Ascaris lumbricoides. Fernanda Aparecida Gonçalves da Silva. Nutrição



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Ascaris lumbricoides Fernanda Aparecida Gonçalves da Silva Nutrição

Introdução O A.lumbricoides é encontrado em quase todos os países do globo, estimando-se que 30% da população mundial estejam por ele parasitados. É popularmente conhecido como lombriga, e causa a doença denominada ascaridíase ou ascariose.

Classificação: Reino: Animalia Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Ascaridida Fam Família: lia: Ascarididae Esp Espécie: cie: Ascaris lumbricoides

Morfologia É estudado a morfologia do macho, da fêmea e do ovo. O tamanho A. lumbricoides depende do número de formas abrigadas pelo hospedeiro e estado nutricional deste.

Macho Mede cerca de 30 a 20 cm de comprimento. Cor leitosa. Boca ou vestíbulo bucal colocada na extremidadeanterior, contornada por 3 fortes lábios. À boca segue-se o esofago musculoso e, depois, o intestino retilíneo. O reto é encontrado proximo a extremidade posterior. Apresenta ainda dois espículos que funcionam como órgãos acessórios da cópula. Apresenta o carater sexual externo que o diferencia facilmente da fêmea já que esse se apresenta fortemente encurvado.

Fêmea Mede cerca de 30 a 40 cm e é mais grossa que o macho. A cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos do macho. Apresenta dois ovários filiformes e enovelados que se continuam como ovidutos que, por sua vez, se diferenciam em úteros que vão se unir em uma única vagina, que se exterioriza pela vulva. A extremidade posterior da fêmea é retilínea.

Ovos Têm cor castanha, são grandes, ovais medindo cerca de 50 micrômetros de diametro e muito típicos em razão da membrana mamilonada que possuem externamente( tem aspecto de abacaxi), essa membrana é apoiada sobre duas outras que conferem ao ovo grande resistencia. Internamente, apresentam uma massa de células germinativas. Ovo infértil de Ascaris lumbricoides Ovo fértil de Ascaris lumbricoides

Biologia Habitat Intestino delgado do homem, principalmente jejuno e íleo. Podem ficar presos à mucosa, com auxílio de seus fortes lábios, ou migrarem pela luz intestinal.

Ciclo biológico É do tipo monoxênico; cada fêmea é capaz de botar cerca de 200.000 ovos por dia. Estes chegam ao exterior junto com as fezes. Os ovos férteis em presença de ambiente favorável se tornarão embrionados em 15 dias. a primeira larva, L1 sofre uma muda em 15 dias e se transforma em L2, após nova muda novamente de 15 dias transforma-se em L3, infectante dentro do ovo.

Após a ingestão,os ovos contendo L3, atravessam todo o trato digestivo e vão sofrer eclosão no intestino delgado. As larvas liberadas penetram na mucosa do intestino grosso caem nos vasos linfáticos e veias, e invadem o fígado 18h-24h após a infecção. Dois a três dias depois invadem o coração, através da veia inferior. Migram para o pulmão e sofrem muda para L4 ( oito a nove dias após ingestão dos ovos). Rompem os capilares e caem nos alveolos, onde sofrem muda para L5. Sobem pela árvore bronquica e traqueia, chegando ate a faringe. Daí podem ser expelidas com a expectoração ou serem ingeridas; chegam ao intestino delgado onde se transformam em machos e fêmeas, as quais 30 dias depois iniciam a oviposição.

Sinais e Sintomas Dor abdominal; Eosinofilia (15 a 40%). Irritabilidade; Alternância entre diarréia e constipação; Reações alérgicas (asma); Síndrome de Loeffler; Febre, tosse (estertores) e eosinofilia Anemia e emagrecimento; Visualização dos parasitos nas fezes ou até eliminado pela boca ou nariz;

Vermes adultos Em infecções pequenas ( tres a quatro vermes) o hospedeiro não apresenta alteração alguma. Já nas infecções médias (30 a 40 vermes) ou maciças ( 100 ou mais vermes) podem ter as seguintes alterações:

Ação expoliadora: os vermes consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C, levando o paciente a subnutrição. Ação tóxica: reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro, causando edema, urticária, convulsões etc. Ação mecânica: causam irritação na parede intestinal e podem causar sua obstrução. Localizações ectópicas: quando o helminto se desloca de seu hábitat normal para atingir outro local. Ex: eliminação do verme pela boca e narinas.

Diagnóstico Clínico: Difícil de ser feito. Laboratorial: Exame de fezes e encontro de ovos característicos. Os melhores métodos são sedimentação espontânea ou por centrifugação.

Epidemiologia É um helminto mais frequente nas áreas tropicais do globo, atingindo cerca de 70% a 90% das crianças entre um a dez anos. os fatores importantes que interferem nesta prevalência são: Temperatura média elevada; Umidade ambiente elevada; Viabilidade do ovo infectante por muitos meses; Grande produção de ovos pela fêmea.

Profilaxia Educação sanitária; Saneamento básico, com ênfase para o destino adequado das fezes humanas; Tratamento da água usada para consumo humano; Cuidados higiênicos no preparo dos alimentos (particularmente de verduras); Higiene pessoal; Combate aos insetos domésticos, pois moscas e baratas podem veicular os ovos; Tratamento das pessoas parasitadas; Remédios Indicados Por Médicos.

Tratamento Existem várias drogas eficientes contra o A.lumbricoides, sendo as seguintes mais utilizadas: Tetramisole: dose única. Eficacia de 90-94%. Podendo ter os seguintes efeitos colaterais: náuseas, cólicas, mal-estar e vômitos. Contra-indicado para gestantes e pacientes transplantados. Piperazina :alta eficiencia e raros efeitos colaterais. Contra-indicado na insuficiencia renal e gravidez. Mebendazole: a eficácia de 98% e com raros efeitos colaterais ( dores abdominais e diarréia); contraindicação: gestação.

Pamoato de pirantel: com eficacia de 80-100% de cura. Os efeitos colaterais são: náuseas, vômitos, sonolência, cefaléia; contra-indicado : gravidez e disfunção hepática. Albendazole: apresenta 97% de eficiência e ausência de efeitos colaterais.