Seminário Transição do IPv4 para o IPv6: Acesso, Privacidade e Coibição de Ilícitos BRASÍLIA, 07 DE DEZEMBRO DE 2015 ALEXANDER CASTRO

Documentos relacionados
Endereçamento IPv4. Banda Larga Móvel. Banda Larga Fixa. Trânsito Internet. VPN IP Móvel Fixa IPTV. Alocação na Vivo

MARCO CIVIL DA INTERNET

Implementação do IPv6 na Vivo Estratégia, Status e Desafios

Implantando IPv6 da rede de acesso ao BGP com um bom plano de endereçamento VINICIUS OCHIRO

Esgotamento dos Endereços IPv4 Migração para o IPv6 FÓRUM BRASILEIRO DE IMPLEMENTADORES DE IPV6 SÃO PAULO, 26 DE NOVEMBRO DE 2014

O Setor de Telecomunicações

Aula 01. Evolução da Internet. Prof. Samuel Henrique Bucke Brito

Proposta de um sítio colaborativo sobre IPv6

SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL

Situação Atual do IPv6. Utilizando o novo protocolo Internet

Eduardo Barasal Morales Tiago Jun Nakamura Maputo, Moçambique 18/07/17-21/07/17

NOVO MARCO LEGAL DAS TELECOMUNICAÇÕES

Cidadãos Inteligentes

O Novo Protocolo da Internet. IPv6 - O Novo Protocolo da Internet (2013) ::: Samuel Henrique Bucke Brito 1

SERVIÇOS DE INTERNET BRASIL EM 2016 E TELEFONIA NO AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

IPv6 na USPnet. Departamento de Tecnologia da Informação - DTI. I Encontro GeInfo de Educação Continuada

Senado Federal Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática 08 de outubro de 2013

Situação Atual do IPv6. Utilizando o novo protocolo Internet

IPv6 Diretrizes e Implementação

Alocação de Recursos de Numeração e as Fases de Esgotamento do IPv4 São Paulo, SP 14/07/2017

Licença de uso do material

20 anos de privatização e o começo de um novo ciclo

GT- IPv6 Grupo de Trabalho para Implantação do Protocolo IPv6 na rede das Prestadoras de Telecomunicações.

Alocação de Recursos de Numeração, Esgotamento IPv4 e Como Participar São Paulo, SP 10/06/2019

TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL EDUARDO LEVY BRASÍLIA, 03 DE SETEMBRO DE 2015 AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CPI CRIMES CIBERNÉTICOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

EVOLUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL. Grupo: Anna Claudia Geraldo Vinicius Guilherme Spadotto Rafael Cunha.

Seminário FGV EPGE Modernização da Infraestrutura Brasileira. Novo modelo regulatório para o setor de Telecomunicações

Qualidade dos Serviços de Telecomunicações

CST em Redes de Computadores

- Cisco Certified - - Posted By Marco Filippetti On November 15, 9:12 pm In Tecnologia, Artigos

UNIVERSALIZAÇÃO DA BANDA LARGA E OS PROVEDORES REGIONAIS ERICH RODRIGUES

POLÍTICAS PÚBLICAS: REGULAÇÃO INTERNET NA AMÉRICA LATINA E A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ECOSSISTEMA DIGITAL

ENTIDADE AFERIDORA DA QUALIDADE DA BANDA LARGA EDUARDO LEVY

IPV6: UMA TECNOLOGIA ATUAL NO MUNDO

DESCRITIVO DO PLANO DE SERVIÇO

WORKSHOP FIESP LGT: 20 ANOS. Novo Marco Legal das Telecomunicações

Tutorial IPv6 Avançado Técnicas de Transição

IPv6 Importância e Status

VI Fórum Brasileiro de IPv6

Fórum Alô, Brasil! Estimular e fortalecer a participação social nas telecomunicações. Brasília, 26 de abril de 2011 Ana Beatriz Souza

Introdução. Capítulo 1

Situação Atual do IPv6. Utilizando o novo protocolo Internet

Como a Internet funciona:

Overview do mercado de Telecom e da evolução digital no Brasil

AlgarTelecom. Gente Servindo Gente. Assessoria de Comunicação, Marca e Sustentabilidade maio 2013

IPv6. Luciano A. B. Faustino

IPv6 Um novo, não tão novo, protocolo de Internet

STFC UMA OPORTUNIDADE PARA SUA EMPRESA. Willian Prenzler de Souza

I Fórum Regional de Cidades Digitais do Litoral do Paraná Morretes

Redes de Computadores. Prof. André Y. Kusumoto

EAQ Entidade Aferidora da Qualidade de Banda Larga Workshop 5: Qualidade da Banda Larga no Brasil

INFRAESTRUTURA E CONECTIVIDADE: A IMPORTÂNCIA PARA A GESTÃO EFICIENTE DAS CIDADES

SERVIÇOS DE TELEFONIA

Técnicas de Transição

SEJA MAIS UM CONECTADO

IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA 4G NO BRASIL XIV SEMINÁRIO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS AGENDA REGULATÓRIA DE 2007

Prestadoras de Serviços de Telecomunicações

Informática Básica. Aula 03 Internet e conectividade

Edital de Licitação das Faixas de 450 MHz e de 2,5 GHz Proposta. Brasília/DF Janeiro/2012

SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES

Painel Telebrasil Novo modelo: Migração para autorizações e Novas regras para o espectro

ABINEE TEC Estratégias para o Desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação e Componentes Eletrônicos

NOVA POLÍTICA PÚBLICA DE TELECOMUNICAÇÕES. Secretaria de Telecomunicações

DESCRITIVO DO SERVIÇO VPN IP (MPLS) (ANEXO ÀS CONDIÇÕES GERAIS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS)

LICENÇAS PARA INSTALAÇÃO DE ANTENAS EDUARDO LEVY. Encontro sobre Infraestrutura para Telecomunicações. Curitiba, 25 de março de 2013

A ANATEL E O WIMAX Redes comunitárias e redes competitivas

A QUALIDADE DOS SERVIÇOS SOB OUTROS OLHARES

ÍNDICE. 1 Introdução Definições Pontos de Interconexão (POI) Compartilhamento de Infra-estrutura...4

Paulo Cesar Teixeira. VP Executivo de Operações COO 23/03/2010

O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES

INFORMÁTICA INSTRUMENTAL - INTERNET. Profª Ana Paula Mandelli

Agosto/2018. Desafios de Infraestrutura de telecomunicações no Brasil: Aspectos Regulatórios

Anatel. As Ações Públicas para Incentivo a Programas de Cidade Digitais. IV Seminário de Telecomunicações Inovar para Crescer - FIERGS

Rede Corporativa INTRODUÇÃO. Tutorial 10 mar 2009 Fabio Montoro

INFOVIAS. Redes Privadas para Transmissão de Dados (Desafios e Benefícios) IVAN LINDENBERG JUNIOR

31º Encontro Provedores Regionais SALVADOR/BA, 25/04/2017

PGMC e outras medidas pró-competição

Ministério das Comunicações

FÓRUM IPv6 CENÁRIO TIM BRASIL. Classificação de informação: Público

Redes de Computadores. Prof. MSc André Y. Kusumoto

Redes de Computadores. Técnico em Informática - Integrado Prof. Bruno C. Vani

Mobilidade, Banda Larga e o Impacto no Ambiente de Telecom Pós-Convergência. Rodrigo Abreu Painel Telebrasil Costa do Sauípe, 25/Jun/2005

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES RESOLUÇÃO Nº 78, DE 18 DEZEMBRO DE 1998

Rodrigo Regis dos Santos

Políticas Públicas: A política de implantação de PTT. 26º Provedores Regionais Palmas - TO

ENDEREÇAMENTO PRIVADO PROXY E NAT

A expansão da Banda Larga no contexto da revisão do Modelo Setorial

Cartilha Explicativa sobre o Software de Medição de Qualidade de Conexão (Serviço de Comunicação Multimídia)

O computador foi criado para. auxiliar o homem em tarefas

SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Este tutorial apresenta os conceitos básicos sobre Femtocell, pequenas estações rádio base (ERB's) desenvolvidas para operar dentro de residências.

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES. ROAD SHOW LEILÃO 700MHz

Convergência Fixo-Móvel: O caso Votorantim

As Telecomunicações no Brasil

Políticas de incentivo a provedores regionais

Painel Tele.Síntese 36

TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL

Transcrição:

Seminário Transição do IPv4 para o IPv6: Acesso, Privacidade e Coibição de Ilícitos BRASÍLIA, 07 DE DEZEMBRO DE 2015 ALEXANDER CASTRO

Quem somos Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal foi criado em 2003 Representa todas as empresas que operam serviços telefônicos fixos (STFC), Móveis (SMP) e Comunicação Multimídia (SCM). 2

Desenvolvimento da Internet (1/2) Expansão acelerada do ecossistema da Internet no Brasil e no mundo; Desenvolvimento de inúmeras aplicações que viabilizam a oferta de centenas de serviços; Comércio eletrônico; transações bancárias, armazenagem, localização; jogos; serviços governamentais, aplicativos educacionais, correio eletrônico, entretenimento em geral, Internet das Coisas (sensores, medidores, monitoração, etc);

Desenvolvimento da Internet (2/2) Oferta de acesso à Internet em Banda Larga Móvel vem experimentando um crescimento a grandes taxas;

Desenvolvimento da Internet (2/2) Investimentos significativos em infraestrutura de acesso e na ampliação e modernização das redes de transporte e acesso; Provedores de aplicação e provedores de acesso têm demandado grande quantidade de recursos de endereçamento de forma a identificar os inúmeros e diferentes tipos de dispositivos.

Recursos de Endereçamento na Internet (1/3) Cada dispositivo que utiliza e está conectado à Internet é identificado por um número de endereço IP (Internet Protocol); Número deve ser único, para que não existam na Internet dois ou mais dispositivos com o mesmo endereço; Os endereços IP s identificam terminais (dispositivos) e não pessoas; Os dispositivos podem ser dos usuários ou equipamentos das redes das operadoras ou servidores de provedores de aplicação;

Recursos de Endereçamento na Internet (2/3) Para evitar a utilização de endereços IPs duplicados, sua distribuição tem que ser controlada. No mundo e no Brasil existe um conjunto de entidades que dividem esta responsabilidade em uma estrutura hierárquica. IANA (Mundo) > LACNIC (América Latina) > NIC.BR (Brasil) Versão 4 do protocolo IP (IPv4) possibilita 4,3 bilhões de endereços (4 grupos de 8 bits, totalizando 32 bits);

Recursos de Endereçamento na Internet (3/3) Em meados de junho de 2014, NIC.br formaliza o esgotamento do estoque de endereços IPv4; Solução seria a migração para a nova versão do protocolo IP, o IPv6; O protocolo IPv6 trabalha com 8 conjuntos de 16 bits, o que totaliza 128 bits e por essa razão é possível alcançar 340 undecilhões de endereços, ou quase 48 x 10 18 endereços por habitante do planeta terra.

Esgotamento do IPv4 e o Crescimento da Internet Desafio 1: como fazer a migração do IPv4 para o IPv6; Desafio 2: como conciliar o crescimento e interesse pela Internet e a demanda por novos endereços IPv4 por usuários e ISP s, provedores de aplicação em geral com o esgotamento do IPv4; Ameaça de esgotamento do IPv4 levou NIC.br a iniciar discussão sobre a migração (início de 2011); Participaram: Anatel, Ministério das Comunicações, Polícia Federal, Ministério Público, Demais Esferas do Governo Federal, ISP s, Provedores de Aplicação (bancos, provedores de conteúdo, etc...);

Migração do IPv4 para o IPv6 (1/2) Solução dependia de ação de todos os agentes que atuam na Internet: Provedores de Aplicação, tais como de Hospedagem, conteúdo, sítios Web em geral, serviços de "e-mail", comércio eletrônico, serviços bancários e de governo devem disponibilizar seus serviços em IPv6; Provedores de Acesso à Internet devem oferecer conectividade IPv6 de forma nativa, juntamente com conectividade IPv4; Fabricantes de equipamentos usados na Internet, incluindo-se, modems, roteadores e roteadores sem fio, devem oferecer eqptos compatíveis com IPv6;

Migração do IPv4 para o IPv6 (2/2) Empresas usuárias da Internet devem realizar a implantação do IPv6 tanto em seus serviços expostos na Internet, como em sua rede interna; Governo, considerando os três poderes e suas diversas instâncias, deve estabelecer normas internas com cronograma conforme as datas aqui previstas e com metas claras para a implantação do IPv6, em especial nos serviços oferecidos aos cidadãos através da Internet; Universidades e centros de pesquisa, em especial os relacionados às disciplinas de redes, computação e Internet, devem implantar o IPv6 em suas redes com urgência.

Mais Dificuldades para a Migração IPv4 -> IPv6 Impossibilidade de migração simultânea de todos os usuários e provedores de aplicação; IPv4 e IPv6 não são compatíveis; Redes de Telecomunicações precisaram ser adaptadas para trabalhar com suporte simultâneo tanto em IPv4 como IPv6 -> dual Stack ; Enquanto houver usuário e provedores de aplicação operando apenas em IPv4, prestadoras de Telecomunicações têm que oferecer simultaneamente um endereço IPv4 e outro IPv6;

Mais Dificuldades para a Migração IPv4 -> IPv6

A solução de transição para a Migração Consenso entre os técnicos no âmbito do Nic.br e também na ANATEL que as Operadoras de Telecomunicações deveriam implementar uma solução paliativa para evitar o colapso da Internet; Solução de transição seria o compartilhamento de endereços IPv4; Contratação, Testes e Implantação de Plataforma CGNAT com Custo e Risco das Operadoras de Telecom; NAT 44 possibilita que diferentes usuários façam uso, em um mesmo instante de navegação na Internet de um mesmo endereço IPv4, mas em portas lógicas distintas;

Detalhes da Solução de Transição (1/2) Compartilhamento via NAT 44 se dá apenas para um determinado range de Endereços Privados de IPv4 (RFC 6598); Solução de Transição terá que se prolongar enquanto os demais agentes da Internet não migrarem para IPv6; Quanto mais tempo demorar a solução transição maior é a razão de compartilhamento dos endereços IPv4; Maioria das Operadoras priorizou o uso do NAT 44 nas redes móveis, mantendo as redes fixas apenas com IPv4 nativo;

Detalhes da Solução de Transição (2/2) Compartilhamento de endereços IPv4 leva a necessidade de provedores de acesso e também os provedores de aplicação guardarem as portas lógicas de origem; Operadoras de telecomunicações investiram e estão guardando a informação d a porta lógica de origem para viabilizar a identificação unívoca do dispositivo que fez uso de um determinado IP; Se provedor de aplicação não guardar a informação da porta lógica, dificultará ou inviabilizará a identificação do usuário de forma unívoca;

Oferta de IPv6 Compromisso das Operadoras Disponibilizada a oferta de IPv6 Peering Trânsito em todos os principais pontos de troca de tráfego de Interligação e Interconexão; Até o final desse ano todas as operadoras estarão ofertando IPv6 nativo aos novos usuários nos principais centros por todo o Brasil; A partir de 2016, nas localidades onde não houver oferta de IPv6, as operadoras de telecomunicações devem alocar ao usuário, de forma dinâmica ou fixa, um endereço IPv4 público não compartilhado. O atendimento à base legada dependerá da capacidade da rede IPv6 implantada na localidade.

ALEXANDER CASTRO alex@sinditelebrasil.org.br