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Transcrição:

Autora:Juliana da Silva Juds.geo@gmail.com Graduanda de Geografia Puc-Rio Bolsista PET Co-autor: Daniel Teixeira daniel.tgeo@gmail.com Granduando de Geografia Puc-RIO Bolsista PET As Mudanças no Processo de Expansão Urbana Na Cidade De Nova Iguaçu Introdução Os problemas do crescimento econômico das cidades e suas consequências geradoras de desigualdades espaciais atingem as dimensões das pequenas e médias cidades. Desse modo, este estudo é sobre o caso da Cidade de Nova Iguaçu, localizada na Baixada Fluminense, o qual está integrada a região metropolitana do Rio de Janeiro, que através dos fluxos permeiam lógicas do núcleo econômico central. Podemos com isso, observar, que atualmente nessa cidade há visíveis mudanças que são incorporadas pelos investimentos das empresas privadas e públicas, principalmente no centro, que permitem os diferentes usos do solo e simultaneamente resultam no cerceamento do modo de vida, considerando que a expansão não se dá de forma homogenia quando as racionalidades que as incorporam se sobrepõem os interesses econômicos em relação aos sociais. Assim, este trabalho anseia em contribuir com discussão sobre a problemática que se materializa através da expansão urbana na cidade de Nova Iguaçu, caracterizado com o debate sobre a lógica do crescimento econômico das cidades. Desse modo, ao analisar o processo de crescimento e sua incorporação a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, pretendemos entender como a cidade de Nova Iguaçu apresenta crescentes mudanças através das formas e as (re) produções de processos de urbanização que se assemelham à dinâmica de um espaço produzido como mercadoria, em uma lógica que a cidade seja propicia para reprodução do capital, mesmo que não seja desconsiderada sua força local, no qual suas particularidades e especificidades não são desconsideradas. Consideramos estas novas racionalidades que são centralizadoras e realizam intervenções estratégicas nos espaços urbanos, com características de valorização em determinadas áreas, consideradas centrais, dotadas de aparelhos de bens e serviços, enquanto no outro extremo 1

estimula manutenção do empobrecimento de bairros periféricos do centro, a partir das desigualdades espaciais. Avaliamos estas mudanças, de novos usos, que são concebidos por agentes de incorporações privadas - como as imobiliárias e indústrias - que encontram na cidade de Nova Iguaçu, um espaço liso para a expansão da economia. E provável, como afirma alguns autores, que este cenário se construí a partir das emancipações, principalmente as realizadas na década de 90, com percas de territórios economicamente significativos para a cidade, pois nestas áreas existem os parques industriais que atualmente correspondem aos respectivos municípios de Queimados e Belford Roxo. Objetivos Assim, o objetivo principal é analisar a configuração da expansão urbana, a cerca do debate que envolve a lógica do crescimento econômico, permeando por uma discussão sobre as desigualdades sociais que se realizam nos espaços das cidades, estudando empiricamente o caso da cidade de Nova Iguaçu, indagando como esse processo se materializa nesse espaço. Porém outros objetivos, mais específicos, necessários para responder alguns questionamentos, são: -Através de um recorte temporal do inicio da década de 90, analisar as mudanças sensíveis que ocorrem na cidade de Nova Iguaçu com as emancipações e quais foram às medidas estratégicas políticas para sair desse quadro de perdas econômicas. E, perceber como integrado a região metropolitana, pode ser um facilitador por agregar as racionalidades da centralidade, que neste caso é a cidade do Rio de Janeiro e se assemelham a essa realidade para (re) produção do espaço. Metodologia O desenvolvimento da pesquisa se dá através de um levantamento bibliográfico que trabalha acerca da discussão do crescimento econômico e desigualdades espaciais, e também sobre o crescimento do objeto de estudo, a cidade de Nova Iguaçu. Percebemos como é pouco discutida na área de Geografia a importância dos espaços da Baixada Fluminense, que contribui em aspectos econômicos e sociais para o estado do Rio de Janeiro, mas principalmente para sua Região Metropolitana. Analisamos que o Município tem um forte aparelhamento de infra-estrutura, como escolas, postos de saúdes, hospitais, espaço para lazer, um comércio significativo, tudo isto demonstrando como os moradores desse município não 2

tem a necessidades de sair para buscar esses serviços em outros municípios, como no caso de Belford Roxo ou Mesquita. Assim, Nova Iguaçu apresenta um acelerado desenvolvimento local, mesmo que os novos investimentos incorporem outros espaços do município, ainda sim permeia fortemente uma lógica centralizadora da cidade que reforçam e acentuam as desigualdades dos bairros. Não devemos aqui desconsiderar esses verificados crescimentos como sendo ruim, mas para os moradores ter em Nova Iguaçu espaço de lazer e também trabalho perto da sua residência facilita muito, por isso supri uma carência que somente era saciada em outras localidades, principalmente no centro do Rio de Janeiro, consistindo numa distância que consumia tempo/ custo. Mas, a reflexão crítica que aqui consiste, são que as novas racionalidades são excludentes, pois não envolve a maioria que não podem participar de forma benéfica com as entradas dessas mudanças, não somente a discussão que tange o encarecimento do lugar, mas também a heterogeneidade que se dá esses investimentos, fazendo uma seletividade do espaço, no qual está categoria muito bem trabalhada por Santos, que para entender a dimensão espacial é necessário à compreensão do espaço indissociável aos sistemas de objetos e sistemas de ações. Considerando que a produção do espaço e a sua (re)produção são condicionadas por ações dotadas de intencionalidades que através dos objetos técnicos se materializa, afetam no desenvolvimento de outros espaços, como no caso os bairros mais periféricos do centro de Nova Iguaçu que apresentam uma pobreza e carência de moradia e investimentos em infra-estrutura. No entanto, Nova Iguaçu nem sempre apresentou tanto crescimento, com muitas crises econômicas e sociais, sensíveis a partir da década de 90 que verificou um saldo inferior no resultado do seu PIB com as perdas territoriais ocorridas com as emancipações de Queimados e Belford Roxo, regiões que abrigam parques industriais e não sentiam contemplados nos investimentos quando eram agregados ao município de Nova Iguaçu, mas não suficiente outra perda foi com a emancipação de Mesquita, todos essas tensões políticas abalaram as arrecadações de impostos, precisando assim mudar o quadro interno do município. Já na analise da escala geografia o quadro nacional e internacional não passava sem atingir Nova Iguaçu, que cria mecanismo de se valer com o fortalecimento dos poderes locais tido a partir da Constituição de 1988, que reestruturava as ações do Estado e viabilizava mais as esferas municipais e estaduais. Para o Município de Nova Iguaçu havia um ganho por está incorporado à região 3

metropolitana. Verificamos com isso as lógicas que permeiam o crescimento econômico da cidade de Nova Iguaçu, com determinada (re)produção de racionalidades com meios e fins econômicos não são diferentes das mesmas dos grandes centralidades urbanas, como é o caso do Rio de Janeiro, que com acesso de vias de infra-estruturas permite uma proximidade cotidiana que circulam através de mercadorias e serviços, o qual através desses fluxos que são materiais e imateriais permite que essas redes de trocas aceleram a materialização dessas novas racionalidades que são incorporadas à cidade estudada. A partir, do que foi inicialmente apontado acima ressaltamos a importância de ser o estudo conceitual principal o Espaço Geográfico, mas que este não responderá outras colocações analisadas, sendo necessário trabalhar o conceito de lugar, pois a partir das representações do espaço como as desigualdades sociais são espacializadas e vivenciadas no cotidiano, e nessa escala do cotidiano, que o trabalho se propõe a discutir os contraste e conflitos que a realidade local vai responder a lógicas de ordem global. Deste modo, para entender e analisar os processos recentes que (re)produzem racionalidades econômicas, que são reflexos de lógicas percebidas em escalas locais - globais, as mudanças na expansão urbana da cidade de Nova Iguaçu deverá ser uma consequência da problemática urbana. Podemos somente com o conceito de Lugar considerar como esses mecanismos contribui com o processo da manutenção de desigualdades sociais nessa cidade. Para isso, alguns autores iniciais foram selecionados porque de alguma maneira contribuem ao estudo dessa pesquisa, e inicialmente para contextualizar os processos históricos do município, que trabalham com as emancipações temos Manoel Simões e Elaine Ozório, e a aporte teórico sobre cidade como mercadoria é trabalhada por Ana Fani e Ermínia Maricato, com outras contribuições teóricas e para o arcabouço conceitual sobre categorias de analise geográfica trazemos os seguintes autores Milton Santos com categorias de analise do espaço e Henry Lefebvre que abordam questionamentos fundamentais sobre as representações dos espaços e analise sobre o cotidiano. Um segundo momento da pesquisa, após toda analise crítica da temática dentro das literaturas selecionadas, caminhamos para um momento muito pertinente para a finalização da 4

pesquisa, que são as analises empíricas, como dados oficiais e idas a campo, as quais permite uma construção sobre esse estudo que possa responder e contribuir a uma discussão teórica bem embasada. Resultados Preliminares Portanto a pesquisa, ainda inicial, demonstra que ainda temos a continuidade dessas desigualdades distribuídas nos espaços da cidade, mesmo que esteja ocorrendo uma grande mudança, o que permite ser um mecanismo para manutenção do processo de expansão urbana. Sabemos que existe um longo caminho até ser finalizada de maneira que seja consistente, mas até agora não é proposta fazer conclusões amarradas, mas sim contribuir com uma discussão acerca do assunto proposto. Portanto ao pretender trabalhar com o crescimento econômico no município de Nova Iguaçu, verificamos como à lógica que permeia, com determinada (re) produção de racionalidades com meios e fins econômicos não são diferentes das mesmas dos grandes centralidades urbanas, como é o caso da cidade do Rio de Janeiro, que com acesso de vias de infra-estruturas permite uma proximidade cotidiana que circulam através de mercadorias e serviços, o qual através desses fluxos que são materiais e imateriais permite que essas redes de trocas aceleram a materialização dessas novas racionalidades que são incorporadas à cidade estudada. Assim, trabalhamos com Fani, que a luz dessa discussão que entende a cidade como negócios, que através da necessidade de inserir as novas lógicas de ordem global, pois com aprofundamento teórico verifica-se que não são realidades locais, mas sim processos que são reflexos que se realizam atualmente nas grandes áreas metropolitanas, e ainda, a contribuição da mesma autora em trabalhar com o espaço de consumo e do consumo do espaço e como está lógica é intrínseca a um pensamento dominante que vem sendo reproduzido. E, também ao o seguinte autor Simões, para que em determinada analise dessa pesquisa fiquem esclarecidas que as reformas urbanas de Nova Iguaçu reproduzia um padrão de intervenção urbanas centralizadas, geradora de consequências que reproduz as desigualdades espaciais. Deste modo, para entender e analisar os processos recentes que (re)produzem racionalidades econômicas, que são reflexos de lógicas percebidas em escalas locais - globais, as mudanças na expansão urbana da cidade de Nova Iguaçu deverá ser uma consequência da problemática urbana. 5

A pesquisa como embrionária, será um resultado da inquietação construída ao longo da vivência como moradora desta cidade, e considerando que a minha formação no campo da Geografia me permiti construir um olhar mais reflexivo e questionador para entender esses novos agentes e acontecimentos atuais, em um processo catalisador das mudanças significativas que, neste trabalho proponho dentro do meu recorte temporal e espacial, fazer uma contribuição teórica e metodológica dessa discussão que será enriquecedora no crescimento da minha vida acadêmica. Referências Carlos, Ana Fani Alessandri. A reprodução da cidade como negócio. In Carlos, Ana Fani Alessandri; Carreras, Carles. Urbanização e mundialização: estudos sobre a metrópole. Editora Contexto. p 29-50. Lefebvre, Henri. Espaço e Política. Editora UFMG, 2008. Maricato, Ermínia. As idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias. In: Arantes, Otília; Vainer, Carlos; Maricato, Ermínia. A cidade do pensamento único. Petrópolis, Editora Vozes, 2002. p 136-87. 6

Ozório, Elaine. Shopping a céu aberto em Nova Iguaçu: Uma Reforma Urbana? Puc-rio, Departamento de Geografia. Defesa de Monografia, 2005. Santos, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Editora Hucitec, 1996 (capítulos 2 e 3). Simões, Manoel Ricardo. A Cidade Estilhaçada: Reestruturação Econômica e emancipações Municipais na Baixada Fluminense. Mesquita, Editora Entorno 2007. Simões, Manoel Ricardo. Da Grande Iguaçu a Baixada Fluminense: emancipação política e reestruturação espacial. In: Oliveira, Rafael da Silva. Baixada Fluminense: Novos estudos e desafios. Rio de Janeiro, Editora Paradigma, 2004. 7