ARMAZENAMENTO DE ENERGIA ELETROQUÍMICA: UMA ABORDAGEM SIM- PLIFICADA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO



Documentos relacionados
ELETROQUÍMICA, AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS COM AUXÍLIO DE MATERIAL ALTERNATIVO EM SALA DE AULA

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO

CURSINHO POPULAR OPORTUNIDADES E DESAFIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

Proposta de ensino da Segunda lei de Newton para o ensino médio com uso de sensores da PASCO. Carolina de Sousa Leandro Cirilo Thiago Cordeiro

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

Currículo e tecnologias digitais da informação e comunicação: um diálogo necessário para a escola atual

Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Química Disciplina: Físico-Química II Professora: Claudia

UTILIZANDO O BARCO POP POP COMO UM EXPERIMENTO PROBLEMATIZADOR PARA O ENSINO DE FÍSICA

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

OBJETIVO Reestruturação de dois laboratórios interdisciplinares de formação de educadores

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO AO ENSINO DE FÍSICA E A INCLUSÃO NO ENSINO DE FÍSICA

Corrente elétrica corrente elétrica.

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ALUNO BOLSISTA SUBPROJETO DE Semestre de 2011

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

A EXPLORAÇÃO DE SITUAÇÕES -PROBLEMA NA INTRODUÇÃO DO ESTUDO DE FRAÇÕES. GT 01 - Educação Matemática nos Anos Iniciais e Ensino Fundamental

REFLEXÕES SOBRE A EFICIÊNCIA DO USO DE UM AMBIENTE VIRTUAL NO ENSINO DE PADRÕES E SEQUÊNCIAS: UMA EXPERIÊNCIA A PARTIR DO PIBID

Mostra de Projetos Como ensinar os porquês dos conceitos básicos da Matemática, visando a melhora do processo ensino e aprendizado

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006

2. METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO NA PASTORAL DO MENOR E DO ADOLESCENTE

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios

Contexto da ação: Detalhamento das atividades:

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA A DISTÂNCIA

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

OS JOGOS E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÌNGUA ESTRANGEIRA

CLUBE DE PROGRAMAÇÃO NAS ESCOLAS: NOVAS ERSPECTIVAS PARA O ENSINO DA COMPUTAÇÃO. IF Farroupilha Campus Santo Augusto; joaowinck@hotmail.

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil

ALGUNS ASPECTOS QUE INTERFEREM NA PRÁXIS DOS PROFESSORES DO ENSINO DA ARTE

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

Vida Útil de Baterias Tracionárias

ENSINO E APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, COM A UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Projeto de Redesenho Curricular

NOÇÕES DE VELOCIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Palavras Chave: Conhecimentos físicos. Noções iniciais de velocidade. Matemática na Educação Infantil.

BRITO, Jéssika Pereira Universidade Estadual da Paraíba

O PIBID E AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS: UMA PERSPECTIVA PARA A FORMAÇÃO INICIAL DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA

REFORÇO DE PROGRAMAÇÃO ESTRUTURADA EM LINGUAGEM C PARA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

A PRÁTICA DE MONITORIA PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL DE LÍNGUA INGLESA DO PIBID

USO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO 9º ANO

DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES E ALUNOS DA EJA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

O ENSINO DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA EDUCAÇÃO DOS JOVENS E ADULTOS EM UMA ABORDAGEM CTS 1. Educação Matemática na Educação de Jovens e Adultos GT 11

Palavras Chaves: material didático, cartografia, bacias hidrográficas, lugar.

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

AULAS INTERATIVAS: COMO UMA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO EM SALA DE AULA

A IMPORTÂNCIA DO PIBID NA FORMAÇÃO DE FUTUROS PROFESSORES Vitor José Petry Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS vitor.petry@uffs.edu.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA I CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS CAICÓ

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

O ENSINO DE FÍSICA NA VISÃO DOS ALUNOS DE UMA TURMA DE 2º ANO DO ENSINO MÉDIO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA PARÁ.

A IMPORTANCIA DOS RECURSOS DIDÁTICOS NA AULA DE GEOGRAFIA

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS MUSEOGRÁFICOS VOLTADOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

MEU MUNDO INTEGRADO: ELABORAÇÃO DE VÍDEO EDUCATIVO SOBRE O PERCURSO DO LÁPIS

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

MODELAGEM MATEMÁTICA: PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO 1

UTILIZAÇÃO DE UM BLOG COMO APOIO DIDÁTICO PARA AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO SUBPROJETO DE QUÍMICA DO PIBID-UEMS

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE. Modelos de Processo de Desenvolvimento de Software

A inserção de jogos e tecnologias no ensino da matemática

Oficina de Apropriação de Resultados. Paebes 2013

MATEMÁTICA FINACEIRA E EXCEL, UMA PARCEIRIA EM FAVOR DE UM CONSUMO MAIS CONSCIENTE

Utilizando a ferramenta de criação de aulas

Gestão da Informação e do Conhecimento

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos.

EXPERIMENTAÇÃO EM SALA DE AULA: RESISTORES

SUPERANDO TRAUMAS EM MATEMÁTICA

II ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE ATIVIDADES DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO PIBID UENP: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Curso de Graduação. Dados do Curso. Administração. Contato. Modalidade a Distância. Ver QSL e Ementas. Universidade Federal do Rio Grande / FURG

SUSTENTABILIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR: Desafios da construção de uma proposta interdisciplinar

RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO DE EXTENSÃO PRÁTICA DE ENSINO E FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

10mo Congreso Argentino de Educación Física y Ciencias. 9 al 13 de septiembre de 2013

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom

Monitoria como instrumento para a melhoria da qualidade do ensino em Farmacotécnica

Larissa Vilela de Rezende Lucas Fré Campos

UMA PROPOSTA DE DRAMATIZAÇÃO PARA ABORDAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO ENSINO MÉDIO

V Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

CONSIDERAÇÕES SOBRE USO DO SOFTWARE EDUCACIONAL FALANDO SOBRE... HISTÓRIA DO BRASIL EM AULA MINISTRADA EM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

Figura 1: Disponível em: AAAAAAAAAGo/eEZ-PJDZJlg/s1600/Charge.jpg acesso em 20/10/2014 ás 19:00 h

O DESAFIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PATOS, PARAÍBA: A PROFICIÊNCIA DOS ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE PATOS

BLOG: A CONSTRUÇÃO DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO MARIA MAZUR

JOGOS MATEMÁTICOS NO ENSINO MÉDIO UMA EXPERIÊNCIA NO PIBID/CAPES/IFCE

Projeto Embuá Unidade de Aprendizagem: ENERGIA

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA UFG

ALUNOS DO 7º ANO CONSTRUINDO GRÁFICOS E TABELAS

Transcrição:

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA ELETROQUÍMICA: UMA ABORDAGEM SIM- PLIFICADA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ARTUR FERNANDES ALMEIDA 1, ITÁLIA VALLERINI BARBOSA 1, MAYCON DOUGLAS MARTINS SILVA 1, KAMILA RODRIGUES COELHO 1, HENRIQUE ALMEIDA FERNANDES 1, SAULI SANTOS JUNIOR 1. 1. Licenciatura em Física, Universidade Federal de Goiás Campus Jataí BR 364, km 195, n 3800 CEP 75801-615- Jataí Go iás- Brasil E-mail: arturafas@hotmail.com Recebido em: 28/11/2014 Aprovado em: 16/01/2015 Publicado em: 31/01/2015 RESUMO Neste trabalho, utilizamos conceitos científicos relacionados ao armazenamento de energia eletroquímica aliados à didática no ensino de física e ao cotidiano dos alunos para construir uma aula que propiciasse um maior entendimento e facilidade em relação ao conteúdo, aumentando assim o interesse dos alunos pela física. Ao utilizarmos uma linguagem adequada,e recursos audiovisuais, foi possível notar uma postura mais crítica e participativa por parte dos alunos uma vez que eles foram capazes de conceber relações entre o conteúdo ministrado e as tecnologias do mundo atual. PALAVRAS-CHAVE: Armazenamento de energia, Eletroquímica, Didática, Alfabetização científica. ELECTROCHEMICAL ENERGY STORAGE: A SIMPLIFIED APPROACH FOR HIGH SCHOOL STUDENTS ABSTRACT In this work, we used scientific concepts related to the storage of electrochemical energy along with the didactics in teaching physics and the daily life of students in order to construct a lesson that would propitiate greater understanding and facility with regard to the content, thereby increasing the interest of the students in physics. By using an appropriate language, and audiovisual resources, it was possible to notice a more critical and participatory posture by the students whereas they were able to develop relationships between the lesson content and technologies of today's world. KEYWORDS: Energy storage, electrochemistry, Teaching, Scientific Literacy INTRODUÇÃO Para um ensino de qualidade é necessário que o professor tenha tanto o conhecimento na área como também é necessário um conhecimento sobre a didática que deverá ser utilizada. O professor deve fazer com que os alunos tenham interesse em determinado assunto instigando-os a aprender e buscar o conhecimento. Portanto a didática cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, e ao professor selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, es- ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 169 2015

tabelecendo os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo sempre em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos (LIBÂNEO, 1994). Para tanto, o professor precisa ter uma visão mais apurada sobre a realidade de sua sala de aula, já que cada local possui suas diferenças e suas especificidades. Portanto, além dos conhecimentos específicos de sua disciplina, o professor também deve ter noções de filosofia, políticas educacionais e de práticas de didáticas do seu curso, pois é nesse momento que o graduando terá uma primeira visão do que é ensinar. Usar um método é seguir ordenadamente um caminho através do qual uma certa finalidade ou um certo objetivo é alcançado (CHAUI, 2008). O ensino de física implica não só em passar ao aluno o conhecimento desejado, mas também de transmitir esse conhecimento em uma linguagem que o aluno compreenda. É necessário então preparar o material para o aluno pensando sobre como ele aprende, e na forma com que ele compreende as informações, em uma abordagem que seja agradável ao aluno. Para GIL PÉREZ (1992) quando se trata de trabalho científico, no qual se emprega tratamentos analíticos e artificiais, faz-se necessário a preparação de material e uma abordagem que permita ao aluno compreender o assunto com mais facilidade. Portanto, é necessário que o professor repasse um pensamento científico que seja importante para os alunos, e que seja também uma forma de atualizá-los em relação às novas tecnologias. Nesse aspecto é necessário que o educador mostre ao aluno todas as formas possíveis de aplicação de determinado conteúdo e onde é utilizado no cotidiano. Sob outro enfoque, frequentemente o conhecimento científico selecionado para ser transmitido nas escolas não é problematizado como uma produção cultural dentre outras, e como tal, submetida a interesses sociais e políticos, bem como sujeita a questionamentos (CHASSOT, 2000). Neste artigo foi abordado o estudo de métodos e dispositivos de armazenamento de energia eletroquímica. Este conteúdo científico é destinado a alunos do ensino médio, foi apresentado de forma que os alunos pudessem compreender o assunto com maior facilidade contribuindo para um maior interesse dos mesmos pela física em particular, e pela ciência como um todo. Além disso, este trabalho proporciona um primeiro contato entre os bolsistas do PIBID em física com alunos do ensino médio. Nas próximas seções nós apresentamos o projeto do PIBID em física, a escola parceira, como também o conteúdo abordado. Em seguida apresentamos nossos resultados e discussões. MATERIAL E MÉTODOS Planejamento do conteúdo Antes de tudo, é necessário fazer um planejamento do assunto que será abordado em sala de aula, como também escolher a estratégia de ensino adequada para se explicar o conceito. Para LIBÂNEO (1994), a didática se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar, a prática docente e as metodologias específicas. Isso significa que a didática, integra os conteúdos e métodos próprios de cada matéria na sua relação com fins educacionais. Com este objetivo, buscamos um método que fosse eficaz na transmissão e absorção pelos alunos, visando deixá-lo com uma linguagem mais simples e acessível, sem deixar de lado, é claro, a ideia científica original. Também foram selecionados alguns vídeos e imagens científicos, sempre mantendo uma linguagem passível de ser entendida pelos alunos sem muitas dúvidas, buscando com isso aumentar o interesse pela aula. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 170 2015

O conteúdo foi escolhido devido a sua importância, utilização cotidiana e aplicabilidade no mundo moderno, e por isso foi escolhido o armazenamento de energia eletroquímica. Este assunto foi ministrado para alunos do ensino médio em uma aula da disciplina conhecida como Disciplina Eletiva, que faz parte do projeto pedagógico da escola parceira descrita abaixo. Escola parceira A escola que faz parceria com o subprojeto da física em Jataí, é o CEPI José Feliciano Ferreira (Figura 1), que é uma escola destinada a formação de jovens que estão no ensino médio. Essa escola optou a poucos anos pelo sistema de estudo integral, sendo que os alunos ficam o dia todo na escola, chegando no período da manhã e sendo liberados no final da tarde. Na disciplina eletiva, o aluno escolhe que matéria que vai estudar. Entre as opções existem matérias de química, português, matemática e física. Essa disciplina serve, portanto, para ele ter um contato maior com a área em que mais se interessa. Além disso, por não exigir nota, proporciona um momento no qual os alunos podem estudar sem pressão ou cobranças por provas e notas, focando em conteúdos que realmente os interessa. FIGURA 1: Escola parceira do PIBID - Fonte ((http://alvonoticias- aconteceunacidade.blogspot.com.br/2013/01/rede-estadual-volta-as-aulas-em- 2013.html - acessado em 06/11/2014) O PIBID O PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) é um programa que visa o aperfeiçoamento e um melhor preparo dos professores que estão em formação. O programa concede bolsa aos alunos de licenciatura, o qual é desenvolvido pelas universidades em parceria com as escolas públicas. Os projetos devem levar o aluno ao contexto da escola parceira, para que desde o início de sua formação, ele já tenha um contato com o ambiente escolar da educação básica. O objetivo principal do PIBID é proporcionar aos alunos em formação, novas técnicas metodológicas e práticas de ensino inovadoras, para que o futuro professor tenha uma maior capacidade de superar problemas no processo de ensinoaprendizagem. Também visa contribuir para uma maior ação prática que é fundamental para a formação acadêmica, elevando assim o nível de capacidade de ensinar dos licenciandos. Projeto do PIBID/Física O subprojeto da física para o PIBID tem o objetivo de buscar um novo significado do ensino de física, rumo a superação das dificuldades dos professores de física em desenvolver práticas que levem o conhecimento científico para dentro da sala de aula, e que esse conhecimento científico esteja de certa forma conectado a realida- ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 171 2015

de do aluno. Os licenciandos também fazem acompanhamento toda semana com os alunos do ensino médio, para algum tipo de suporte em questões relativas ao meio científico e a alguma atividade que esteja envolvida com o PIBID. Além disso, o projeto do PIBD, também ficou responsável pelo planejamento das aulas da matéria eletiva em física. Os professores orientadores propõem o tema a ser abordado com os estudantes, e os licenciandos preparam todo o material a ser apresentado aos alunos. A escola disponibiliza todos os recursos de mídia como notebook e datashow, para uma aula mais atrativa ao aluno. O objetivo é aproximar esses conceitos científicos de ideias que os alunos já possuam visando aprimorar o que eles já sabem e fazer com que o conteúdo seja importante e que faça parte do seu cotidiano. Com esse intuito, foi elaborada uma disciplina eletiva cujo assunto era armazenamento de energia eletroquímica. Os licenciandos prepararam um material envolvendo imagens e vídeos mostrando os tipos de armazenamento de energia eletroquímica e onde esse conceito é utilizado no cotidiano dos alunos. Além disso, foi feita uma certa adaptação da linguagem científica para que o aluno conseguisse compreender com mais facilidade, todavia, essa adaptação foi feita de forma que o caráter cientifico do assunto fosse mantido. Conteúdo abordado na disciplina eletiva Foi apresentada aos alunos uma série de informações relativas a pilhas e baterias. Seguem abaixo os tipos de baterias abordados na disciplina eletiva. BATERIAS DE ÁCIDO CHUMBO A bateria de chumbo-ácido foi inventada por Gaston Planté em 1860 (PLANTÉ, 1860), período que remonta aos primórdios das células galvânicas. Durante estes 154 anos esta bateria sofreu aprimoramentos tecnológicos os mais diversos possíveis, fazendo com que a bateria de chumbo-ácido continue sendo uma das baterias mais confiáveis do mercado, atendendo as mais diversas aplicações. Ela é usada como bateria de arranque e iluminação em automóveis, como fontes alternativas em nobreaks, em sistemas de tração para veículos e máquinas elétricas. Todavia, o chumbo é danoso ao meio ambiente. BATERIAS NÍQUEL-CÁDMIO As baterias de níquel/cádmio ou de cádmio/óxido de níquel são muito utilizadas em aparelhos sem fio como celulares, barbeadores, câmeras de vídeo, flashs, aparelhos eletrônicos portáteis, ferramentas, entre outros. Elas foram bastante usadas nos primeiros celulares (atualmente as baterias de íon lítio são mais usadas) e também eram encontradas nas pilhas cilíndricas recarregáveis. A principal vantagem da bateria de níquel-cádmio é a sua durabilidade, pois pode ser recarregada até 4000 vezes, conservando a tensão de 1,4 V, e principal desvantagem é o Cádmio por ser perigoso ao meio ambiente, seu descarte incorreto pode causar danos a natureza. BATERIAS DE HIDRETOS DE NÍQUEL METÁLICO A necessidade de se desenvolver baterias de alta densidade de energia tem aumentado nos últimos anos. Com o advento dos veículos elétricos, microcomputadores, telefones celulares e outros aparelhos portáteis, esta necessidade torna-se mais urgente. Embora o "design" das baterias convencionais baseadas nos sistemas níquel-cádmio e chumbo-ácido, tenha sido aperfeiçoado nos últimos anos, adequando- ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 172 2015

as para o uso em aparelhos portáteis, problemas com o descarte de baterias contendo cádmio e chumbo demonstram a necessidade de desenvolvimento de novos sistemas de armazenamento de energia. As baterias de níquel-hidreto metálico (Ni- MH) podem ser consideradas como as sucessoras das baterias de níquel-cádmio, com a vantagem de não conterem metais pesados tóxicos em sua composição, e de possuírem maior densidade de energia. Além disso, são consideradas ecologicamente mais corretas pois podem reduzir os problemas associados com o descarte de baterias de níquel recarregáveis. A desvantagem é que ela não é eficiente pois transforma somente cerca de 70% do seu trabalho em energia. BATERIAS DE SÓDIO-ENXOFRE Baterias de sódio enxofre, também conhecidas como baterias NAS, utiliza enxofre derretido no eletrodo positivo e líquido de sódio no eletrodo negativo. Baterias de sódio enxofre são conhecidas por serem altamente eficientes e são frequentemente encontradas em eletrodomésticos, como barbeadores elétricos. Porém, descobriu-se que a corrosão dos isoladores era um problema na medida em que eles se tornavam condutores e a taxa de autodescarga aumentava. BATERIAS CLORETO DE SÓDIO-NÍQUEL Essa bateria é utilizada nos veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia. Foi criada em 1982 pelo Dr. Johan Coetzer, ela é constituída por placas negativas de sódio e por placas positivas de cloreto de níquel. Para funcionar, precisa de temperaturas elevadas, de 250 a 300 ºC, seu material é abundante e não prejudicial com o meio ambiente. BATERIAS DE ÍONS DE LÍTIO Baterias de íons de lítio são assim denominadas porque utilizam ao invés de lítio metálico, apenas íons de lítio, presentes no eletrólito na forma de sais de lítio dissolvidos em solventes não aquosos. Durante o processo de descarga, os íons lítio migram desde o interior do material que compõe o ânodo até dentro do material do cátodo e os elétrons movem-se através do circuito externo. Os materiais de eletrodos são formados geralmente por compostos de estrutura aberta (denominados compostos de intercalação) que permitem a entrada e saída de íons lítio. No anodo, o grafite é o material mais comumente usado porque, além de apresentar estrutura lamelar, é capaz de intercalar reversivelmente os íons lítio entre suas camadas de carbono sem alterar significativamente sua estrutura. O fato de empregarem materiais de baixa densidade permite que sejam projetadas para terem menor massa, tamanho e custo. BATERIAS METAL-AR Baterias de metal-ar tem o potencial de armazenar mais energia do que baterias de íon de lítio, que são utilizadas atualmente em veículos elétricos e algumas aplicações na rede elétrica. Com base nos materiais utilizados, baterias de metal-ar também podem ser menos caras do que o chumbo-ácido, o mais barato e mais amplamente utilizado em baterias recarregáveis. Numa bateria de metal-ar, um metal tal como zinco (o utilizado no caso da Fluidic Energy) reage com o oxigênio do ar para produzir eletricidade. Estas baterias, não recarregáveis, têm sido utilizadas comercialmente por um longo tempo, e também são muitas vezes usadas em aparelhos auditivos. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 173 2015

CÉLULAS DE FLUXO Os sistemas de células de fluxo eletroquímicos, mostrado na figura 2, converte energia elétrica em energia potencial química através de uma reação química reversível entre duas soluções eletrolíticas líquidas. Cada célula tem dois compartimentos: um para cada eletrolítico. Esses compartimentos são separados fisicamente por uma membrana de troca de íons. Os eletrolíticos armazenados nos dois campos são bombeados através da pilha de células e da membrana, onde uma forma de eletrolítico é oxidada eletroquimicamente e a outra forma é reduzida quimicamente. FIGURA 2: Esquema de uma célula de fluxo (fonte: https://woc.uc.pt/deec/getfile.do?tipo=2&id=9953 acessado em 13/10/2014) Portanto esse foi um resumo do conteúdo que foi ministrado na primeira aula destinada aos alunos do ensino médio. Esse conteúdo foi facilmente assimilado ao cotidiano dos alunos, pois pilhas e baterias estão em quase todos os aparelhos tecnológicos que estão a nossa volta. Esse tipo de conteúdo é importante para que os alunos tenham um maior entendimento sobre os dispositivos tão utilizados no mundo moderno, além de servir para que eles consigam distinguir os tipos de baterias existentes atualmente. RESULTADOS E DISCUSSÕES ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 174 2015

Nesse trabalho foi possível perceber a curiosidade dos alunos e o entusiasmo em estudar um conteúdo que trata de um item utilizado diariamente, além disso, o tipo de abordagem proposto possibilitando uma maior discussão acerca do assunto. Tendo em vista que o projeto do PIBID relacionado á disciplina eletiva da escola parceira ainda está em andamento, não foi aplicado um questionário sobre a percepção dos alunos a cerca do tópico, a metodologia aplicada, como também a satisfação dos alunos, este questionário será elaborado e aplicado assim que todos os conteúdos propostos tenham sido apresentados na disciplina. Com isso, os licenciandos poderão analisar os resultados de forma a aperfeiçoar o conteúdo, propôr novas metodologias e sugerir tópicos, visando aprimorar o conhecimento científico dos alunos. Durante o desenvolvimento da atividade os alunos ficaram intrigados, surgindo vários questionamentos sobre eletricidade, levando esse assunto a outros temas relacionados. Para LIBÂNEO (1994), em cada um dos momentos do processo de ensino o professor está educando quando: estimula o desejo e o gosto pelo estudo, mostra a importância dos conhecimentos para a vida e para o trabalho, cria situações estimulantes de pensar, analisar, relacionar aspectos da realidade estudada nas matérias. Já Segundo CHASSOT (2000), a alfabetização científica consiste na tarefa de fazer os educandos se apropriarem do conhecimento cientifico como linguagem para compreender melhor o mundo em que vivem para transformá-lo para melhor. É necessário levar ao aluno as relações que existam entre a realidade que ele está inserido com o que está sendo exposto dentro da sala de aula, para que isso o estimule a ter um pensamento mais crítico em relação a tudo aquilo que ele observa diariamente. E esse objetivo foi alcançado quando levamos aos alunos o conhecimento científico de algo que eles tinham contato o tempo todo, mas que não sabiam como funcionava de fato. Isso causou curiosidade nos alunos, e gerou uma postura indagadora. É nesse momento que o conhecimento é concretizado de fato. REFERÊNCIAS CHASSOT, A.; Alfabetização científica: questões e desafio para a educação. Ijuí: Unijuí, 1ª Ed. 2000, 434 p., 2ª Ed 2001, 438 p. CHAUI, M.; Convite a filosofia. São Paulo SP, 13ª edição, 8ª impressão, 2008. LIBÂNEO, J, C.; Didática. São Paulo- SP, Cortez 1994 (Coleção magistério, 2º grau. Série formação do professor) NEVES, M, C, D.; SAVI, A, A.; De experimentos, paradigmas e diversidade no ensino de física: construindo alternativas. Maringá PR: Massoni, 2005. GIL-PÉREZ, D. and SOLBES J. (1993). The Introduction of modern physics: overcoming a deformed vision of science, International Journal of Science Education, 255-260. UNIVERSIDADE DE COIMBRA - Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. 2006 Disponível em : https://woc.uc.pt/deec/getfile.do?tipo=2&id=9953 ACESSADO EM 13/10/2014 ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 175 2015

BOCCHI, N.; FERRANCIN, L, C.; BIAGGIO, S, R. Pilhas e Baterias: Funcionamento e impacto ambiental. 2000 Disponível em : http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a01.pdf - ACESSADO EM 13/10/2014 ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 176 2015