lógica das competências para a lógica dos conteúdos Marco regulatório nacional: competências para aprender transversais; indicações de conteúdos muito abertas. Propostas, Planos ou Referenciais Curriculares estaduais e municipais: conteúdos curriculares e habilidades a serem constituídas; organização dos conteúdos; plano de ensino: indicação das atividades do professor; situação ou percurso de aprendizagem do aluno; recursos pedagógicos e didáticos; avaliação e recuperação; capacitação dos professores. 9

A prática curricular e suas lições sobre a... Consolidação do marco regulatório nacional (LDB e DCNs). Sustentabilidade de iniciativas federais (PCNs). Importância da gestão pedagógica: foco na aprendizagem, papel pró ativo na elaboração e gestão do currículo. Função das avaliações externas: unidade nacional pelas competências. Necessidade de currículos estruturados para garantir a constituição dessas competências. Seleção, organização e tratamento metodológico dos conteúdos como assunto dos sistemas de ensino públicos. 10

Obrigada! Guiomar Namo de Mello guiomar@uol.com.br www.namodemello.com.br 11