PONTO 1: LAVAGEM DE DINHEIRO 1. LAVAGEM DE DINHEIRO. Lei nº 9.613/98. Gerações: lavagem está sempre relacionada a outro crime.

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RECOMENDAÇÕES SOBRE A PREVENÇÃO CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO

Transcrição:

1 DIREITO PENAL PONTO 1: LAVAGEM DE DINHEIRO 1. LAVAGEM DE DINHEIRO Lei nº 9.613/98 Gerações: lavagem está sempre relacionada a outro crime. 1º. Tráfico de drogas 2º. Lista 3º. Todos os crimes tendência. Bem jurídico protegido: Ordem econômico-financeira. A administração da Justiça. O mesmo do antecedente. Fases: fases: Atos ilícitos encadeados - lavagem é crime único que se desenvolveria em três Ocultação:... Dissimulação:... Conversão:... A jurisprudência é pacífica no sentido de que não precisam ocorrer as três fases para a caracterização do crime. Organizações Criminosas: Correntes:

2 1) Dispositivo auto-executável a. Quadrilha e associação: b. Quadrilha e associação + convenção: c. Quadrilha e associação + caso a caso: 3) Dispositivo não auto-executável:... Lei 9.034/95 foi alterada em 2001 elencando quadrilha, associação e organização criminosa como associações diversas umas das outras. Lei de lavagem aduz que indiciado vai passar pela identificação criminal sempre. Proíbe a apelação em liberdade e estipula o regime de cumprimento de pena fechado. Admite a infiltração de policiais e do agente arrependido. CRIMES EM ESPÉCIE: Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime: I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; II - de terrorismo; II de terrorismo e seu financiamento; III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção; IV - de extorsão mediante seqüestro; V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos; VI - contra o sistema financeiro nacional; VII - praticado por organização criminosa. VIII praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal).

3 QUESTÕES PROCESSUAIS Competência federal: Art. 2º, inciso III - são da competência da Justiça Federal: a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômicofinanceira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; b) quando o crime antecedente for de competência da Justiça Federal. c) internacionalidade:... INDEPENDÊNCIA DO PROCESSO Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: II - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados em outro país; Indícios do crime anterior: 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do crime antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime. APLICABILIDADE DO ART. 366 DO CPP Não se aplica art. 2º, 2º. Pacto de São José: 2. Durante o processo, toda pessoa tem direito [...] b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada. Art. 366 do CPP atual foi modificado para se compatibilizar com o Pacto de São José. Esse pacto possui hierarquia superior, em tese, a lei de lavagem. Mas a jurisprudência tem aplicado o 2º do art. 2º da Lei de Lavagem. SEQUESTRO O caput do art. 4º permite o perdimento do objeto da lavagem. O confisco é realizado através do procedimento do seqüestro dos bens 1º As medidas assecuratórias previstas neste artigo serão levantadas se a ação penal não for iniciada no prazo de cento e vinte dias, contados da data em que ficar concluída a diligência.

4 2º O juiz determinará a liberação dos bens, direitos e valores apreendidos ou seqüestrados quando comprovada a licitude de sua origem. Inversão do ônus da prova quanto à origem do bem. Essa inversão só vale durante a instrução. 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, nos casos do art. 366 do Código de Processo Penal. Foragido o réu não pode requerer a restituição de bens. PROTEÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO Lei 7.92/86 Lei dos Crimes contra sistema financeiro. INTELIGÊNCIA FINANCEIRA Lei 9.613/98 Lei de lavagem de dinheiro Compliance (art. 9 a 11). Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; II a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial; III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação, intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários. Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: I - as bolsas de valores e bolsas de mercadorias ou futuros; II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou de capitalização; III - as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços; IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring); VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;

VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo; X - as pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. XII as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie. Art. 11 Obrigação passiva. Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se; II - deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de vinte e quatro horas, às autoridades competentes: a) todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas, devendo ser juntada a identificação a que se refere o inciso I do mesmo artigo; b) a proposta ou a realização de transação prevista no inciso I deste artigo. 5 ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL Financial Action Task Force (FATC)/Groupe d Action financière (GAFI). 40 Recomendações para combate à lavagem 9 Recomendações especiais para combate ao financiamento ao terrorismo. FINANCIAL INTELLIGENCE UNITS FIUs Grupo Egmont. COAF (Conselho de controle de atividade financeiras). OPERAÇÕES SUSPEITAS Por regra (art. 11, II, a) Por standart (art. 11, II,b) Instituições financeiras piratas.